quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Lectio Divina - 02/10/13

QUARTA-FEIRA -02/10/2013

PRIMEIRA LEITURA :Neemias 2,1-8


A palavra de Deus diz: “encomenda teu caminho ao Senhor e Ele agirá”, e em outra parte diz: “ninguém que tenha confiado no Senhor se viu defraudado”. Esta passagem de hoje no livro de Neemias, nos deixa ver com clareza que a palavra de Deus sempre é digna de confiança e que o que Ele nos diz sempre será verdade. Basta que confiemos e vençamos nossos medos. Muitas vezes não obtemos o que queremos, inclusive, o que necessitamos porque nossos medos nos paralisam e não nos deixam agir, e se a isto agregamos que nossa fé no Senhor não é completa, as coisas dificultam-se e não caminham. Neemias venceu seus medos e, confiando no Senhor, externou seus desejos ao rei e este, guiado por Deus, aceitou e lhe deu tudo e mais de quanto pediu. Nós devemos imitá-lo e trabalhar sempre guiados pelo Espírito. Entretanto, devemos ter também presentes as palavras do apóstolo Paulo, que nos diz que “nem sempre pedimos o que convém”, mas, o fazemos com egoísmo, pensando só em nosso bem estar sem levar em conta a Deus, nem alguém mais. Por isso é que muitas vezes não recebemos o que pedimos. Em resumo, podemos dizer que devemos deixar-nos guiar pelo Espírito, buscando o bem dos demais e seguir o plano do Senhor, e com esta convicção, desterrar nossos medos e confiar plenamente em que Deus dará bom curso a nosso pedido.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus que manifestas especialmente teu poder com o perdão e a misericórdia; derrama incessantemente sobre nós tua graça, para que, desejando o que nos promete, consigamos os bens do céu. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Mateus 18,1-5.10 

O evangelho de hoje apresenta um texto tirado do Sermão da Comunidade, no qual Mateus reúne frases de Jesus para ajudar às comunidades do final do primeiro século a superar os problemas que deviam abordar naquele momento, isto é, a saída dos pequenos por causa dos escândalos de alguns e a necessidade de diálogo para superar os conflitos internos. O Sermão da Comunidade aborda distintos assuntos: o exercício do poder na comunidade (Mt 18,1-4), o escândalo que exclui os pequenos (Mt 18,5-11), a obrigação de lutar para que os pequenos voltem (Mt 18,12-14), a correção fraterna (Mt 18,15-18), a oração (Mt 18.19-20) e o perdão (Mt 18,21-35). O acento cai na acolhida e na reconciliação, pois, o fundamento da fraternidade é o amor gratuito de Deus que nos acolhe e nos perdoa. Só assim a comunidade será sinal do Reino.

No evangelho de hoje vamos meditar sobre a acolhida que precisamos dar aos pequenos. A expressão, os pequenos, não se refere as crianças, mas sim, as pessoas sem importância na sociedade, inclusive as crianças. Jesus pede que os pequenos, estejam no centro das preocupações da comunidade, pois, “o Pai quer que nenhum só desses pequenos se perca” (Mt 18,14).

Mateus 18,1: A pergunta dos discípulos provoca o ensinamento de Jesus. Os discípulos querem saber quem é o maior no Reino. O mero fato de perguntar indica que não haviam entendido bem a mensagem de Jesus. A resposta de Jesus, isto é, todo o Sermão da Comunidade, é para que se entenda que entre os seguidores e as seguidoras de Jesus têm que primar o espírito de serviço, de entrega, de perdão, de reconciliação e de amor gratuito, sem procurar o próprio interesse.

Mateus 18,2-5: A base do critério: o menor é o maior. “Ele chamou uma criança e o colocou no meio deles”. Os discípulos querem um critério para poder medir a importância das pessoas na comunidade. Jesus responde que o critério são as crianças! As crianças não têm importância social, não pertencem ao mundo dos maiores. Os discípulos, em vez de crescer para cima ou para dentro, devem crescer para baixo e para a periferia. Assim serão os maiores no Reino! E o motivo é este: “O que receber uma criança como esta em meu nome, é a mim que recebe”. O amor de Jesus pelos pequenos não tem explicação. As crianças não têm méritos, são amados pelos pais e por todos por serem crianças. Aqui se manifesta a pura gratidão de Deus que pede para ser imitada na comunidade pelos que acreditam em Jesus.

Mateus 18,6-9: Não escandalizar aos pequenos. O evangelho de hoje omite estes versículos de 6 a 9 e continua no versículo 10. Damos uma breve chave de leitura para estes versículos de 6 a 9. Escandalizar aos pequenos significa: ser motivo pelos quais os pequenos perdem a fé em Deus e abandonam a comunidade. O insistir demasiado nas normas e nas observâncias, como faziam alguns fariseus, afastava os pequenos, porque não encontravam a prática libertadora trazida por Jesus. Diante disto, Mateus guarda umas frases bem fortes de Jesus, como aquela da pedra de moinho amarrada ao pescoço, ou a outra: “Ai daquele que for causa de escândalo!”. Sinal deque naquele tempo os pequenos não se identificavam com a comunidade e procuravam outros refúgios. E hoje? Cada ano, no Brasil quase um milhão de pessoas abandonam as igrejas históricas e migram para as igrejas pentecostais. E são os pobres que aí transitam. Eles se vão, é porque os pobres, os pequenos, não se sentem a vontade em nossa casa. Qual é o motivo? Para evitar este escândalo, Jesus manda cortar a mão ou o pé e arrancar olho. Estas afirmações de Jesus não podem tomar-se ao pé da letra. Significam que devemos ser muito exigentes em combater o escândalo que afasta os pequenos. Não podemos permitir, de nenhuma forma, que os pequenos se sintam marginalizados em nossa comunidade. Pois, neste caso, a comunidade deixaria de ser sinal do Reino de Deus. Não seria de Jesus Cristo. Não seria cristã.

Mateus 18,10: Os anjos dos pequenos na presença do Pai. “Guardai-vos de menosprezar a um destes pequenos; porque eu vos digo que seus anjos, nos céus, vêem continuamente no rosto de meu Pai que está nos céus”. Hoje, às vezes, se ouve que alguém pergunta: “Os anjos, existem? Não será um elemento da cultura persa, onde os judeus viveram tantos séculos quando no exílio da Babilônia?”. É possível que seja assim. Mas não é este o “x” da questão, não é a questão principal. Na Bíblia, o anjo tem outro significado. Existem textos em que se fala do Anjo de Yahvé ou do Anjo de Deus e de repente se fala de Deus. Troca-se um pelo outro (Gn 18,1-2.9.10.13.16: cf Jz 13,3.18). Na Bíblia, anjo é o rosto de Yahvé dirigido para nós. Anjo da guarda é o rosto de Deus para mim, para você! É a expressão personalizada da convicção mais profunda de nossa fé, a saber, que Deus está conosco, comigo, sempre! É uma forma de concretizar o amor e a presença de Deus em nossa vida, até nos mínimos detalhes. 




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Os pequenos são acolhidos em nossas comunidades? As pessoas mais pobres do bairro participam em nossa comunidade?
Anjo de Deus, anjo da guarda. Muitas vezes, o anjo de Deus é a pessoa que ajuda a outra pessoa. Em tua vida, existem muitos anjos?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 139,13-14)
Do Salmo 1, repetirei todos os dias: “O Senhor cuida do caminho dos justos”.






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