sexta-feira, 21 de junho de 2013

Lectio Divina - 21/06/13

SEXTA-FEIRA -21/06/2013

PRIMEIRA LEITURA: 2Corintios 11,18;21-30

• É muito comum que depois de haver participado em um retiro, em alguma experiência espiritual que nos leva a viver a vida cristã de uma maneira mais profunda, que procuremos mostrar esta mudança, mostrar aos demais que Jesus é agora uma experiência em nosso coração. É comum ver pessoas com sua cruz no peito, ou decalques em seus veículos, ou outros elementos que manifestem esta nova experiência do amor de Deus. Paulo, no lugar de todos esses elementos, coloca como prova de sua conversão, todas as perseguições e padecimentos que realizou por Cristo. É, pois, importante que usemos alguns elementos como as cruzes, os quadros e outros objetos para que os demais vejam que fomos tocados pelo amor de Deus, porém, é ainda mais importante que esta mudança se traduza em obras, em atitudes, em zelo pelo Evangelho; essas serão as verdadeiras marcas de que Jesus se instalou em nosso coração.






ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus força dos que em ti esperam, ouça nossas súplicas, pois, o homem é frágil e sem ti nada pode, concede-nos a ajuda de tua graça para guardar teus mandamentos e agradar-te com nossas ações e desejos. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 6,19-23

• Hoje continuamos nossa reflexão sobre o Sermão do Monte. Antes de ontem e ontem refletimos sobre a prática das três obras de piedade: esmola, oração e jejum. O evangelho de hoje e de amanhã apresenta quatro recomendações sobre a relação com os bens materiais, explicitando assim como viver a pobreza da bem-aventurança: (a)-não acumular (Mt 6,19-21); (b)-ter a visão correta dos bens materiais (Mt6,22-23); (c)-não servir a dois senhores (Mt 6,24); (d)-abandonar a providência divina (Mt 6,25-34). O evangelho de hoje apresenta as duas primeiras recomendações: não acumular bens e não olhar o mundo com maus olhos.
• Mateus 6,19-21: NÃO ACUMULAR TESOUROS NA TERRA. Se, por exemplo, hoje na televisão é dada a noticia de que no próximo mês faltarão açúcar e café, todos nós vamos comprar o máximo de açúcar e café que nos é possível. Acumulamos, porque não confiamos. Nos quarenta anos de deserto, o povo foi colocado à prova para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eram capazes de recolher só o necessário de maná para um único dia e não acumular para o dia seguinte. Jesus disse: “Não amontoeis tesouros na terra, onde existe traça e ferrugem que corroem, e ladrões que socavam e roubam. Melhor é amontoá-los no céu, onde não existe traça nem ferrugem que corroem, nem ladrões que socavem e roubem”. O que é que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber onde colocar os fundamentos de minha existência. Se os coloco nos bens materiais da terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei. Se eu coloco o fundamento em Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de compartilhar com os demais os bens que possuo. Para que isto seja possível e viável, é importante que se acredite numa convivência comunitária que favoreça o compartilhar e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas, a riqueza e o tesouro da convivência fraterna nascida da certeza trazida por Jesus de que Deus é Pai/Mãe de todos. “Onde está teu tesouro (riqueza), ali está teu coração!”.
• Mateus 6,22-23: A LÂMPADA DO CORPO É O OLHO. Para entender o que Jesus pede é necessário ter os olhos novos. Jesus é exigente e pede muitas coisas: não acumular (6,19-21), não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (6,24), não preocupar-se com o que bebemos e comemos (6,25-34). Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas têm mais angustias e preocupações. É também a parte do Sermão do Monte que é mais difícil de entender e praticar. Por isto Jesus disse: “Se teu olho está mau,...”. Alguns traduzem olho “mal” e o olho “são”. Outros traduzem olho “mesquinho” e olho “generoso”. É a mesma coisa. Na realidade, a pior enfermidade que se pode imaginar é uma pessoa fechada em si mesma e em seus bens, e a confiança que tem só em seus bens. É a enfermidade da mesquinhez! Quem olha ávida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta enfermidade é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida se torna luminosa, pois, faz nascer o compartilhar e a fraternidade.
• JESUS QUER UMA MUDANÇA RADICAL. Quer a observância da lei do ano sabático, onde se diz que na comunidade dos que acreditam, não pode haver pobres (Dt 15,4). A convivência humana deve organizar-se de tal maneira que já não é necessário preocupar-se com a comida, com a bebida, com a roupa e com a casa, com a saúde e com a educação (Mt 6,25-34). Porém, isto é possível só se todos buscarmos primeiro o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33). O Reino de Deus é permitir que Deus reine: é imitar Jesus (Mt 5,48). A imitação de Deus leva a compartilhar com justiça os bens e leva o amor criativo, que engendra a verdadeira fraternidade. A Providência Divina tem que ser mediada pela organização fraterna. Só assim é possível desfazer-nos de todas as preocupações para o amanhã (Mt 6,34).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus disse: “Onde está tua riqueza, ali estará teu coração”. Onde está minha riqueza: no dinheiro ou na fraternidade?
• Qual é a luz que tenho em meus olhos para olhar a vida, os acontecimentos?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 132,13-14)
• Encomendarei a Jesus os padecimentos que me venham pela fiel fé a seu evangelho e elevarei uma oração para que Ele me console e me ajude a permanecer fiel.





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