quarta-feira, 4 de julho de 2012

Lectio Divina - 04/07/12






QUARTA-FEIRA -04/07/2012

PRIMEIRA LEITURA: Amós 5,14-15.21-24

•    Como podemos ver nesta passagem, a brecha entre a fé e as obras tem sido sempre um grave problema no Povo de Deus. É triste que, todavia, haja irmãos, que apesar de estar habitados pelo Espírito Santo, pensam que basta ir a missa no domingo, cultuar Deus para estar em comunhão com Ele. O profeta Amós nos lembra que, se é correto que o culto a Deus é bom, este perde seu sentido quando se vive à margem da justiça e do amor. É necessário que nossa vida seja conforme o Evangelho e com ele se faça uma opção definitiva de renunciar ao pecado e ao que nos afasta de Deus. É necessário que nossa vida diária, em casa, em nosso trabalho e nas escolas, seja congruente com a fé que dizemos ter em Jesus que, como diz o apóstolo: “quem se diz seguidor de Jesus, deve viver como Ele viveu”.



ORAÇÃO INICIAL

• Pai de bondade, que pela graça da adoção nos fez filhos da luz; concede-nos viver fora das trevas do erro e permanecer sempre no esplendor da verdade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 8,28-34

• O evangelho de hoje acentua o poder de Jesus sobre o demônio. Em nosso texto, o demônio ou o poder do mal é associado com três coisas: (a)-Com o “cemitério”, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! (b)-Com o “porco”, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! (c)-Com o “mar”, que era visto como símbolo do caos diante da criação. O caos que destruiu a natureza. O evangelho de Marcos, de onde Mateus tira sua informação, associa o poder do mal com um quarto elemento que é a palavra “Legião”, (Mc 5,9), nome dos exércitos do império romano. O império que oprimia e que explorava as pessoas. Assim se compreende como a vitória de Jesus sobre o demônio tinha um alcance enorme para a vida das comunidades dos anos setenta, época em que Mateus escreve seu evangelho. As comunidades viviam oprimidas e marginalizadas, pela ideologia oficial do império romano e do farisaísmo que se renovava. Este mesmo significado e alcance continua sendo válido para nós hoje.
• Mateus 8,28: O PODER DO MAL OPRIME, MALTRATA E ALIENA AS PESSOAS. Este versículo inicial descreve a situação antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento dos endemoninhados, o evangelista associa o poder do mal com o cemitério e com a morte. É um poder mortal sem rumo, ameaçador, destruidor e descontrolado, que dá medo a todos. Priva a pessoa de sua consciência, do autocontrole e da autonomia.
• Mateus 8,29: DIANTE DA SIMPLES PRESENÇA DE JESUS O PODER DO MAL DESMORONA E SE DESINTEGRA. Aqui se descreve o primeiro contato entre Jesus e os possuídos. É total a desproporção. O poder, que antes parecia tão forte, se derreta e se desmorona diante de Jesus. Eles gritam: “O que é que temos nós contigo, Filho de Deus? Veio para atormentar-nos antes do tempo?”. Se dão conta de que perderam o poder.
• Mateus 8,30-32: O PODER DO MAL É IMPURO E NÃO TEM AUTONOMIA, NEM CONSISTÊNCIA. O demônio não tem poder sobre seus próprios movimentos. Consegue só entrar nos porcos com a permissão de Jesus. Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Segundo a opinião das pessoas, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, segundo a crença da época, continuava ameaçando a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam ao mar, é estranho e difícil de ser entendido. Porém, a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia, não tem consistência. Quem crê em Jesus, já venceu o poder do mal e não tem nada a temer.
• Mateus 8,33-34: A REAÇÃO DAS PESSOAS DO LUGAR. Alertado pelos empregados que se ocupavam dos porcos, as pessoas do lugar foram ao encontro de Jesus. Marcos informa que viram “o endemoninhado sentado, vestido e em perfeito juízo” (Mc 5,15). Porém, ficaram sem os porcos! Por isto, pedem a Jesus que vá para longe. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de recobrar o juízo.
• A EXPULSÃO DOS DEMÔNIOS. No tempo de Jesus, as palavras “demônio ou Satanás”, eram usadas para indicar o poder do mal que desviava as pessoas do bom caminho. Por exemplo, quando Pedro tentou desviar Jesus, ele foi Satanás para Jesus (Mc 8,33). Outras vezes, aquelas mesmas palavras eram usadas para indicar o poder político do império romano que oprimia e explorava as pessoas. Por exemplo, no Apocalipse, o império romano se identifica como o “Diabo ou Satanás” (Ap 12,9). Outras vezes as pessoas usavam as mesmas palavras para indicar os males e as enfermidades. Assim se falava do demônio ou espírito mudo, espírito surdo, espírito impuro, etc. Havia muito medo! No tempo de Mateus, segunda metade do primeiro século, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, vindas do Oriente, divulgavam um culto aos espíritos. Ensinavam que gestos errados podiam irritar os espíritos, e estes para se vingar, podiam impedir nosso acesso a Deus e privar-nos dos benefícios divinos. Por isto, através de ritos e orações, rezas e cerimônias complicadas, a pessoa procurava aplacar esses espíritos ou demônios, para que não prejudicassem a vida humana. Estas religiões, ao invés de libertar as pessoas, alimentavam o medo e a angustia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar as pessoas a libertarem-se deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder “mais forte”. Jesus é “o homem mais forte” que chega para amarrar Satanás, o poder do mal, e tirar-lhe a humanidade prisioneira do medo (cf. Mc 3,27). Por isso, os evangelhos insistem na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Era para animar as comunidades a vencer este medo do demônio. E hoje? Quem de nós pode dizer: “Sou totalmente livre?”. Ninguém! Então, se não sou totalmente livre, alguma parte de mim é possuída por outros poderes. Como expulsar estes poderes? A mensagem do evangelho de hoje continua sendo válida para nós.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

• O que é que hoje está oprimindo e maltratando as pessoas? Por que é que hoje, em certos lugares, se fala tanto de expulsão de demônios? É bom insistir tanto no demônio? O que você pensa?
• Quem de nós pode dizer que é totalmente livre ou liberto? Ninguém! Então, todos nós estamos um pouco possuídos por outros poderes que ocupam algum espaço dentro de nós. Como fazer para expulsar este poder de dentro de nós e de dentro da sociedade?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 145,8-9)
• Durante o dia de hoje ouvirei cantos e louvores a Deus e cantarei constantemente acompanhando esses cantos com boas intenções.




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