terça-feira, 21 de maio de 2013

Lectio Divina - 21/05/13


TERÇA-FEIRA -21/05/2013


PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 2,1-13

• Apenas no principio deste livro, o autor, um homem versado no trato com Deus, adverte a seus leitores que o serviço do Senhor não é fácil. Jesus já havia advertido seus discípulos. “O que quiser seguir-me que negue a si mesmo e tome sua cruz”. O caminho do Senhor, isto é, o caminho evangélico, é um caminho de renuncia, o que faz, como o próprio Jesus disse, que seja um caminho estreito e que só os aguerridos o conquistem. Ser cristão, isto é, um amante de Deus, nunca foi fácil, pois, a maneira de viver de quem fez a opção definitiva por Cristo, é tal que faz que os demais o vejam e o tratem como um ser estranho e que, em não poucas vezes, se tenha que se ver envolto por calunias, intrigas, etc. Jesus advertiu seus discípulos: vão perseguir-vos, inclusive haverá vezes em que serão condenados, as pessoas, pensarão que estão fazendo um serviço ao Senhor. Certamente, irmãos, seguir Cristo, ser um cristão de pé e cabeça, não é fácil, por isso, quem empreende essa aventura com o Senhor, deverá estar realmente preparado à sofrer por Ele, a ser rejeitado pelo mundo, pelos amigos, inclusive até por aqueles que tanto amamos. Entretanto, como diz o mesmo autor: quem é que confiou no Senhor e ficou desapontado? Quem é que perseverou em seu santo temor e foi abandonado? Quem é que o invocou e não foi atendido? Com essa confiança é que nós os cristãos, encaramos a aventura e o privilégio de haver sido chamados a ser testemunhos do Ressuscitado.






ORAÇÃO INICIAL 

• Deus todo poderoso e eterno: conceda a teu povo que a meditação assídua de tua doutrina lhe ensine a cumprir de palavra e de trabalho, o que a ti compraz. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Marcos 9,30-37

• O evangelho de hoje apresenta o segundo anuncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Como no primeiro anuncio, os discípulos ficam espantados e com medo. Não entendem a palavra sobre a cruz, porque não capazes de entender nem de aceitar um Messias que se faça servo dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias glorioso e mostram, além disto, uma grande incoerência. Enquanto Jesus anuncia sua Paixão e Morte, eles discutem entre si quem deles é o maior. Jesus quer servir, eles só pensam em mandar! A ambição os leva a auto promover-se à custa de Jesus. Até hoje, aqui e ali, o mesmo desejo de autopromoção aparece em nossas comunidades.
• Tanto na época de Jesus, como na época de Marcos, havia a “levedura” da ideologia dominante. Hoje também, a ideologia das propagandas do comércio, do consumismo e das novelas influi profundamente na maneira de pensar e agir das pessoas. Na época de Marcos, nem sempre as comunidades eram capazes de manter uma atitude critica frente à invasão do Império Romano. E hoje?
• Marcos 9,30-32: O anuncio da Cruz. Jesus caminha pela Galiléia, porém, não quer que as pessoas saibam, pois, está ocupado com a formação dos discípulos e conversa com eles sobre a Cruz. Diz que, conforme a profecia de Isaias (Is 53,1-10), o Filho do Homem devia ser entregue e condenado à morte. Isto indica que Jesus desejava se orientar pela Bíblia, tanto na realização de sua própria missão, como na formação dada aos discípulos. Ele tirava seu ensinamento das profecias. Como no primeiro anuncio (Mc 8,32), os discípulos o escutavam, porém, não entendiam a palavra sobre a cruz. Mas, tampouco, pedem esclarecimentos. Têm medo de deixar transparecer sua ignorância!
• Marcos 9,33-34: A mentalidade de competição. Ao chegar a casa, Jesus pergunta: “O que é que discutiam pelo caminho?”. Eles não respondem. É o silêncio de quem se sente culpado, “pois pelo caminho haviam discutido entre si quem era o maior”. Jesus é bom pedagogo. Não intervém imediatamente. Sabe esperar o momento para lutar contra a influência da ideologia em seus formandos. A mentalidade de competição e de prestígio, que caracterizava a sociedade do Império Romano, já se infiltrava na pequena comunidade que estava a ponto de começar! Aqui aparece o contraste, a incoerência: enquanto Jesus se preocupa em ser Messias Servo, eles só pensam em ser o maior! Jesus procura descer. E eles querem subir! 
• Marcos 9,35-37: Servir, em vez de mandar. A resposta de Jesus é um resumo do testemunho de vida que Ele próprio vinha dando desde o começo: Quem que ser o primeiro, seja o último de todos, o servo de todos. Pois, o último não ganha premio nem recompensa. É um servo inútil (cf. Lc 17,10). O poder tem que ser usado não para subir e dominar, mas sim, para descer e servir. Este é ponto em que Jesus mais insistia e do qual mais deu testemunho (cf. Mc 10,45; Mt 20,28; Jo 13,1-16). Em seguida, Jesus coloca uma criança no meio deles. Uma pessoa que só pensa subir e dominar, não prestaria grande atenção nos pequenos. Porém, Jesus inverte tudo! Diz: O que recebe a um destes pequenos em meu nome, a mim é que recebe. Quem me recebe, recebe àquele que me enviou. Ele se identifica com as crianças. Quem acolhe aos pequenos em nome de Jesus, acolhe o próprio Deus.
• Não pelo fato de que uma pessoa “siga Jesus” já é santa e renovada. No meio dos discípulos, novamente, a “levedura de Herodes e dos fariseus” levantava a cabeça. No episódio do evangelho de hoje, Jesus aparece como o mestre que forma seus seguidores. “Seguir” era um termo que fazia parte do sistema educativo da época. Era usado para indicar a relação entre discípulo e mestre. A relação mestre-discípulo é diferente na relação professor-aluno. Os alunos assistem as explicações do professor sobre uma determinada matéria. Os discípulos “seguem” o mestre e convivem com ele, vinte e quatro horas por dia. Foi nesta “convivência” de três anos com Jesus, que os discípulos e as discípulas receberam sua formação. O evangelho de amanhã nos dará outro exemplo muito concreto de como Jesus formava seus discípulos. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus quer descer e servir. Os discípulos querem subir e dominar. Você? Qual é a motivação mais profunda do seu “eu” desconhecido?
• Seguir Jesus e estar com Ele, vinte e quatro horas ao dia, e deixar que seu modo de viver se torne meu modo e viver e conviver. Está acontecendo isto comigo?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 19,15)
• Hoje se experimentar algum temor, dor ou sofrimento, direi com o coração na mão: “Pai, me coloco em tuas mãos. Faz de mim o que quiseres!”.




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