segunda-feira, 4 de março de 2013

Lectio Divina - 04/03/13


SEGUNDA-FEIRA -04/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: 2Reis 5,1-15

• Nesta passagem, é claro o que significa ter fé e o apoio da comunidade. Fé é obedecer, ainda que o que nos é pedido pareça uma bobagem, algo fora de sentido. Naamã pensou que era uma bobagem o que Eliseu lhe pedia e já havia decidido continuar enfermo. Todavia, seus servos (que poderíamos identificar como a comunidade), o convenceram de que fizesse o que lhe era pedido. Resultado: ficou curado. Em certas ocasiões nos encontramo-nos com irmãos para os quais a vontade de Deus nesse momento é difícil de aceitar, decisões que parecem ilógicas. É então quando a fé alcança seu valor máximo, e é quando nós poderemos ser os instrumentos para ajudar a quem duvida à continuar adiante e assim levá-lo a fazer a vontade de Deus. Lembre que a vida do Evangelho está cheia de proposições que nos pareciam ilógicas (para viver precisamos morrer, por exemplo), porém, é na obediência destas proposições que encontramos a felicidade. Deixe-te ser conduzido por Deus. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor purifique e proteja a tua igreja com misericórdia continua, pois, sem a tua ajuda não pode manter-se incólume, que tua proteção a dirija e a sustente sempre. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 4,24-30

O Evangelho de hoje (Lc 4,24-30) é parte de um conjunto mais amplo (Lc 4,1432). Jesus apresentou seu programa na sinagoga de Nazaré por meio de um texto de Isaias que falava de pobres, de presos, de cegos e de oprimidos (Is 61,1-2) e refletia a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. Em nome de Deus, Jesus se posiciona e define sua missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação dos cativos e devolver a visão aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos. Terminada a leitura, atualiza o texto e diz: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir!”(Lc 4,21)…Todos os presentes ficam admirados (Lc 4,16-22). Porém, logo acontece uma reação de descrédito. As pessoas na sinagoga ficam escandalizadas e não querem mais saber de Jesus. Diziam: “Este não é acaso o filho de José?” (Lc 4,22). Por que é que ficam escandalizados? Qual é o motivo daquela reação tão inesperada?
• Jesus cita o texto de Isaias só até onde diz: “proclamar um ano de graça de parte do Senhor”, e corta o final da frase que dizia: “e proclamar um dia de vingança de nosso Deus” (Is 61,2). As pessoas de Nazaré ficam assombradas porque Jesus omite a frase sobre a vingança. Eles queriam que a Boa Nova da libertação dos oprimidos fosse uma ação de vingança por parte de Deus contra os opressores. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma simples troca e não mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar. Sua experiência de Deus como Pai ajuda a entender melhor o sentido das profecias. Descarta a vingança. As pessoas de Nazaré não aceitam a proposta e começam a diminuir a autoridade de Jesus: “Este não é o filho de José?”.
• LUCAS 4,24: NENHUM PROFETA É BEM RECEBIDO EM SUA PÁTRIA. As pessoas de Nazaré sentiram raiva de Jesus porque não havia feito nenhum milagre em Nazaré, como havia feito em Cafarnaum. Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria!”. No fundo, eles não aceitavam a nova imagem de Deus que Jesus lhes comunicava através desta nova interpretação mais livre de Isaias. A mensagem do Deus de Jesus superava os limites da raça dos judeus para acolher aos excluídos e a toda a humanidade.
• LUCAS 4,25-27: DUAS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO. Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e entender o universalismo de Deus, Jesus usa duas histórias bem conhecidas no AT: uma de Elias e outra de Eliseu. Por meio destas histórias criticava o endurecimento do povo de Nazaré. Elias foi enviado à viúva estrangeira de Sarepta (1Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender o estrangeiro da Síria (2Rs 5,14).
• LUCAS 4,28-30: QUERIAM MATÁ-LO, PORÉM, ELE PASSOU NO MEIO DELES E FOI EMBORA. O chamado de Jesus não acalma as pessoas. Ao contrario! Ele usou destas duas passagens da Bíblia e produziu mais raiva. A comunidade de Nazaré chega ao ponto de querer matar Jesus. E assim, no momento em que apresenta seu projeto de acolher aos excluídos, o próprio Jesus foi excluído! Porém, Ele manteve a calma. A raiva dos outros não consegue desviar-lhe de seu caminho. Lucas nos mostra, assim, o quanto é difícil superar a mentalidade de privilégio e o endurecimento. Mostrava, além disso, que a polêmica abertura para os pagãos vinha de Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas.




PARA REFLEXÃO PESSOAL


O programa de Jesus está sendo meu programa ou nosso programa? Minha atitude é a de Jesus ou a do povo de Nazaré?
• Quem é que são os excluídos que deveríamos acolher melhor em nossa comunidade?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 84,3)
• Hoje estarei muito atento para descobrir a voz de Deus em meus semelhantes, e enquanto a descubra obedecerei sem pretextos. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário