segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Lectio Divina - 13/08/13

TERÇA-FEIRA -13/08/2013


PRIMEIRA LEITURA: Deuteronômio 31,1-8

• Com quanta razão diz Paulo que o que Deus tem reservado para os que amam ao Senhor: Nem o olho viu, nem o ouvido escutou, nem pode sequer vir à mente do homem. Certamente que a experiência da vida no céu é algo que não podemos imaginar, pois, refere-se à vida eterna vivida na presença do Senhor, a vida na qual já não existe pranto nem dor, onde a morte perdeu seu poder e só resta o gozo e a felicidade perfeita. Vale a pena esforçar-nos nesta terra para alcançar a glória, vale a pena seguir o caminho estreito do Evangelho e ser capaz de vendê-lo todo e comprar a “pedra preciosa”. Nunca desfaleça em teu propósito de santidade e lute continuamente para alcançar a visão da Glória de Deus. 



ORAÇÃO INICIAL 


• Deus todo poderoso e eterno, a quem podemos chamar Pai; aumenta em nossos corações o espírito filial, para que mereçamos alcançar a herança prometida. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 18,1-5.10.12-14

• Aqui no capítulo 18 do evangelho de Mateus inicia o quarto grande discurso da Nova Lei, o Sermão da Comunidade. Como foi dito anteriormente, o evangelho de Mateus, escrito para as comunidades dos judeus da Galiléia e da Síria, apresenta Jesus como novo Moisés. No AT, a Lei de Moisés foi codificada nos cinco livros do Pentateuco. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei, em cinco grandes Sermões: (a)-O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,29); (b)-O Sermão da Missão (Mt 10,1-42); (c)-O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52); (d)-O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35); (e)-O Sermão do Futuro Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como praticava e encarnava a nova lei em sua vida.
• O evangelho de hoje trás a primeira parta do Sermão da Comunidade (Mt 18,1-14) que tem como palavra chave os “pequenos”. Os pequenos não são crianças, mas sim, as pessoas pobres e sem importância na sociedade e na comunidade, inclusive as crianças. Jesus pede que estes “pequenos” estejam no centro das preocupações da comunidade, pois, “o Pai não quer que nenhum destes pequenos pereça” (Mt 18,14).
• Mateus 18,1: A PERGUNTA DOS DISCÍPULOS QUE DÁ BASE AO ENSINAMENTO DE JESUS. Os discípulos querem saber quem é o maior no Reino. Só o fato de que eles fizeram a pergunta revela que haviam entendido pouco ou nada da mensagem de Jesus. O Sermão da Comunidade, todo ele, é para que entendam que entre os seguidores e as seguidoras de Jesus tem que estar vivo o espírito de serviço, de entrega, de perdão, de reconciliação e de amor gratuito, sem procurar o próprio interesse e a autopromoção.
• Mateus 18,2-5: O CRITÉRIO BÁSICO: O MENOR É O MAIOR. Os discípulos querem um critério para poder medir a importância das pessoas na comunidade: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”. Jesus responde que o critério são as crianças! Os meninos não têm importância social, não pertencem ao mundo dos grandes. Os discípulos têm que se fazerem crianças. Em vez de crescer para cima, têm que crescer para baixo, para a periferia, onde vivem os pobres, os pequenos. Assim serão os maiores no Reino! E o motivo é este: “O que recebe um menino como este em meu nome, a mim é que recebe!”. Jesus se identifica com eles. O amor de Jesus para os pequenos não tem explicação. Os meninos não têm mérito. É a pura gratuidade do amor de Deus que aqui se manifesta e pede para ser imitada na comunidade pelos que se dizem discípulos e discípulas de Jesus. 
• Mateus 18,6-9: NÃO ESCANDALIZAR AOS PEQUENOS. Estes quatro versículos sobre o escândalo dos pequenos foram omitidos no texto do evangelho de hoje. Damos um breve comentário. Escandalizar aos pequenos significa: ser motivo para que os pequenos percam a fé em Deus e abandonem a comunidade. Mateus conserva uma frase muito dura de Jesus: “Porém, ao que escandalizar a um destes pequenos que acreditam em mim, mais vale que amarrem uma pedra de moinho no pescoço e se joguem no fundo do mar”. Sinal de que naquele tempo muitos pequenos já não se identificavam com a comunidade e procuravam outros amparos. E hoje? Na América Latina, por exemplo, cada ano, aproximadamente 3 milhões de pessoas abandonam as igrejas históricas e vão para as igrejas evangélicas. Sinal de que não se sentem em casa entre nós. E muitas vezes são os mais pobres os que nos abandonam. O que é que nos falta? Qual é a causa deste escândalo aos pequenos? Para evitar o escândalo, Jesus manda cortar a mão ou o pé ou arrancar o olho. Esta frase não pode ser tomada ao pé da letra. Significa que deve ser muito exigente no combate contra o escândalo que afasta os pequenos. Não podemos permitir, de forma alguma, que os pequenos se sintam marginalizados em nossa comunidade. Pois, neste caso, a comunidade deixaria de ser um sinal do Reino de Deus.
• Mateus 18,10-11: OS ANJOS DOS PEQUENOS ESTÃO NA PRESENÇA DO PAI. Jesus evoca o Salmo 91. Os pequenos fazem de Yavhé seu refúgio e tomam o Altíssimo como defensor (Sl 91,9), por isto: “Não a desgraça não poderá ser dominante nem a praga aproximar-se de tua morada, pois, deu a seus anjos a ordem de proteger-te em todos teus caminhos. E suas mãos haverão de te apoiar, para que não tropece teu pé em alguma pedra” (Sl 91,10-12).
• Mateus 18,12-14: A PARÁBOLA DAS CEM OVELHAS. Para Lucas, esta parábola revela a alegria de Deus pela conversão de um pecador (Lc 15,3-7). Para Mateus, revela que o Pai não quer que nenhum destes pequenos se perca. Com outras palavras, os pequenos deve ser a prioridade pastoral da Comunidade, da Igreja. Devem estar no centro da preocupação de todos. O amor pelos pequenos e, pelos excluídos tem que ser o eixo da comunidade e daqueles que querem seguir Jesus. Pois, deste modo a comunidade se torna prova do amor gratuito de Deus que acolhe a todos.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

As pessoas mais pobres do bairro participam de nossa comunidade? Sentem-se bem, ou, encontra em nós um motivo para afastarem-se?
• Deus Pai não quer que se perca nenhum dos pequenos. O que é que significa isto para a nossa comunidade?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,111-112)
• Hoje meditarei em que coisas faço e as que deixo de fazer, e perguntarei ao Senhor, o que é que deseja em cada uma.



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