terça-feira, 19 de junho de 2012

Lectio Divina - 19/06/12



TERÇA-FEIRA -19/06/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Reis 21,17-29

• Quantas vezes pensamos que podemos pecar e que nosso pecado não terá conseqüências? A verdade, como nos faz ver esta passagem da Escritura, todo pecado tem conseqüências no presente e estas podem estender-se até o futuro. O pecado segue a lei universal estabelecida por Deus que diz: “O que se semeia, isso é o que se colhe”. É por isso, que se alguém semeia trigo será impossível que no final se colha feijão. O que se semeia é o que nasce. Neste sentido Paulo dizia: “O que semeia na carne colherá morte e destruição; o que semeia no Espírito colherá vida e eternidade”. É por isso que antes de pecar devemos ter presente que a Deus ninguém engana e, que todos nossos pecados estão sempre diante de seus olhos e que estes pecados cedo ou tarde terminarão destruindo nossa vida. Acab seguiu os maus conselhos de sua esposa e se deixou perverter, deixou que suas paixões e seu egoísmo o dominassem. No final só encontrou morte e destruição e o pior é que as conseqüências deste pecado se estenderam até as gerações futuras. Por isso, não te deixes enganar e quando te der conta de que um pensamento ou ação te afasta de Deus, rejeite-o, como se fosse o pior dos venenos, lembre-se do que disse Jesus: “Mais vale entrar manco no Reino dos céus que com tuas duas mãos ser jogado no lugar de castigo”.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus força dos que em ti esperam, ouça nossas súplicas, pois, o homem é frágil e sem ti nada pode, concede-nos a ajuda de tua graça para guardar teus mandamentos e agradar-te com nossas ações e desejos. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 5,43-48

• No evangelho de hoje chegamos no topo da Montanha das Bem-aventuranças, onde Jesus proclamou a Lei do Reino de Deus, cujo ideal se resume nesta frase lapidária: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48). Jesus estava corrigindo a Lei de Deus! Cinco vezes seguida havia afirmado: “Foi-lhes dito, mas Eu vos digo! (Mt 5,21.27,31.33.38). É um sinal de muita coragem de sua parte corrigir, publicamente, diante de toda as pessoas reunidas, o tesouro mais sagrado das pessoas, a raiz de sua identidade, que era a Lei de Deus. Jesus quer comunicar um novo modo de olhar para entender e praticar a Lei de Deus. O segredo para poder ter este novo olhar é a afirmação: Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”. Nunca ninguém poderá chegar a dizer: “Hoje fui perfeito como o Pai celestial é perfeito!”. Estaremos sempre por baixo diante da medida que Jesus nos tem colocado. Por que é que Ele nos colocou diante de um ideal que para nós os mortais é impossível alcançar?
• Mateus 5,43-45: OUVISTES QUE LHES FOI DITO: AMARÁS TEU PRÓXIMO E ODIARÁS TEU INIMIGO. Nesta frase Jesus explicita a mentalidade com a qual os escribas explicavam a lei; mentalidade que nascia das divisões entre judeus e não judeus, entre próximo e não próximo, entre santo e pecador, entre puro e impuro, etc. Jesus manda terminar com esta pretensão nascida de divisões interessadas. Manda superar as divisões. “Pois Eu vos digo: Amai vossos inimigos e rogai pelos que os perseguem, para que sejais filhos de vosso Pai celestial, que faz nascer o sol sobre maus e bons, e chover sobre justos e injustos. Porque se amais aos que os amam, que recompensa vai ter?”. Aqui encontramos a fonte, onde brota a novidade do Reino. Esta fonte é o próprio Deus, reconhecido como Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons. Jesus manda que imitemos a este Deus: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (5,48). É imitando este Deus que criaremos uma sociedade justa, radicalmente nova:
• Mateus 5,46-48: SER PERFEITO COMO O PAI CELESTIAL É PERFEITO. Tudo se resume em imitar a Deus: “Porque se amais aos que os amam, que recompensa vai ter? Não fazem isso também os publicanos? E se não cumprimentais mais que vossos irmãos, o que fazeis de particular? Não fazem isto também os gentis? Vós, pois, sede perfeitos como é perfeito vosso Pai celestial” (Mt 5,43-48). O amor é o principio e o fim de tudo. Não existe maior amor que o dar a vida pelos irmãos (Jo 15,13). Jesus imitou o Pai e revelou seu amor. Cada gesto, cada palavra de Jesus, desde o nascimento até a hora da morte na cruz, era uma expressão deste amor criador que não depende do presente que recebe, nem discrimina o outro por motivo de raça, sexo, religião ou classe social, mas, nasce de um querer ao outro, gratuitamente. Foi um crescendo continuo desde o nascimento até a morte na Cruz.
• A MANIFESTAÇÃO PLENA DO AMOR CRIADOR EM JESUS. Foi quando na Cruz ofereceu o perdão ao soldado que o torturava e o matava. O soldado, empregado do império, tomou o pulso de Jesus e o apoiou sobre o braço da cruz, em seguida colocou um cravo e começou a dar golpes. Várias marteladas. O sangue corria. O corpo de Jesus se contorcia pela dor. O soldado, mercenário ignorante, alheio ao que estava fazendo e ao que estava ocorrendo a seu redor, continuava dando golpes como se fosse um prego na parede da casa para colocar um quadro. Neste momento Jesus dirige ao Pai esta oração: “Pai, perdoa! Não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Por mais que os homens quisessem a falta de humanidade não conseguiram apagar em Jesus a humanidade. Eles o prenderam, o insultaram, cuspiram no rosto, deram-lhe tapas, fizeram-lhe dele um rei palhaço com a coroa de espinhos na cabeça, flagelaram-lhe, torturaram-lhe, fizeram-lhe andar pelas ruas como um criminoso, teve que ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário o deixaram totalmente nu à vista de todos e de todas.
• Porém o veneno da falta de humanidade não conseguiu alcançar a fonte da humanidade, que brotava de dentro de Jesus. A água que brotava de dentro era mais forte que o veneno que vinha de fora, querendo de novo contaminá-lo todo. Olhando aquele soldado ignorante e bruto, Jesus teve pena dele e rezou por ele e por todos: “Pai, perdoa!”. E até consegue uma desculpa: “São ignorantes. Não sabem o que estão fazendo!”. Diante do Pai, Jesus se fez solidário dos que o torturavam e o maltratavam. Era como o irmão que vai com seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vitima de seus próprios irmãos, diz ao juiz: “São meus irmãos, sabe. São ignorantes. Porém, melhorarão!”. Era como se Jesus estivesse com medo que a mínima raiva contra o soldado pudesse apagar Nele o pequeno resto de humanidade que ainda tinha dentro. Este gesto incrível de humanidade e de fé na possibilidade de recuperação daquele soldado foi a maior revelação de amor de Deus. Jesus pode morrer: “Está tudo consumado!”. E inclinando a cabeça, entrega o espírito (Jo 19,30). Realizou a profecia do Servo Sofredor (Is 53).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Qual é a motivação mais profunda do esforço que fazes para observar a Lei de Deus: merecer a salvação ou agradecer a bondade imensa de Deus que te criou, que te mantém vivo e te salva?
• Como entende esta frase: “ser perfeito como o Pai celestial é perfeito?”.

ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 51,3-4)
• Hoje procurarei a raiz daquilo que está causando coisas negativas em minha vida e as intercambiarei por alguma ação espiritual que frutifique em uma vida espiritual mais comprometida.






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