quarta-feira, 27 de março de 2013

Lectio Divina - 27/03/13


QUARTA-FEIRA -27/03/2013


PRIMEIRA LEITURA: Isaías 50,4-9

• Amanhã iniciaremos o Tríduo Pascal no qual lembraremos os mistérios que nos deram a vida. Neles contemplaremos um homem que entra na mais profunda das crises pela qual alguém pode passar: abandonado, maltratado e executado da forma mais vil. Entretanto, este Homem, entra na crise com uma profunda fé e confiança no Deus- que- salva; sabe que não o abandonará, que o sustentará, que não ficará envergonhado nem confuso e que finalmente o resgatará da morte. Esta é a confiança e a fé que Deus nos oferece para toda nossa vida, a qual não está isenta destas crises. Só quando o homem é capaz de abandonar-se por completo ao Senhor é quando pode experimentar no meio de todas as dificuldades da vida uma paz e uma alegria interior que ninguém pode explicar, e que é a promessa de que não está só e que no final o próprio Deus o resgatará. Peçamos com confiança, pois, ao Senhor que pelos méritos gloriosos de sua paixão nós possamos adquirir esta fé e confiança para que, toda a nossa vida possa vivê-la em paz, cheios de amor pelos demais, inclusive pelos inimigos e que esta se transforme, como a de Jesus, em instrumento de salvação para os demais, principalmente para os membros de nossas famílias. 




ORAÇÃO INICIAL 


• Oh Deus, que par livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, conceda-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 26,14-25

Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje nos fala de novo da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus dos evangelhos de Mateus se acentua fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência dos três, nenhum dentre eles fica para tomar a defesa de Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, todos fogem. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para causar desalento nos leitores e leitoras, mas, para indicar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos. Esta forma de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para descrever a atitude de Jesus para as comunidades na época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos se sentiam desanimados e haviam abandonado a comunidade, perguntando-se: “Será possível voltar? Será possível que Deus nos acolha e perdoe?”. Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, porém, Jesus nunca rompe conosco. Seu amor é maior que nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que recebemos do evangelho durante a Semana Santa.
• Mateus 26,14-16: A decisão de trair Jesus. Judas toma a decisão, depois que Jesus não aceita a critica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume muito caro somente para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até aos sacerdotes e perguntou: “Quanto me pagarão se eu o entregar?”. Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José por seus próprios irmãos, valorizado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca assim mesmo o preço de trinta moedas que se deve pagar se quer um escravo (Ex 21,32).
• Mateus 26,7-19: A preparação da Páscoa. Jesus era da Galiléia. Não tinha casa e Jerusalém. Passava a noite no Monte das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa, a população de Jerusalém se triplicava pela quantidade de peregrinos que vinham de todas as partes. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala grande para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que haviam chegado com ele da Galiléia. Manda os discípulos para que encontrem uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece outras informações e deixa que a imaginação complete as informações. Era uma pessoa conhecida de Jesus? Era um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos completou a falta de informação, porém, com pouca credibilidade. 
• Mateus 26,20-25: Anuncio da traição por Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas estar fazendo as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Entretanto, procura confraternizar-se com o círculo de amigos do qual Judas é parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É “aquele que colocou a mão no prato comigo”. Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão na mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato era a máxima expressão de amizade, de intimidade e de confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser levada a cabo por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
• O que chama a atenção é a maneira em que Mateus descreve estes fatos. Entre a traição e a negação coloca a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29); a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, logo (Mt 25,30-35). Deste modo, destaca para todos nós a incrível gratidão do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e fuga dos amigos. Seu amor não depende do que os demais fazem por Ele.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sou capaz de ser como Judas e de negar e trair Deus, Jesus, aos amigos e amigas?
• Na Semana Santa é importante reservar algum momento para perceber a incrível gratidão do amor de Deus para comigo.





ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 68)
• Hoje meditarei que coisas, em minha vida, cooperam com que eu coloque resistência no cumprimento da Palavra de meu Deus e verei como posso arrancá-las pela raiz.





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