terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lectio Divina - 09/10/12


TERÇA-FEIRA -09/10/2012


PRIMEIRA LEITURA:Gálatas 1,13-24

Um dos problemas de nosso cristianismo atual é a SUPERFICIALIDADE, produto, em muitos dos casos, de uma evangelização que não tem calado no coração. A verdadeira conversão está baseada, como diria Santo Inácio de Loyola, em “Conhecer e Gostar INTERIORMENTE de Deus, por meio de Jesus Cristo”. Paulo, mediante seu testemunho de conversão, nos faz ver que a vida em Cristo é algo que transforma interiormente e que os demais notam: “Ele que antes nos perseguia, agora anuncia a fé!”. Para que isto se realize é necessário que cada um de nos tenha, como diz o papa Paulo VI: “Um encontro pessoal com Jesus: um encontro de olhos abertos e coração palpitante”. Quando o homem chega a ter esta experiência interior não só se transforma ele próprio, mas, tudo a seu redor se transforma, pois, é capaz de levar o “bom aroma do Evangelho” a todas as partes. Deus nos tem chamado, porém, temos coragem de responder?



ORAÇÃO INICIAL 

• Deus todo poderoso e eterno, que com amor generoso inunda os valores e os desejos dos que te suplicam; derrama sobre nós tua misericórdia, para que livre nossa consciência toda inquietude e nos concedas ainda aquilo que não nos atrevemos a pedir. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 10,38-42

O CONTEXTO. A viagem de Jesus empreendida em 9,51, está semeada de encontros singulares, entre eles o de um doutor da lei (10,25-37), que precede o encontro com Marta e Maria (vv 38-42). Diante de tudo, o doutor da Lei faz uma pergunta a Jesus, na qual propicia ao leitor ocasião para descobrir como se consegue a vida eterna, que é a intimidade com o Pai. A ele se chega participando na missão de Jesus, o primeiro enviado que nos mostra a misericórdia de Deus em sua plenitude (v 37). Em Jesus, o Pai se aproxima dos homens mostrando de maneira tangível sua paternidade. A expressão que Jesus dirige ao doutor da Lei e ao leitor, no final do encontro, é crucial: “Vá e faça o mesmo” (v37). Fazer-se próximo, aproximar-se dos outros como fez Jesus, nos faz instrumentos para mostrar de maneira viva o amor misericordioso do Pai. Esta é a chave secreta para entrar na vida eterna. 
• A ESCUTA DA PALAVRA. Depois deste encontro com um doutor da Lei, durante o caminho, Jesus entra em um povoado e é acolhido por seus velhos amigos Marta e Maria. Jesus não é só o primeiro enviado do Pai, mas também o que, por se Ele a Palavra única do Pai, reúne os homens, em nosso caso os membros da família de Betânia. Se é verdade que existe muitos serviços a levar a cabo, como a acolhida e atenção as necessidades dos demais, é ainda mais certo que o que é insubstituível é a escuta da Palavra. Aqui, o relato de Lucas é ao mesmo tempo um fato real e algo ideal. Começa com a acolhida de Marta (v38), e depois apresenta Maria na atitude própria do discípulo, sentada aos pés de Jesus e atenta a ouvir sua Palavra. Esta atitude de Maria é extraordinária, porque no judaísmo do tempo de Jesus não era permitido a uma mulher participar da escola de um mestre. Até aqui vemos um quadro harmonioso: a acolhida de Marta e a escuta de Maria. Porém, a acolhida de Marta se converterá em breve em um super-ativismo: a mulher esta “tensa”, dividida pelas múltiplas ocupações; está tão ocupada que não consegue abastecer as múltiplas ocupações domésticas. A grande quantidade de atividades, compreensível por tratar-se de um hospede singular, entretanto, se torna desproporcionada, até o ponto de impedir-lhe viver o essencial justo no momento em que Jesus se apresenta em sua casa. Sua preocupação é legítima, porém, de pronto se converte em ansiedade, um estado de ânimo não conveniente para acolher a um amigo.
• RELACIONAR O SERVIÇO E A ESCUTA. Seu serviço de acolhida é muito positivo, porém, fica prejudicado pelo estado ansioso com que o realiza. O evangelista deixa ver ao leitor que não existe contradição entre a diaconia da mesa e da Palavra, porem, pretende apresentar o serviço em relação com a escuta. Marta, ao não ter relacionado a atitude espiritual do serviço com a da escuta, se sente abandonada por sua irmã e em vez de dialogar com Maria se queixa ao Mestre. Apegada em sua solidão, se enfada com Jesus que parece permanecer indiferente diante de seu problema (“Não te importa...?”) e com a irmã (“que me deixou só com o trabalho”). Em sua resposta, Jesus não a reprova nem a critica, porém, procura ajudar Marta a recuperar o que é essencial naquele momento: ouvir o mestre. A convida a escolher a parte única e prioritária que Maria havia escolhido espontaneamente. O episódio nos alerta sobre um perigo sempre freqüente na vida do cristão: o trabalho, a ansiedade e o ativismo podem separar a comunhão com Cristo e com a comunidade. O perigo aparece de maneira muito sutil, porque com freqüência, as preocupações materiais que se realizam com ansiedade as consideram uma forma de serviço. O que preocupa Lucas é que em nossas comunidades não se descuide da prioridade que é preciso dar a Palavra de Deus e a sua escuta. É necessário que, antes de servir aos outros, aos familiares e a comunidade eclesial sejam servidos por Cristo com sua Palavra de graças. Quando estamos imersos nas tarefas cotidianas como Marta, esquecemos que o Senhor quer cuidar de nós. Pelo contrário, é necessário colocar nas mãos de Jesus e de Deus todas as nossas preocupações. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você sabe relacionar o serviço com a escuta da Palavra de Jesus? Você se deixa levar pela ansiedade diante de tuas múltiplas ocupações?
• Você sabia que antes de servir você deve aceitar ser servido por Cristo? É consciente de que teu serviço só será divino se antes acolher a Cristo e a sua Palavra?



ORAÇÃO FINAL 

• (Salmo 139,1-3)
• Hoje lembrarei qual foi meu primeiro encontro com Deus, e se houve uma pessoa envolvida para aproximar-me de Deus e a procurarei e lhe agradecerei que tenha me apresentado a meu salvador, também lhe farei saber que me sinto com o compromisso profundo de agora anunciá-lo.





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