quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lectio Divina - 31/05/12


QUINTA-FEIRA - 31/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Romanos, 12,9-16

• Paulo nos faz uma série de convites concretos para mostrar nossa fé; não basta achar que está salvo pelo acontecimento Cristo, é necessário viver de uma maneira que manifeste que a redenção tocou sua vida. O amor deve ser autêntico. Porém, do mal diz que deve ser abandonado, não basta não fazer o mal aos demais, é necessário abandoná-lo. O mal deve ser algo erradicado da vida do cristão, por isso, Jesus convidava a cortar a seqüência do mal fazendo bem àqueles que nos magoam, ferem, perseguem ou odeiam, porque de outro modo contribuiríamos com a cadeia do mal, acrescentando o mal que nós devolvemos aos maus. O amor, diz, além disso, deve ser cordial, isto é, deve nascer e brotar do coração, que é a sede do bom trabalho e a presença de Deus na vida do homem.



ORAÇÃO INICIAL

• Concede-nos tua ajuda Senhor, para que o mundo progrida, segundo teus desígnios; gozem as nações de uma paz estável e tua Igreja se alegre de poder servir-te com uma entrega confiada e pacífica. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 1,39-56

• Hoje se comemora a visitação de Nossa Senhora, o evangelho fala da visita de Maria a sua prima Isabel. Quando Lucas fala de Maria, ele pensa nas comunidades de seu tempo que vivia dispersas pelas cidades do Império Romano e lhe oferece em Maria um modelo de como devem relacionar-se com a Palavra de Deus. Uma vez, ao ouvir Jesus falar, uma mulher exclamou: “Feliz a que te deu a luz e, felizes os seios que te amamentaram”. Elogiou a mãe de Jesus. Imediatamente, Jesus respondeu: “Felizes, pois, os que ouvem a palavra de Deus e a observam!” (Lc 11,27-28). Maria é o modelo de comunidade fiel que sabe ouvir e praticar a Palavra de Deus. Ao descrever a visita de Maria a Isabel, ensina o que é que devem fazer as comunidades para transformar a visita de Deus no serviço aos irmãos e as irmãs.
• O episódio da visita de Maria a Isabel mostra outro aspecto bem típico de Lucas. Todas as palavras e atitudes, sobre todo o cântico de Maria, formam uma grande celebração de louvor. Parece a descrição de uma solene liturgia. Assim, Lucas evoca o ambiente litúrgico e celebrativo, no qual Jesus foi formado e, no qual as comunidades tinham que viver sua fé.
• Lucas 1,39-40: MARIA SAI PARA VISITAR ISABEL. Lucas acentua a prontidão de Maria em atender as exigências da Palavra de Deus. O anjo falou de quem Maria estava grávida e, imediatamente, Maria se levanta para verificar o que o anjo lhe havia anunciado, e sai de casa para ir ajudar a uma pessoa necessitada. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! Não havia ônibus nem trem.
• Lucas 1,41-44: SAUDAÇÃO DE ISABEL. Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria, o Novo que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar toda a expectativa das pessoas. No encontro das duas mulheres se manifesta o dom do Espírito que faz saltar o menino no seio de Isabel. A Boa Nova de Deus revela sua presença em uma das coisas mais comuns da vida humana: duas mulheres donas de casa visitando-se para ajudar-se. Visita, alegria, gravidez, meninos, ajuda mútua, casa, família: é aqui onde Lucas quer que as comunidades (e nós todos) percebam e descubram a presença do Reino. As palavras de Isabel, até hoje, formam parte do salmo mais conhecido e mais rezado em todo o mundo, que é a “Ave Maria”.
• Lucas 1,45: O ELOGIO QUE ISABEL FAZ A MARIA. “FELIZ AQUELA QUE ACREDITOU QUE SE CUMPRIRAM AS COISAS QUE FORAM DITAS DE PARTE DO SENHOR”. É o recado de Lucas às Comunidades: acreditar na Palavra de Deus, pois, tem a força de realizar aquilo que ela nos diz. É Palavra criadora. Engendra vida no seio de uma virgem, no seio do povo pobre e abandonado que a acolhe com fé.
• Lucas 1,46-56: O CÂNTICO DE MARIA. Muito provavelmente este cântico, já era conhecido e, cantado nas Comunidades. Ensina como se deve cantar e rezar. (Lc 1,46-50): Maria começa proclamando a mutação que tem acontecido em sua própria vida sob o olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isto canta feliz: “Exulto de alegria em Deus, meu Salvador”. (Lc 1,51-53): Em seguida, canta a fidelidade de Deus para com seu povo e proclama a mudança que o braço de Yavé estava realizando à favor dos pobres e dos famintos. A expressão “braço de Deus” lembra a libertação do Êxodo. Esta é a força salvadora de Deus que faz acontecer a mutação: dispersa os orgulhosos (1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (1,52), manda os ricos com as mãos vazias enche de bens os famintos (1,53). (Lc 1,54-55): No final lembra que tudo isto é expressão da misericórdia de Deus para com seu povo e expressão de sua fidelidade às promessas feitas a Abraão. A Boa Nova vem não como recompensa pela observância da Lei, mas sim, como expressão da bondade e da fidelidade de Deus às promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.
• O segundo livro de Samuel conta a história da Arca da Aliança. Davi quis colocá-la em sua casa, porém, teve medo e disse: “Como vou levar para minha casa a Arca de Yavé?” (2Sm 6,9), Davi mandou que a Arca fosse para casa de Obed-Edom. “E a Arca permaneceu três meses na casa de Obed-Edon, e Yavé abençoou toda sua família” (2Sm 6,11). Maria, grávida de Jesus, é como a Arca da Aliança que, no Antigo Testamento, visitava as casas das pessoas distribuindo benefícios às casas e as pessoas. Vá para a casa de Isabel e fique lá pro “três meses”. E quando entra na casa de Isabel, ela e toda a sua família são abençoadas por Deus. A comunidade deve ser como a Nova Arca da Aliança. O visitar as casas das pessoas tem que trazer benefícios e graças de Deus para todos.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• O que é que nos impede de descobrir e viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?
• Onde e como a alegria da presença de Deus está acontecendo hoje em minha vida e na vida da comunidade?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 103,1-2)
• Hoje visitarei um familiar que tenho me descuidado nos últimos dias para que com isso lhe leve a benção que emana de Deus.





quarta-feira, 30 de maio de 2012

Lectio Divina - 30/05/12






QUARTA-FEIRA - 30/05/2012:


PRIMEIRA LEITURA:1Pedro 1,18-25

• Neste belo anuncio kerigmático sobre nossa salvação, o apóstolo nos convida para que nossa vida cristão não seja unicamente de caráter vertical, referida unicamente à Deus, mas sim, que esta se manifeste aos demais mediante a caridade. Pode acontecer que alguns irmãos em sua busca de Deus se esqueçam de fortalecer sua relação com aqueles que vivem e convivem a seu redor. Quando a vida espiritual é autêntica, o dom do Espírito se desenvolve precisamente como caridade, pela qual de maneira natural uma pessoa que vai se introduzindo na vida do Espírito será uma desenvolve um intenso amor por todos os irmãos. Daqui o convite do apóstolo a procurar que este amor se manifeste e seja o sinal plausível de nossa relação com Deus.



ORAÇÃO INICIAL

• Concede-nos tua ajuda Senhor, para que o mundo progrida, segundo teus desígnios; gozem as nações de uma paz estável e tua Igreja se alegre de poder servir-te com uma entrega confiada e pacífica. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 10,32-45

• O evangelho de hoje apresenta o terceiro anuncio da paixão e, de novo, como nas vezes anteriores, mostra a incoerência dos discípulos. Enquanto Jesus insistia no serviço e na entrega de sua vida, eles continuavam discutindo sobre os primeiros postos no Reino, um a direita e outro a esquerda do trono. E tudo isto indica que os discípulos continuavam cegos! Sinal de que a ideologia dominante da época havia penetrado profundamente em seus pensamentos. Apesar da convivência de vários anos com Jesus, não haviam renovado sua maneira de ver as coisas. Olhavam para Jesus com os olhos de antigamente. Queriam uma retribuição pelo fato de seguir Jesus.
• Marcos 10,32-34: O TERCEIRO ANUNCIO DA PAIXÃO. Eles à caminho de Jerusalém. Jesus os precede. Tem pressa. Sabe que irão matá-lo. O profeta Isaias já havia anunciado (Is 50,4-6;53,1-10). Sua morte não é fruto de um destino cego ou de um plano já pré-estabelecido, mas, é conseqüência do compromisso assumido com a missão que recebeu do Pai ao lado dos excluídos de seu tempo. Por isto, Jesus alerta aos discípulos sobre a tortura e a morte a qual vai enfrentar, ali em Jerusalém. Pois, o discípulo tem que seguir seu mestre, ainda que for para sofrer com ele. “Os discípulos estavam assustados, e os que o seguiam estavam com medo”. Não entendiam o que estava acontecendo. O sofrimento não combinava com a idéia que eles tinham do messias.
• Marcos 10.35-37: PEDEM O PRIMEIRO POSTO. Os discípulos não só não entendiam, mas, continuavam com suas ambições pessoais. Tiago e João pedem um lugar preferencial na glória do Reino, uma a direita e o outro a esquerda de Jesus. Querem passar a frente de Pedro! Não entendem a proposta de Jesus. Estavam preocupados, só com seus próprios interesses. Isto reflete o enfrentamento e as tensões que existiam nas comunidades, no tempo de Marcos, e que existem até hoje em nossas comunidades. No evangelho de Mateus é a mãe de Tiago e João quem pede pelos filhos (Mt 20,20). Provavelmente, diante da difícil situação de pobreza e de falta de emprego crescente naquela época, a mãe intercede pelos filhos e tenta garantir que tenham um emprego na vinda do Reino do qual Jesus tanto falava.
• Marcos 10,38-40: A RESPOSTA DE JESUS. Jesus reage com firmeza: “Não sabeis o que pedis!”. E pergunta se são capazes de beber o cálice que Ele, Jesus, beberá, e se estão dispostos a receber o batismo que Ele vai receber. É o cálice do sofrimento, o batismo de sangue! Jesus quer saber se eles, ao invés de um lugar destacado, aceitam entregar a vida até a morte. Os dois respondem: “Podemos!”. Parece uma resposta da boca para fora, pois, em poucos dias, abandonaram Jesus e o deixaram só na hora do sofrimento (Mc 14,50). Eles não tinham muita consciência crítica, nem percebiam sua realidade pessoal. Quanto ao lugar de destaque, de honra, no Reino ao lado de Jesus, quem o dá é o Pai. O que Jesus tem para oferecer é o cálice e o batismo, o sofrimento e a cruz.
• Marcos 10,41-44: ENTRE VÓS NÃO SEJA ASSIM. Ao final da introdução sobre a Cruz, Jesus fala, de novo, sobre o exercício do poder (Mc 9,33-35). Naquele tempo, os que detinham o poder no Império Romano não levavam em conta as pessoas. Agiam segundo entendiam (Mc 6,17-29). O Império Romano controlava o mundo e o mantinha submetido pela força das armas e, assim, através de tributos, impostos e taxas, conseguia concentrar a riqueza das pessoas em mãos de poucos ali em Roma. A sociedade estava caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tinha outra proposta. Disse: “Entre vós não deve ser assim! O que quiser ser grande entre vós seja o vosso servidor”. Ele ensina contra os privilégios e contra a rivalidade. Inverte o sistema e insiste no serviço como remédio contra a ambição pessoal. A comunidade tem que apresentar uma alternativa para a convivência humana.
• Marcos 10,45: O RESUMO DA VIDA DE JESUS. Jesus define sua missão e sua vida: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas sim, para servir e dar sua vida como resgate por muitos”. Jesus é o Messias Servo, anunciado pelo profeta Isaias (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu de sua mãe que disse ao anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor!” (Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo. Nesta frase na qual Ele define sua vida, aparecem os três títulos mais antigos, usados pelos primeiros cristãos para expressar e comunicar aos demais o que Jesus queria indicar ao usá-los: Filho do Homem, Servo de Yavé, Resgate dos excluídos (libertador, salvador). Humanizar a vida, Servir aos irmãos e as irmãs, Acolher os excluídos.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Tiago e João pediram o primeiro posto no Reino. Hoje muita gente reza a Deus pedindo dinheiro, promoção, cura, êxito. Você, o que é que busca em sua relação com Deus e que é que pede na oração?
• Humanizar a vida, Servir aos irmãos e as irmãs, Acolher os excluídos. É o programa de Jesus, e nosso programa. Como estou fazendo isto?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 98,2-3)
• Hoje me aproximarei de modo especial das pessoas que menos caridade me inspira e terei um gesto de amor e generosidade para com eles, só por meu amor a Deus. Não esperarei nada deles, pois, só o faço porque amo o Senhor.






terça-feira, 29 de maio de 2012

Lectio Divina - 29/05/12






TERÇA-FEIRA - 29/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Pedro 1,10-16


• Outro jeito de sustentar a nova fé é enfatizar sua antiguidade e singularidade. Não, a fé cristã em Deus e Cristo não é invenção recente, moda passageira. Encontra-se no Antigo Testamento, onde profetas vaticinaram sua revelação; portanto, é uma fé antiga, cuja antiguidade lhe dá grande respeitabilidade aos olhos dos pagãos. Mas ela é também nova e preciosa, pois aqueles profetas, e também os anjos, não conheciam as riquezas que os convertidos agora conhecem. Como é maravilhoso que os convertidos possuam esse conhecimento de Deus e de Cristo! A fé cristã é mais preciosa que o ouro, antiga e especialmente revelada – e tudo isso confirma o valor da fé do novo convertido.



ORAÇÃO INICIAL

• Concede-nos tua ajuda, Senhor, para que o mundo progrida, segundo teus desígnios, tenham as nações uma paz estável e tua Igreja se alegre de poder servir-te com uma entrega confiada e pacífica. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 10,28-31

• No evangelho de ontem, Jesus falava da conversão que tem que existir na relação dos discípulos com os bens materiais: desprender-se das coisas, vender tudo, dar aos pobres e seguir Jesus. Isto é, como Jesus, viver em uma total gratuidade, entregando a própria vida a Deus e colocando-a em suas mãos a serviço dos irmãos e das irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho de hoje, Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço aos que abandonam tudo por Jesus e pelo Evangelho (Mc 10,28-31).
• Marcos 10,28-31: OS CEM POR UM, PORÉM, COM PERSEGUIÇÕES. Pedro observa: “Vê, nós deixamos tudo e te seguimos”. É como se falasse: “Fizemos o eu o Senhor pediu ao jovem rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica-nos como deve ser nossa vida?”. Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver com espírito de gratuidade e de serviço. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica: “Eu lhes asseguro: ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou fazenda por mim e pelo evangelho, ficará sem receber o cem por um: agora, o presente, casas, irmãos, irmãs, mães, pais, filhos e fazenda, com perseguições; e no mundo futuro, vida eterna”. O tipo de vida que resulta da entrega de tudo é o que Jesus quer realizar: (a)-Alargar a família e criar comunidade, pois, aumente cem vezes o número de irmãos e irmãs. (b)-Fazer o compartilhamento dos bens, pois, todos terão cem vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela organização fraterna, onde tudo é de todos e não haverá necessitados. Eles cumprem a lei de Deus que pede “entre vós não exista pobres” (Dt 15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a convivência perfeita do serviço e da gratuidade. (c)-Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto, porém, com perseguições. Pois, os que neste mundo organizado a partir do egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (d)-Serão perseguidos neste mundo, porém, no mundo futuro terão a vida eterna da qual falou ao jovem rico.
• JESUS E A OPÇÃO PELOS POBRES. Um duplo cativeiro marcava a situação das pessoas na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantido pelas autoridades religiosas da época. Por isto, o clã, a família, a comunidade, estava se desintegrando e uma grande parte das pessoas viva excluída, marginalizadas, sem teto, sem religião, sem sociedade. Por isto, havia vários movimentos que, como Jesus, procurava uma nova maneira de viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, no entanto, havia algo novo que marcava a diferença com os outros grupos. Era a atitude diante dos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam “separadas”. A palavra fariseu quer dizer “separado”. Viviam separados do povo “impuro”. Muitos fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), lugar de pecado (Jo 9,34). Jesus e sua comunidade, pelo contrário, viviam mesclados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16;1,41: Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Os proclama felizes porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada seu, nem sequer uma pedra onde reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer seguir-lhe para viver com Ele, manda escolher: Deus ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer a opção pelos pobres (Mc 10,21). A pobreza que caracterizava ávida de Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem mala, nem sandálias (Mt 10,9-10). Deviam confiar na hospitalidade (Lc 9,4;10,5-6). E em caso de serem acolhidos pelas pessoas, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebiam em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam ocupar-se dos enfermos e necessitados (Lc 10,9;Mt 10,8). Então podiam dizer as pessoas: “O Reino de Deus chegou!” (Lc 10,9).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Em tua vida, como acolhe a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos?”.
• Compartilhar, gratuidade, serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como os vivo hoje?


ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 98,3-4)
•    Hoje agirei com justiça em todas as minhas relações com meus semelhantes.




segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lectio Divina - 28/05/12






SEGUNDA-FEIRA - 28/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Pedro 1,3-9

• Nesta carta o apóstolo Pedro, nos instrui sobre a importância da fé e sobre diversos temas que farão de nossa vida uma vida autenticamente cristã. Num cristianismo que busca acomodar-se ao mundo e excluir de sua vida perseguição, o que é importante é o fato de que o apóstolo inicie sua carta lembrando-nos que a vida cristã pode requerer do cristão o testemunho vivido de maneira heróica, inclusive até mesmo o sangue, e que serão precisamente estas provas e dificuldades que farão que nossa fé seja verdadeiramente sólida. Se o cristão não sabe ou não aceita esta realidade já anunciada por Cristo, vive queixando-se das incompreensões, insultos, e perseguições que se sofrem pelo fato de ser congruente com o Evangelho, chegando inclusive a diluir sua fé e sua manifestação diante dos demais com o objetivo de ser aceito e valorizado na sociedade, tornando com isso opaca a presença de Cristo em seu meio e em sua comunidade. Tenhamos as provas e sofrimentos como uma verdadeira oportunidade para provar a Deus que somos seus, não só quando nos dá, mas, também quando nos pede. Faz de tuas dificuldades deste dia uma oferenda a Deus.



ORAÇÃO INICIAL

• Concede-nos tua ajuda, Senhor, para que o mundo progrida, segundo teus desígnios, tenham as nações uma paz estável e tua Igreja se alegre de poder servir-te com uma entrega confiada e pacífica. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 10,17-27

• Hoje o evangelho narra duas coisas: (a)-conta a história do homem rico que pergunta pelo caminho da vida eterna (Mc 10,17-22), e (b)-Jesus chama a atenção sobre o perigo das riquezas (Mc 10,23-27). O homem rico não aceitou a proposta de Jesus, pois, era muito rico. Uma pessoa rica está protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Tem dificuldade em abrir a mão e deixar escapar esta segurança. Agarrada às vantagens de seus bens vive defendendo seus próprios interesses. Uma pessoa pobre não costuma ter esta preocupação. Porém, pode ter uma “cabeça” de rico. Então, o desejo de riqueza cria nela uma dependência e faz com que esta pessoa se torne escrava do consumismo. Existe pessoa que tem tantas atividades que já não tem tempo para dedicar-se à serviço do próximo. Com esta problemática na cabeça, tanto das pessoas como dos países, vamos meditar o texto deste homem rico.
• Marcos 10,17-19: A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS E A VIDA ETERNA. Alguém se aproxima de Jesus e lhe pergunta: “Bom Mestre, o que é que tenho que fazer para ter como herança a vida eterna?”. O evangelho de Mateus informa que se trata de um jovem (Mt 19,20-22). Jesus responde bruscamente: “Porque me chamas de bom? Ninguém é bom, mas sim, somente Deus!”. Jesus afasta a atenção sobre si mesmo e aponta para Deus, pois, o que importa é fazer a vontade de Deus, revelar o Projeto do Pai. Em seguida, Jesus afirma: “Já sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levante falso testemunho, não sejas injusto, honra teu pai e tua mãe”. É importante olhar bem a resposta de Jesus. O jovem havia perguntado pela vida eterna. Queria viver próximo de Deus! Porém, Jesus não menciona os três primeiros mandamentos que definem nossa relação com Deus. Lembra os mandamentos que falam do respeito à vida (perto do próximo). Para Jesus, só conseguimos estar bem com Deus, se estamos bem com o próximo. Não serve para nada enganar-se. A porta para chegar a Deus é o próximo.
• Marcos 10,20: PARA QUE SERVE OBSERVAR OS MANDAMENTOS? O homem responde dizendo que já observava os mandamentos desde sua juventude. O que é curioso é o seguinte. Ele havia perguntado pelo “caminho da vida eterna”. Agora, o caminho da vida era e continua sendo: fazer a vontade de Deus expressa nos mandamentos. Quer dizer, que ele observava os mandamentos sem saber para que eles serviam. Do contrário, não haveria feito a pergunta. É como o que ocorre a muitos católicos de hoje: não sabem dizer para o que é que serve ser católico. “Nasci em um país católico, por isto sou católico! Coisa de costume!”.
• Marcos 10,21-22: COMPARTILHAR OS BENS COM OS POBRES E SEGUIR JESUS. Ouvindo a resposta do jovem: “Jesus fixando nele seus olhos, o chamou e disse: Uma coisa te falta: vá, quanto antes e vende tudo o que tens dê aos pobres e terás um tesouro no céu; em seguida vem e segue-me!”. A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que vai mais além e mais alto. Jesus pede mais! A observância dos mandamentos prepara a pessoa para que possa chegar a entrega total de si a favor do próximo. Jesus pede muito, mas, pede com muito amor. O jovem não aceitou a proposta de Jesus e se foi “porque tinha muitos bens”.
• Marcos 10,23-27: O CAMELO E O BURACO DA AGULHA. Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou sua decisão: É difícil para os que têm riquezas entrarem no Reino dos Céus! Os discípulos ficaram assombrados. Jesus repete a mesma frase e acrescenta: “É difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no Reino de Deus!”. A expressão “entrar no Reino” indica não só e em primeiro lugar a entrada no céu depois da morte, mas sim, também e, sobretudo, a entrada na comunidade ao redor de Jesus. A comunidade é e deve ser uma mostra do Reino. A alusão à impossibilidade de que “um camelo passe pelo buraco da agulha” vem de um provérbio popular da época usado pelo povo para dizer que uma coisa era humanamente impossível. Os discípulos ficaram desconcertados diante da afirmação de Jesus e se perguntavam uns aos outros: E quem poderá salvar-se? Sinal de que não haviam entendido a resposta de Jesus ao jovem rico: “Vá, vende todos os teus bens e dê aos pobres, em seguida, vem e segue-me!”. O jovem havia observado os mandamentos desde sua juventude, mas, sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Eles haviam abandonado todos os bens como Jesus havia pedido ao jovem rico, mas, sem entender o porquê do abandono! Se houvessem entendido não teriam ficado assombrados diante da exigência de Jesus. Quando a riqueza, ou, o desejo de riqueza ocupam o coração e os olhos, a pessoa deixa de perceber o sentido do evangelho. Só Deus pode ajudar!Jesus olha para os discípulos e diz: “Para os homens, impossível, mas, não para Deus. Porque tudo é possível para Deus!”.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Uma pessoa que vive preocupada com sua riqueza, ou, que vive adquirindo as coisas da propaganda da televisão, pode libertar-se de tudo para seguir Jesus e viver em paz em uma comunidade cristã? É possível? O que você pensa? Como você faz?
• Conhece alguém que conseguiu deixar tudo pelo Reino? O que é que significa hoje para nós: “Vá, vende tudo, dê aos pobres!”. Como entender e praticar hoje os conselhos que Jesus deu ao jovem rico?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 111,1-2)
• Hoje para dar testemunho de minha fé, cuidarei que meu estado de ânimo seja alegre apesar de qualquer situação difícil que esteja passando.



sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lectio Divina - 25/05/12







SEXTA-FEIRA - 25/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 25,13-21

• Paulo pediu para ver “César”, isto é, pediu para ver o governante máximo para expor-lhe a fé em Cristo, como o próprio Senhor lhe pediu. O que é importante é que nossos governantes não só conheçam Jesus, mas, busquem viver de acordo com seu evangelho. Não faz muito tempo aprovou-se no México a descriminação do aborto, coisa que em um país cujo censo revela que 96% da população é “cristã”, não deveria existir nem sequer como iniciativa de lei. Se isto ocorre é porque muitos dos governantes (não só no México, mas na maioria dos países) não foram profundamente evangelizados. Certamente não é fácil chegar a essas cúpulas, porém, é dever de todos nós que procuraremos os meios (ainda que seja com nossa oração diária), para que o Evangelho toque seus corações e assim evitar todas as injustiças e desordens morais que vêm por falta de conversão de muitos daqueles que dirigem nossa sociedade. Tornemos público o Evangelho e busquemos os meios para que todos, sobretudo, os que estão na nossa esfera social, conheçam e amem Jesus.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus, que pela glorificação de Jesus Cristo e a vinda do Espírito Santo nos tem aberto as portas de teu reino, faz que a recepção dos dons tão grandes nos mova a dedicar-nos com maior empenho em teu serviço e a viver com maior plenitude as riquezas de nossa fé. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 21,15-19

• Estamos nos últimos dias de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos do dia, seguia a antiga tradição da Igreja. Entre a Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários apresentam os últimos versículos do evangelho de João. Em breve entraremos no Tempo Comum, e retornaremos para o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz a leitura continua do evangelho de Marcos (a partir da 1ª até a 9ª semana comum), de Mateus (a partir da 10ª até a 21ª semana comum) e de Lucas (a partir da 22ª até 34ª semana comum).
• Hoje e amanhã os evangelhos apresentam o último encontro de Jesus com seus discípulos. Foi um reencontro de celebração, marcado pela ternura e pelo carinho. No final, Jesus chama Pedro e lhe pergunta três vezes: “Me amas?”. Somente depois de haver recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, Jesus dá a Pedro a missão de cuidar das ovelhas. Para que possamos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muitas coisas. O que pede é que tenhamos muito amor!
• João 21,15-17: O AMOR NO CENTRO DA MISSÃO. Depois de uma noite de pesca no lago sem pegar nenhum peixe, ao chegar às margens da praia, os discípulos descobrem que Jesus havia preparado uma refeição com pão e pescado assado sobre as brasas. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e lhe pergunta três vezes: “Me amas?”. Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, Pedro também se torna “Discípulo Amado” e recebe a ordem de cuidar das ovelhas. Jesus não pergunta a Pedro se havia estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só lhe pergunta: “Me amas?”. O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e que as mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
• João 21,18-19: A PREVISÃO DA MORTE. Jesus diz a Pedro: Em verdade, em verdade te digo: quando era jovem, você mesmo se cingia, e ias onde querias; porém, quando for velho, estenderá tuas mãos e outro te cingirá e te levará onde você não quer. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá se estabelecendo na vida e a pessoa deixa de ser dona de si mesma. O serviço do amor aos irmãos e as irmãs nos ocupará de tudo e nos conduzirá. Outro de cingirá e te levará onde você não quer. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Com isto indicava a classe de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: “Segue-me!”.
• O AMOR EM JOÃO – PEDRO ME AMAS? – O DISCÍPULO AMADO. A palavra amor é uma das palavras que mais usamos, hoje em dia. Por isto mesmo, é uma palavra muito desgastada. Porém, é com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam sua identidade e seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relação entre pessoas, onde existe uma mescla de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renuncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte, etc. Este conjunto na Bíblia se resume em uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é “Hesed”. É uma palavra de difícil tradução para nossa língua. Em nossas Bíblias geralmente se traduz por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática de amor em toda sua radicalidade. Jesus a revela aos seus em seus encontros com as pessoas, com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, em sua relação com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e a sua irmã e a Lázaro”. Chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus sempre cumpriu sua missão como uma manifestação de amor: “Havendo amado aos seus os amou até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento se não este: “Agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto significava “amar os irmãos” (1Jo 2,7-11;3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos “joaneos” definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: deu sua vida por nós. Nós também devemos dar nossa vida para nossos irmãos e irmãs”. Por isto não devemos “amar só de palavra, mas sim, dar a vida por nossos irmãos” (1Jo 3,16-17). Quem vive o amor o manifesta em suas palavras e atitudes e se torna também Discípulo Amado, Discípula Amada.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Olhe dentro de ti e de qual é o motivo mais profundo que te leva a trabalhar em comunidade. É o amor ou te preocupam outras idéias?
• A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construindo?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 103,1-2)
• Hoje procurarei nas notícias cinco situações importantes em meu país e farei uma oração específica por cada uma delas, além disso, verei se existe algo na qual eu possa colaborar.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

Lectio Divina - 24/05/12






QUINTA-FEIRA - 24/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 22,30;23,6-11

• Jesus já havia anunciado no momento da Ascensão que o Evangelho deveria ser anunciado à todo mundo. Paulo, que foi chamado pelo Senhor para ser seu testemunho, terá agora que ir até o berço do Império para ai, diante do imperador, dar testemunho de Jesus. É importante nesta passagem dar-nos conta que se no princípio Paulo evangelizava por iniciativa própria e ia onde ele queria, agora é o próprio Senhor, quem valendo-se das circunstâncias, o envia à Roma. Pensemos quantas vezes, Deus nos envia à diferentes cidades, trabalhos, ambientes e nos desestabiliza, para com isso levar-nos a uma nova oportunidade de pregar e de ser seu testemunho. O que muitas vezes consideramos uma “tragédia” ou uma situação desagradável pode ser o converter-se na ocasião que Deus nos propõe para que nosso testemunho se faça visível e desta maneira atrair para Ele outras pessoas, que de outra maneira possivelmente nunca o haveriam conhecido. Saibamos descobrir em todo incidente a mão amorosa de Deus que nos convida a ser suas testemunhas, até os últimos confins do mundo.



ORAÇÃO INICIAL

• Que teu Espírito Senhor, nos penetre com sua força, para que nosso pensar te seja grato e nosso trabalho esteja de acordo com tua vontade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 17,20-26

• O evangelho de hoje nos apresenta a terceira e última parte da Oração Sacerdotal, nela que Jesus olha para o futuro e manifesta seu grande desejo de unidade entre nós, seus discípulos, e para a permanência de todos no amor que unifica, pois, sem amor e sem unidade não merecemos credibilidade.
• João 17,20-23: PARA QUE O MUNDO ACREDITE QUE TU ME ENVIASTE. Jesus amplia o horizonte e ora ao Pai: Não rogo só por estes, mas, também por aqueles que, por meio de sua palavra, acreditaram em mim, para que todos sejam um. Como Tu, Pai, em Mim e Eu em Ti, que eles também sejam um em nós, para que o mundo acredite que Tu me enviaste. Aqui aparece a grande preocupação de Jesus pela união que deve existir nas comunidades. Unidade não significa uniformidade, mas sim, permanecer no amor, apesar de todas as tensões e de todos os conflitos. O amor que unifica a ponto de criar entre todos, uma profunda unidade, como aquela que existe entre Jesus e o Pai. A unidade no amor revelada na Trindade é o modelo para as comunidades. Por isto, através do amor entre as pessoas, as comunidades revelam ao mundo a mensagem mais profunda de Jesus. Como as pessoas diziam dos primeiros cristãos: “Olhe como se amam!”. É trágica a atual divisão entre as três religiões nascidas de Abraão: judeus, cristãos e mulçumanos. Mas trágica, no entanto, é a divisão entre os cristãos que dizem que acreditam em Jesus. Divididos, não merecemos credibilidade. O ecumenismo está no centro da última oração de Jesus ao Pai. É Seu Testamento. Ser cristão e não ser ecumênico é um contra-senso. Contradiz a última vontade de Jesus.
• João 17,24-26: QUE O AMOR COM QUE TU ME AMASTE ESTEJA NELES. Jesus não quer ficar só. Diz: Pai, os que tu me deste, quero que onde eu esteja eles também estejam comigo, para que contemplem minha glória, a que me tens dado, porque me tem amado antes da criação do mundo. O dizer de Jesus é que todos nós estejamos com Ele. Quer que seus discípulos tenham a mesma experiência que Ele teve do Pai. Quer que conheçam o Pai como Ele o conheceu. Na bíblia, a palavra conhecer não se reduz a um conhecimento teórico racional, mas sim, implica em experimentar a presença de Deus na convivência de amor com as pessoas na comunidade.
• QUE SEJAM UM COMO NÓS! (UNIDADE E TRINDADE NO EVANGELHO DE JOÃO). O Evangelho de João nos ajuda muito na compreensão do mistério da Trindade, a comunhão entre as pessoas divinas: o Pai, O Filho e o Espírito. Dos quatro evangelhos, João, é o que acentua a profunda unidade entre o Pai e o Filho. Pelo texto do Evangelho (Jo 17,6-8) sabemos que a missão do Filho é a suprema manifestação do amor do Pai. E é justamente esta unidade entre o Pai e o Filho que faz Jesus proclamar: “Eu e o Pai somos uma coisa só” (Jo 10,30). O Filho pede (Jo 14,16), e o Pai envia o Espírito. O Espírito da Verdade vem do Pai (Jo 15,26). O Filho pede (Jo 14,16), e o Pai envia o Espírito a cada um de nós para que permaneça conosco, dando-nos coragem e força. O Espírito nos vem do Filho também (Jo 16,7-8). Assim, o Espírito da Verdade, que nos amina, é a comunicação da profunda unidade que existe entre o Pai e o Filho (Jo 15,26-27). O Espírito não pode comunicar outra verdade que não seja a Verdade do Filho. Tudo o que se relaciona com o mistério do Filho, o Espírito o dá a conhecer (Jo 16,13-14). Esta experiência da unidade em Deus foi muito forte nas comunidades do Discípulo Amado. O amor que une as pessoas divinas Pai e Filho e Espírito nos permitem experimentar Deus através da união com as pessoas em uma comunidade de amor. Assim, também, era a proposta da comunidade, onde o amor deveria ser o sinal da presença de Deus no meio da comunidade (Jo 13,34-35). E este amor construiu a unidade dentro da comunidade (Jo 17,21). Eles olhavam a unidade em Deus para poder entender a unidade entre eles.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• A Trindade é ainda melhor que a comunidade. Na comunidade que você é membro, percebe algum reflexo humano da Trindade Divina?
• Ecumenismo. Você é ecumênico?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 16,11)
• Hoje farei uma recontagem de situações difíceis em minha vida e vou pensar como posso dar um testemunho melhor de minha fé nesses casos para que, no futuro, quando tornar a passar por alguma circunstância semelhante, dar um verdadeiro testemunho.





quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lectio Divina - 23/05/12







QUARTA-FEIRA - 23/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 20,28-38

• A última recomendação de Paulo para a comunidade de Éfeso, seria: “Os encomendo a Deus e a sua Palavra salvadora, A QUAL TEM FORÇA para que todos os consagrados a Deus cresçam no espírito e alcancem a herança prometida”. Paulo sabe que nossa força, como já o havia dito o Senhor, não está em nossos raciocínios, mas sim, em sua Palavra, a qual é “viva e eficaz”. É, pois, necessário meus amados irmãos, que se realmente queremos crescer no Espírito e alcançar a estatura de Cristo, temos que dar um tempo para a leitura da Sagrada Escritura, nela está a força que constrói uma nova sociedade, uma sociedade não regida pelos critérios humanos, mas sim, pela caridade do Espírito. Na Sagrada Escritura encontrarás os critérios com os quais se deve guiar a vida do Cristão, conselhos para os amigos, instrução para os filhos, consolo para os aflitos e, sobretudo, a feliz notícia, que se repete a cada momento: Deus te ama, tem te amado e te amará sempre.



ORAÇÃO INICIAL

• Pai cheio de amor conceda a tua Igreja, congregada pelo Espírito Santo, dedicar-se plenamente a teu serviço e viver unida no amor, segundo tua vontade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 17,11b-19

• Estamos na novena de Pentecostes, esperando a vinda do Espírito Santo. Jesus disse que o dom do Espírito Santo se dá só a quem o pede em oração (Lc 11,13). No cenáculo, durante nove dias, desde a ascensão até Pentecostes, os apóstolos perseveraram em oração junto com Maria mãe de Jesus (At 1,14). Por isto, conseguiram em abundância o dom do Espírito Santo (At 2,4). O evangelho de hoje continua colocando diante de nós a Oração Sacerdotal de Jesus. É um texto bem apto para prepararmos nestes dias a vinda do Espírito Santo em nossas vidas.
• João 17,11b-12: GUARDE-OS EM TEU NOME. Jesus transforma sua preocupação em oração: “Guarde-os em teu nome, o nome que Tu me deste, para que sejam um como nós!”. Tudo o que Jesus fez em sua vida, fez em Nome de Deus. Jesus é a manifestação do Nome de Deus. O Nome de Deus é Yavé, JHWH. No tempo de Jesus, este Nome era pronunciado como Adonai, Kyrios, Senhor. No sermão de Pentecostes, Pedro diz que Jesus, por sua ressurreição, foi constituído Senhor: “Saiba então, com segurança todas as pessoas de Israel que Deus fez Senhor e Cristo este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2.36). E Paulo diz que isto se fez: “para que toda a língua proclame para glória de Deus Pai que: Jesus Cristo é o Senhor!” (Fl 2,11). É o “Nome sobre todo nome” (Fl 2,9), JHWH o Yavé, o Nome de Deus, recebeu um rosto concreto em Jesus de Nazaré. E é em torno deste nome que devemos construir a unidade: Guarde-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós. Jesus quer a unidade das comunidades, para que possam resistir frente ao mundo que as odeia e persegue. O povo unido ao redor do Nome de Jesus jamais será derrotado!
• João 17,13-16: QUE EM SI MESMOS MINHA ALEGRIA SEJA PLENA. Jesus está se despedindo. Dentro de pouco partirá. Os discípulos continuam no mundo, serão perseguidos, terão aflições. Por isto estão tristes. Jesus quer que tenham alegria plena. Eles terão que continuar no mundo sem tomar parte do mundo. Isto significa, bem concretamente, viver no sistema do império, seja romano ou neoliberal, sem deixar-se contaminar por ele. Como Jesus e com Jesus, devem viver no mundo sem ser do mundo.
• João 17,17-19: COMO TU ME ENVIASTE, EU OS ENVIO AO MUNDO. Jesus pede que sejam consagrados na verdade. Isto é, que sejam capazes de dedicar toda sua vida para testemunhar suas convicções a respeito de Jesus e de Deus Pai. Jesus se santificou na medida em que, em sua vida, foi revelando o Pai. Pede que seus discípulos entrem no mesmo processo de santificação. Sua missão é a mesma que a de Jesus. Eles se santificam na mesma medida em que, vivendo o amor, revelam-se a Jesus e ao Pai. Santificar-se significa tornar-se humano, como Jesus o foi. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas, tão humano, como somente Deus pode ser humano”. Por isto, devemos viver no mundo, sem ser do mundo, pois, o sistema desumaniza a vida humana e a torna contrária às intenções do Criador.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus viveu no mundo, mas, não era do mundo. Viveu no sistema sem seguir o sistema, e por isto foi perseguido e condenado à morte. Eu vivo hoje como Jesus o fez em seu tempo, ou, adapto minha fé ao sistema?
• Preparação para Pentecostes. Invocar o dom do Espírito Santo, o Espírito que animou Jesus. Nesta novena de preparação Pentecostes é bom reservar um tempo para pedir o dom do Espírito de Jesus.


ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 16,7-8)
• Hoje procurarei algum principio bíblico para colocá-lo em prática em minha casa, outro em meu trabalho e outro com minhas amizades. Não o ensinarei, mas sim, o colocarei em prática para que vá renovando pouco a pouco o ambiente onde me desenvolvo.



terça-feira, 22 de maio de 2012

Lectio Divina - 22/05/12






TERÇA-FEIRA - 22/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 20,17-27

• Nesta emotiva despedida de Paulo à comunidade da Ásia Menor nos diz: “Não tenho poupado nada que fosse de utilidade para anunciar-lhes o Evangelho”. Isto é, tenho colocado tudo que estava em mim para que Jesus fosse conhecido e amado. Se hoje fizéssemos um balanço de nossos recursos e de nossa vida poderíamos, como Paulo, dizer que temos colocado tudo o que está em nós para que Jesus fosse conhecido em nosso trabalho, em nossa escola, em nossa família ou em nosso bairro? Sempre acreditei que se o Evangelho chegou “até os últimos confins do mundo”, e se nossa sociedade é uma sociedade na qual o fantasma da morte nos aterroriza, é porque os cristãos permanecem passivos por muitos anos (deveríamos dizer mortos). Cada qual se ocupou só com seus negócios, pensando que os “padres, as freiras, e os missionários” eram os únicos encarregados de levar a Boa Noticia. O Concílio do Vaticano II e em especial a “Christifidelis Laici” de João Paulo II, em consonância com “Evangelii Nuntiandi” de Paulo VI, nos lembram que chegou a hora de que cada um de nós tome com seriedade sua função dentro da Igreja e anuncie a verdade em Jesus Cristo. Lembremos que “só em Cristo está a resposta a todas as interrogações da vida do homem”.



ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te Deus de poder e misericórdia, que envies teu Espírito Santo, para que, fazendo morada em nós, nos converta em templos de sua glória. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 17,1-11A

• Nos evangelhos de hoje, de amanhã e depois de amanhã, vamos meditar as palavras que Jesus dirigiu ao Pai no momento da despedida. João conserva estas palavras e as coloca como pronunciadas por Jesus durante o último encontro de Jesus com seus discípulos. É o Testamento de Jesus em forma de “oração”, também chamada de Oração Sacerdotal (Jo 7,1-26).
• O capítulo 17 do evangelho de João é o final de uma longa reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre sua missão no mundo. As comunidades guardaram estas reflexões para poder entender melhor o momento difícil que atravessa: tribulação, abandono, duvida e perseguição. A longa reflexão termina com a oração de Jesus para as comunidades. Nela afloram os sentimentos e as preocupações que, segundo o evangelista, estavam em Jesus no momento de sair deste mundo para o Pai. Agora Jesus está diante do Pai com estes sentimentos e com esta preocupação, intercedendo por nós. Por isto, a Oração Sacerdotal também é o Testamento de Jesus. Muita gente, no momento de despedir-se para sempre, deixa alguma mensagem. Todo mundo guarda palavras importantes do pai e da mãe, sobretudo, quando são seus últimos momentos da vida. Conservar estas palavras é como guardar as pessoas. É uma forma de saudade.
• O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade que de razoamento. Para captar bem todo seu sentido, não basta a reflexão da cabeça, da razão. Este texto deve ser meditado e acolhido também no coração. Por isto, não devemos nos preocupar se não entendemos tudo de imediato. O texto exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, nós devemos lê-lo, meditá-lo, pensá-lo, lê-lo novamente, repeti-lo, ruminá-lo, como se faz com um caramelo na boca, um caramelo que se goste. Um de dar voltas e voltas na boca, até terminar tudo. Por isto, feche os olhos, faça silêncio dentro de ti e ouça Jesus o que Jesus fala para você, comunicando-te no Testamento sua maior preocupação, sua última vontade. Procure descobrir qual é o ponto em que Jesus insiste mais e que considera o mais importante.
• João 17,1-3: CHEGOU A HORA! “PAI, CHEGOU A HORA!”. É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da paixão, morte e ressurreição. É o momento da glorificação, que se fará mediante a paixão, morte e a ressurreição. Ao chegar o final de sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta oração, Ele vai expressar o sentimento mais íntimo de seu coração e o descobrimento mais profundo de sua alma: a presença do Pai em sua vida.
• João 17,4-8: PAI, RECONHECRAM QUE VENHO DE TI! Ao voltar a ver sua vida, Jesus vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu para que todos pudessem ter um vislumbre de bondade e de amor que está encerrado no Nome de Deus que é ABBA, Pai.
• João 17,9-11ª: TUDO QUE É MEU É TEU, TUDO QUE É TEU É MEU. No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai sua preocupação e reza pelos amigos que ele deixa para trás. Eles continuam no mundo, porém, não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus se preocupa com as pessoas que ficam, e reza por elas.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Quais são as palavras das pessoas queridas que guarda com carinho e, que orientam tua vida? No caso de tua partida, que mensagem deixaria para tua família e para a comunidade?
• Qual é a frase do Testamento de Jesus que mais te tocou? Por quê?


ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 68,20-21)
• Hoje revisarei em quais de minhas possibilidades diárias não estou dando cem por cento de minha capacidade, e verei a maneira de fazê-lo como testemunho de minha vida cristã.






segunda-feira, 21 de maio de 2012

Lectio Divina - 21/05/12







SEGUNDA-FEIRA - 21/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 19,1-8

• A grande novidade do Novo Testamento é o “dom do Espírito Santo”, isto é, a “habitação” de Deus em nós. A partir de Pentecostes, a ação de Deus no homem não é a partir de fora, mas sim, de dentro. Entretanto, dado que sua presença é espiritual, só a podemos reconhecer por sua ação. Esta é talvez a razão pela qual na Igreja primitiva um dos “sinais sensíveis” que indicavam a presença do Espírito Santo no coração dos que acreditava é o que se chama “dom de Línguas”, começar a falar em línguas desconhecidas. Esta manifestação, a encontraremos ao longo do livro dos Atos e está sempre associada com o batismo e com a oração. No meio deste mundo incrédulo que hoje vivemos, esta manifestação é de novo um dom claro em muitos cristãos, associado hoje em dia ao batismo, que se recebe de pequeno, com a “aceitação pessoal da salvação em Cristo” e o compromisso de viver conforme o Evangelho. Por isso, em muitas reuniões de oração, como na primeira comunidade, se “ouve orar aos cristãos em línguas que só os anjos conhecem”. Como todos os dons na Igreja, este também deve ser discernido para não enganar-nos na vida espiritual. Deixe que o Espírito te manifeste sua presença viva em ti.



ORAÇÃO INICIAL

•    Derrama Senhor, sobre nós a força do Espírito Santo, para que possamos cumprir fielmente tua vontade e darmos testemunho de ti com nossas obras. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 16,29-33

• O contexto do evangelho de hoje continua sendo o ambiente da Última Ceia, ambiente de convivência e de despedida, de tristeza e de expectativa, na qual se reflete a situação das comunidades da Ásia Menor dos finais do primeiro século. Para poder entender bem os evangelhos, não podemos nunca esquecer que não relatam as palavras de Jesus como se fossem gravadas em um CD para transmiti-las literalmente. Os evangelhos são escritos pastorais que procuram encarnar e atualizar as palavras de Jesus nas novas situações em que se encontravam as comunidades na segunda metade do primeiro século na Galiléia (Mateus), na Grécia (Lucas), na Itália (Marcos) e na Ásia Menor (João). No Evangelho de João, as palavras e as perguntas dos discípulos não são só dos discípulos, mas sim, nelas afloram também as perguntas e os problemas das comunidades. São espelhos, nos quais as comunidades, tanto as daqueles tempos como as de hoje, se reconhecem com suas tristezas e angústias, com suas alegrias e esperanças. Encontram luz e força nas respostas de Jesus.
• João 16,29-30: AGORA ESTÁ FALANDO CLARAMENTE. Jesus havia dito aos discípulos: pois o próprio Pai os quer, porque me quereis a mim e acreditais que sai de Deus. Sai do Pai e vim ao mundo. Agora deixo outra vez o mundo e vou ao Pai (Jo 16,27-28). Ao ouvir esta afirmação de Jesus, os discípulos respondem: Agora sim falas claro, e não diz nenhuma parábola. Agora sabemos que sabes tudo e não necessitas que ninguém te pergunte. Por isto, acreditamos que saíste de Deus. Os discípulos pensavam que entendiam tudo. Sim, realmente, eles captaram uma luz verdadeira para clarear seus problemas. Porém, Deus não cabe em nossos esquemas. Supera tudo, desarma nossos esquemas e nos traz surpresas inesperadas que, às vezes, são muito dolorosas.
• João 16,31-32: VÃO ME DEIXAR SÓ, PORÉM, EU NÃO ESTOU SÓ. O PAI ESTÁ COMINGO. Jesus pergunta: “Agora acreditam?”. Ele conhece seus discípulos. Sabe que falta muito para a compreensão total do mistério de Deus e da Boa Nova de Deus. Sabe que, apesar da boa vontade e apesar da luz que acabaram de receber naquele momento, eles tinham que enfrentar a surpresa inesperada e dolorosa da Paixão e da Morte de Jesus. A pequena luz que captaram não bastava para vencer a escuridão da crise: Olhem que é chegada a hora (e já chegou) em que vos dispersareis cada um para um lado e me deixarei só. Mas, Eu não estou só, porque o Pai está comigo. Esta é a fonte da certeza de Jesus e, através de Jesus, esta é e será a fonte da certeza de todos nós: O Pai está comigo. Quando Moisés foi enviado para a missão para libertar o povo da opressão do Egito, recebeu esta certeza: “Vai, Eu estou contigo” (Ex 3,12). A certeza da presença libertadora de Deus está expressa no nome que Deus assumiu na hora de iniciar o Êxodo e libertar seu povo: JHWH, Deus conosco. Este é meu nome para sempre (Ex 3,15). Nome que está presente mais de seis mil vezes só no Antigo Testamento.
• João 16,33: CORAGEM, EU VENCI O MUNDO!. E agora vem a última frase de Jesus que antecipa a vitória e que será fonte de paz e de resistência tanto para os discípulos daquele tempo como para todos nós, até hoje: Tenho dito estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulação. Porém, coragem: Eu venci o mundo! “Com seu sacrifício por amor, Jesus vence o mundo e a Satanás. Seus discípulos são chamados para participar na luta e na vitória. Sentir a coragem que Ele infunde já é ganhar a batalha”.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Uma pequena luz ajudou aos discípulos à dar um passo, porém, não iluminou todo o caminho. Você já teve uma experiência assim em tua vida?
• Coragem! Eu venci o mundo! Esta frase de Jesus te ajudou alguma vez em tua vida?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 16,1-2,5)
• Quando estiver orando, pessoalmente ou em comunidade, peça ao Senhor que vá dispondo seu coração para receber os dons que Ele quer manifestar através de você e coloque-os à serviço da Igreja.



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lectio Divina - 18/05/12






SEXTA-FEIRA - 18/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 18,9-18

• Jesus já havia advertido seus discípulos que iam ser perseguidos e que os levariam aos tribunais, porém, também lhes assegurou que Ele mesmo estaria com eles e que o Espírito Santo lhes daria palavras e sabedoria com a qual poderiam fazer frente a seus inimigos. Paulo, nesta passagem, é novamente testemunho de que este aviso e esta promessa de Jesus se realizam na vida daquele que o testifica com sua palavra e com sua vida. Jesus nos diz hoje a nós também como fez com Paulo: “Não tenham medo de falar com coragem. Falem e não se calem, Eu estou com vocês”. É, pois, necessário que o anunciemos com coragem em nosso trabalho, em nossos bairros, nas escolas e universidades, etc. Se o mundo de hoje vive nesta escuridão e solidão, que o empurra para buscar o mal que o destrói, é porque nós os cristãos ficamos por muito tempo calados. É necessário despertar de nossa letargia e colocar-nos a falar do amor de Jesus; é necessário anunciá-lo e deixar que Ele evidente em nossa vida, ainda que isto nos leve a ter problemas. Estamos seguros que da mesma maneira que Deus livrou Paulo e seus companheiros, assim também fará conosco.



ORAÇÃO INICIAL

• O Deus, que pela ressurreição de teu Filho nos tem feito renascer para vida eterna, levanta nossos corações para o Salvador, que está sentado a tua direita, a fim de que quando vir novamente, nós que renascemos no batismo sejamos revestidos de uma imortalidade gloriosa. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 16,20-23A

• Nestes dias entre Ascensão e Pentecostes, os evangelhos de cada dia são tirados dos capítulos de 16 a 21 do evangelho de João, e formam parte do assim chamado “Livro da Consolação ou da Revelação” (Jo 13,1 a 21,31). Este livro está subdividido da seguinte maneira: despedida dos amigos (Jo 13,1 a 14,31); testamento de Jesus e oração ao Pai (Jo 15,1 a 17/28); a obra consumida (Jo 18,1 a 20,31). O ambiente é de tristeza e de expectativa. Tristeza, porque Jesus se despede e a saudade invade o coração. Expectativa, porque está chegando a hora de receber o dom prometido do consolador que fará desaparecer a tristeza e a trará a alegria da presença amiga de Jesus no meio da comunidade.
• João 16,20: A TRISTEZA SE TRANSFORMARÁ EM ALEGRIA. Jesus disse: “Também vós estais tristes agora, porém, voltarei a vê-los e se alegrará vosso coração e vossa alegria ninguém as poderá tirar”. A freqüente alusão a tristeza e ao sofrimento reflete o ambiente das comunidades do final do primeiro século na Ásia Menor (atual Turquia), para as quais João escreve seu evangelho. Elas viviam em uma situação difícil de perseguição e de opressão que era a causa da tristeza. Os apóstolos haviam ensinado que Jesus voltaria logo, porém a parusía, o retorno glorioso de Jesus, estava demorando e a perseguição aumentava. Muitos eram impacientes: “Até quando?” (Cf. 2Ts 2,1-5;2Pd 3,8-9). Porque uma pessoa só agüenta uma situação de sofrimento e de perseguição quando sabe que o sofrimento é o caminho e a condição para a perfeita alegria. E, então, ainda tendo a morte diante dos olhos, a pessoa agüenta a dor. Por isto o evangelho apresenta a comparação tão bonita do parto.
• João 16,21: A COMPARAÇÃO COM AS DORES DO PARTO. Todos entendem esta comparação, sobretudo, as mães: “A mulher, quando vai dar a luz, está triste, porque chegou a hora, porém, quando tiver dado a luz a criança, já não se lembra do aperto pela alegria de ter trazido uma criança ao mundo”. A dor e a tristeza causadas pela perseguição, ainda que não ofereçam um horizonte de melhoria, não são agonias da morte, mas sim, dores de parto. As mães sabem disto por experiência. A dor é terrível, porém, agüentam, porque sabem que a dor é fonte de vida nova. Assim, é a dor da perseguição dos cristãos, e assim pode e deve ser vivida qualquer dor, sempre que seja à luz da experiência da morte e ressurreição de Jesus.
• João 16,22-23ª: A ALEGRIA ETERNA. Jesus aplica uma comparação: Também vós estais tristes agora, porém, voltarei a vê-los e se alegrará vosso coração e vossa alegria ninguém as poderá tirar. Nesse dia não fareis mais perguntas. Esta é a certeza que anima as comunidades cansadas e perseguidas da Ásia Menor e as faz cantar de alegria no meio das dores. Como diz São João da Cruz: “Em uma noite escura, com ânsias e amores inflamados, oh ditosa ventura, saiu sem ser notada, já estando minha casa sossegada!”. A expressão nesse dia indica a chegada definitiva do Reino que traz consigo sua própria claridade. A luz de Deus não haverá mais necessidade perguntar coisa alguma. A luz de Deus é a resposta total e plena a todas as perguntas que podem nascer de dentro do coração humano.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Tristeza e alegria. Existem juntas na vida. Como acontecem em minha vida?
• Dores do parto. Esta experiência está na origem da vida de cada um de nós. Minha mãe agüentou a dor com esperança, e por isto eu estou vivo. Pare e pense um momento nesse mistério da vida.



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 47,2-3)
• Hoje farei um plano para ir apresentando Jesus a cada um de meus conhecidos, de um modo adequado para cada um.




quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lectio Divina - 17/05/12






QUINTA-FEIRA - 17/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 18,1-8

• Em alguns períodos de sua vida Paulo teve que trabalhar com suas próprias mãos para ganhar seu sustento. Isto fazia que, como a maioria de nós, tivesse que administrar seu tempo entre o trabalho e as demais atividades. Dado que par ele sua atividade principal era a pregação, utilizava o tempo livre falando de Jesus. No mundo corrido em que vivemos nós também devemos administrar bem nosso tempo e atender as obrigações que nos vem por sermos cristãos. Entre elas estão o dedicar tempo a família (pais, filhos, irmãos e demais parentes). E quando dizemos dedicar tempo não quer dizer, simplesmente sentar-se e ver televisão com eles, implica compartilhar nossa vida, nossos problemas e necessidades, é buscar caminhos comuns que nos levem a amar-nos mais. Esta é uma das fontes mais importantes de evangelização que podemos ter na família, pois, ao dar-nos tempo para estar com eles, não faltará a oportunidade para orarmos juntos e para instruir-nos uns aos outros nas coisas do Senhor. Lembre que é preciso trabalhar para viver e não viver para trabalhar.



ORAÇÃO INICIAL

• Ouça Senhor, nossa oração e concede-nos que assim como celebramos na fé a gloriosa ressurreição de Jesus Cristo, assim também, quando Ele voltar com todos seus santos, possamos alegrar-nos com sua vitória. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 16,16-20

• João 16,16: AUSÊNCIA E PRESENÇA. Jesus disse um “pouco”, isto é, um tempo muito breve, como um “instante”. Por cima de múltiplos matizes, que enfatizar a brevidade do tempo. Se o tempo que Jesus passou junto aos seus, como verbo encarnado foi muito breve, igualmente será breve o tempo que separará sua partida e seu retorno. Não haverá mudança na situação interior de seus discípulos porque não muda sua relação com Jesus: existe uma proximidade permanente. Por isso, a visão de Jesus não sofrerá interrupção, mas terá como característica a comunhão de vida com Ele (Jo 14,19). É interessante o uso repetido do verbo “ver” no v.16: “Dentro de pouco não me vereis e dentro de outro pouco tempo voltareis a me ver”. A expressão “um pouco e não me vereis” lembra o modo em que os discípulos vêm o Jesus histórico o Filho de Deus, a outra expressão “um pouco e voltareis a me ver” remete a experiência do Cristo ressuscitado. Parece que Jesus quer dizer a seus discípulos que por brevíssimo tempo permanecerão ainda na condição de vê-lo, de reconhecê-lo em sua carne visível, mas, o contemplarão com uma visão diferente porque Ele se mostrará transformado, transfigurado.
• João 16,17-19: A INCOMPREENSÃO DOS DISCÍPULOS. Alguns discípulos não conseguem compreender o que significa esta ausência de Jesus, isto é, sua ida ao Pai. Entretanto, experimentam algum desconcerto diante das palavras de Jesus, e a expressam com quatro perguntas, unidas na mesma expressão: “O que é que está nos dizendo?”. O leitor tem ouvido outras vezes as perguntas de Pedro, de Felipe, de Tomé, de Judas –não o Iscariotes- e agora dos discípulos que pedem explicações. Os discípulos não entendem do que Ele fala. Não compreendem como Jesus, se vai ao Pai, pode ser visto de novo por eles (vv.16-19). Mas a pergunta parece concentrar-se naquele “pouco”, que para o leitor parece ser um tempo longo que não acaba nunca, sobretudo, quando se está na angústia e na tristeza. De fato, o tempo de tristeza não passa. Espera-se uma resposta por parte de Jesus, porém, o evangelista retoma antes a pergunta: Andais perguntando sobre o que tenho dito: Dentro de pouco não me vereis e dentro de outro pouco tornareis a me ver?” (v.19).
• João 16,20: A RESPOST DE JESUS. De fato, Jesus não responde a pergunta que lhe fazem: “o que é que quer dizer esse dentro de pouco?”, porém, os convida à confiança. É verdade que os discípulos serão provados, sofreram muito, se acharam sozinhos diante de uma situação hostil, abandonados a um mundo que desfruta com a morte de Jesus, porém, Jesus assegura que sua tristeza se converterá em alegria. A tristeza se contrapõe a um tempo em que tudo se inverterá. O inciso adversativo “porém vossa tristeza se converterá em alegria” sublinha esta mudança de perspectiva. Para o leitor é evidente que a expressão “um pouco”, “dentro de um breve tempo” corresponde àquele instante, ou, momento em que a situação será mudada, porém, até então tudo é tristeza e provação. Em definitivo, os discípulos recebem de Jesus uma promessa de felicidade e de alegria; em virtude daquele instante que inverte a situação difícil para “os seus”, para a comunidade eclesial, na qual são submetidos, eles entraram na realidade de um mundo iluminado pela ressurreição.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Estou convencido de que passará o tempo da prova e Ele voltará a estar comigo?
• Vocês estarão tristes, porém, vossa tristeza se converterá em alegria. Que efeito tem nos acontecimentos de tua vida estas palavras de Jesus? Como vive tuas situações de tristeza e de angustia?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 98,3-4)
• Hoje farei uma recontagem de como estou manejando meu tempo e minha atenção as diferentes funções que me tocam, e ajustarei o que seja necessário para que tudo ande como deve.




quarta-feira, 16 de maio de 2012

Lectio Divina - 16/05/12


QUARTA-FEIRA - 16/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 17,15-16.22-18,1

• Os atenienses, talvez igual a maioria dos homens, eram pessoas muito religiosas, as quais acreditavam fervorosamente em Deus. Hoje em dia muitos homens estão perdendo seu interesse por Deus, pelas coisas divinas e transcendentes. O materialismo que vivemos está levando o homem a uma imanência na qual se perde de vista o sobrenatural e com isso Deus e nosso destino final. Por outro lado, nos encontramos, inclusive dentro de nossa própria Igreja, irmãos que ainda acreditando em Deus, vivem com uma imagem equivocada Dele. Paulo no Areópago lhes anuncia a autêntica visão de Deus, do Deus amoroso que em sua misericórdia ressuscitou seu Filho e o constituiu Senhor, para que todos os que acreditam Nele tenham vida e a tenham em abundância. Não deixes que o materialismo te faça perder o sentido do espiritual; e se conheces alguém que não tem uma idéia clara do Deus Amor, fale-lhe de sua misericórdia e com quanto amor o está buscando.



ORAÇÃO INICIAL 

• Ouça Senhor, nossa oração e concede-nos que assim como celebramos na fé a gloriosa ressurreição de Jesus Cristo, assim também, quando Ele voltar com todos seus santos, possamos alegrar-nos com sua vitória. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 16,12-15

• Nestas semanas do tempo pascal, os evangelhos diários são tirados, quase todos, dos capítulos de 12 a 17 de João. Isto revela algo a respeito da origem e do destino destes capítulos. Refletem não só o que acontece antes da paixão e da morte de Jesus, mas, também e, sobretudo, a vivência da fé das primeiras comunidades depois da ressurreição. Refletem a fé pascal que as animava.
• João 16,12: MUITO TENHO QUE DIZER-VOS. O evangelho de hoje começa com esta frase: “Muito tenho que dizer-vos, mas, agora não podeis entender”. Nestas palavras de Jesus afloram duas coisas: o ambiente de despedida que marcava a última ceia, e a preocupação de Jesus, o irmão mais velho, com seus irmãos mais jovens que em breve ficariam se sua companhia. Restava muito pouco tempo. Em breve, Jesus seria detido. A obra iniciada estava ainda incompleta. Os discípulos apenas estavam no começo do aprendizado. Três anos é muito pouco para mudar de vida e começar a viver a partir de outra imagem de Deus. A formação deles não havia terminado. Faltava muito, e Jesus tinha muitas coisas que ensinar e transmitir. Mas, Ele conhece seus discípulos. Eles não são dos mais inteligentes. Não suportariam conhecer todas as implicações e conseqüências do discipulado. Ficariam desanimados, não seriam capazes de suportar.
• João 16,13-15: O ESPÍRITO SANTO DARÁ SUA AJUDA. “Quando o Espírito da Verdade vier, ele os guiará até a verdade completa, pois, não falará por sua conta, mas sim, falará do que ouviu, e explicará o que há de vir. Ele me dará glória, porque receberá de mim e o explicará a vós”. Esta afirmação reflete a experiência das primeiras comunidades. Na medida em que iam imitando Jesus, tratando de interpretar e aplicar sua Palavra em diversas circunstâncias de suas vidas, experimentavam a presença e a luz do Espírito. E isto acontece hoje nas comunidades que tratam de encarnar a palavra de Jesus: “Tudo o que tem o Pai é meu, também. Por isso tenho dito que receberá de mim e explicará tudo”. 
• A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO EVANGELHO DE JOÃO. João usa muitas imagens e símbolos para explicar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito descendo sobre Jesus “como uma pomba vinda do céu” (Jo 1,32). É o começo de uma nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, disse que ia enviar outro consolador, outro defensor, para que ficasse conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós, através do batismo, todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo”! (Jo 20,22). O Espírito é como água que brota de dentro das pessoas que acreditam em Jesus (Jo 7,37-39;4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: “A quem vós perdoais os pecados serão perdoados, e a quem não liberais de seus pecados, ficaram retidos” (Jo 20,23). O Espírito que Jesus nos comunica tem ação múltipla: consola e defende (Jo 14,16), comunica a verdade (Jo 14,17;16,13); faz lembrar o que Jesus ensinou (Jo 14,26); dará testemunho de Jesus (Jo 15,26); manifesta a glória de Jesus (Jo 16,14), desmascara o mundo (Jo 16,8). O Espírito nos é dado para que possamos entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26;16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade de Espírito da qual fala Paulo: “Onde existe o Espírito do Senhor, ali existe liberdade” (2Cor 3,17).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como vivo minha adesão a Jesus: só ou em comunidade?
• Minha participação na comunidade me levou alguma vez a experimentar a luz e a força do Espírito Santo?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 148,13-14)
• Como sinal de entrega e confiança absoluta na Providência de Deus, neste dia me despojarei de algo que tenha e use, e o darei para alguém que necessite.



terça-feira, 15 de maio de 2012

Lectio Divina - 15/05/12




TERÇA-FEIRA - 15/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 16,22-34

• Definitivamente que não existe experiência mais alegre no homem que a que Deus produz no coração daquele que crê, naquele que a leva com a fé. Nesta passagem, na qual vemos como Deus toca o coração do carcereiro e o leva à fé, podemos perceber a alegria que se generalizou não só no homem, mas sim, em Paulo e Silas, de tal modo que depois de curar-lhe as feridas preparou uma festa, pelo fato de “ter acreditado”. Por isso, te convido a que vá perdendo o medo de falar de Jesus, de aproveitar toda a oportunidade que Deus te apresenta para ser seu testemunho e para ajudar a tua comunidade a conhecer e a amar Deus. Eu te asseguro que não que te encherás de alegria no dia que Deus te conceder que por seu meio, outros homens aceitem a vida conforme o Evangelho.



ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te Senhor de misericórdia, que os dons recebidos nesta Páscoa dêem fruto abundante em toda nossa vida. Por Jesus Cristo Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 16,5-11

• João 16,5-7: TRISTEZA DOS DISCÍPULOS. Jesus, a partir da comunicação artificiosa de sua separação, provoca que a tristeza que os discípulos guardavam em seu coração aflore neles: “Agora vou para aquele que me enviou e ninguém de vós me pergunta: Aonde vais?”. É evidente que separar-se do estilo de vida aprendido junto a Jesus acarreta para os discípulos um sofrimento. Jesus insiste: “E mais, porque eu vos tenho dito isso, vosso coração está cheio de tristeza” (v.6). Santo Agostinho explica assim este sentimento de abandono que invadia os discípulos: “Dava-lhes medo o pensamento de perder a presença visível de Jesus... Seu afeto humano entristecia-se ao pensar que seus olhos não experimentariam mais o consolo de vê-lo”. Jesus pretende dissipar esta tristeza, causada pela diminuição de sua presença, ao revelar a finalidade de sua ida. Isto é, se Ele não fosse, o Paráclito não viria à eles, porém, se Ele morresse para retornar ao Pai, então, poderia enviá-lo aos discípulos. A partida e a separação é condição prévia para a vinda do Paráclito: “pois se Eu não for, não virá a vós o Consolador...” (v.7).
• João 16,8-11: MISSÃO DO PARÁCLITO. Jesus continua descrevendo a missão do Paráclito. O termo Paráclito significa “advogado”, isto é, apoio, assistente. Aqui o Paráclito vem indicado como acusador em um processo que se realiza diante de Deus, no qual o imputado é o mundo, culpado de condenar Jesus: “demonstrará a culpa do mundo referente ao pecado, a justiça e ao juízo” (v.8). O objeto da demonstração é o pecado: Ele oferecerá ao mundo a prova do pecado que cometeu no que se refere à Jesus e o manifestará. De que pecado se trata? O da incredulidade (Jo 5,44ss; 6,36; 8,21.24.26; 10,31ss). Além disso, o mundo ter pensado que Jesus é um pecador (Jo 9,24;18,30) resulta ser uma culpa inescusável (Jo 15,21ss).
• Em segundo lugar “demonstrará” a culpabilidade do mundo a “respeito da justiça”. No plano jurídico, a noção de justiça que mais concorda com o texto é a que acarreta uma declaração de culpabilidade ou de inocência em um juízo. Em nosso contexto, é a única vez que no evangelho de João aparece o termo “justiça”, nos outros lugares aparece o termo “justo”. Em Jo 16,8 a justiça está unida a quanto Jesus tem afirmado de si mesmo, isto é, a finalidade pela qual vai o Pai. Com esta exposição sua glorificação: Jesus vai ao Pai, está a ponto de ocultar-se e, portanto, os discípulos não mais poderão vê-lo; está a ponto de entregar-se e de submergir-se totalmente na vontade do Pai. A glorificação de Jesus confirma sua filiação divina e a aprovação por parte do Pai da missão levada a cabo por Jesus. Portanto, o Espírito demonstrará diretamente a justiça de Cristo (Jo 14,26;15,26) ao proteger os discípulos e a comunidade eclesial.
• O mundo, que pensava haver julgado Jesus condenando-o, agora é condenado pelo “príncipe deste mundo”, porque é o responsável pela sua crucificação (13,2.27). Jesus, morrendo na cruz, levantou-se e venceu Satanás. Agora o Espírito testificará à todos o sentido da morte de Jesus, que coincide coma a queda de Satanás (Jn 12,32; 14,30; 16,33).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Temos o mesmo medo e a preocupação de perder Jesus que tinham os discípulos?
• Você se deixa conduzir pelo Espírito Paráclito que te leva a identificar com a verdade o erro do mundo, te ajuda a aderir-se a Jesus e te conduz à conhecer a verdade sobre você mesmo?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 138,1-2)
• Hoje escreverei a história de como Deus me encontrou e me chamou, e a compartilharei com alguém próximo de mim.






segunda-feira, 14 de maio de 2012

Lectio Divina - 14/05/12






SEGUNDA-FEIRA - 14/05/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 1,15-17.20-26

• Uma das coisas que mais chama a atenção na primeira comunidade é a oportunidade que davam continuamente para que o Espírito Santo agisse em suas vidas e em suas decisões. Não havia praticamente nada que não se pusesse antes primeiro a oração, de maneira que a decisão ou a ação fosse confirmada por Deus. É triste que hoje, muitos de nós tenhamos perdido este contato e, sobretudo, fechado o espaço para que seja o próprio Deus quem dirija nossas vidas e nossas decisões. Olhe para quantas decisões importantes em tua vida você tenha consultado Deus (noivado, matrimonio, a escolha de uma carreira, a chegada de um novo filho na família, etc.). É, pois, necessário que se regresse à oração e que nela oremos a Jesus, que prometeu estar sempre conosco para que guiados pelo Espírito, no Espírito da Verdade, possamos de novo deixar que o próprio Deus atue em todas as áreas de nossa vida. Se nos decidimos a fazer isto veremos como nossas decisões serão sempre tomadas com paz e com alegria. Não espere até amanhã... faça a prova hoje mesmo!


ORAÇÃO INICIAL

• Senhor Deus todo poderoso, que, sem mérito algum de nossa parte, nos tem feito passar da morte para a vida e da tristeza para a alegria, não coloque fim a teus dons, nem cesse de realizar tuas maravilhas em nós, e concede aos que forem justificados pela fé, a força necessária para perseverar sempre nela. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 15,9-17

• O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e jogam mais luz para aplicar na comparação da videira e da vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que se produza mais fruto.
• João 15,9-11: PERMANECER NO AMOR, FONTE DA PERFEITA ALEGRIA. Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que Dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que Ele nos deixou. E devemos observá-los do mesmo modo que ele observou os mandamentos do Pai: “Se guardais meus mandamentos, permanecereis em meu amor, como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço em seu amor”. E nesta união de amor do Pai e de Jesus esta a fonte da verdadeira alegria: “Tenho-vos dito isto, para que minha alegria esteja convosco, e vossa alegria seja plena!”.
• João 15,12-13: AMAR OS IRMÃOS COMO ELE NOS AMOU. O mandamento de Jesus é um só: “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou!” (Jo 15,12). Jesus supera o Antigo Testamento. O critério antigo era: “Amarás teu próximo como a ti mesmo” (Lv 18,19). O novo critério é: “Amar-vos uns aos outros como eu vos amado”. Aqui Jesus diz a frase: “Não existe amor maior do que aquele que dá a vida para seus irmãos!”.
• João 15,14-15: AMIGOS E NÃO SERVOS. “Sereis meus amigos. Vós sois meus amigos, se fizeres o que Eu mando”, a saber, a prática do amor até o dom total de si. Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. E lhes diz: “Não os chamo de servos, porque o servo não sabe o que o seu amo faz, chamo-vos de amigos, porque tudo o que ouvi de eu Pai lhes dei a conhecer”. Jesus não tinha segredos para seus discípulos e suas discípulas. Tudo o que ouvia do Pai ele lhes contava. É este o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos a transparência total, ao ponto de não ter segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos compartilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecermos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles “eram um só coração e uma só alma” (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
• João 15,16-17: FOI JESUS QUEM NOS ESCOLHEU. Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi Ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, um fruto que permaneça. Nós necessitamos Dele, porém, Ele também necessita de nós para poder continuar fazendo o que fez para as pessoas da Galiléia. A última recomendação foi: “Isto Eu vos mando: que ameis uns aos outros!”.
• O SIMBOLO DA VIDEIRA NA BÍBLIA. O povo da Bíblia cultivava vinha e produzia um bom vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e danças. Foi dali que teve origem o canto da vinha, usado pelo profeta Isaias. Ele compara o povo de Israel com uma vinha (Is 5,1-7; 27,2-5; Sal 80,9-19). Antes dele, o profeta Oséias já havia comparado Israel com uma vinha exuberante que quantos mais frutos produziam, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1). Este tema também foi utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha bastarda (Jr 2,21), dela é que iam ser arrancados os ramos (Jr 5,10;6,9). Jeremias usa estes símbolos porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada pelos invasores (Jr 12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o símbolo da videira para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Contou três parábolas sobre a videira: (a)-A videira queimada que já não serve par nada (Ez 15,1-8); (b)-A videira falsa plantada e protegida pelas duas águas, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez 17,1-10). (c)-A videira destruída pelo vento oriental, imagem do cativeiro da Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por Jesus em várias parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois filhos que devem trabalhar na vinha (Mt 21,33); os que alugaram uma vinha, não pagaram o dono, espantaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45); a figueira estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os sarmentos (Jo 15,1-17)



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Somos amigos e não servos. Como vivo isto em minha relação com as pessoas?
• Amar como Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal de amor?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 96,2-3)
•    Durante este dia, far-me-ei consciente da importância e prioridade de Jesus em minhas decisões, perguntarei verbalmente ao Senhor sobre cada coisa que ocorra, desde as mais simples até as mais sérias.