terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lectio Divina - 21/08/12





TERÇA-FEIRA -21/08/2012

PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 28,1-10

•    Certamente o princípio do fim de um bom homem é a soberba. São tantos os homens que antes de ter fortuna e poder eram verdadeiros amigos de Deus, porém, o poder e a fortuna os adoeceram e acabaram por destruí-los. É a armadilha favorita do Demônio: dar-nos para que, com isso mesmo que nos deu cavar nossa sepultura. A humildade e a renuncia voluntária é o melhor dom que podemos cultivar. Maria Santíssima é grande porque ela própria se considera “serva”. Para ela, ser a “Mãe do Messias” não é um privilégio, mas sim, um compromisso que a leva a deixar sua casa de Nazaré para levar esta notícia a sua prima Isabel. Ser a Mãe do Senhor a faz ser mais humilde e é por isso que Deus a exalta. Com muita razão Paulo escreve sobre Cristo que “humilhou a si próprio até a morte de cruz e por isso Deus lhe deu o nome que está sobre todo nome”. Vemos, pois, que o ter honra, grandeza e inclusive riqueza, não é algo que em si mesmo seja mal, quando isto nos vem dados por Deus, porque, recebidos com humildade, se converteram em dons para o serviço, porém quando, como o rei de Tiro, os tomamos por nossa própria mão, sermos mordidos pela serpente venenosa e, a não ser que nos arrependamos e caiamos de joelhos diante de Deus, estaremos cavando nossa própria sepultura. Cuidado com sua ambição…



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus que tens preparado bens inefáveis para os que te amam, infunde teu amor em nossos corações, para que, amando-te em tudo e sobre todas as coisas, consigamos alcançar tuas promessas, que superam todo desejo. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 19,23-30

•    O evangelho de hoje é continuação de ontem. Trás o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.
• Mateus 19,23-24: O CAMELO E O FUNDO DA AGULHA. Depois que o jovem se foi, Jesus comenta a decisão dele e diz: “Eu lhes asseguro que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. Repito, é mais fácil que um camelo passe pelo fundo de uma agulha, que o um rico entrar no Reino dos Céus!”. Duas observações a respeito desta afirmação: (1)-O provérbio do camelo e do fundo da agulha era usado para dizer que uma coisa era impossível, humanamente falando. (2)-A expressão “que um rico entre no Reino” não se trata, em primeiro lugar da entrada no céu, depois da morte, mas sim, da entrada na comunidade ao lado de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que procuram viver o evangelho segundo as exigências de Jesus e que procuram abrir-se aos pobres, aos migrantes e aos excluídos da sociedade.
• Mateus 19,25-16: O ESPANTO DOS DISCÍPULOS. O jovem havia observado os mandamentos, porém, sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo entre os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus havia pedido ao jovem: deixaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Entretanto, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade que um rico tem de entrar no Reino de Deus. Sinal de que não haviam entendido bem a resposta de Jesus ao jovem rico: “Vai vende tudo, dê aos pobres vem e siga-me!”. Pois, se tivessem entendido, não teriam ficado espantados diante da exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo de riqueza ocupa o coração os olhos não conseguem perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus pode ajudar! “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
• Mateus 19,27: A PERGUNTA DE PEDRO. O pano de fundo da incompreensão dos discípulos desponta na pergunta de Pedro: “Nós deixamos tudo e te seguimos. O que receberemos, pois?”. Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, mantinham a mentalidade antiga. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Não haviam entendido ainda o sentido do serviço e da gratuidade.
• Mateus 19,28-30: A RESPOSTA DE JESUS: “Eu lhes asseguro que vós que me seguistes, na regeneração, quando o Filho do homem sentar-se em seu trono de glória, vós também sentareis entre os doze, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tenha deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por meu nome, receberá o cem por um e herdará a vida eterna. Porém, muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos, primeiros”. Nesta resposta, Jesus descreve o novo mundo, cujos fundamentos estavam sendo lançados por seu trabalho e pelos seus discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (a)-Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as tribos de Israel (cf. Ap 4,4). (b)-Vão receber em troca muitas vezes aquilo que haviam abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos e terão como herança a vida eterna garantida. (c)-O mundo futuro será o contrário do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é a semente deste novo mundo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e mostra do Reino.
• Cada vez que, na história da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, o movimento começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isso, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe aos excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Arranca sua raiz e começa a nova Aliança.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos por causa do nome de Jesus. Como acontece isso em sua vida? O que você tem recebido em troca?
• Hoje, a maioria dos países pobres não são de religião cristã, enquanto que a maioria dos países são. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo buraco de uma agulha?





ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 23,4)
• Hoje procurarei realizar em minha casa os trabalhos mais humildes, aqueles que sempre me desgostaram e os farei com amor ao Senhor.





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