sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lectio Divina - 22/06/12






SEXTA-FEIRA -22/06/2012

PRIMEIRA LEITURA: 2Reis 11,1-4;9-18;20

• A história de Israel, como nos mostra o texto de hoje, foi um história na qual muitas vezes predominou o pecado, levando o povo a situações de infidelidade; todavia, Yahvé, o Deus da aliança, sempre foi fiel tem regressado, mediante os homens e as mulheres fiéis, à renovação da aliança e a amizade com Ele. Isto revela o poder que a iniqüidade pode ter sobre as instituições da Igreja e sobre a própria igreja. Todavia, se no AT Deus manteve sua palavra e conduziu o povo para a plenitude dos tempos inaugurado por Cristo, quanto mais não fará por sua Igreja quando o próprio Jesus prometeu a Pedro que “os poderes do mal não prevaleceriam sobre ela”. E Deus tem sido fiel e cumprido suas promessas de maneira que, apesar de todos os tempos difíceis e inclusive pecaminosos da Igreja, hoje, depois do Concílio Vaticano II, vemos uma tremenda renovação da Igreja. Os poderes do mal a ameaçam continuamente, porém, nada podem contra ela. Isto nos deve animar e manter em pé quando vemos situações que não convêm e correspondem à santidade de nossos pastores, de nossos leigos, em fim, da própria Igreja, pois, apesar disto e de todos nós, Deus permanecerá sempre sendo fiel e levará a um bom porto a sua amada Esposa, a Igreja. Se vires coisas que não são boas em nossa Igreja, lembre que é formada por homens débeis, porém, está sempre sustentada pela graça do Espírito Santo. Ore por tua Igreja e mantenha firma tua fé na promessa do Senhor: “Eu estarei com vocês até o final dos tempos”.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus força dos que em ti esperam, ouça nossas súplicas, pois, o homem é frágil e sem ti nada pode, concede-nos a ajuda de tua graça para guardar teus mandamentos e agradar-te com nossas ações e desejos. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 6,19-23

• Hoje continuamos nossa reflexão sobre o Sermão do Monte. Antes de ontem e ontem refletimos sobre a prática das três obras de piedade: esmola, oração e jejum. O evangelho de hoje e de amanhã apresenta quatro recomendações sobre a relação com os bens materiais, explicitando assim como viver a pobreza da bem-aventurança: (a)-não acumular (Mt 6,19-21); (b)-ter a visão correta dos bens materiais (Mt6,22-23); (c)-não servir a dois senhores (Mt 6,24); (d)-abandonar a providência divina (Mt 6,25-34). O evangelho de hoje apresenta as duas primeiras recomendações: não acumular bens e não olhar o mundo com maus olhos.
• Mateus 6,19-21: NÃO ACUMULAR TESOUROS NA TERRA. Se, por exemplo, hoje na televisão é dada a noticia de que no próximo mês faltarão açúcar e café, todos nós vamos comprar o máximo de açúcar e café que nos é possível. Acumulamos, porque não confiamos. Nos quarenta anos de deserto, o povo foi colocado à prova para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eram capazes de recolher só o necessário de maná para um único dia e não acumular para o dia seguinte. Jesus disse: “Não amontoeis tesouros na terra, onde existe traça e ferrugem que corroem, e ladrões que socavam e roubam. Melhor é amontoá-los no céu, onde não existe traça nem ferrugem que corroem, nem ladrões que socavem e roubem”. O que é que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber onde colocar os fundamentos de minha existência. Se os coloco nos bens materiais da terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei. Se eu coloco o fundamento em Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de compartilhar com os demais os bens que possuo. Para que isto seja possível e viável, é importante que se acredite numa convivência comunitária que favoreça o compartilhar e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas, a riqueza e o tesouro da convivência fraterna nascida da certeza trazida por Jesus de que Deus é Pai/Mãe de todos. “Onde está teu tesouro (riqueza), ali está teu coração!”.
• Mateus 6,22-23: A LÂMPADA DO CORPO É O OLHO. Para entender o que Jesus pede é necessário ter os olhos novos. Jesus é exigente e pede muitas coisas: não acumular (6,19-21), não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (6,24), não preocupar-se com o que bebemos e comemos (6,25-34). Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas têm mais angustias e preocupações. É também a parte do Sermão do Monte que é mais difícil de entender e praticar. Por isto Jesus disse: “Se teu olho está mau,...”. Alguns traduzem olho “mal” e o olho “são”. Outros traduzem olho “mesquinho” e olho “generoso”. É a mesma coisa. Na realidade, a pior enfermidade que se pode imaginar é uma pessoa fechada em si mesma e em seus bens, e a confiança que tem só em seus bens. É a enfermidade da mesquinhez! Quem olha ávida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta enfermidade é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida se torna luminosa, pois, faz nascer o compartilhar e a fraternidade.
• JESUS QUER UMA MUDANÇA RADICAL. Quer a observância da lei do ano sabático, onde se diz que na comunidade dos que acreditam, não pode haver pobres (Dt 15,4). A convivência humana deve organizar-se de tal maneira que já não é necessário preocupar-se com a comida, com a bebida, com a roupa e com a casa, com a saúde e com a educação (Mt 6,25-34). Porém, isto é possível só se todos buscarmos primeiro o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33). O Reino de Deus é permitir que Deus reine: é imitar Jesus (Mt 5,48). A imitação de Deus leva a compartilhar com justiça os bens e leva o amor criativo, que engendra a verdadeira fraternidade. A Providência Divina tem que ser mediada pela organização fraterna. Só assim é possível desfazer-nos de todas as preocupações para o amanhã (Mt 6,34)




PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus disse: “Onde está tua riqueza, ali estará teu coração”. Onde está minha riqueza: no dinheiro ou na fraternidade?
• Qual é a luz que tenho em meus olhos para olhar a vida, os acontecimentos?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 132,13-14)
• Hoje, estarei atento às necessidades de meus irmãos para remediá-las com meu tempo, meus bens ou minha solidariedade.





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