terça-feira, 27 de agosto de 2013

Lectio Divina - 27/08/13


TERÇA-FEIRA -27/08/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1Tesalonicenses 2,1-8


• Quando lemos a bíblia limitando-nos só ao autor humano concreto, mas, esquecendo o autor do conjunto de livros que é Deus, podemos correr o risco de perder de vista coisas valiosas e importantes. Chama a atenção que o autor da carta se dirige a seus destinatários com mostras de apreço e carinho; é certo, que as coisas de Deus são sérias e que requer entrega, coragem e convicção. Porém, isso não significa que a vida humana não possa expressar-se com toda sua riqueza nas coisas de Deus. Paulo não esquece o que tem suposto para ele levar o Evangelho às diferentes comunidades; em concreto, Tessalônica, por suposição uma carga difícil de levar, tanto pelos sofrimentos padecidos, como pela oposição a seu trabalho. Porém, quando se sofre por algo que se ama, a dor se impregna de coragem, tanto ao objeto do amor, como a pessoa que luta para levar à cabo aquilo que dá sentido à própria vida. Pregar Cristo é uma tarefa que Deus recomendou à Paulo, é sua responsabilidade, mas, isso não impede ao apóstolo dar rédea solta a seu coração. Ele não só quis dar aos tessalonicenses o evangelho de Jesus Cristo, gostou de dar sua própria vida para que aquela comunidade tenha a vida que vem de Deus. Certo que é uma pessoa com autoridade e que pode ensinar apoiado nela, mas para ele, é mais valiosa a humildade que vem do amor e da ternura, que a força que vem por representar a Deus. Afinal de contas, Deus também se manifestou doce e terno na pessoa de seu Filho Jesus Cristo. A ternura de Deus saiu ao encontro do homem que sofre, através de Jesus Cristo. Todo discípulo é chamado a ser como seu mestre. Paulo imitou bem a Jesus ao amar aqueles a quem levava o Evangelho. Essa mesma vocação é a que você e eu somos também chamados.






ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que unes os corações de teus fiéis em um mesmo desejo, inspira teu povo o amor a teus preceitos e a esperança em tuas promessas, para que, no meio das vicissitudes do mundo, nossos corações estejam firmes na verdadeira alegria. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 23,23-26

• O evangelho de hoje apresenta dois outros “ais” que Jesus pronuncia contra os líderes religiosos de sua época. Os dois “ais” de hoje denunciam a falta de coerência entre a palavra e a atitude, entre o exterior e o interior. Repetimos hoje o que afirmamos antes. Ao meditar as palavras tão duras de Jesus, tenho que pensar não só nos doutores e nos fariseus da época de Jesus, mas, também e, sobretudo, na hipocrisia que existe em mim, em nós, em nossa família, na comunidade, na nossa igreja, na sociedade de hoje. Vamos olhar no espelho do texto, para descobrir o que existe de errado em nós.
• Mateus 23,23-24: O QUINTO “AI” CONTRA OS QUE INSISTEM NA OBSERVÂNCIA E ESQUECEM A MISERICÓRDIA. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do coentro e do cominho, e descuidais do mais importante da Lei; a justiça, a misericórdia e a fé!”. Este quinto “ai” de Jesus contra os líderes religiosos daquela época pode ser repetido contra muitos líderes religiosos dos séculos seguintes, até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus, insistimos nos detalhes e esquecemos da misericórdia. Por exemplo, a “hanseníase” voltou a vivência da fé árida, fazendo questão de observâncias e penitências que desviaram o povo do caminho do amor. A irmã carmelita Teresa de Lisieux cresceu neste ambiente de “hanseníase”, que marcava a França do final do século XIX. Foi a partir de uma dolorosa experiência pessoal que ela soube recuperar a gratuidade do amor de Deus com a força que deve animar por dentro a observância das normas. Pois, sem a experiência do amor, as observâncias fazem de Deus um ídolo.
• Mateus 23,25-26: O SEXTO “AI” CONTRA OS QUE LIMPAM AS COISAS POR FORA E AS SUJAM POR DENTRO. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que purificais por fora o copo e o prato, enquanto por dentro estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego purifique primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique puro!”. No Sermão da Montanha, Jesus critica aos que observam a letra da Lei e transgridem o espírito da Lei. Disse: “Haveis ouvido o que foi dito aos antepassados: Não matarás; e aquele que matar será réu diante do tribunal. Pois, Eu vos digo: Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu diante do tribunal; porém, o que chamar seu irmão de “imbecil”, será réu diante do Sinédrio, e o que chamar de “renegado” será réu da “gehena” de fogo”. “Haveis ouvido que foi dito: Não cometerás adultério. Pois Eu vos digo: Todo aquele que olhar uma mulher desejando-a, já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5,21-22.27-28). Não basta observar a lei. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar, para ser fiel ao que Deus nos pede. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, além da letra, vai até a raiz e arranca de dentro de si “os desejos de roubo e cobiça” que podem levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. A plenitude da lei se realiza na prática do amor. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Mais dois “ais”, dois motivos mais para receber uma crítica severa por parte de Jesus. Qual dos dois cabe em mim?
• Observância e gratuidade: qual dos dois prevalece em mim? 



ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 96,2-3)
• Dedicarei alguns minutos para experimentar o amor terno de Deus e para levar esta ternura aqueles quem estiverem necessitando.





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