quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Lectio Divina - 19/09/13


QUINTA-FEIRA -19/09/2013

PRIMEIRA LEITURA: 1Timoteo 4,12-16

Que bom seria para nós cristãos – os que procuram com todo coração seguir o Senhor – tomar estas palavras de Paulo e Timóteo. Irmãos, o mundo hoje está cansado de tantos sermões, palavras ocas sobre Deus, de caridade, etc. O que quer é ver nós os cristãos vivendo o que Jesus nos mostrou com sua própria vida, o que Ele nos recomendou viver e testemunhar no meio da comunidade. É preciso, pois, que coloquemos mais atenção em nosso comportamento cotidiano de maneira que este reflita o que Deus está fazendo em nós, em nossa vida e em nossa família. Necessitamos ser, como pede Paulo a Timóteo: Modelos de vida cristã para que possamos mais adiante dizer, como o dirá em outras de suas cartas: “sejam imitadores meus, como eu sou de Cristo”. Que grande compromisso. O mais grave é que se não conseguimos isto, então como se decidirão mudar os que, apesar de haverem sito batizados, se deixam arrastar pelos costumes deste mundo? Se eles não nos vêem sermos diferentes, como acreditarão que efetivamente a vida cristã é outra coisa? Tenhamos, pois, atenção e mostremo-nos como homens e mulheres cheios de fé, de caridade, cuidado com o vocabulário e com o modo de tratar-nos entre nós. Do nosso testemunho depende também em grande medida a salvação dos demais.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, criador e senhor de todas as coisas, olhe-nos; e para que sintamos o efeito de teu amor, conceda-nos servir-te de todo coração. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 7,36-50

O evangelho de hoje nos fala do episódio da mulher que foi acolhida por Jesus durante uma refeição na casa de Simão, o fariseu. Um dos aspectos da novidade que a Boa Nova de Deus trás é a atitude surpreendente de Jesus para com as mulheres. Na época do Novo Testamento, a mulher vivia marginalizada. Não participava na sinagoga, não podia ser testemunha na vida pública. Muitas mulheres, entretanto, resistiam contra essa exclusão. Desde o tempo de Esdras, crescia a marginalização das mulheres por parte das autoridades religiosas e também crescia a resistência das mulheres contra sua exclusão, como aparecem nas histórias de Judite, Ester, Rute, Noemi, Suzana, Zalamita e de tantas outras. Esta resistência encontra eco e acolhida em Jesus. No episódio da mulher do perfume emergem o inconformismo e a resistência das mulheres no dia a dia da vida e na acolhida que Jesus lhes dava. 

Lucas 7,36-38: A situação que provoca o debate. Três pessoas totalmente diferentes se encontram: Jesus, Simão, o fariseu, um judeu praticante, e a mulher da qual diziam ser pecadora. Jesus esta na casa de Simão que o convidou para cear. A mulher entra se coloca aos pés de Jesus, começa a chorar, molha os pés de Jesus com lágrimas, solta os cabelos para secar os pés de Jesus, beija e unge os pés com perfume. Soltar os cabelos em público era um gesto de independência. Jesus não se retrai, nem afasta a mulher, mas ainda, acolhe seu gesto.

Lucas 7,39-40: A reação do fariseu e a resposta de Jesus. Jesus estava acolhendo uma pessoa que, segundo os costumes da época, não podia ser acolhida, pois era pecadora. O fariseu, observando tudo, critica Jesus e condena a mulher: “Se este fosse profeta, saberia quem e que classe de mulher é a que lhe está tocando, pois, é uma pecadora”. Jesus lhe respondeu: “Simão, tenho algo para dizer-te!”. Jesus usa uma parábola para responder à provocação do fariseu.

Lucas 7,41-43: A parábola dos servidores. Um devia 500 denários, e o outro 50. Nenhum dos dois tinha como pagar. Ambos foram perdoados. Qual deles lhe amará mais? Resposta do fariseu: “Suponho que aquele que se perdoou mais!”. A parábola supõe que os dois, tanto o fariseu como a mulher, haviam recebido algum favor de Jesus. Na atitude que os dois tomam diante de Jesus, mostram como apreciavam o favor recebido. O fariseu mostra seu amor, sua gratidão, convidando Jesus para que faça a refeição com ele. A mulher mostra seu amor, sua gratidão, mediante das lágrimas, dos beijos e do perfume.

Lucas 7,44-47: A mensagem de Jesus ao fariseu. Depois de receber a resposta do fariseu, Jesus aplica a parábola. E estando na casa do fariseu, convidado por ele, Jesus não perde a oportunidade para tomar a liberdade de falar e agir. Defende a mulher, e critica o judeu praticante. A mensagem de Jesus para os fariseus de todos os tempos é: “Quem pouco perdoa, pouco amor mostra!”. Um fariseu pensa que não tem pecado, porque observa em tudo a Lei. A segurança pessoal que eu, fariseu, acredito em mim pela observância das leis de Deus e da Igreja, muitas vezes me impede experimentar a gratidão do amor de Deus. O que importa não é a observância da lei em si, mais sim, o amor com que observo a lei. E usando os símbolos do amor da mulher, Jesus da resposta ao fariseu que se considerava em paz com Deus: “Entrei em tua casa e não me destes a água para lavar os pés. Ela, em troca, molhou meus pés com lágrimas e os secou com seus cabelos. Não me destes o beijo. Ela, desde que entrou, não deixou de beijar os meus pés. Não ungiste minha cabeça com azeite. Ela ungiu meus pés com perfume! Simão apesar de tudo o que me ofereceste, tu tens pouco amor!”

Lucas 7,48-50: Palavra de Jesus para a mulher. Jesus declara a mulher perdoada e acrescenta: “Tua fé te salvou. Vá em paz!” Aqui acontece a novidade da atitude de Jesus. Ele não condena, mas sim, acolher. E foi a fé que ajudou a mulher a recompor-se e a encontrar-se consigo mesma e com Deus. Na relação com Jesus, uma força nova despertou dentro dela e a fez renascer.



PARA REFLEXÃO PESSOAL


Onde e quando as mulheres são desprezadas pelos fariseus de hoje?
A mulher, certamente, não haveria feito o que fez se não houvesse tido a certeza absoluta de ser acolhida por Jesus. Os marginalizados e os pecadores têm a mesma certeza a respeito de nós?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 100,5)
Hoje vigiarei minha maneira de falar e de dirigir-me aos demais e verei se existe algo que não seja digno da conduta do filho do Grande Rei, e tirarei de minha vida para sempre.






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