terça-feira, 13 de março de 2012

Lectio Divina - 13/03/12





TERÇA-FEIRA - 13/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,25.34-43

• Aqui estão incluídas duas orações e uma breve narrativa de ligação, conhecidas nos Deuterocanônicos como Oração de Azaria (Abed-Negô) e cântico das criaturas. Embora sejam adições à Bíblia hebraica, estes versículos são considerados pelos católicos romanos partes deuterocanônicas da narração, com plena autoridade. Na primeira oração, que não faz menção a fornalha de fogo ardente, Abed-Negô louva a sabedoria e a justiça divinas e confessa a pecaminosidade de sua nação (sua súplica pela liberdade nos vv. 34 a 43 por causa do santo Nome lembra Ez 20;36,21;39,25). Enquanto Abed-Negô reza, os servos do rei continuam a atiçar a fornalha e suas chamas devoram quem está próximo. Um anjo do Senhor desce para lançar a chama de fogo para fora da fornalha. Em resposta a sua milagrosa libertação, os três jovens entoam um hino de louvor e ação de graças ao Senhor por salvá-los do fogo ardente.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, que tua graça não nos abandone, para que, entregues plenamente a teu serviço, sintamos sobre nós tua proteção continua. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 18,21-35

• Hoje o evangelho fala da necessidade do perdão. Não é fácil perdoar. Pois, certas feridas continuam machucando o coração. Existem pessoas que dizem: “Eu perdôo, mas, não esqueço”. Rancor, tensões, discussões, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação. Vamos meditar as palavras de Jesus que falam da reconciliação e que nos trazem a parábola do perdão sem limites.
• Mateus 18,21-22: PERDOAR SETENTA VEZES SETE! Jesus havia falado da importância do perdão e sobre a necessidade de saber acolher aos irmãos e as irmãs para ajudá-los a reconciliarem-se com a comunidade (Mt 18,15-20). Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “Quantas vezes tenho que perdoar aos irmãos que pecam contra mim? Até sete vezes?”. O número sete indica uma perfeição. Neste caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe da proposta de Pedro. Elimina todo e qualquer limite possível para o perdão: “Não te digo sete, mas sim, setenta vezes sete”. Ou seja, setenta vezes sempre! Pois, não existe proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer aos irmãos, como nos ensina a parábola do perdão sem limites.
• A expressão setenta vezes sete era uma alusão às palavras de Lamec que dizia: “E disse Lamec às suas mulheres: Eu matei um homem por uma ferida, uma criança por uma contusão. É que Caim é vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes” (Gn 4,23-24). Jesus quer inverter a espiral de violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, pelo assassinato de Abel e Caim e pela vingança de Lamec. Quando a violência desenfreada se apodera da vida, tudo se desfaz e a vida se desintegra. Surge o Dilúvio e aparece a Torre de Babel da dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).
• Mateus 18,23-35: A PARÁBOLA DO PERDÃO SEM LIMITES. A divida de dez mil talentos valia ao redor de 164 toneladas de ouro. A divida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre as duas. Ainda que o devedor com a mulher e os filhos trabalhasse a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164 toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa divida de 164 toneladas de ouro, é nada mais que justo que nós perdoemos ao irmão uma divida insignificante de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O único limite à gratuidade do perdão de Deus é nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34;6,15).
• A COMUNIDADE COMO ESPAÇO ALTERNATIVO DE SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE. A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes procuravam um abrigo para o coração e não encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs o rigor de alguns na observância da Lei levava dentro da convivência os mesmos critérios da sinagoga. Além disto, nos finais do século primeiro, nas comunidades cristãs começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e pobre. Ao invés da comunidade ser um espaço de acolhida, corria o risco de ser o lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer iluminar as comunidades, para que seja um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Nova para os pobres.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Por que é tão difícil perdoar?
• Em nossa comunidade, existe um espaço para a reconciliação? De que maneira?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 25,4-6)




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