quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Lectio Divina - 21/08/13


QUARTA-FEIRA -21/08/2013

PRIMEIRA LEITURA: Juizes 9,6-15

• Esta passagem é uma das críticas mais fortes que se tem escrito contra os oportunistas, com àqueles que sem importar-lhes a vontade de Deus, procuram seu próprio proveito. Ao ler o livro dos Juizes nos encontramos com o povo fiel a Deus que não reconhecia nenhum outro rei que não fosse Yavhé, pois, lembrava bem da aliança que dizia: “Vocês serão meu povo e eu serei seu Deus”. Entretanto, outra parte do povo procurava ser como “os demais povos” e ter um rei humano. Com uma série de figuras, o autor nos mostra como o povo, querendo “ser como os demais povos” tinha escolhido o pior rei (que de fato levará Israel à secularização e a idolatria). Isto também pode acontecer em nossas vidas quando procuramos fazer nossa vida à margem de Deus, quando esquecemos que nós somos cristãos e que, portanto, não somos como o resto do mundo ainda que vivamos no mundo. Oportunidades não nos faltam, o mudo nos oferece fama e prestígio se aceitarmos “abrigar-nos sob sua sombra”. O resultado sempre será o mesmo: tristeza, solidão, angústia, medo. Deus quer reinar em nossas vidas, quer ser o centro de nossa existência, não porque necessite de nosso louvor ou de nosso serviço, mas, porque quando Ele é Rei pode dar-nos a verdadeira paz e a alegria do Reino no qual “Ele reina”. Não nos deixemos enganar… A verdadeira felicidade só está em Deus.






ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que tens preparado bens inefáveis para os que te amam, infunde teu amor em nossos corações, para que, amando-te e tudo e sobre todas as coisas, consigamos alcançar tuas promessas, que superam todo desejo. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 20,1-16ª


• O evangelho de hoje trás uma parábola que encontramos só em Mateus. Não existe nos outros três evangelhos. Como em todas as parábolas, Jesus conta uma história feita de elementos da vida diária das pessoas. Retrata a situação social de seu tempo, na qual os ouvintes se reconheciam. Porém, ao mesmo tempo, na história da parábola, acontecem coisas que nunca acontecem na realidade da vida das pessoas. Ao falar do dono, Jesus pensa em Deus, pensa em seu Pai. Por isto, na história da parábola, o dono, fez coisas surpreendentes que não acontecem no dia a dia da vida dos ouvintes. Nesta atitude estranha do dono é preciso procurar encontrar a chave para compreender a mensagem da parábola.
• Mateus 20,1-7: AS CINCO VEZES QUE O PROPRIETÁRIO SAI EM BUSCA DE TRABALHADORES. “O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário que saiu a primeira hora da manhã para contratar empregados para a sua vinha. Tendo contratado com os trabalhadores ao valor de uma denário por dia, os enviou a sua vinha”. Assim começa a história que fala por si e não precisaria de nenhum comentário. Em seguida, o proprietário sai outras quatro vezes para chamar os trabalhadores para que se dirijam a sua vinha. Jesus menciona o terrível desemprego daquela época. Alguns detalhes da história: (a)-o dono sai pessoalmente cinco vezes para encontrar os trabalhadores. (b)-Na hora de contratar os empregados, somente com o primeiro grupo decide o salário: um denário por dia. Com os da nona hora diz: Dar-lhe-eis o que é justo. Com os outros não “combinou” nada, só os contratou para que fossem trabalhar na vinha. (c)-No final do dia, na hora de fazer as contas com os trabalhadores, o proprietário manda que o administrador realize este serviço.
• Mateus 20,8-10: A ESTRANHA MANEIRA DE ACERTAR AS CONTAS NO FINAL DO DIA. Ao entardecer, diz o dono da vinha a seu administrador: “Chame os trabalhadores e pague-lhes a jornada, começando pelos últimos até os primeiros”. Vieram, pois, os da hora undécima e receberam um denário cada um. Começa pelos últimos e termina com os primeiros. Aqui, na hora de fazer as contas, acontece algo estranho que não acontece na vida comum. Parece que as coisas se inverteram. O pagamento começa com os que foram contratados por último e que trabalharam apenas uma hora. O pagamento é o mesmo para todos: um dinário, como havia sido combinado com os que foram contratados no começo do dia. Os primeiros pensaram que ganhariam mais, porém, eles também receberam um denário cada um. Por que é que o proprietário fez isto? Você faria o mesmo? A chave da parábola está escondida neste gesto surpreendente do proprietário.
• Mateus 20,11-12: A REAÇÃO NORMAL DOS TRABALHADORES DIANTE DA ESTRANHA ATITUDE DO PROPRIETÁRIO. Os últimos a receber o salário foram os que haviam sido contratados primeiro. Estes, assim diz a história, ao receber o mesmo valor, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: “Estes últimos não trabalharam mais que uma hora, e lhes paga como a nós, que agüentamos o peso do dia todo e o calor!”. É a reação normal de sentido comum. Creio que todos nós teríamos a mesma reação e diríamos a mesma coisa ao dono. Ou não?
• Mateus 20, 13-46: A EXPLICAÇÃO SURPREENDENTE DO PROPRIETÁRIO ESCLARECE A CHAVE DA PARÁBOLA. A resposta do proprietário é esta: “Amigo, não estou te fazendo nenhuma injustiça. Não combinamos o valor em um denário? Pois, tome o que é teu e vai-te. De minha parte, quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Não posso fazer o que quero com aquilo que é meu? Ou seu olho vai ser mau porque eu sou bom? Estas palavras encerram o segredo que explica a atitude do proprietário e aponta para a mensagem que Jesus quer comunicar: (a)-O proprietário não foi injusto, pois, agiu de acordo com o que havia sido combinado com o primeiro grupo de trabalhadores: um denário ao dia. (b)-É decisão soberana do proprietário, dar aos últimos o mesmo que havia sido combinado com os da primeira hora. Estes não tinham o direito de reclamar. (c)-Agindo dentro da justiça, o proprietário tem direito de fazer o que quiser com as coisas que lhe pertencem. O trabalhador, por sua parte, tem este mesmo direito. (d)-A pergunta final toca o ponto central: “Ou seu olho vai ser mau porque eu sou bom?”. Deus é diferente. Seus pensamentos não são como nossos pensamentos (Is 55,8-9).
• A PROFUNDIDADE DA PARÁBOLA É A CONJUNTURA DAQUELA ÉPOCA, A DE JESUS COMO A DE MATEUS. Os trabalhadores da primeira hora são o povo judeu, chamado por Jesus à trabalhar em sua vinha. Eles sofreram o peso do dia, desde Abraão e Moisés, mais de mil anos. Agora, na undécima hora, Jesus chama os pagãos para que venham trabalhar em sua vinha e eles chegam a ter a preferência no coração de Deus: “Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos!”. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Os da undécima hora chegam, levam vantagem e recebem prioridade na fila de entrada no Reino de Deus. Quando você espera duas horas em uma fila e chega alguém que, sem mais nem menos, coloca-se na sua frente, você aceita? É possível comparar as duas situações? 
• A ação de Deus supera nossos cálculos e nossa maneira humana de agir. Surpreende e, às vezes, incomoda. Isto já ocorreu em tua vida? Que lição você tirou?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 23,6)
• Hoje orarei pelos governantes das nações, especialmente pelos governantes de meu país.





Nenhum comentário:

Postar um comentário