sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Lectio Divina - 02/11/12





SEXTA-FEIRA -02/11/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Tesalonicenses 4,13-18

•    Uma das experiências que mais nos enche de temor é a da morte, sobretudo, porque nossa visão alcança unicamente é o corpo sem vida e inerte de nossos defuntos. Todavia, esta não é a realidade que Deus está vendo, pois, para Ele todos estamos vivos. A primeira comunidade se sentia desapontada, enquanto ao que já havia pregado, pois pensavam que os únicos que participariam do Reino – que seriam levados ao céu -, eram os que estivessem vivos quando o Senhor chegasse. Por isso Paulo lhes explica que isso não seria assim, mas, que todos os que haviam morrido em Cristo, também teriam a vida incorruptível. Esta é a grande esperança cristã, o saber que nossa vida no mundo é só uma passagem para a vida definitiva que teremos e que gozaremos no céu. Por isso, ainda que nossa visão veja o corpo de nossos irmãos sem vida, isto só é para nós, pois, no mistério de Deus, em SEU tempo, para Ele todos vivem, e a morte, como a nós a conhecemos, é só a porta que se abre para dar-nos a entrada à eternidade em Cristo. Por isso, vale a pena o viver unido ao Senhor, para que no momento de nossa morte se abre também para nós a porta que nos leve diretamente aos braços de nosso amado Pai. Coragem! Caminhemos com alegria para o Céu.



ORAÇÃO INICIAL

• Espírito vem dos quatro ventos e sopra sobre estes mortos para que revivam (Ez 37,9), vem Espírito Santo, sopra sobre nossa mente, sobre nosso coração, sobre nossa alma, para que sejamos em Cristo uma nova criatura, primícia da vida eterna. Amem!



REFLEXÃO

João 6,37-40

•    No evangelho de João, o ponto de vista fundamental sobre Jesus e sua missão é que o Verbo feito carne foi enviado pelo Pai ao mundo para dar-nos a vida e salvar o que estava perdido. O mundo por sua parte rejeita o Verbo encarnado. O prólogo do Evangelho nos apresenta este pensamento (Jo 1.1-18), que sucessivamente o evangelista continuará elaborando no relato evangélico. Os evangelhos sinóticos também, à seu modo, anunciam esta novidade. Vejam as parábolas da ovelha extraviada e do dracma perdido (Lc 15,1-10), ou, na declaração: não veio chamar os justos, mas os pecadores (Mc 2,17).
• Esta linha de pensamento também encontramos nesta passagem: Desci do céu não para fazer minha vontade, mas sim, a vontade daquele que me enviou (Jo 6,38). E esta é a vontade de meu Pai, que quem vê o Filho acredite Nele e tenha a vida eterna (Jo 6,40). Palavras chaves do evangelho de João são: ver e crer. Ver, implica e significa automaticamente, crer no Filho enviado pelo Pai. Com esta forma de fé o que crê já possui a vida eterna. No evangelho de João, a salvação do mundo se cumpre na primeira vinda de Cristo através da encarnação e com a ressurreição daquele que se deixa elevar na cruz. A segunda vinda de Cristo no último dia será o complemento deste mistério da salvação.
• A passagem do evangelho de hoje é tirado da sessão que fala do mistério de Jesus (Jo 1,12). O texto nos leva à Galiléia, no tempo da Páscoa, a segunda vez no texto de João: Depois destes fatos, Jesus partiu para a outra margem do mar da Galiléia... Estava próxima a Páscoa, a festa dos Judeus (Jo 6,1,4). Uma grande multidão o seguia e Jesus vendo as pessoas que o seguia multiplica os pães. As pessoas querem proclamá-lo rei, porém, Jesus retira-se e vai para a montanha Ele só (Jo 6,15). Depois de uma breve pausa, Senhor é visto caminhando sobre as águas (Jo 6,16-21), o relato continua no outro dia, com as pessoas que continuam esperando e procurando Jesus. Depois continua o discurso sobre o pão da vida e a admoestação de Jesus para buscar o alimento que sempre perdura (Jô 6,22). Jesus se define como o pão da vida, fazendo referência ao maná dado ao povo por Deus mediante Moisés, como uma figura do verdadeiro pão que descendo do céu dá a vida ao mundo (Jo 6;30-36). Neste âmbito se desenvolve as palavras de Jesus que nós estamos usando para nossa Lectio (Jo 6,37-40). Neste contexto encontramos uma nova oposição e uma nova rejeição da revelação de Cristo como o pão da vida (Jo 6,41-66).
• As palavras de Jesus sobre o que vem a Ele, fazem eco ao convite de Deus para participar nos bens do banquete da aliança (Is 55,1-3). Jesus não rejeita os que vão a Ele, mas sim, lhes dá a vida eterna. Sua missão é precisamente buscar e salvar o que estava perdido (Lc 19,27). Isto nos lembra o relato do encontro de Jesus com a Samaritana junto do poço de Jacó (Jo 4,1-42). Jesus não rejeita a Samaritana, mas inicia com ela um diálogo “pastoral” com a mulher que vem ao poço pela água material e encontra o homem, o profeta e o Messias que lhe promete a água da vida eterna (Jo 4,13-15). Temos pois no relato a mesma estrutura: de um lado a pessoa que busca o pão material e de outro, ao contrário, se faz por parte de Jesus todo um discurso espiritual sobre o pão da vida. Também o testemunho de Jesus, que come o pão da vontade de Deus (Jo 4,34), reafirma o que o Mestre ensina nesta passagem evangélica (Jo 6,38). Na última ceia volta a tomar uma vez mais todo este discurso no capítulo 17. É Ele que dá a vida eterna (Jo 17,2), conserva e guarda todos que o Pai lhe dá. Destes nenhum se perde, mas somente o filho da perdição (Jo 6,38).




PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    O Verbo feito carne é enviado pelo Pai ao mundo para dar-nos vida, porém, o mundo rejeita o Verbo encarnado. Aceito em minha vida o Verbo encarnado que dá a vida eterna? Como?
• Desci do céu não para fazer a minha vontade, mas sim, a vontade daquele que me enviou. Em Jesus vemos a obediência a vontade do Pai. Interiorizo esta virtude em minha vida para vivê-la cada dia?
• Quem ver o Filho e crer Nele terá a vida eterna. Quem é Jesus para mim? Procuro vê-lo com os olhos da fé, ouvindo suas palavras contemplando seu modo de ser? O que significa para mim a vida eterna?



ORAÇÃO FINAL

• (Salmo 22)
• Hoje pedirei por meus seres queridos, que já morreram, especialmente por aqueles que ao morrer não estavam na amizade com Deus, pedirei a Ele sua misericórdia para eles.





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