terça-feira, 17 de julho de 2012

Lectio Divina - 17/07/12





TERÇA-FEIRA -17/07/2012

PRIMEIRA LEITURA: Is 7,1-9

•    O inicio do capítulo 7 refere-se à campanha da Síria (Aran) e do Israel setentrional (Efrain) contra Judá, durante o reinado de Acaz. A campanha em questão aconteceu entre 735 e 733 a.C. e é conhecida como guerra síro-efrainita. A Síria e Israel já pagavam tributo à Assíria desde 738 a.C., mas agora tinham decidido revoltar-se, retendo o pagamento. Judá recusa-se a fazer parte da aliança. Por enquanto, Acaz não tinha nenhum motivo de queixa contra a Assíria e, de qualquer modo, a esperança de sucesso era remota. Israel e a Síria, então, tentaram destronar Acaz e substituí-lo por um rei mais receptivo a seus intentos. A ideologia régia da dinastia davídica professava sublime confiança em que Deus protegeria sua cidade e seu rei escolhido. Tal profissão é feita com facilidade quando não há perigo imediato. Diante de uma invasão real, entretanto, “o coração (do rei) e o coração de seu povo ficaram agitados como as árvores da floresta são agitadas pelo vento”. A referencia 65 anos tem intrigado os comentadores. Está longe demais para ter relevância imediata para Acaz e, além disso, Israel acabou efetivamente em 722 a.C. Alguns biblistas sugerem ser este versículo uma glosa acrescentada em 671 a.C., quando outros povoadores foram levados a Samaria pelo rei assírio Asaradon.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus, que mostra a luz de tua verdade ao que andam extraviados, para que possam voltar ao bom caminho, concede a todos os cristãos rejeitar o que é indigno deste nome e cumprir quanto ele e significativo. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 11,20-24

•    O Sermão da Missão ocupa o capítulo 10. Os capítulos 11 e 12 descrevem como Jesus realizava a Missão. Ao longo destes capítulos, aparecem as adesões, as dúvidas e as rejeições que a ação de Jesus ia provocando. João Batista, que olhava com os olhos do passado, não conseguia entendê-lo. As pessoas, que olhavam para Jesus com finalidade interessada, não foram capazes de entendê-lo. As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se a mensagem (é o texto do evangelho de hoje). Os sábios e os doutores, que apreciavam tudo a partir de sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus. Os fariseus que confiavam só na observância da lei, criticavam Jesus e decidiram matá-lo. Diziam que Jesus agia em nome de Belzebu. Queriam Dele uma prova para poder-lhe crer. Tampouco, seus parentes apoiavam Jesus. Só os pequenos e o povo enfermo o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino. Iam atrás Dele e viam Nele o Servo anunciado por Isaias.
• Esta maneira de descrever a ação misericordiosa de Jesus era uma advertência clara para os discípulos e as discípulas que andavam com Jesus pela Galiléia. Não podiam esperar muita recompensa nem elogia pelo fato de serem missionários de Jesus. A advertência vale também para nós que, hoje, lemos e meditamos este Sermão da Missão, pois, os evangelhos foram escritos para todos. Nos convidam a confrontar nossa atitude com a atitude dos personagens que aparecem no evangelho e a perguntar-nos se somos como João Batista, como o povo interessado, como as cidades incrédulas, como os doutores que pensavam saber tudo e não entendiam nada, como os fariseus que a única coisa que sabiam fazer era criticar, ou, como as pessoas que iam procurar Jesus para seguir-lhe e que com sua sabedoria, sabiam entender e aceitar a mensagem do Reino.
• Mateus 11,20: A PALAVRA CONTRA AS CIDADES QUE NÃO O RECEBERAM. O espaço por onde Jesus andava durante aqueles três anos de sua vida missionária era um espaço reduzido. Ao longo do Mar da Galiléia havia poucos quilômetros quadrados em torno das cidades de Cafarnaum, Betsaida e Corazim. Somente poucos quilômetros! Foi, pois, neste pequeno espaço, onde Jesus realizou a maior parte de seus milagres e de seus discursos. Veio para salvar toda a humanidade, e quase não saiu do limitado espaço de sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que as pessoas daquelas cidades não quiseram aceitar a mensagem do Reino e não se converteram. As cidades se fixaram em sua rigidez, em suas tradições e em seus costumes e não aceitaram o convite de Jesus que consistiam em mudar de vida.
• Mateus 11,21-24: CORAZIN, BETSAIDA E CAFARNAUM, são piores que Tiro, Sidon e Sodoma. No passado, Tiro e Sidon, inimigos férreos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isto, foram amaldiçoados pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus disse que estas cidades, símbolos de toda a maldade possível, se haveriam se convertido se nelas houvessem dado os milagres feitos em Corazin e Betsaida. A cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, foi destruída pela ira de Deus. E agora Jesus diz que Sodoma existiria até hoje, pois, teria se convertido se houvesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum. Hoje continua de pé o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde pequenos, temos tantas convicções consolidadas, que nada é capaz de converter-nos. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, é o reduto das forças mais reacionárias da política do país.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como me situo diante da Boa Nova de Jesus: como João Batista, como o povo interessado, como os doutores, como os fariseus ou como o povo pequeno e livre?
• Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazin e Betsaida?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 48,2-3)






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