terça-feira, 24 de setembro de 2013

Lectio Divina - 24/09/13


TERÇA-FEIRA -24/09/2013

PRIMEIRA LEITURA: Esdras 6,7-8,12;14-20

A reconstrução do Templo de Jerusalém foi uma obra magnífica, não só pela grandeza da obra arquitetônica, mas, sobretudo, pelo que o Templo representava para os Israelitas: reconstruir a fé em Deus todo poderoso era voltar a unidade e a terra outorgada por Deus para que nela se fizesse o culto e de onde Deus pudesse reinar. A festa, como nos narra o livro de Esdras, foi magnífica, pois, de novo o templo havia sido restaurado e com ele o culto a Deus. Paulo nos diz que nós somos o templo de Deus. Não valeria a pena que déssemos uma olhada e ver como está este templo em seu interior? A vida moderna, com facilidade, vai se destruindo e vai se contaminando como aconteceu nos tempos do desterro. Se observarmos bem, poderemos notar que nosso templo interior vai sofrendo a destruição de um mundo pagão que muitas vezes nos afugenta da oração, a não ter vida interior e a não cultuar Deus em nosso coração. Por isso, como nos tempos de São Francisco, nos quais o Senhor lhe pedia que restaurasse seu templo, hoje em dia Jesus nos pede o mesmo, e não se refere aos templos materiais, mas, ao templo de nosso coração. Comecemos, pois, tirando tudo que não pertence ao templo e continuemos adornando-o com todas as virtudes, especialmente com o amor a Deus e a nossos irmãos.



ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, que tens colocado a plenitude da lei no amor a ti e ao próximo; concede-nos cumprir teus mandamentos para chegar assim a vida eterna. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 8,19-21

O evangelho de hoje nos fala do episódio em que os pais de Jesus, inclusive sua mãe, quiseram conversam com Ele, porém, Jesus não lhes dá atenção. Jesus teve problemas com a família. Às vezes, a família ajuda a viver melhor e a participar na comunidade. Outras vezes, dificulta essa convivência. Assim foi para Jesus, e assim é para muitos outros.

Lucas 8,19-20: A FAMÍLIA PROCURA JESUS. Os parentes chegam à casa onde estava Jesus. Provavelmente haviam vindo de Nazaré. Dali a Cafarnaum existe uma distância de 40 Km. Sua mãe estava com eles. Não entram, pois, havia muita gente, porém, mandam um recado: “Tua mãe e teus irmãos estão ai fora, e querem ver-te!”. Segundo o evangelho de Marcos, os parentes não querem ver Jesus. Eles querem levá-lo de volta para casa (Mc 3,32). Pensavam que Jesus havia ficado louco (Mc 3,21). Provavelmente, tinham medo, pois, segundo informa a história, a vigilância por parte dos romanos com relação a todos os que de uma forma ou outra tinham uma liderança popular, era enorme (cf. At 5,36-39). Em Nazaré, na serra, estaria mais seguro que na cidade de Cafarnaum.

Lucas 8,21: A RESPOSTA DE JESUS. A reação de Jesus é firme: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Em Marcos, a reação de Jesus é mais concreta. Marcos diz: “Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas a seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,34-35). Jesus amplia a família! Não permite que a família o afaste da missão: nem a família (Jo 7,3-6), nem Pedro (Mc 8,33), nem os discípulos (Mc 1,36-38), nem Herodes (Lc 13,32), nem ninguém (Jo 10,18).

É a palavra que cria a nova família ao redor de Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Um bom comentário deste episódio é o que diz o evangelho de João no prólogo: “Ele estava no mundo e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que crêem em seu nome, ele, que não foi gerado nem do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,10-14). A família, os parentes, não entenderam Jesus (Jo 7,3-5; Mc 3,21), não fazem parte da nova família. Fazem parte da nova comunidade só aqueles e aquelas que recebem a Palavra, isto é, que acreditam em Jesus. Estes nascem de Deus e formam a Família de Deus. 

A SITUAÇÃO DA FAMÍLIA NO TEMPO DE JESUS. No tempo de Jesus, tanto na conjuntura política, social e econômica como na ideologia religiosa, tudo conspirava para o enfraquecimento dos valores centrais do clã, da comunidade. A preocupação com os problemas da própria família impedia que as pessoas se unissem em comunidade. Agora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se, de novo, na convivência comunitária das pessoas, as pessoas tinham que superar os limites estreitos da pequena família e abrir-se a grande família, a Comunidade, Jesus deu o exemplo. Quando sua família quis de apoderar-se Dele, reagiu e ampliou a família (Mc 3,33-35). Criou a comunidade.

OS IRMÃOS E AS IRMÃS DE JESUS. A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus tinha mais irmãos e que Maria tinha mais filhos. Os católicos dizem que Maria não teve mais filhos. O que pensar disto? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição de suas respectivas igrejas. Por isto, não convém polemizar nem discutir esta questão com argumentos só da cabeça. Pois, trata-se de convicções profundas, que tem a ver com a fé e com os sentimentos de ambos. O argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração. Apenas irrita e afasta! Ainda quando não concordo com a opinião do outro, tenho que respeita-la sempre. Em segundo lugar, em vez de discutir ao redor dos textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos para lutar na defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar alguma outra frase de Jesus: “Vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). “A fim de que todos sejam um. Como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). “Não o impeçais. Porque quem não é contra nós é por nós!”. (Mc 9,39-40).


PARA REFLEXÃO PESSOAL

A família ajuda ou dificulta tua participação na comunidade cristã?
Como assumes teu compromisso na comunidade cristã sem prejudicar a família ou a comunidade?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,33-34) 






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