segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Lectio Divina - 02/09/13


SEGUNDA-FEIRA -02/09/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1Tesalonicenses 4,13-18

• Uma das experiências que mais nos enche de temor é a da morte, sobretudo, porque nossa vista a única coisa que alcança ver é o corpo sem vida, inerte de nossos mortos. Entretanto, esta não é a realidade que Deus está vendo, pois, para Ele todos nós estamos vivos. A primeira comunidade se sentia defraudada enquanto ao que já se havia pregado, pois, pensavam que os únicos que participariam do Reino – que seriam levados ao céu -, eram os que estivessem vivos quando chegasse o Senhor. Por isso, Paulo lhes explica que isso não será assim, mas todos os que tenham morrido em Cristo, também terão vida incorruptível. Esta é a grande esperança cristã, o saber que nossa vida no mundo é só uma passagem para a vida definitiva que teremos e que gozaremos no céu. Por isso, ainda que, nossa visão vê o corpo de nossos irmãos sem vida, isto só é para nós, pois, no mistério de Deus, em SEU tempo, para Ele todos vivem e a morte, como nós a conhecemos, é só a porta que se abre para dar-nos passagem à eternidade em Cristo. Por isso, vale a pena viver unidos ao Senhor, para que no momento de nossa morte também se abra para nós a porta que nos leve diretamente aos braços de nosso amado Pai. Coragem! Caminhemos com alegria para o Céu.






ORAÇÃO INICIAL 


• Deus todo poderoso, de quem procede todo bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo nossa vida mais religiosa, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...





REFLEXÃO

Lucas 4,16-30


• Hoje começamos a meditar o Evangelho de Lucas, que se prolonga ao longo de três meses, até o final do ano eclesiástico. O evangelho de hoje nos fala da visita de Jesus a Nazaré e da apresentação de seu programa as pessoas da sinagoga. Em um primeiro momento, as pessoas ficam admiradas. Porém, ao dar-se conta de que Jesus quer acolher a todos, sem excluir ninguém, as pessoas se rebelam e querem matá-lo.
• Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus. Impulsionado pelo Espírito Santo, Jesus voltou à Galiléia e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Vai às comunidades, ensina nas sinagogas e chega a Nazaré, onde havia sido criado. Volta à comunidade, onde havia participado desde pequeno, e durante trinta anos. No sábado depois, e como costumava fazer, Jesus vai à sinagoga para participar na celebração, se levanta para fazer a leitura. Escolhe um texto de Isaias que fala dos pobres, dos presos, dos cegos e dos oprimidos (Is 61,1-2). Este texto reflete a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus Pai, cheio de amor, lhe dava um novo olhar para observar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma postura em defesa da vida de seu povo e, com palavras de Isaias, define sua missão: (1)-anunciar a Boa Nova aos pobres, (2)-proclamar aos presos a liberdade, (3)-devolver a visão aos cegos, (4)-devolver a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5)-proclamar “um ano de graça por parte do Senhor”. Proclama o ano do Jubileu!
• Na Bíblia, o “Ano do Jubileu” era uma lei importante. Cada sete anos, inicialmente, era necessário devolver as terras aos clãs de origem. Todos deviam poder voltar a sua propriedade. E assim se impedia a formação de latifúndios e se garantia a sobrevivência das famílias. Era necessário perdoar também as dívidas e resgatar às pessoas que haviam se tornado escravas. Não foi fácil realizar o ano do jubileu cada sete anos. Depois do exílio, era feito a cada cinqüenta anos. O objetivo era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma ocasião oferecida por Deus para fazer uma revisão do caminho, para descobrir e corrigir os erros e começar de novo. Jesus começa sua pregação proclamando um Jubileu “Um ano de graça do Senhor”.
• Lucas 4,20-22: Entrelaçar Bíblia e Vida. Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaias dizendo: “Esta Escritura que acabais de ouvir hoje se cumpriu!”. Assumindo as palavras de Isaias como palavras suas, Jesus lhes dá um sentido pleno e definitivo e se declara messias que vem cumprir a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provoca uma reação de raiva entre os que se encontram na sinagoga. Ficam escandalizados e não querem saber nada Dele. Não aceitam que Jesus seja o messias anunciado por Isaias. Diziam: “Acaso este não é o filho de José?”. Ficam escandalizados porque Jesus fala de acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. As pessoas não aceitam a proposta de Jesus. E assim no momento que apresenta o projeto de acolher os excluídos, Ele próprio é excluído.
• Lucas 4,23-30: Superar os limites da raça. Para ajudar à comunidade que supere o escândalo e para fazer-lhe entender que sua proposta é parte da tradição, Jesus conta duas histórias da Bíblia que eram conhecidas: a história de Elias e a história de Eliseu. As duas histórias criticam o endurecimento mental das pessoas de Nazaré. Elias foi enviado à viúva de Sarepta. Eliseu foi enviado a ocupar-se de um estrangeiro da Síria. Desponta aqui a preocupação de Lucas que quer mostrar que a abertura para as pessoas vem de Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que estavam tendo as comunidades no tempo de Lucas. Porém, a chamada de Jesus não aplacou os espíritos. Foi tudo ao contrário. As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda... A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas, Ele manteve a calma. A raiva dos demais não conseguiu desviar-lhe do caminho. Lucas mostra assim o difícil que é superar a mentalidade do privilégio e da rejeição. 
• É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaias até onde diz: “proclamar um ano de graça de parte do Senhor”. Corta o resto da frase que dizia: “e um dia de vingança de nosso Deus”. As pessoas de Nazaré ficam escandalizadas diante de Jesus ao ouvir que quer ser o messias, porque quer acolher aos excluídos e porque omitiu a frase sobre a vingança. Querem que o dia de Yahvé seja um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino não seria mais que uma troca superficial e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita esta maneira de pensar, não aceita a vingança. Sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe lhe ajudava a entender melhor o sentido das profecias. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL


O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. E nós acolhemos a todos ou excluímos alguns? Quais são os motivos que nos levam a excluir a certas pessoas? 
• O programa de Jesus está sendo realmente nosso programa, ou meu programa? Quais são os excluídos que deveríamos acolher melhor em nossa comunidade? O que é que nos dá forças para realizar a missão que Jesus nos deu?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,97-78)
• Hoje pedirei por meus seres queridos que já morreram, especialmente por aqueles que ao morrer não estavam na amizade com Deus; pedirei a Ele sua misericórdia para eles.






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