segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Lectio Divina - 12/11/12






SEGUNDA-FEIRA -12/11/2012

PRIMEIRA LEITURA: Tito 1,1-9

•    Um dos temas freqüentes de discussão é o tema do celibato sacerdotal. As pessoas dizem: Por que os padres não se casam, a Bíblia não diz que os presbíteros não podem casar (e citam este texto)? Efetivamente, o celibato é um dom de Cristo para a Igreja que, como Ele próprio disse, nem todos são chamados à Ele e nem todos podem entender. Este dom existia desde os primeiros cristãos e permanece na Igreja até hoje. É fato que a Igreja Latina (isto é, a nossa) legislou no século VII sobre a obrigatoriedade de viver o celibato para todos os que aspiram a vida Sacerdotal, no Oriente não ocorreu assim. Atualmente podemos encontrar presbíteros casados e celibatários. O celibato, como obrigação, nasce da necessidade de ser livre totalmente para Cristo, sem necessidade de que tenha ataduras familiares nem de nenhuma outra índole. Orienta-se fundamentalmente à missão que exige liberdade para viver em qualquer condição de vida. Não sabemos se mais adiante também a Igreja Latina voltará a separar as duas vocações: Sacerdotal e Celibatária, o que é certo é que o dom do celibato não acabará na Igreja e que este é um prêmio precioso para a Igreja que o permite, a quem o recebe, aceita e cuida, ser digno de liberdade em Cristo e dos bens futuros. Oremos para que Deus continue dando a sua Igreja este dom e para que haja muitos que o recebem com generosidade.


ORAÇÃO INICIAL

• Deus onipotente e misericordioso livra-nos de todo mal, para que, melhor disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 17,1-6

•    Hoje o evangelho nos apresenta três distintas palavras de Jesus: uma sobre como evitar o escândalo dos pequenos, e a outra sobre a importância do perdão e uma terceira sobre o tamanho da fé que devemos ter em Deus.
• Lucas 17,1-2: PRIMEIRA PALAVRA: EVITAR O ESCÂNDALO. “Disse a seus discípulos: É impossível que não existam escândalos, porém, ai daquele que o pratica! Melhor seria que colocasse uma pedra de moinho no pescoço e se atirasse ao mar, do que escandalizar um destes pequenos”. O escândalo é aquilo que faz com que uma pessoa do bem tropece e caia. A nível de fé, significa aquilo que desvia a pessoa do bom caminho. Escandalizar aos pequenos, quer dizer, ser o motivo pelo quais os pequenos se desviam do caminho e perdem a fé em Deus. Quem faz isto recebe a seguinte sentença: “Melhor seria que pusesse uma pedra de moinho no pescoço e se atirasse ao mar”. Por que tanta severidade? Porque Jesus se identifica com os pequenos, com os pobres (Mt 25,40.45). São seus preferidos, os primeiros destinatários da Boa Nova (cf. Lc 4,18). Quem lhes causa o mal, causa mal a Jesus, ao longo dos séculos, muitas vezes, nós os cristãos, por nossa maneira de viver a fé temos sido o motivo pelo quais os pequenos sejam excluídos da Igreja e se retirem para outras religiões. Não conseguiram acreditar, como dizia o apóstolo na carta aos Romanos, citando “Por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os pagãos”. (Rm 2,24; Is 52,5; Ez 36,22). Até onde nós somos culpados? Merecemos uma pedra de moinho no pescoço?
• Lucas 17,3-4: SEGUNDA PALAVRA: PERDOAR O IRMÃO. “Anda, pois, com cuidado. Se teu irmão peca, repreenda-o; e se ele se arrepende, perdoa-o. E se peca contra ti sete vezes ao dia, e sete vezes se volta para ti, dizendo: estou arrependido, perdoa-o”. Sete vezes ao dia. Não é pouco! Jesus pede muito! No evangelho de Mateus, diz que devemos perdoar até setenta vezes sete! (Mt 18,22). O perdão e a reconciliação são um dos assuntos em que Jesus mais insiste. A graça de poder perdoar as pessoas e reconciliá-las entre si e com Deus é o que se deu a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e a comunidade (Mt 18,18). A parábola sobre a necessidade de perdoar o próximo não deixa lugar para dúvidas: se não perdoamos aos irmãos, não poderemos receber o perdão de Deus (Mt 18,22-35;6,12.15; Mc 11,26). Pois não existe proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer ao próximo. O perdão com que Deus nos perdoa gratuitamente é como “dez mil talentos” comparados com cem “denários” (Mt 18,23-35). Dez mil talentos são 174 toneladas de ouro, cem denários não passam de 30 gramas de ouro.
• Lucas 17,5-6: TERCEIRA PALAVRA: AUMENTAR NOSSA FÉ. “Os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta-nos a fé. O Senhor disse: Se tiveres fé como um grão de mostarda, dirás a esta árvore: arranca-te e atire-se ao mar, ela vos obedecerá”. Neste contexto de Lucas, a pergunta dos apóstolos aparece como motivada pela ordem de Jesus de perdoar até sete vezes ao dia, o irmão e a irmã que peca contra nós. Perdoar não é fácil. O coração fica machucado e a razão apresenta mil motivos para não perdoar. Só com muita fé em Deus é possível chegar até o ponto de ter um amor tão grande que nos torne capazes de perdoar até sete vezes ao dia o irmão que peca contra nós. Humanamente falando, aos olhos do mundo, perdoar assim é uma loucura e um escândalo, porém, para nós esta atitude é expressão da sabedoria divina que nos perdoa infinitamente. Paulo dizia: “Enquanto isso, nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos”. (1Cor 1,23).




PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Em minha vida, alguma vez tenho sido motivo de escândalo para meu próximo? Ou, alguma vez os demais têm sido escândalos para mim?
• Sou capaz de perdoar sete vezes ao dia o irmão ou a irmã que me ofende sete vezes ao dia?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 105,2-3)
• Hoje orarei para que o Senhor dê fortaleza e pureza aos celibatários para que desfrutem desse dom, e castidade aos casados para que encontre, na união conjugal, uma expressão profunda do amor de Deus.



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