quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Lectio Divina - 12/09/12





QUARTA-FEIRA -12/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 7,25-31

• Neste capítulo, o apóstolo afronta o problema da relatividade de todas as coisas com respeito ao Reino. Em seu contexto, a chegada do Reino se apresenta iminente, nós não podemos supor que o Reino não chegará jamais (e nos referimos ao Reino Escatológico, no final dos tempos). Quando o homem se torna consciente de sua TRANSITORIEDADE, de que nada é para sempre, que tudo é passageiro, que o único que permanece é Deus, a vida se vê a partir de outra perspectiva. Por isso Paulo convida seus ouvintes a ponderar sobre todas as coisas do Reino, como já havia dito Jesus: “Busque primeiro o reino... e tudo o demais lhe será acrescentado”. É bom estar solteiro como é estar casado, é bom ter como não ter, no final todos gozaremos da mesma condição, pois, no céu não existe esposo nem esposa, nem ricos, nem pobres, nem solteiros, nem casados. Quem verdadeiramente se deixa conduzir pelo Espírito sabe desfrutar e gozar da vocação para qual o Senhor o chamou.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que tens se dignado a redimir-nos e quer fazer-nos filhos teus, olhe-nos sempre com amor de pai e faz que todos aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,20-26

•    Hoje o evangelho nos apresenta as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Existe uma maneira progressiva na forma que Lucas tem de apresentar o ensinamento de Jesus. Até o cap. 6,16, diz muitas vezes que Jesus ensina as pessoas, porém, não chega a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17;6,6). Depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas trás o primeiro grande discurso que começa com exclamação: “Bem-aventurados os pobres!” e “Ai de vós os ricos!”, e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de “Sermão da planície”, pois segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou em um lugar plano onde fez seu discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito no monte (Mt 5,1) e é chamado de “Sermão da Montanha”. Em Mateus, o sermão tem oito bem-aventuranças, que tem um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Contem quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades, constituídas de ricos e de pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias.
• Lucas 6,20: BEM-AVENTURADOS OS POBRES! Olhando para os discípulos, Jesus declara: “Bem-aventurados os pobres, porque vosso é o Reino dos Céus!”. Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E a eles Jesus promete: “Vosso é o Reino dos Céus!”. Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já lhes pertence. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: “Bem-aventurados os pobres de Espírito!” (Mt 5,3). São os pobres que têm o Espírito de Jesus. Pois, existem pobres com cabeça ou espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres com cabeça de pobre. Como Jesus, não querem acumular, assumem sua pobreza e, como Ele, lutam por uma convivência mais justa, onde exista fraternidade e, colocada em comum de bens, sem discriminação.
• Lucas 6,21-22: BEM-AVENTURADOS OS QUE AGORA TÊM FOME E CHORAM! Na segunda e terceira bem-aventurança Jesus disse: “Bem-aventurados os que agora têm fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados os que agora choram porque se alegrarão!”. Uma parte das frases está no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é o definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje com a força do Espírito de Jesus. Construir o Reino trás sofrimento e perseguição, porém, uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “sereis saciados e vos alegrareis!”.
• Lucas 6,23: BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO OS HOMENS OS ODIAREM...! A bem-aventurança se refere ao futuro: “Bem-aventurados sereis quando os homens os odiarem, os expulsarem, condenarem vosso nome como mau por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos nesse dia porque grande será vossa recompensa, porque assim foram tratados os profetas!”. Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades de seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é agonia da morte, mas, dor do parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para eles. Iam pelo o caminho justo.
• Lucas 6,24-25: AI DE VÓS OS RICOS! Ai de vós que estais fartos e riem! Depois das quatro bem-aventuranças à favor dos pobres e excluídos, segue quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma grande parte no presente e outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denuncia da injustiça. Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus disse: “Ai de vós os ricos!”. É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades de seu tempo. Nelas havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres por parte dos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (cf. Ap 3,17-19). Jesus faz uma critica dura e direta aos ricos: “Vós os ricos, já têm consolação! Vós já estais fartos, porém, passareis fome! Vós estais rindo, porém, ficareis aflitos e chorareis!”. Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de prejuízos, mas sim, é fruto de enriquecimento injusto dos outros.
• Lucas 6,2: AI DE VÓS QUANDO TODOS FALAREM BEM DE VÓS, PORQUE ASSIM VOSSOS PAIS TRATARAM OS FALSOS PROFETAS!”. Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam seu prestígio e sua autoridade, para criticar Jesus.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Olhamos a vida das pessoas com o mesmo olhar de Jesus? Dentro de teu coração, o que você pensa de verdade: uma pessoa pobre faminta pode realmente ser feliz? As telenovelas e a propaganda do comércio, qual é o princípio que nos apresentam?
• Dizendo “Felizes os pobres”, Jesus estava querendo dizer que os pobres têm que continuar na pobreza?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 145,17-18)
• Hoje agradecerei a Deus, todo o dia, pelo estado de vida que estou vivendo. E se estou solteiro expressarei meu amor a Deus, e se estou casado expressarei a meu cônjuge o quão agradecido estou por compartilhar minha vida com ele ou com ela.




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