terça-feira, 5 de março de 2013

Lectio Divina - 05/03/13


TERÇA-FEIRA -05/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,25.34-43

• Para que possamos dizer que se tenha iniciado um processo sério de conversão, é necessária que, além do arrependimento, parte fundamental deste, se coloquem as bases para iniciar uma nova vida, uma vida vivida no Espírito. Nesta passagem vemos não só o arrependimento de Israel, mas, o fato de que agora querem “seguir, respeitar e encontrar” o Senhor. Pensemos em quantas vezes nós temos confessado só para não perder o costume, só porque a lei manda, só para cumprir. Nestas ocasiões temos “expressado” nosso pecado, porém: Quantas vezes, nos temos arrependido profundamente de maneira que já ao ir diante do sacerdote nos propusemos a mudar? E mudar significa modificar o que nos leva ao pecado e não só os propósitos que, na maioria das vezes ficam nisso: “bons propósitos”. Faça desta Quaresma uma verdadeira experiência de conversão. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor, que tua graça não nos abandone, para que, entregues plenamente a teu serviço, sintamos sobre nós tua proteção continua. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 18,21-35

• Hoje o evangelho nos fala da necessidade do perdão. Não é fácil perdoar. Pois, certas feridas continuam machucando o coração. Existem pessoas que dizem: “Eu perdôo, porém, não esqueço”. Rancor, tensões, discussões, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação. Vamos meditar as palavras de Jesus que falam de reconciliação (Mt 18,21-22) e que nos trazem a parábola do perdão sem limites (Mt 18,23-35).
• MATEUS 18,21-22: PERDOAR SETENTA VEZES SETE! Jesus havia falado da importância do perdão e sobre a necessidade de saber acolher os irmãos e as irmãs para ajudá-los a reconciliar-se com a comunidade (Mt 18,15-20). Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “quantas vezes tenho que perdoar meus irmãos que pecam contra mim? Até setenta vezes sete?”. O número sete indica uma perfeição. Neste caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe na proposta de Pedro. Elimina todo e qualquer limite possível para o perdão: “Não te digo sete, mas, setenta vezes sete”. Ou seja, setenta vezes sempre! Pois, não existe proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer aos irmãos, como nos ensina a parábola do perdão sem limites.
• A expressão “setenta vezes sete” era uma alusão as palavras de Lamec que dizia: “Disse Lamec à suas mulheres: Eu matei um homem por uma ferida, uma criança por uma contusão. É que Caim é vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes!” (Gn 4,23-24). Jesus que inverter a espiral de violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, pelo assassinato de Abel e Caim e pela vingança de Lamec. Quando a violência desenfreada se apodera da vida, tudo se desfaz e a vida se desintegra. Surge o Dilúvio e aparece a Torre de Babel na dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).
• MATEUS 18,23-35: A PARÁBOLA DO PERDÃO SEM LIMITES. A divida de dez mil talentos valia ao redor de 164 toneladas de ouro. A divida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre as duas. Ainda que, o devedor com mulher e filhos fosse trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164 toneladas de ouro. Diante do amor de Deus quer perdoa gratuitamente nossa divida de 164 toneladas de ouro, nada é mais justo de que nós perdoemos ao irmão uma divida insignificante de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O único limite da gratuidade do perdão de Deus é nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34;6,15).
• A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para o coração e não encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs o rigor de alguns na observância da Lei levada dentro da convivência dos mesmos critérios da sinagoga. Além disso, era final do século primeiro, nas comunidades cristãs começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e pobre. Em vez de ser a comunidade um espaço de acolhida, corria o risco de tornar-se um lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer iluminar as comunidades, para que seja um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Nova para os pobres.




PARA REFLEXÃO PESSOAL


Por que é tão difícil perdoar?
• Em nossa comunidade, existe um espaço para a reconciliação? De que maneira?





ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 25,4-6)
• Hoje farei um exame de consciência profundo e honesto, e programarei minha próxima confissão para antes do término do mês. 






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