terça-feira, 4 de junho de 2013

Lectio Divina - 04/06/13


TERÇA-FEIRA -04/06/2013

PRIMEIRA LEITURA: Tobias 2,9-14

• Naquela noite, cansado depois do enterro, Tobit dorme no pátio de sua casa e o excremento de pardais que têm ninho acima dele deixa-o cego. Sua recompensa pela justiça parece ser sofrimento em vez de benção. A cegueira acabou sendo total. Tobit fica dependente de sua mulher Ana, que passa a trabalhar no tear. Como a justiça deve ser recompensada e Tobit está sendo castigado, Ana vitupera: “Onde é que estão a tuas esmolas? Onde é que estão as tuas boas obras?”. Tudo o que está acontecendo não deixa dúvida alguma. Cheio de tristeza, Tobit ora a Deus pedindo a morte.






ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor amparamo-nos confiadamente a tua providência, que nunca se equivoca; e te suplicamos que apartes de nós todo o mal e nos conceda aqueles benefícios que podem ajudar-nos para a vida presente e a futura. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Marcos 12,13-17

• No evangelho de hoje continua o enfrentamento entre Jesus e as autoridades. Os sacerdotes, anciãos e escribas haviam sido criticados e denunciados por Jesus na parábola da vinha (Mc 12,1-12). Agora, os mesmos pedem aos fariseus e aos herodianos que preparem uma cilada contra Jesus, para podê-lo acusar e condenar. Perguntavam a Jesus sobre o imposto que havia de pagar aos romanos. Era um assunto polêmico que dividia a opinião pública. Os adversários de Jesus queriam a todo custo acusá-lo para minguar sua influência diante das pessoas. Grupos, que antes eram inimigos entre si, agora se unem para lutar contra Jesus que invadia, segundo eles, seu terreno. Isto continua ocorrendo hoje. Muitas vezes, pessoas ou grupos, inimigos entre si, se unem para defender seus privilégios contra aqueles que os incomodam com o anuncio da verdade e da justiça.
• Marcos 12,13-14: A pergunta dos fariseus e dos herodianos. Fariseus e herodianos eram as lideranças locais nos povoados da Galiléia. Muito antes, havia decidido matar Jesus (Mc 3,6). Agora, a mando dos Sacerdotes e dos Anciãos, querem saber de Jesus se está a favor ou contra o pagamento do imposto aos romanos, a César. Pergunta esperta, cheia de malícia! Sob a aparência de fidelidade a lei de Deus, procuram motivos para poder acusá-lo. Se Jesus dissesse: “Tem que pagar!”, poderiam acusá-lo diante do povo de ser amigo dos romanos. Se dissesse: “Não se deve pagar!”, poderiam acusá-lo diante das autoridades romanas de ser subversivo. Parecia um “beco sem saída!”.
• Marcos 12,15-17: A resposta de Jesus. Jesus percebe a hipocrisia. Em sua resposta, não perde tempo em inúteis discussões e vai direto ao núcleo da questão. Em vez de responder e de discutir o assunto do tributo a César, pede que lhe mostrem a moeda, e pergunta: “De quem é esta imagem inserida?”. Eles respondem: “De César!”. Resposta de Jesus: “A César, devolve-se o que é de César, e a Deus, o que é de Deus!”. Na prática já reconheciam a autoridade de César. Já estavam dando a César o que era de César, pois, usavam suas moedas para comprar e vender e até para pagar o imposto ao Templo! O que interessa a Jesus é que “dêem a Deus o que é de Deus”, isto é, que devolvam à Deus o povo, por eles desviado, pois, com seus ensinamentos bloqueavam das pessoas a vinda do Reino (Mt 23,13). Outros explicavam esta frase de Jesus de outro modo: “Dêem a Deus o que é de Deus!”, isto é, pratiquem a justiça e a honestidade segundo o que exige a Lei de Deus, pois, pela hipocrisia vocês estão negando à Deus o que lhe é devido. Os discípulos e as discípulas devem tomar consciência! Pois, era o fermento destes fariseus e herodianos que lhes estava cegando os olhos (Mc 8,15).
• Impostos, tributos e dízimos. No tempo de Jesus, o povo da Palestina pagava muitos impostos, taxas, tributos e dízimos aos romanos e ao Templo. O império romano invadiu a Palestina no ano 63 aC. e passou a exigir muitos impostos e tributos. Pelos cálculos feitos, estima-se a metade ou mais do saldo familiar ia para os impostos, os tributos, as taxas e os dízimos. Os impostos que os romanos exigiam eram de dois tipos: diretos e indiretos: (a)-O imposto Direto era sobre as propriedades e sobre as pessoas. O imposto sobre as propriedades (tributum soli): os fiscais do governo verificavam o tamanho da propriedade, a quantidade da produção, e o número de escravos e fixavam a quantia que devia ser paga. Periodicamente, havia uma fiscalização mediante censos. Imposto sobre as pessoas (tributum capitis): era para as classes pobres, sem terra. Incluía tanto os homens como as mulheres entre 12 e 65 anos. Era a força de trabalho. Vinte por cento (20%) da renda de cada pessoa era para o imposto. (b)-O imposto Indireto era sobre transações variadas. Coroa de Ouro: Originariamente era um deleite ao imperador, porém, se converteu em um imposto obrigatório. Cobrava-se em ocasiões especiais, como festas e visitas do imperador. Imposto sobre o sal: o sal era monopólio do imperador. Tributava-se só o sal para uso comercial. Por exemplo, o sal usado para secar o pescado. Daqui a palavra “salário”. Imposto sobre compra e venda: Em cada transação comercial pagava-se 1%. A cobrança corria a cargo dos fiscais na feira. Na compra de escravo exigia-se 4%. Em cada contrato comercial registrado, exigia-se 2%. Imposto para exercer a profissão: Para tudo precisa-se de uma licença. Por exemplo, um sapateiro na cidade da Palmira, pagava um denário ao mês. Um denário era o equivalente ao salário de um dia. Até as prostitutas tinham que pagar. Imposto sobre o uso de coisas de utilidade pública: O imperador Vespasiano introduziu o imposto para poder usar os “sanitários” públicos em Roma. Ele dizia: “O dinheiro não cheira!”. (c)-Outras taxas e obrigações: Pedágio ou aduana. Trabalho forçado. Gastos especiais para o exército (dar hospedagem aos soldados, pagar a comida para o sustento das tropas); Imposto para o Templo e o Culto.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Conhece algum caso de grupos ou de pessoas que eram inimigos entre si, porém, se juntaram para perseguir alguma pessoa honesta que os incomodava e denunciava? Já te aconteceu alguma vez?
• Qual é hoje o sentido da frase: “Devolva a César o que é de César, a Deus o que é de Deus?”.



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 90,14-16)




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