sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Lectio Divina - 16/11/12





SEXTA-FEIRA -16/11/2012

PRIMEIRA LEITURA: 2João 4-9

• No meio de um mundo de confusão, é fácil ir aceitando doutrinas estranhas as quais, mescladas com a verdade do Evangelho, podem debilitar a fé ou construir uma fé muito a nossa medida e comodidade. As primeiras comunidades, como as nossas, sofreram deste ataque por parte dos inimigos do Evangelho. Por isso devemos estar atentos ao que nos vão propondo como “novidade”, sobretudo, na área moral, pois, falsas concepções sobre o amor e a justiça nos podem levar a desordem sexual e ética. Lembremos que a mensagem do Evangelho é sempre a mesma e não admite emendas nem diluições. É certo que sua aplicação pode variar de cultura a cultura e de tempo em tempo, deve estar cimentada no amor e na cruz tal como nos propôs Jesus. Por isso, é importante beber sempre da fonte limpa do Magistério da Igreja quem, através de seus pastores, evita que caímos na armadilha de um Evangelho cômodo e privado de compromisso. Lembremos que se algo se espera de um discípulo é que seja fiel. Assim, pois, mantenhamo-nos fiéis a Jesus e a sua Igreja ainda que isto nos custe a vida.




ORAÇÃO INICIAL

• Deus onipotente e misericordioso livra-nos de todo mal, para que, melhor disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 17,26-37

•    Hoje o evangelho continua a reflexão sobre a chegada do fim dos tempos e trás palavras de Jesus sobre como preparar a chegada do Reino. Era um assunto cadenciado, que naquele tempo, causava muita discussão. Quem determina a hora da chegada do fim é Deus. Porém, o tempo de Deus (kairós) não se mede pelo tempo de nosso relógio (cronos). Para Deus, um dia pode ser igual a mil anos, e mil anos igual a um dia (Sl 90,4;2Pd 3,8). O tempo de Deus corre de forma invisível dentro de nosso tempo, porém, é independente de nós e de nosso tempo. Nós não podemos interferir no tempo, porém, devemos estar preparados para o momento em que a hora de Deus se fizer presente em nosso tempo. Pode ser hoje, pode ser daqui a mil anos. O que dá segurança, não é saber a hora do fim do mundo, mas sim, a certeza da presença da Palavra de Jesus presente na vida. O mundo passará, porém, sua palavra não passará jamais (Cf. Is 40,7-8).
• Lucas 17,26-29: COMO NOS DIAS DE NOÉ E DE LOT. A vida corre normalmente: comer, beber, casar-se, comprar, vender, plantar, construir. A rotina pode envolver-nos de tal forma que não conseguimos pensar em outra coisa, em nada mais. E o consumismo do sistema neoliberal contribui para aumentar em muitos de nós esta total desatenção à dimensão mais profunda da vida. Deixamos entrar a traça na viga da fé que sustenta o telhado de nossa vida. Quando a tormenta derruba a casa, muitos culpam o carpinteiro: “Mau serviço!”. Na realidade, a causa da queda foi nossa longa desatenção. A alusão à destruição de Sodoma como figura do que vai acontecer no final dos tempos, é uma alusão à destruição de Jerusalém por parte dos romanos no ano 70 d.C. (cf. Mc 13,14).
• Lucas 17,30-32: ASSIM SERÁ NOS DIAS DO FILHO DO HOMEM. “Assim acontecerá no Dia em que o Filho do homem se manifestar”. Para nós é difícil imaginar o sofrimento e o trauma que a destruição de Jerusalém causou nas comunidades, tanto dos judeus como dos cristãos. Para ajudá-las a entender e a enfrentar o sofrimento, Jesus usa comparações tiradas da vida: “Aquele Dia, o que estiver no terraço e tenha seus utensílios em casa, não desça para pegá-los; e, da mesma maneira, o que estiver no campo, não volte atrás”. A destruição virá com tal rapidez que não vale a pena descer para casa para pegar algo de dentro (Mc 13,15-16). “Lembrai-vos da mulher de Lot!” (Cf. Gn 19,26), isto é, não olheis para trás, não percais tempo, tomai a decisão e ide adiante: é questão de vida ou de morte.
• Lucas 17,33: PERDER A VIDA PARA GANHAR A VIDA. “Quem tenta guardar sua vida, a perderá; e quem a perder, a conservará”. Só se sente realizada a pessoa que é capaz de dar-se inteiramente aos demais. Perde a vida a que a conserva só para si. Este conselho de Jesus é a confirmação da mais profunda experiência humana: a fonte da vida está na entrega da vida. Dando, se recebe. “Em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Porém, se morre, dá muito fruto” (Jo 12,24). O importante é a motivação que acrescenta o evangelho de Marcos: “Por mim e pelo Evangelho” (Mc 8,35). Ao dizer que ninguém é capaz de conservar sua vida com seu próprio esforço, Jesus evoca o salmo onde se diz que ninguém é capaz de pagar o preço do resgate da vida: “Ninguém pode resgatar o homem da morte, ninguém pode dar a Deus seu resgate; pois, muito elevado é o preço do resgate da vida, e terá de renunciar para continuar vivendo indefinidamente sem ver a sepultura” (Sl 49,8-10).
• Lucas 17,34-36: VIGILÂNCIA. “Eu vos digo: naquela noite estarão dois em um mesmo leito: um será tomado e o outro deixado; haverá duas mulheres moendo juntas: uma será tomada e a outra deixada”. Evoca a parábola das dez virgens. Cinco eram prudentes e cinco néscias (Mt 25,1-11). O que importa é estar preparado/a. As palavras: “Uma tomarão e a outra deixarão” lembra as palavras de Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 4,13-17), quando disse que na vinda do Filho seremos arrebatados ao céu junto com Jesus. Estas palavras, “deixados para trás”, proporcionam o título de uma terrível e perigosa novela de extrema direita fundamentalista dos Estados Unidos: Left behind!”. Esta novela não tem nada a ver com o sentido real das palavras de Jesus.
• Lucas 17,37: ONDE E QUANDO?. “Os discípulos perguntaram: Senhor, onde ocorrerá isto?”. Jesus respondeu: “Onde está o corpo, ali também se reuniram os abutres”. Resposta enigmática. Alguns pensam que Jesus evoca a profecia de Ezequiel, tirada do Apocalipse, na qual o profeta se refere à batalha vitoriosa final contra os poderes do mal. As aves de rapina os abutres serão convidados à comer a carne dos cadáveres (Ez 39,4.17-20;Ap 19.17-18). Outros pensam que se trata do vale de Josafá, onde terá lugar o juízo final segundo a profecia de Joel (Jl 4,2.12). Outros pensam que se trata simplesmente de um provérbio popular que significava mais ou menos o que diz o nosso provérbio: “Sempre o rio soa, quando leva água!”.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Sou do tempo de Noé ou de Lot?
• Novela de extrema direita: Como me coloco diante desta manipulação política da fé em Jesus?





ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 119,1-2)
• Hoje memorizarei uma frase que tenha lido do Evangelho, anotarei, colocarei em minha carteira, na fila de meus correios, e verei a maneira de colocar todo meu empenho em vivê-la sempre em plenitude como norte em minha vida.





Nenhum comentário:

Postar um comentário