terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Lectio Divina - 29/01/13






TERÇA-FEIRA -29/01/2013

PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 10,1-10

• O autor conclui o argumento da parte principal do sermão com uma breve comparação do sacrifício de Cristo com os do ritual israelita a ser seguida por outra exortação. A imagem que fazem dos sacerdotes levíticos e de seus sacrifícios é triste, mas precisamos nos lembrar que Hebreus não está fazendo uma declaração antijudaica. A superioridade do sacrifício de Cristo e, consequentemente, do próprio cristianismo não está sendo estabelecida à custa de contemporâneos judeus do autor. Ele não fala das práticas judaicas atuais nem recentes, mas só do antigo ritual da tenda israelita descrito no Pentateuco. É a palavra de Deus na Bíblia que indica as limitações deste ritual e, ao mesmo tempo, aponta em direção ao significado de sua palavra falada no Filho. Ali é afirmado que Deus rejeita os sacrifícios de animais. Portanto, o autor interpreta o salmo como substituição a lei, a antiga aliança, pelo sacrifício do corpo de Cristo, que foi a vontade de Deus para seu Filho.




ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno: ajuda-nos a levar uma vida segundo tua vontade, para que possamos dar em abundância frutos de boas obras em nome de teu Filho predileto. Que vive e reina contigo. Amém!




REFLEXÃO

Marcos 3,31-35


•    A família de Jesus. Os parentes chegam à casa onde se encontra Jesus. Provavelmente vinham de Nazaré. Dali até Cafarmaum são uns 40 km. Sua mãe estava com eles. Não entram, porém, enviam um recado: “Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs, estão ai fora e perguntam por ti!”. A reação de Jesus é firme: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E Ele mesmo responde apontando para a multidão que estava a seu redor: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Porque todo o que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe! Para entender bem o significado desta resposta convém olhar a situação da família no tempo de Jesus.
• No antigo Israel, o clã, isto é, a grande família (a comunidade) era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da posse da terra, a via principal da tradição, a defesa da identidade. Era a maneira concreta que a pessoa tinha de encarnar o amor de Deus no amor ao próximo. Defender o clã era o mesmo que defender a Aliança.
• Na Galiléia, no tempo de Jesus, por causa do sistema implantado durante os longos governos de Herodes Magno (37 aC a 4 aC) e de seu filho Herodes Antipas (4 aC a 39 dC), o clã (a comunidade) estava debilitado. Tinha que pagar impostos tanto ao governo como ao Templo, a divida pública crescia, dominava a mentalidade individualista da ideologia helênica, havia freqüentes ameaças de repressão violenta por parte dos romanos, a obrigação de acolher os soldados e hospedá-los, os problemas cada vez maiores de sobrevivência, tudo isto levava as famílias a fechar-se em suas próprias necessidades. Este fechamento era reforçado pela religião da época. Por exemplo, aqueles que dedicavam sua herança ao Templo, podiam deixar seus pais sem ajuda. Isto debilitava o quarto mandamento que era a segurança do clã (Mc 7,8-13). Além disto, a observância das normas de pureza era fator de marginalização para muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, endemoninhados, publicanos, enfermos, mutilados, paralíticos.
• E assim, a preocupação pelos problemas da própria família impedia que as pessoas se unissem em comunidade. Agora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se na convivência comunitária das pessoas, as pessoas tinham que superar os limites estreitos da pequena família e abrir-se, novamente, para a grande família, para a Comunidade. Jesus nos dá o exemplo. Quando sua família procurou apoderar-se Dele, reagiu e ampliou a família: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos?”. Ele próprio da a resposta apontando para a multidão ao redor: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Porque todo o que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe! (Mc 3,33-35). Criou a comunidade.
• Jesus pedia o mesmo a todos os que queriam segui-lo. A família não podia fechar-se em si mesmas. Os excluídos e os marginalizados deviam ser acolhidos dentro da convivência e, assim, sentir-se acolhidos por Deus (cf. Lc 14,12-14). Este era o caminho para alcançar o objetivo da Lei que dizia: “Não deve haver pobres no meio de vocês” (Dt 15,4). Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da encarnação do amor de Deus no amor para com o próximo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL


•    Viver a fé em comunidade. Qual é o lugar e a influência das comunidades em minha maneira de viver a fé?
• Hoje, nas grandes cidades, a massificação promove o individualismo que é o contrário da vida em comunidade. O que é que estou fazendo para combater este mal?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 40,2.4)




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