terça-feira, 25 de setembro de 2012

Lectio Divina - 25/09/12


TERÇA-FEIRA -25/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: Provérbios 21,1-6.10-13

Desde iniciamos a leitura de alguns textos do livro dos Provérbios, livro que é parte da literatura sapiencial do povo de Israel. É a sabedoria de um povo que encontra em seu caminhar, junto com a ação poderosa de Deus, a sabedoria que nasce da experiência humana; do cair e levantar-se. Este livro, portanto, nos apresenta uma infinidade de conselhos que, como já vimos, resume em grande medida a experiência do povo através dos séculos, na qual, bem humana, está assentada sobre a fidelidade a Deus. São sentenças que falam por si só. Se as meditamos com detalhamento veremos quanta sabedoria e verdades existem nelas.



ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que colocaste a plenitude da lei no amor a ti e ao próximo; concede-nos cumprir teus mandamentos para chegar assim a vida eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 8,19-21

• O evangelho de hoje nos fala do episódio em que os pais de Jesus, inclusive sua mãe, quiseram conversar com ele, porém, Jesus não lhes dá atenção. Jesus teve problemas com a família. Às vezes, a família ajuda a viver melhor e a participar na comunidade. Outras vezes, dificulta essa convivência. Assim foi para Jesus, e assim é para nós.
• Lucas 8,19-20: A FAMÍLIA PROCURA JESUS. Os parentes chegam à casa onde estava Jesus. Provavelmente havia vindo de Nazaré. Dali a Cafarnaum existe uma distância de 40 quilômetros. Sua mãe estava com eles. Não entram, pois, havia muita gente, porém, lhe mandam um recado: “Tua mãe e teus irmãos estão ai fora, e querem ver-te”. Segundo o evangelho de Marcos, os parentes não querem ver Jesus. Eles querem levá-lo para casa (Mc 3,32). Pensavam que Jesus havia ficado louco (Mc 3,21). Provavelmente, tinham medo, pois, segundo nos informa a história, a vigilância por parte dos romanos com relação a todos os que de uma forma ou de outra tinham certa liderança popular, era enorme (cf. At 5,36-39). Em Nazaré, na serra, estaria mais seguro que na cidade de Cafarnaum.
• Lucas 8,21: A REPOSTA DE JESUS. A reação de Jesus é firme: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Em Marcos, a reação de Jesus é mais concreta. Marcos diz: “Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas a seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,34-35). Jesus amplia a família! Não permite que a família o afaste da missão: nem a família, (Jo 7,3-6), nem Pedro (Mc 8,33), nem os discípulos (Mc 1,36-38), nem Herodes (Lc 13,32), nem ninguém (Jo 10,18).
• É a palavra que cria a nova família ao redor de Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Um bom comentário deste episódio é o que disse o evangelho de João no prólogo: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ela, e o mundo não a conheceu. Veio aos seus, e os seus não a receberam. Porém, a todos os que a receberam lhes deu poder de fazer-se filhos de Deus, aos que acreditam em seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem do desejo da carne, nem do desejo do homem, mas sim, nasceram de Deus. E a Palavra se fez carne, e fez sua Morada entre nós, e temos contemplado sua glória, glória que recebe do Pai como Unigênito, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,10-14). A família e os parentes, não entenderam Jesus (Jo 7,3-5; Mc 3,21), não fazem parte da nova família. Fazem parte da nova comunidade só aqueles e aquelas que recebem a Palavra, isto é, que acreditam em Jesus. Estes nascem de Deus e formam a Família de Deus.
• A SITUAÇÃO DA FAMÍLIA NO TEMPO DE JESUS. No tempo de Jesus, tanto a conjuntura política, social e econômica como a ideologia religiosa, tudo conspirava para o enfraquecimento dos valores centrais do clã, da comunidade. A preocupação com os problemas da própria família impedia que as pessoas se unissem na comunidade. Agora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se, de novo, na convivência comunitária das pessoas, as pessoas tinham que superar os limites estreitos da pequena família e abrir-se à grande família, à Comunidade. Jesus deu o exemplo. Quando sua família procurou apoderar-se dele, reagiu e ampliou a família (Mc 3,33-35). Criou comunidade.
• OS IRMÃOS E AS IRMÃS DE JESUS. A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus tinha mais irmãos e que Maria tinha mais filhos. Os católicos dizem que Maria não teve mais filhos. O que pensar disto? Em primeiro lugar, as posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição de suas respectivas igrejas. Por isto, não convém polemizar nem discutir esta questão com argumentos só da cabeça. Pois, trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com os sentimentos de ambos. O argumento só da cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração. Apenas irrita e afasta! Ainda quando não concordo com a opinião do outro, tenho que respeita-la sempre. Em segundo lugar, em vez de discutir ao redor de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar alguma outra frase de Jesus: “Vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo acredite que Tu, Pai, me enviaste” (Jo 17,21). “Não lhes impeça. Quem não está contra está a nosso favor” (Mc 10,39-40).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

A família ajuda ou dificulta tua participação na comunidade cristã?
• Como assume teu compromisso na comunidade cristã sem prejudicar nem a família nem a comunidade?



ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 119,33-34)
• Hoje tomarei uma ou duas destas sentenças, as converterei em oração e as repetirei várias vezes ao longo do dia.




segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Lectio Divina - 24/09/12





SEGUNDA-FEIRA -24/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: Provérbios 3,27-34

• Este belo livro dos Provérbios está sempre cheio de ensinamentos atuais e importantes para a vida, não só do cristão, mas, de todos em geral. Dentro dos conselhos eu no propõe centremos nossa reflexão no primeiro. Nele vemos o importante que é ajudar aos demais e, sobretudo, fazê-lo oportunamente. É triste que nós, como cristãos, sejamos em algumas ações, daqueles que vão colocando a caridade para um dia ou uma hora mais adequada. Devemos lembrar que o próprio Jesus nos dizia: “a todo àquele que pedir, dê”, e que ele próprio se apresentou a todos como uma grande disponibilidade para atender a todos os que necessitavam, sem importar se estava ou não cansado. Não posterguemos a caridade. Esta deve se feita no momento em que se solicita. Se puder ajudar, faça no momento que o pedem. Isto te apresentará como um autêntico seguidor de Jesus.


ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens dignado redimir-nos e tens querido fazer-nos teus filhos, olha-nos sempre com amor de pai e faz que, quantos acreditarem em Cristo, teu Filho, alcance a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 8,16-18


• A lâmpada no lampadário é nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamada a “luz” do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para todos os da casa, isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: Não se acende uma candeia para pô-la debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa. Mais uma vez, com estas palavras, Jesus nos incita a levarmos uma vida sem mancha, aconselhando-nos a velar constantemente sobre nós mesmos, uma vez que estamos colocados diante dos olhos de todos os homens, tal como atletas num estádio visto por todo o universo na linguagem paulina.
• Como se vê, Cristo designa-se a si mesmo como lâmpada. Sendo Deus por natureza, tornou-se carne no plano da salvação, uma luz escondida na carne, tal como debaixo de um vaso. Era nisto que David pensava quando dizia: Uma lâmpada para os meus passos é a tua palavra, uma luz no meu caminho. Porque faz desaparecer as trevas da ignorância e do mal entre os homens, o meu Salvador e Deus. E é chamado lâmpada na Sagrada Escritura.
• Porque é o único a poder aniquilar as trevas da ignorância e a dissipar a escuridão do pecado, tornou-se para todos os caminhos de salvação. Conduz junto do Pai aqueles que, pelo conhecimento e pela virtude, avançam com ele pelo caminho dos mandamentos, considerado caminho da justiça.
• O lampadário é a Santa Igreja porque o Verbo de Deus brilha por causa da sua pregação. É deste modo que os raios da sua verdade podem iluminar o mundo inteiro… Mas com uma condição: não a esconder sob a letra da lei. Todo aquele que fica preso apenas à letra da Escritura vive segundo a carne: põe a lâmpada debaixo do vaso. Pelo contrário, colocada no lampadário, Cristo Cabeça da Igreja ilumina todos os homens.
• Assim, iluminados por Cristo, não podemos sentar-nos tranqüilos, escondidos num cantinho do mundo, porque estamos à vista de todos os homens, tal como uma cidade situada no cimo de um monte, tal como em casa uma luz que se pôs sobre o lampadário. Saiba que as piores malícias não poderão lançar qualquer sombra sobre a nossa luz, se vivermos na vigilância dos que são chamados a conduzir para o bem o mundo inteiro.
• Portanto, que a nossa vida responda, pois, à santidade do nosso ministério, para que a graça de Deus seja anunciada em toda a parte.






PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Já se sentiu como uma lâmpada no meio de sua comunidade?
• Onde estava sua luz, debaixo da mesa, ou, sobre o candelabro?
• Não esconda o brilho que lhe foi proporcionado por Cristo, compartilhe com os demais!



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 149,3-4)
• Hoje ficarei atento aos pedidos de recursos materiais, espirituais ou de tempo nos quais possa contribuir e o farei com disposição e alegremente.





segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lectio Divina - 17/09/12






SEGUNDA-FEIRA -17/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 11,17-26

•    Este texto é de particular importância, primeiramente porque é um testemunho do que a comunidade cristã acredita e vive, sobretudo, com respeito à Eucaristia. Podemos dar-nos conta que já no ano 57 (data possível que a carta foi escrita), depois de mais de 20 anos da ressurreição de Jesus, a comunidade de reúne como Igreja no primeiro dia da semana, isto é, no domingo, para celebrar a Eucaristia. Por outro lado, nos apresenta a correção que o apóstolo faz sobre a desordem a que chegou nela. Notamos que nas Eucaristias, no principio do cristianismo, tinham uma estrutura diversa da que hoje celebramos. Esta se celebrava dentro de uma ceia na qual, no final, se prosseguia com a consagração do pão e do vinho. Isto deu margem para uma série de abusos que terminará por eliminar a ceia, ficando só a eucaristia e a instrução dos presbíteros. A quase 2.000 anos de distância, notamos que os abusos se dão ao tomar e comer, estes são de outra índole. Alguns chegam tarde, outros vão muito cedo, não falta quem não deixa de praticar e de programar o domingo com os amigos e as amigas, sem contar aqueles que não demonstram o mínimo interesse na Eucaristia e assistem para estar como um objeto a mais ou quem nem sequer se interessa em assistir. Paulo diz: “Isto é o que eu recebi do Senhor...”. Que esta exortação do Apóstolo nos sirva para analisar nossa atitude e a maneira na qual participamos da Eucaristia.



ORAÇÃO INICIAL

• Pai Santo, por Jesus, teu Filho, o Verbo feito carne dê-nos a vida, envie-nos teu Espírito Santo para abrir meus ouvidos para ouvir a “carta de amor” que escreveu para mim e me ilumine minha mente para que possa compreender em profundidade. Domestique meu coração de alegria, já que aceitar sua vontade me ajudará nos testemunhos. Amem.



REFLEXÃO

Lucas 7,1-10

• No capitulo 7, Lucas nos ajuda a aceitar a chamada dirigida aos gentios para unirem-se na fé no Senhor Jesus na figura do centurião que está liderando o caminho para aqueles que desejem aceitar a fé de Israel e depois encontrar e conhecer o rosto de Deus em Jesus. Nesta meditação do Evangelho, nós também nos colocaremos na proposta de abrir-nos à fé ou para tornar mais forte nossa plena confiança na Palavra de Deus. Vamos, pois, seguir com o coração, os passos do centurião romano, já que estão presentes nele também.
• Talvez o primeiro aspecto que se desprende de uma leitura da cena, é o sofrimento do centurião. Procure ouvir mais cuidadosamente todas as palavras que deseja colocar em relevo esta realidade. Cafarnaum, um povo fronteiriço, fora de alcance, nas margens, a cidade onde a benção de Deus parece difícil de ser alcançada. A grave enfermidade, a morte iminente de um ser querido.
• Porém, agora vejo que o Senhor entra nesta situação, é o compartilhar, o viver com sua presença amorosa. Sublinho todos os verbos que confirmam esta verdade: “Por favor, que venha”, “foi com eles”, não era “muito longe”. É fantástico ver este movimento em Jesus, que vai à pessoa que o chama e lhe pede que procure a salvação. E faz isso com todos.
• Para mim é um contato muito útil com a figura do centurião, que aqui é um pouco como meu mestre, meu guia no caminho da fé. “Depois de ter ouvido sobre Jesus”. Recebeu o anuncio, a boa notícia interceptada que lhe rompeu o coração, não sem a fuga do fato, não se fecharam seus ouvidos e a vida. Acordou em Jesus e agora o quer.
• “ORDEM”. Duas vezes utiliza esta ação, primeiro ao enviar Jesus aos anciãos do povo, as figuras de autoridade, em continuação, enviar à seus amigos. Lucas utiliza dois verbos diferentes, e isto me ajuda a entender ainda mais que este homem tenha feito algo, há pouco: abriu-se gradualmente mais e mais para o encontro com Jesus e os amigos é um pouco – enviar eles próprios -. “Para pedir-lhe que venha salvar-nos”. Dois belos verbos que expressam a intensidade de seu pedido a Jesus que ele quer ser, mais próximo se coloca em sua pobre vida, isto é, para visitar sua dor. É uma declaração de amor, fé, grandes, porque é como se dissesse, “Eu sem ti não posso viver”. Vem. E ninguém pede nenhuma salvação, a cura superficial, tal como, entendemos o verbo particular, que Lucas quer. De fato estamos falando de uma salvação cruz, capaz de atravessar toda sua vida, toda sua pessoa e capazes de levar à pessoa mais, mais além, de todos os obstáculos a qualquer esforço ou provas, inclusive mais além da morte.
• “NÃO SOU DIGNO”. Duas vezes Lucas coloca na boca as palavras do centurião, que ajudam a compreender o grande passo que fez si mesmo. Ele se sente indigno, incompetente, inadequado, como a expressão das duas palavras gregas diferentes usadas aqui. Talvez o primeiro grande avanço no caminho de fé com Jesus é o seguinte: o descobrimento de nossa grande necessidade Dele, sua presença e, a consciência cada vez mais segura de que por si não se pode fazê-lo porque somos pobres, somos pecadores. Porém, para isto, somos infinitamente amados!
• “A PALAVRA”. Aqui está o grande salto, o grande passo da fé. O centurião agora acredita de forma clara, serena confiança. Enquanto caminhava para ele, ele também estava fazendo seu caminho no interior, estava mudando, estava convertendo-se em um homem novo. Primeiro aceitou a pessoa de Jesus e depois também sua palavra. Porque Ele é o Senhor e, como tal, sua palavra é eficaz, real, de grande alcance, capaz de operar o que disse. Todas as dúvidas foram derrubadas, tudo o que fica é a fé, certa da confiança na salvação em Jesus.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Estou envergonhado das enfermidades, da morte que vive em minha casa em minha vida?
• Se abro meu coração à oração, à invocação, se convido a vinda do Senhor, qual é a atitude de meu coração?




ORAÇÃO FINAL

•    Hoje farei os acertos necessários em minha agenda, com minha família e um compromisso pessoal para não voltar a chegar tarde ou faltar a missa.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Lectio Divina - 13/09/12






QUINTA-FEIRA -13/09/2012


PRIMEIRA LEITURA:1Corintios 8,1-13

•    Nesta passagem Paulo destaca a importância que tem, para a salvação dos demais e a nossa própria, o bom testemunho. Não podemos, portanto, dizer: “Esta é minha vida e eu faço com ela o que achar melhor”. Fomos batizados e a maioria das pessoas nos reconhece como cristãos, por isso nosso mau testemunho faz cair em pecado a muitos de nossos irmãos que, tendo uma consciência mal formada e vendo nosso mau exemplo, se sentem convidados a imitar-nos, pensando que tal ou qual coisa, o faz nosso irmão, que como eu é cristão, “não deve estar tão mau”. Não é raro encontrarmos com cristãos que, embriagam-se e que freqüentam lugares pouco cristãos (às vezes nada cristãos), que maltratam os irmãos e inclusive a própria família, que não vão à missa, etc. Por culpa destes irmãos, muitos outros (principalmente os filhos ou irmãos) sentem-se autorizados a fazer o mesmo pensando que isto não “é tão mau”, inclusive justificam tanto que alguns até se sentem com liberdade para no domingo receber a comunhão. Com este exemplo não só se induz ao irmão pecar, mas, este pecado de meu irmão, tem também conseqüências em minha vida espiritual já que de alguma maneira eu contribui para isto. Irmãos somos cristãos e devemos portar-nos como tal.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens se dignado a redimir-nos e quer fazer-nos filhos teus, olhe-nos sempre com amor de pai e faz que todos aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,27-38

• O evangelho de hoje nos apresenta a segunda parte do “Sermão da Planície”. Na primeira parte (Lc 6,2-26), Jesus se dirigia aos discípulos (Lc 6,20). Na segunda parte (Lc 6,27-19), se dirige a “aos que me ouvem”, isto é, aquela multidão imensa de pobres e enfermos, que chegava de todos os lados (Lc 6,17-19).
• Lucas 6,27-30: AMAR AOS INIMIGOS! As palavras que Jesus dirige a este povo são exigentes e difíceis: amar aos inimigos, não maldizer, oferecer a outra face quem te ferir em uma, não reclamar quando alguém tomar o que é teu. Tomadas ao pé da letra, estas frases parecem favorecer aos ricos que roubam. Porém, nem sequer Jesus as observou ao pé da letra. Quando o soldado lhe feriu uma face, não ofereceu a outra, mas reagiu com firmeza: “Se falei mal, prove-o! E se não, por que me golpeias?” (Jo 18,22-23). Então, como entender estas palavras? Os versículos seguintes nos ajudam a entender o que Jesus quer ensinar-nos.
• Lucas 6,31-36: A REGRA DE OURO! IMITAR A DEUS. Duas frases de Jesus ajudam a entender o que Ele quer ensinar. A primeira frase é a chamada Regra de Ouro: “Trate aos homens como quer que eles te tratem!” (Lc 6,31). A segunda frase é: “Sede compassivo como vosso Pai celestial é compassivo!” (Lc 6,36). Estas duas frases mostram que Jesus não quer inverter simplesmente a situação, pois, nada mudaria. Quer mudar o sistema. O Novo que Ele quer construir nasce da nova experiência de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para que os pobres se vinguem. Jesus manda ter uma atitude contrária: “Amar a vossos inimigos!”. O amor não pode depender do que recebemos do outro. O verdadeiro amor tem que querer também o bem do outro, independentemente de que ele ou ela façam por mim. O amor tem que ser criativo, pois, assim é o amor de Deus para conosco: “Sede compassivos como o Pai celestial é compassivo!”. Mateus diz o mesmo em outras palavras: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito!” (Mt 5,48). Nunca ninguém poderá chegar a dizer: “Hoje fui perfeito como o Pai celestial é perfeito. Sou compassivo como o Pai celestial é compassivo”. Estaremos sempre por baixo do nível que Jesus colocou diante de nós. No evangelho de Lucas, a Regra de Ouro diz: “E tudo o que vocês desejassem dos demais, faça-o para eles” e acrescenta: “Pois nisto consiste a Lei e os Profetas” (Mt 7,12). Praticamente todas as religiões do mundo têm a mesma Regra de Ouro com formulações diversas. Sinal de que aqui se expressa uma intuição ou um desejo universal que nasce do fundo do coração humano.
• Lucas 6,37-38: PORQUE COM A MEDIDA QUE MEDIRES SERÁS MEDIDO. “Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Daí e vos será dado, será derramado em vosso regaço uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. Porque com a medida que medirdes sereis medidos também”. São quatro conselhos: dois de forma negativa: não julgar, não condenar, e dois de forma positiva: perdoar e dar com medida abundante. Quando diz “e vos será dado”, Jesus lembra o tratamento que Deus quer ter conosco. Porém, quando nossa maneira de tratar aos outros é mesquinha, Deus não pode usar a medida abundante e exuberante que Ele gostaria de usar.
• CELEBRAR A VISITA DE DEUS. O Sermão da Planície, desde seu começo, leva os ouvintes a optar à favor dos pobres. No Antigo Testamento, várias vezes, Deus colocou as pessoas diante da mesma opção de benção ou maldição. A pessoa tinha a liberdade de escolher. “Coloquei-te diante da vida ou da morte, da benção ou da maldição. Escolhe, portanto, a vida, para que vivas tu e tua descendência” (Dt 30,19). Não é Deus quem condena, mas, a própria pessoa segundo a opção que fará entre a vida e a morte, entre o bem e o mal. Estes momentos de opção são os momentos da visita de Deus a seu povo (Gn 21,1;50,24-25; Ex 3,16; 32,34: Jr 29,10; Sl 59,6; Sl 65,10; Sl 80,15, Sl 106,4). Lucas é o único evangelista que emprega esta imagem da visita de Deus (Lc 1,68.78;7,16;19,44; At 15,16). Para Lucas Jesus é a visita de Deus que coloca a pessoa diante da possibilidade de escolher a benção ou a maldição: “Bem-aventurados vós os pobres!” e “Ai de vós, os ricos!”. Porém, as pessoas não reconhecem a visita de Deus (Lc 19,44).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Será que olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus?
• O que quer dizer hoje “ser misericordioso como o Pai celestial é misericordioso”?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 139,1-3)
• Hoje conversarei com alguém que apenas está iniciando seu caminho de fé e o estimularei homenageando qualquer esforço que tenha feito até agora.




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Lectio Divina - 12/09/12





QUARTA-FEIRA -12/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 7,25-31

• Neste capítulo, o apóstolo afronta o problema da relatividade de todas as coisas com respeito ao Reino. Em seu contexto, a chegada do Reino se apresenta iminente, nós não podemos supor que o Reino não chegará jamais (e nos referimos ao Reino Escatológico, no final dos tempos). Quando o homem se torna consciente de sua TRANSITORIEDADE, de que nada é para sempre, que tudo é passageiro, que o único que permanece é Deus, a vida se vê a partir de outra perspectiva. Por isso Paulo convida seus ouvintes a ponderar sobre todas as coisas do Reino, como já havia dito Jesus: “Busque primeiro o reino... e tudo o demais lhe será acrescentado”. É bom estar solteiro como é estar casado, é bom ter como não ter, no final todos gozaremos da mesma condição, pois, no céu não existe esposo nem esposa, nem ricos, nem pobres, nem solteiros, nem casados. Quem verdadeiramente se deixa conduzir pelo Espírito sabe desfrutar e gozar da vocação para qual o Senhor o chamou.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens se dignado a redimir-nos e quer fazer-nos filhos teus, olhe-nos sempre com amor de pai e faz que todos aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,20-26

•    Hoje o evangelho nos apresenta as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Existe uma maneira progressiva na forma que Lucas tem de apresentar o ensinamento de Jesus. Até o cap. 6,16, diz muitas vezes que Jesus ensina as pessoas, porém, não chega a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17;6,6). Depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas trás o primeiro grande discurso que começa com exclamação: “Bem-aventurados os pobres!” e “Ai de vós os ricos!”, e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de “Sermão da planície”, pois segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou em um lugar plano onde fez seu discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito no monte (Mt 5,1) e é chamado de “Sermão da Montanha”. Em Mateus, o sermão tem oito bem-aventuranças, que tem um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Contem quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades, constituídas de ricos e de pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias.
• Lucas 6,20: BEM-AVENTURADOS OS POBRES! Olhando para os discípulos, Jesus declara: “Bem-aventurados os pobres, porque vosso é o Reino dos Céus!”. Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E a eles Jesus promete: “Vosso é o Reino dos Céus!”. Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já lhes pertence. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: “Bem-aventurados os pobres de Espírito!” (Mt 5,3). São os pobres que têm o Espírito de Jesus. Pois, existem pobres com cabeça ou espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres com cabeça de pobre. Como Jesus, não querem acumular, assumem sua pobreza e, como Ele, lutam por uma convivência mais justa, onde exista fraternidade e, colocada em comum de bens, sem discriminação.
• Lucas 6,21-22: BEM-AVENTURADOS OS QUE AGORA TÊM FOME E CHORAM! Na segunda e terceira bem-aventurança Jesus disse: “Bem-aventurados os que agora têm fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados os que agora choram porque se alegrarão!”. Uma parte das frases está no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é o definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje com a força do Espírito de Jesus. Construir o Reino trás sofrimento e perseguição, porém, uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “sereis saciados e vos alegrareis!”.
• Lucas 6,23: BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO OS HOMENS OS ODIAREM...! A bem-aventurança se refere ao futuro: “Bem-aventurados sereis quando os homens os odiarem, os expulsarem, condenarem vosso nome como mau por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos nesse dia porque grande será vossa recompensa, porque assim foram tratados os profetas!”. Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades de seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é agonia da morte, mas, dor do parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para eles. Iam pelo o caminho justo.
• Lucas 6,24-25: AI DE VÓS OS RICOS! Ai de vós que estais fartos e riem! Depois das quatro bem-aventuranças à favor dos pobres e excluídos, segue quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma grande parte no presente e outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denuncia da injustiça. Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus disse: “Ai de vós os ricos!”. É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades de seu tempo. Nelas havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres por parte dos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (cf. Ap 3,17-19). Jesus faz uma critica dura e direta aos ricos: “Vós os ricos, já têm consolação! Vós já estais fartos, porém, passareis fome! Vós estais rindo, porém, ficareis aflitos e chorareis!”. Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de prejuízos, mas sim, é fruto de enriquecimento injusto dos outros.
• Lucas 6,2: AI DE VÓS QUANDO TODOS FALAREM BEM DE VÓS, PORQUE ASSIM VOSSOS PAIS TRATARAM OS FALSOS PROFETAS!”. Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam seu prestígio e sua autoridade, para criticar Jesus.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Olhamos a vida das pessoas com o mesmo olhar de Jesus? Dentro de teu coração, o que você pensa de verdade: uma pessoa pobre faminta pode realmente ser feliz? As telenovelas e a propaganda do comércio, qual é o princípio que nos apresentam?
• Dizendo “Felizes os pobres”, Jesus estava querendo dizer que os pobres têm que continuar na pobreza?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 145,17-18)
• Hoje agradecerei a Deus, todo o dia, pelo estado de vida que estou vivendo. E se estou solteiro expressarei meu amor a Deus, e se estou casado expressarei a meu cônjuge o quão agradecido estou por compartilhar minha vida com ele ou com ela.




terça-feira, 11 de setembro de 2012

Lectio Divina - 11/09/12






TERÇA-FEIRA -11/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 6,1-11

•    É triste ver que a pesar de haver passado tanto tempo, os problemas que se apresentam na comunidade de Corinto são os mesmos que hoje vivemos em nossa sociedade moderna. Vemos com tristeza como até nas próprias famílias acontecem estes problemas que, em vez de resolver-se de uma maneira cristã, se tornam públicos criando um verdadeiro escândalo na comunidade. Isto se deve a nossa sociedade, como na de Corinto não havia madurado em sua conversão e só somos cristãos pela metade. Preferimos que se faça um escândalo no lugar de buscar uma solução através da oração e do diálogo fraterno. O egoísmo que hoje vivemos nos fecha, e as partes em conflito são incapazes de ceder, nem o ofensor nem o ofendido querem perder. Se nos esquecemos que é precisamente perdendo que ganhamos; esquecemos-nos que é a morte que nos leva à ressurreição; que só a cruz é portadora de vida. Isto não é fácil, porém, é o caminho que o cristão tem que seguir se quer ser perfeito e parecer com seu Mestre. Só a oração e a conversão são capazes de dar a sabedoria e, sobretudo, a humildade para resolver os problemas com amor e compreensão.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens se dignado a redimir-nos e quer fazer-nos filhos teus, olhe-nos sempre com amor de pai e faz que todos aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,12-19

•    O evangelho de hoje trás dois assuntos: a escolha dos doze apóstolos e a enorme multidão de gente querendo encontrar-se com Jesus. O evangelho nos convida a refletir sobre os Doze que foram escolhidos para conviver com Jesus, como apóstolos. Os primeiros cristãos lembraram e registraram os nomes destes Doze e de alguns outros homens e mulheres que seguiram Jesus e que depois da ressurreição foram criando comunidades para o mundo. Hoje também, todo mundo lembra o nome de algum catequista ou professora que foi significativo para sua formação cristã.
• Lucas 6,12-13: A ESCOLHA DOS DOZE APÓSTOLOS. Antes de proceder a escolha dos doze apóstolos, Jesus passou uma noite inteira em oração. Rezou para saber quem escolher e escolheu os Doze, cujos nomes estão nos evangelhos e que receberam o nome de apóstolo. “Apóstolo” significa “enviado”, missionário. Foram chamados para realizar uma missão, a mesma que Jesus recebeu do Pai (Jo 20,21). Marcos diz mais, nos informa que Deus os chamou para estar com Ele e enviá-los em missão (Mc 3,14).
• Lucas 6,14-16: OS NOMES DOS DOZE APÓSTOLOS. Com pequenas diferenças os nomes dos Doze são iguais nos evangelhos de Mateus (Mt 10,2-4), Marcos (Mc 3,16-19) e Lucas (Lc 6,14-16). Grande parte destes nomes vem do Antigo Testamento. Por exemplo, “Simão” é o nome de um dos filhos do patriarca Jacó (Gn 29,33). “Tiago” é o mesmo que “Jacó” (Gn 25,26). “Judas” é o nome de outro filho de Jacó (Gn 35,23). Mateus também tinha o nome de “Levi”, que foi outro filho de Jacó (Gn 35,23). Dos doze apóstolos, sete têm o nome que vem do tempo dos patriarcas: duas vezes “Simão”, duas vezes “Tiago”, duas vezes “Judas”, e uma vez “Levi”. Isto revela a sabedoria e a pedagogia do povo. Através dos nomes de patriarcas e matriarcas, dados as seus filhos e filhas, mantiveram viva a tradição dos antigos e ajudaram seus filhos a não perder a identidade. Que nome damos hoje a nossos filhos e filhas?
• Lucas 6,17-19: JESUS DESCE DA MONTANHA E A MULTIDÃO O PROCURA. Ao descer do monto com os doze, Jesus encontra uma multidão imensa de pessoas que procurava ouvir sua palavra e tocar-lhe, porque Dele saia uma força de vida. Nesta multidão havia judeus e estrangeiros, gente da Judéia e também de Tiro e Sidônia. As pessoas estavam desorientadas, abandonadas. Jesus acolhe a todos os que o procuram. Judeus e pagãos. Este é um dos temas preferido por Lucas!
• Estas doze pessoas, chamadas por Jesus para formar a primeira comunidade, não eram santas. Eram pessoas comuns, como todos nós. Tinham suas virtudes e seus defeitos. Os evangelhos informam muito pouco sobre a forma de ser o caráter de cada um deles. Porém, o pouco que informa é motivo de consolação para nós. – PEDRO – era uma pessoa generosa e entusiasta (Mc 14,29.31; Mt 14,28-29), mas, na hora do perigo e da decisão, seu coração continuava encolhido e voltava atrás (Mt 14,30; Mc 14,66-72). Chega a ser “satanás” para Jesus (Mc 8,33). Jesus lhe deu o apelido de “Pedra” (Pedro). Pedro, por sim mesmo, não era “pedra”. Tornou-se pedra (rocha), porque Jesus rezou por ele (Lc 22,31-32). –TIAGO E JOÃO – estavam dispostos a sofrer com Jesus e por Jesus (Mc 10,39), porém, eram muito violentos (Lc 9,54). Jesus os chama de “filhos do trovão” (Mc 3,17). João parecia ter certos zelos. Queria Jesus só para seu grupo (Mc 9,38). –FELIPE – tinha uma forma de ser acolhedora. Sabia colocar os demais em contato com Jesus (Jo 1,45-46), mas, não era muito prático em resolver os problemas (Jo 12,20-22;6,7). Às vezes era meio ingênuo. Houve momentos em que Jesus perdeu a paciência com ele: “Mas, Felipe, tanto tempo que estou contigo, e ainda não me conheces?” (Jo 14,8-9). – ANDRÉ - irmão de Pedro e amigo de Felipe, era mais prático. Felipe recorre a ele para resolver problemas (Jo 12,21-22). Foi André que chamou Pedro (Jo 1,40-41), e foi André que encontrou o menino com os cinco pães e os peixes (Jo 6,8-9). – BARTOLOMEU - parece ter sido o mesmo que “Natanael”. Este era bairrista, e não podia admitir que nada bom pudesse vir de Nazaré (Jo 1,46). – TOMÉ – foi capaz de sustentar sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os demais (Jo 20,24-25). Porém, quando viu que estava equivocado, não teve medo em reconhecer seu erro (Jo 20,26-28). Era generoso, disposto a morrer com Jesus (Jo 11,16). – MATEUS OU LEVI – era publicano, cobrador de impostos, como Zaqueu (Mt 9,9; Lc 19,2). Eram pessoas comprometidas com o sistema opressor da época. – SIMÃO - ao contrário, parece haver sido do movimento que se opunha radicalmente ao sistema que o império romano impunha ao povo judeu. Por isso, tinha o apelido de “Zelota” (Lc 6,15). O grupo dos Zelotas chegou a provocar uma rebelião armada contra os romanos. – JUDAS – era o que se ocupava do dinheiro do grupo (Jo 13,29). Chegou a trair Jesus. – TIAGO DE ALFEU E JUDAS TADEU, destes dois os evangelhos só informam o nome.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus passou a noite inteira em oração para saber quem escolher, e escolheu a estes doze. Qual é a lição que tira daqui?
• Lembra dos nomes das pessoas que estão na origem da comunidade da qual pertence? O que mais lembra delas: o conteúdo que te ensinaram ou o testemunho que te deram?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 149,3-4)
• Hoje procurarei alguma coisa na qual sou especialmente orgulhoso e baixarei a “guarda”, com o objetivo de ter uma relação mais harmoniosa com os envolvidos.



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lectio Divina - 10/09/12






SEGUNDA-FEIRA -10/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 5,1-8


• Um dos grandes perigos e desafio que temos que enfrentar hoje em dia é a: Permissividade. Fomos acostumados a ver com “normalidade” muitas situações, sobretudo, de tipo imoral, que as consideramos ou corremos o grave risco de considerá-las normais e inclusive boas. Hoje se discute sobre a legalidade do aborto, dos matrimônios homossexuais, do uso “limitado” da droga, não se questiona grandemente a infidelidade conjugal nem as relações sexuais pré-matrimoniais. Vamo-nos acostumando e aceitando sem maiores problemas. Esta passagem da Escritura nos revela que isto não é novo, já acontecia em Corinto, mas, Paulo zeloso pela salvação de todos aqueles que haviam iniciado no caminho do Evangelho, os repreende com força, e com intolerância. E isto não quer dizer que devemos “entregar a Satanás” aqueles que vivem situações desordenadas dentro de nossa comunidade cristã. O convite é a “não aceitar tais situações” e que seja manifesta nossa posição contra tudo o que impede a salvação do homem e que está a margem da moral cristã. É o convite à orar por tais pessoas, inclusive por aquelas de quem depende que isto continue tolerando e propagando, a fim de que eles também mudem sua “levedura de vicio e de maldade por uma sinceridade verdadeira”.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens se dignado a redimir-nos e quer fazer-nos filhos teus, olhe-nos sempre com amor de pai e faz que todos aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,6-11

• CONTEXTO. Nesta passagem Jesus se apresenta curando um homem que tinha uma mão seca. A diferença do contexto dos cap. 3-4 nos quais Jesus aparece só, aqui Jesus aparece rodeado de seus discípulos e das mulheres que o acompanhavam. Nos primeiros trechos deste caminho o leitor encontrará diversos modos de ouvir a palavra de Jesus por parte dos que o seguem que em definitivo poderiam sintetizar em duas experiências que por sua vez, reclamam dois tipos de aproximação de Jesus: de Pedro (5,1-11) e o do centurião (7,1-10). O primeiro encontra Jesus que, depois da pesca milagrosa, o convida a ser pescador de homens, e depois cai de joelhos diante de Jesus: “Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador” (5,8). O segundo não tem nenhuma comunicação direta com Jesus: tinha ouvido falar muito bem sobre Jesus e lhe envia intermediários para pedir-lhe a cura de seu criado que está morrendo; pede algo não para si, mas, para um pessoa muito querida. A figura de Pedro representa a atitude do que, sentindo-se pecador, coloca seu trabalho sob o influxo da Palavra de Jesus. O centurião, mostrando sua solicitude pelo criado, aprende a ouvir a Deus. Pois bem, a cura do homem que tem uma mão seca se coloca entre estas vias ou atitudes que caracterizam o itinerário da vida de Jesus. O fato milagroso se produz em um contexto de debate ou controvérsia: as espigas arrancadas no sábado e uma cura também no sábado, precisamente o homem da mão seca. Entre as discussões, a palavra de Jesus joga um papel crucial: “O Filho do homem é senhor do sábado” (6,5). Voltando a nossa passagem, perguntemo-nos o que é que significa esta mão seca? É símbolo da salvação do homem que é conduzido a sua situação original, a da criação. Além disso, a mão direita expressa o trabalho humano. Jesus devolve neste dia da semana, o sábado, seu mais profundo sentido: é o dia de alegria, de restauração, e não de limitação. O sábado que Jesus apresenta é o sábado messiânico, não é sábado legalista; as curas realizadas por Ele são sinais do tempo messiânico, da restauração e libertação do homem.
• DINÂMICA DO MILAGRE. Lucas coloca diante de Jesus um homem com uma mão sem força, seca, paralisada. Ninguém se interessa para pedir sua cura e menos ainda o diretamente interessado. Porém, a enfermidade não era só um problema individual, mas, seus efeitos repercutem em toda a comunidade. Em nosso relato não emerge tanto o problema da enfermidade, mas sim, sua relação com o sábado. Jesus é criticado porque curava no sábado. A diferença com os fariseus consiste em que estes, no dia de sábado, não agiam com base no mandamento do amor que é a essência da lei. Jesus, depois de ordenar ao homem para colocar-se no centro da assembléia, faz uma pergunta decisiva: “é licito ou não curar no sábado?”. Os espaços para a resposta são reduzidos: curar ou não curar, ou seja, curar ou destruir. Imaginemos a dificuldade dos fariseus: teriam que excluir que no sábado se pudesse fazer o mal ou conduzir o homem a perdição e menos ainda curar já que ajudar no sábado era permitido só em casos de extrema necessidade. Os fariseus se sentem provocados, e ficam agressivos. Aparece como evidente que a intenção de Jesus ao curar no sábado é procurar o bem do homem, em primeiro lugar o que está enfermo. Esta motivação de amor nos convida a refletir sobre nosso comportamento e a fundamentá-lo no de Jesus, que salva. Jesus não presta atenção só na cura do enfermo, mas, também está interessado pela de seus adversários: cura-los de sua forma errônea de observar a lei; observar o sábado sem reanimar o próximo de suas enfermidades não está em conformidade como que Deus quer. Para o evangelista, a função do sábado é fazer o bem, salvar como Jesus faz em sua vida terrena.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Você sente “urgentes” as palavras de Jesus? Como se compromete em teu serviço à vida? Sabe criar condições para que o outro viva melhor?
• Sabe colocar no centro de tua atenção a todos os homens e a suas necessidades?




ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 5,12)
• Hoje terei muita atenção em meu dia, para dar-me conta de quantas coisas estou fazendo como “normais” sem que estas pertençam ao plano amoroso de Deus.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Lectio Divina - 07/09/12






SEXTA-FEIRA -07/09/2012


PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 4,1-5

•    Nestas palavras de Paulo lembramos todos os exemplos que o Senhor colocou sobre os administradores, o apóstolo nos dizia: “tudo é nosso”, e é verdade, porém, só da maneira como o tem um administrador. Somos administradores de nosso tempo, dos bens que Deus nos tem dado, de nossa saúde, e inclusive das pessoas que Deus tem confiado a nosso cuidado como são os filhos, os pais, o cônjuge, etc. Sim, tudo é nosso, mas, nos dado em administração, e Jesus, no dia que nos chamar à Casa Paterna, nesse dia nos dirá como disse a seu servidor: “Preste conta de tua administração!”. Por isso, não podemos desperdiçar nosso tempo, nem gastar mal a saúde, nem o dinheiro, nem o ambiente nem nada que nos tenha sido dado em administração. Devemos ter cuidado com as pessoas que Deus nos confiou e dar-lhes o carinho, o cuidado e a atenção eu o próprio Jesus daria a cada um. Não deixe passar esse dia, faça de tua administração uma verdadeira experiência do amor de Deus.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 5,33-39


•    No evangelho de hoje vamos ver de perto um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas da época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez o conflito é em torno do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), além dos conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
• Lucas 5,33: JESUS NÃO INSISTE NA PRÁTICA DO JEJUM. Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Porém, Ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa-lhes a liberdade de agir. Por isto, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
• Lucas 5,34-35: ENQUANTO O NOIVO ESTÁ COM ELES NÃO PRECISAM JEJUAR. Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com eles, isto é, durante a festa de bodas, estes não precisam jejuar. Durante o tempo em que Ele, Jesus, está com seus discípulos, é festa de bodas. Porém, virá o dia em que o noivo não estará. Nesse dia, se quiserem, podem jejuar. Jesus faz menção a sua morte. Sabe e sente que se continua por este caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo. No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo de sua gente (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus, é visto como o noivo de seu povo, de sua gente (Ef 5,25). O Apocalipse apresenta o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa, a Jerusalém celestial (Ap 19,7-8;21,2.9).
• Lucas 5,36-39: VINHO NOVO EM ODRES NOVOS!. Estas palavras soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odres velhos devem ser entendidas como uma luz que arroja sua claridade sobre os diversos conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Aclaram a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: bodas de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar se estar casado/a pela igreja, faltar a missa aos domingos, não fazer jejum na sexta-feira santa, etc. Não se coloca remendo novo em um vestido velho, porque na hora de lavá-lo, o remendo novo encolhe e o vestido rasga ainda mais. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação estoura o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Ou um, ou outro. Não se deve combinar o novo que Jesus trás com costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trás faz estourar o odre velho. É preciso saber separar as coisas. Muito provavelmente Lucas trás estas palavras de Jesus para orientar às comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeus cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não está contra o que é “velho”. O que Ele não quer é que o “velho” se imponha e assim comece a manifestar-se. Seria o mesmo que reduzir, na Igreja católica, a mensagem do Concílio Vaticano II ao que se vivia na Igreja antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo fazer.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Quais são os conflitos em torno das práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento às pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual é a imagem de Deus que está por trás de todas estas idéias preconcebidas, normas e proibições?
• Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em vestido velho?”. Qual é a mensagem que tira de tudo isto para tua vida e para comunidade?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 37,5-6)
• Enquanto transcorre o dia de hoje, cada vez que entrar em contato com bens, pessoas, ou momentos do dia repetirei em meu interior “Tudo é teu Senhor”, para lembrar constantemente que só administro o que o Senhor sabe que posso atender.




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Lectio Divina - 06/09/12






QUINTA-FEIRA -06/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 3,18-23


• Tenho que ser ou fazer-me de ignorante para ser verdadeiramente dirigido pelo Espírito e ser de Cristo? Seria uma pergunta muito justa diante do texto que acabamos de ler. O que é que realmente o apóstolo quer dizer-nos? Devemos renunciar ao estudo, a ciência, ao conhecimento? A resposta é NÃO! Para entender esta passagem da Sagrada Escritura, devemos distinguir dois termos: Ciência (conhecimentos) e Sabedoria. Poderíamos dizer que o conhecimento é o que se aprende nos livros, é o produto das ciências; enquanto que a sabedoria é uma ciência interior, que tem como fonte Deus. Jesus dizia: “De que é que serve ao homem ganhar todo o mundo se no final perder a si mesmo?”. Paulo, em outra passagem, diz: “Eu poderia ter todo o conhecimento, se não tenho caridade de nada me valeria”; a ciência sem a sabedoria destrói, se transforma em vaidade e egoísmo; a sabedoria sem a ciência pode converter o caminhar humano em “angelismo” e cair em graves erros na interpretação do mundo. As duas devem caminhar juntas. Quando o homem ora para obter a sabedoria vai entendendo que a ciência passa, se transforma, chega a desaparecer, enquanto que a sabedoria se aperfeiçoa. Em nosso mundo “cientista” (tal como o auditório de Paulo em Corinto), é fácil deslumbrar-se pela ciência e deixar de lado a sabedoria. Não deixemos que o encanto da ciência nos faça verdadeiramente ignorantes da única verdade que nos pode fazer plenamente feliz: “Deus”. Se realmente queres ser sábio, dê um tempo para tua oração diária.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 5,1-11


•    O evangelho de hoje conta como Pedro foi chamado por Jesus. O evangelho de Marcos coloca o chamado dos primeiros discípulos no começo do ministério público de Jesus (Mc 1,16-20). Lucas o coloca depois de que a fama de Jesus havia se estendido por toda região (Lc 4,14). Jesus havia curado muita gente (Lc 4,40) e havia pregado nas sinagogas de todo o pais (Lc 4,44). O povo o procurava e a multidão o apertava por todos os lados para ouvir a Palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas torna mais compreensível o chamado. Primeiro Pedro pode ouvir as palavras de Jesus às pessoas. Em seguida, presencia a pesca milagrosa. Depois desta dupla experiência surpreendente, acontece o chamado de Jesus. Pedro ouve, deixa tudo e se torna “pescador de homens”.
• Lucas 5,1-3: JESUS ENSINA NO BARCO. As pessoas procuram Jesus para ouvir a Palavra de Deus. E é tanta gente ao seu redor que Jesus fica apertado por todos os lados. Jesus pede a ajuda de Simão Pedro e a alguns companheiros que haviam voltado da pesca. Entra com eles em um barco e a partir dali responde ao que o povo pede, anunciando-lhes a Palavra de Deus. Sentado, Jesus tem a postura da autoridade de um mestre, porém, fala de um barco de um pescador. A novidade consiste em que o Senhor não só ensina em uma sinagoga para um público selecionado, mas, em qualquer lugar onde a pessoa quer ouvi-lo, até mesmo na praia.
• Lucas 5,4-5: POR TUA PALAVRA JOGAREI AS REDES. Terminada a instrução para as pessoas, Jesus se dirige a Simão e o anima a pescar de novo. Na resposta de Simão se nota frustração, cansaço e desalento: “Mestre, trabalhamos a noite toda e não pescamos nada!”. Mas, com a confiança na palavra de Jesus, voltam a jogar as redes. A palavra de Jesus tem mais força que a experiência frustrante da noite!
• Lucas 5,6-7: O RESULTADO É SURPREENDENTE. A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e os barcos estão a ponto de afundar-se. Simão necessita da ajuda de João e de Tiago, que estão em outro barco. Ninguém consegue ser completo, se está só. As comunidades devem ajudar-se entre si. O conflito entre as comunidades, tanto no tempo de Lucas como hoje, tem que ser superado em vista de um objetivo comum, que é missão. A experiência da força transformadora da Palavra de Jesus é o eixo ao redor, da qual as diferenças se assumem e se superam.
• Lucas 5,8-11: “SERÁ PESCADOR DE HOMENS!”. A experiência da proximidade de Deus em Jesus faz Simão perceber quem é: “Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador!”. Diante de Deus todos somos pecadores! Pedro e os companheiros têm medo e, ao mesmo tempo, se sentem atraídos. Deus é um mistério fascinante: dá medo e, ao mesmo tempo, atrai, Jesus afasta o medo: “Não tenhas medo!”. Chama Pedro e lhe compromete na missão, mandando que seja pescador de homens. Pedro experimenta, bem concretamente, que a Palavra de Jesus é como a Palavra de Deus. É capaz de fazer acontecer o que afirma. Em Jesus aqueles rudes trabalhadores fizeram a experiência de poder, tiveram coragem e confiança. Então, “deixando tudo, o seguiram!”. Até então, só Jesus anunciava a Boa Nova do Reino. Agora outras pessoas vão sendo chamadas e implicadas na missão. Essa maneira que Jesus tem de trabalhar em equipe é uma Boa Nova para o povo.
• O episódio da pesca no lago manifesta a atração e a força da Palavra de Jesus. Atrai as pessoas (Lc 5,1). Leva Pedro a oferecer o barco à Jesus para que fale (Lc 5,3). A Palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro, leva a lançar de novo a rede e faz com que aconteça a pesca milagrosa (Lc 5,4-6). Vence em Pedro a vontade de afastar-se de Jesus e o atrai para que seja “pescador de homens!” (Lc 5,10). E assim a Palavra de Deus age até nossos dias!





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Onde e como acontece hoje a pesca milagrosa, realizada em atenção a Palavra de Jesus?
• Eles largaram tudo e seguiram Jesus. O que eu tenho que largar para poder seguir Jesus?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 24,3-4)
• Hoje serei consciente e desfrutarei de tudo o que Deus me tem dado, e refletirei no verdadeiro sentido de cada coisa que tenho, pois, é o principio real da sabedoria.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Lectio Divina - 05/09/12






QUARTA-FEIRA -05/09/2012



PRIMEIRA LEITURA:1Corintios 3,1-9


•    Neste texto da Sagrada Escritura, a propósito de um problema particular da comunidade de Corinto onde se desenrolava o partidarismo, Deus nos dá um excelente “termômetro” para revisar se a nossa vida em Cristo tem crescido. Paulo diz: Enquanto continuam se deixando levar pelas paixões, continuam sendo cristãos em idade infantil. Sobretudo, e seguindo o contexto deste ensinamento do apóstolo, se refere aquelas paixões que causam divisão, discórdia, inimizade, zelo, inveja, rancores, as quais no levam a agir fundamentalmente contra os princípios básicos do Evangelho: o amor e a unidade. Na medida em que deixamos que o Espírito Santo tome controle de nossas emoções, de nossas paixões, nosso trato com os demais se torna sereno e amável, a inveja e o orgulho vão desaparecendo, fazendo-nos cada mais humildes e simples. João Batista, cheio do Espírito Santo, reconhecendo o mal que faz a divisão dizia, referindo-se a Jesus: “É preciso que eu diminua para que Ele cresça”. Permitamos que nosso coração, como o de Maria Santíssima, esteja sempre cheio do Espírito, para que as paixões não encontrem lugar nele.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 4,38-44

•    O evangelho de hoje nos fale de quatro assuntos distintos: da cura da sogra de Pedro, a cura de muitos enfermos, da noite depois do sábado, da oração de Jesus em um lugar deserto e da sua insistência na missão. Com pequenas diferenças Lucas segue e adapta as informações que tirou do evangelho de Marcos.
• Lucas 4,38-39: JESUS RESTAURA A VIDA PARA O SERVIÇO. Depois de participar na celebração do sábado, na sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura sua sogra. A cura faz com que ela se coloque imediatamente de pé. Uma vez recuperada a saúde e a dignidade, a sogra de Pedro se põe à serviço das pessoas. Jesus não somente cura, mas, cura par que a pessoa se coloque a serviço da vida.
• Lucas 4,40-41: JESUS ACOLHE E CURA OS MARGINALIZADOS. Ao cair da tarde, na hora em que a primeira estrela aparece no céu, terminado o sábado, Jesus acolhe e cura os enfermos e aos possuídos que as pessoas haviam trazido. Enfermos e possuídos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Não tinham a quem recorrer. Ficavam à mercê da caridade pública. Além disto, a religião as considerava impuras. Não podiam participar na comunidade. Era como se Deus a rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe e as cura impondo-lhes as mãos. Assim aparece no que consiste a Boa Nova de Deus e o que quer fazer na vida das pessoas: acolher os marginalizados e aos excluídos e reintegrá-los na convivência. “Também saiam demônios de muitos, gritando e dizendo”: “Tu és o Filho de Deus”. Porém, ele os ameaçava e não lhes permitia falar, porque sabiam que Ele era o Cristo. Naquele tempo, o titulo de Filho de Deus não havia adquirido nem a densidade nem a profundidade que o título tem hoje para nós. Significava que a pessoa reconhecia em Jesus uma presença toda especial de Deus. Jesus não deixava os demônios falar. Não queria uma propaganda fácil por meio do impacto de expulsões espetaculares.
• Lucas 4,42ª: PERMANECER UNIDO AO PAI PELA ORAÇÃO. “Ao raiar o dia saiu e foi para um lugar deserto. As pessoas o procuravam e, chegando até Ele, tentavam retê-lo para que não as deixassem”. Aqui Jesus aparece rezando. Faz um esforço muito grande para ter tempo e o ambiente para rezar. Levanta-se no meio dos outros e vai para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam de Jesus no silêncio (Lc 3,21-22; 4,1-2.3-12; 5,15-16; 6,12; 9,18; 10,21; 5,16; 9,18; 11,1; 9,28;23,34; Mt 14,22-23; 26,38; Jn 11,41-42; 17,1-26; Mc 1,35; Lc 3,21-22). Através da oração mantém viva em si a consciência de sua missão.
• Lucas 4,42b-44: MANTER VIVA A CONSCIÊNCIA DA MISSÃO E NÃO FICAR SÓ NO RESULTADO. Jesus se torna conhecido. As pessoas vão atrás e não querem que Ele se vá. Jesus não faz caso quando lhe pedem e diz: “As outras cidades Eu também tenho que anunciar a Boa Nova do Reino de Deus, porque para isto é que fui enviado”. Jesus tem muito claro sua missão. Não se fecha no resultado já obtido, mas, quer manter bem viva a consciência de sua missão. É a missão recebida do Pai que lhe orienta na hora de tomar decisões. Porque para isto Ele foi enviado! E aqui no texto esta consciência tão viva aparece como fruto da oração.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus arrumava tempo para poder rezar e estar a sós com o Pai. Eu faço o mesmo para rezar e estar a sós com Deus?
• Jesus mantinha viva a consciência de sua missão. Como cristão, ou cristão que sou tenho consciência de alguma missão, ou, vivo sem missão?





ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 33,20-21)
• Hoje me privarei de algo que goste muito, para demonstrar que não estou submetido a minhas paixões e desejos, mas sim, à vontade de Deus.



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Lectio Divina - 04/09/12





TERÇA-FEIRA -04/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 2,10-16

•    O profeta Isaias nos dizia: “Porque meus pensamentos (os de Deus) não são seus pensamentos”. Hoje Paulo nos explica por que. Quando o homem é dirigido pelo Espírito, quando o Espírito é a luz de sua mente e de seu coração, vê e julga tudo de maneira distinta, por isso é que seus critérios e sua maneira de raciocinar é muitas vezes diametralmente oposta à do mundo; portanto, muitas vezes é incompreendido e inclusivo tido como “louco”. Só com a luz do Espírito somos capazes de ver este mundo como Deus o criou, e ao mesmo tempo de descobrir a grande brecha que o pecado tem criado entre este mundo pensado por Deus e o que estamos construindo. O homem que ora diariamente notará como cada dia as coisas, as pessoas, e em geral todo mundo, é visto sob uma perspectiva diversa. Por isso, o trato que tem para com os filhos, e o cônjuge, os empregados, os companheiros, é diferente, é sempre positivo, alegre. Não existe problema que não tenha solução, nem dificuldade que não possa superar.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 4,31-37

•    No evangelho de hoje, vamos ver de perto dois assuntos: a admiração das pessoas pela maneira em que Jesus ensina e cura um homem possuído pelo demônio impuro. Não são todos os evangelistas que contam os fatos do mesmo modo. Para Lucas, o primeiro milagre é a calma com que Jesus se livrou da ameaça de morte por parte das pessoas de Nazaré (Lc 4,29-30) e a cura do homem possuído (Lc 4,33-35). Para Mateus, o primeiro milagre é a cura de alguns enfermos e endemoninhados (Mt 4,23) ou, mais especificamente, a cura de um leproso (Mt 8,1-4). Para Marcos, foi a expulsão de um demônio (Mc 1,23-26). Para João, o primeiro milagre foi em Caná, onde Jesus transformou a água em vinho (Jo 2,1-11). Assim, na maneira de contar as coisas, cada evangelista mostra qual foi segundo ele, a maior preocupação de Jesus.
• Lucas 4,31: A MUDANÇA DE JESUS PARA CAFARNAUM. “Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava aos sábados”. Mateus disse que Jesus foi viver em Cafarnaum (Mt 4,13). Mudou o lugar da residência. Cafarnaum era uma pequena cidade junto ao cruzamento de duas vias importantes: uma vinha da Ásia Menor e ia para Petra no sul da Transjordânia, e outra que vinha da região dos rios Eufrates e Tigre e descia para o Egito. A mudança para Cafarnaum facilitava o contato com as pessoas e a divulgação da Boa Noticia.
• Lucas 4,32: A ADMIRAÇÃO DAS PESSOAS PELOS ENSINAMENTOS DE JESUS. A primeira coisa que as pessoas percebem é a forma diferente que Jesus tem para ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim, a forma de apresentar que impressiona: “Jesus falava com autoridade”. Marcos acrescenta que por sua maneira diferente de ensinar, Jesus criava uma consciência crítica nas pessoas com relação as autoridades religiosas da época. As pessoas percebiam e comparavam: “Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas” (Mc 1,22.27). Os escribas da época ensinavam, citando as autoridades. Jesus não cita nenhuma autoridade, mas fala a partir de sua própria experiência de Deus e da vida.
• Lucas 4,33-35: JESUS COMBATE CONTRA O PODER DO MAL. O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal se apoderava das pessoas e as alienava. Jesus devolve as pessoas a elas mesmas. Devolve-lhes a consciência e a liberdade. E o faz pelo poder de sua palavra: “Cala-te e sai dele!”. Em outra ocasião disse: “Porém, se pelo dedo de Deus expulso os demônios, é que chegou a vós o Reino de Deus” (Lc 11,20). Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas dividas e ameaçada pelos cobradores. Pensa que não vive bem se não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Não é fácil expulsar este poder que hoje aliena tanta gente, e devolver as pessoas a elas próprias!
• Lucas 1,36-37: A REAÇÃO DAS PESSOAS: TEM PODER SOBRE OS ESPÍRITOS IMPUROS. Além da forma diferente que Jesus tem de ensinar as coisas de Deus, o outro aspectos que causava admiração nas pessoas é o poder que Jesus tem sobre os espíritos impuros: “Que palavra é esta? Ordena os espíritos com autoridade e poder, e eles saem”. Jesus abre um novo caminho as pessoas para poder conseguir a pureza mediante o contato com Ele. Naquele tempo, uma pessoa impura não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a benção prometida por Abraão. Tinha que purificar-se, primeiro. Havia muitas leis e normas que dificultavam a vida das pessoas e marginalizavam muita gente considerando-as impuras. Porém agora, purificadas pela fé em Jesus, as pessoas podiam comparecer de novo na presença de Deus e louvá-lo, sem necessidade de recorrer àquelas complicadas e, às vezes, dispendiosas normas de pureza.





PARA REFLEXÃO PESSOAL


• Jesus causa admiração entre as pessoas. A atuação de nossa comunidade no bairro produz alguma admiração nas pessoas? Qual?
• Jesus expulsava o poder do mal e devolvia as pessoas a elas mesmas. Hoje, muita gente vive alienada de si mesma e de tudo. Como devolvê-las a elas próprias?





ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 145,8-9)
• Hoje darei um tempo para a oração pessoal e farei uma análise de como, pouco a pouco, tenho adquirido o modo de pensar de Cristo e em que partes de minha vida ainda não consigo fazer isso.





segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lectio Divina - 03/09/12






SEGUNDA-FEIRA -03/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 2,1-5

•    Quantas vezes já no ocorreu em que nos sentimos chamados a comunicar a Boa Notícia do Evangelho, a dar nosso testemunho, a falar de Deus a alguma pessoa e nesse momento pensamos: quem sou eu? Eu não sou nada! Ou, como eu poderei convencer? A palavra de Deus nos lembra hoje, o que Jesus já havia dito: “Não se preocupem pelo que vão dizer. O Espírito Santo lhes inspirará nesse momento o que haverão de dizer”. Devemos ter sempre presente que a fé é um dom de Deus, que nossa missão é anunciar proclamar o Evangelho (de viva voz e com testemunho); a conversão pela fé toca o Espírito Santo. Desta maneira, como disse Paulo: a fé não está fundada nem em nossa eloqüência nem em nossa sabedoria: é obra de Deus na pessoa. De maneira que ninguém pode se vangloriar. Não apague o fogo do Espírito em teu coração. Fale de Deus a teus amigos e companheiros, não necessita muita sabedoria, necessita somente, como diz Paulo, o fogo do amor de Deus em teu coração.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 4,16-30

•    Hoje começamos a meditar o evangelho de Lucas, que se prolonga ao longo de três meses, até o final do ano eclesiástico. O Evangelho de hoje nos fala da visita de Jesus a Nazaré e da apresentação de seu programa as pessoas da sinagoga. Num primeiro momento, as pessoas ficam admiradas. Porém, ao dar-se conta de que Jesus quer acolher a todos, sem excluir ninguém, as pessoas se rebelam e querem matá-lo.
• Lucas 4,16-19: A PROPOSTA DE JESUS. Impulsionado pelo Espírito Santo, Jesus volta a Galiléia (Lc 4,14) e começa a anunciar a Boa Noticia do Reino de Deus. Vai a comunidade, onde havia participado desde pequeno, e durante trinta anos. É sábado, e como costumava fazer, Jesus vai à sinagoga para participar na celebração, levanta-se para fazer a leitura. Escolhe um texto de Isaias que fala dos pobres, dos presos, dos cegos e dos oprimidos (Is 61,1-2). Este texto reflete a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus Pai, cheio de amor, lhe dava um novo olhar para observar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma postura em defesa da vida de seu povo e, com as palavras de Isaias, define sua missão: (1)-anunciar a Boa Nova aos pobres, (2)-proclamar aos presos a liberdade, (3)-devolver a visão aos cegos, (4)-devolver a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5)-proclamar “um ano de graça de parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!
• Na Bíblia, o “Ano do Jubileu” era uma lei importante. Cada sete anos, inicialmente (Dt 15,1; Lv 25,3), era necessário devolver as terras aos clãs das origens. Todos deviam poder voltar a sua propriedade. E assim se impedia a formação de latifúndios e se garantia a sobrevivência das famílias. Era também necessário perdoar as dividas e resgatar as pessoas que haviam se tornado escravas (Dt 15,1-18). Não foi facial realizar o ano do jubileu cada sete anos (Cf, Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiu-se fazê-lo a cada cinqüenta anos (Lv 25,8-12). O objetivo era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres e acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O Jubileu era um instrumento legal para retornar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma ocasião oferecida por Deus para fazer uma revisão do caminho, para descobrir e corrigir os erros e começar de novo. Jesus começa sua pregação proclamando um Jubileu “Um ano de graça do Senhor”.
• Lucas 4,20-22: ENLAÇAR BÍBLIA E VIDA. Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaias dizendo: “Esta Escritura que acabais de ouvir se cumpre hoje!”. Assumindo as palavras de Isaias como palavras suas, Jesus lhes dá um sentido pleno e definitivo e se declara messias que vem cumprir a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provoca uma reação de raiva entre os que se encontram na sinagoga. Ficam escandalizados e não querem saber nada Dele. Não aceitam que Jesus seja o messias anunciado por Isaias. Diziam: “Acaso não é este o filho de José?”. Ficam escandalizados porque Jesus fala em acolher os pobres, os cegos e aos oprimidos. As pessoas não aceitam a proposta de Jesus. E assim no momento em que apresenta o projeto de acolher aos excluídos, ele próprio é excluído.
• Lucas 4,23-30: SUPERAR OS LIMITES DA RAÇA. Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e para fazê-la entender que sua proposta é parte da tradição, Jesus conta duas histórias da Bíblia, que eram conhecidas: a história de Elias e a história de Eliseu. As duas histórias criticam a rejeição mental das pessoas de Nazaré. Elias foi enviado à viúva de Sarepta (1Re 17,7-16). Eliseu foi enviado para cuidar do estrangeiro da Síria (2Re 5,14). Desponta aqui a preocupação de Lucas que quer mostrar que a abertura para as pessoas vem de Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que estavam tendo as comunidades no tempo de Lucas. Porém, o chamado de Jesus não acalmou os espíritos. Foi tudo ao contrário! As histórias de Elias e de Eliseu provocaram mais raiva ainda... A comunidade de Nazaré chegou a ponto de querer matar Jesus. Porém, Ele manteve a calma. A raiva dos demais não conseguiu desviar-lhe do caminho. Lucas mostra assim o quão é difícil superar a mentalidade do privilégio e da rejeição.
• É importante notas os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaias até onde diz: “proclamar um ano de graça de parte do Senhor”. Omite todo o resto da frase que dizia: “e um dia de vingança de nosso Deus”. As pessoas de Nazaré ficam com raiva diante de Jesus ao ouvir que quer ser o messias, porque quer acolher os excluídos e porque omitiu a frase sobre a vingança. Querem que o Dia de Yavhé seja um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino não seria mais uma mudança superficial e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita esta maneira de pensar, não aceita a vingança (cf. Mt 5,44-48). Sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe lhe ajudava a entender melhor o sentido das profecias.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• O programa de Jesus consiste em acolher aos excluídos. E nós, acolhemos a todos, ou excluímos alguns? Quais são os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
• O programa de Jesus, está sendo realmente nosso programa, ou, meu programa? Quais são os excluídos que deveríamos acolher melhor em nossa comunidade? O que é que nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?





ORAÇÃO FINAL


• (SALMO 119,97-98)
• Hoje compartilharei com meus amigos ou conhecidos, algo que lhes mostre o muito que o Senhor lhes ama.