sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Lectio Divina - 18/10/13


SEXTA-FEIRA -18/10/2013

PRIMEIRA LEITURA: 2Timóteo 4,10-17b

Do mesmo modo que se queixou de solidão em 1,15-18, o autor novamente faz uma declaração bem pessoal. Mas essa passagem é igualmente notável por nos dar uma visão da expansão geográfica da Igreja primitiva: Tessalônica, Dalmácia, Galácia, Trôade e Roma. Era relativamente fácil viajar, as viagens eram freqüentes e o cristianismo movia-se com facilidade e rapidez nessa sociedade instável. É difícil avaliar a lista de pessoas mencionadas. Os nomes em si eram muito comuns no mundo antigo e podem estar relacionados a figuras conhecidas das comunidades paulinas. Demas, Lucas e Marcos enviam saudações à Filêmon com Paulo e à Igreja colossence; Lucas pode ser companheiro de viagens de Paulo; Marcos pode ser o colaborador de Paulo; e o Tiquico pode ser a mesma figura fiel que Paulo costuma enviar como emissário pessoal.


ORAÇÃO INICIAL 

Pedimos-te Senhor, que tua graça continuamente nos preceda e acompanhe, de maneira que estejamos dispostos a trabalhar sempre o bem. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 10,1-9


Hoje é a festa de São Lucas, e o evangelho nos fala do envio dos setenta e dois discípulos que devem anunciar a Boa Noticia de Deus aos povoados, nas aldeias e nas cidades da Galiléia. Os setenta e dois somos todos nós que vivemos depois dos Doze. Mediante a missão dos discípulos e das discípulas, Jesus resgata os valores da tradição das pessoas que estavam sendo encobertos pelo duplo cativeiro do domínio romano e da religião oficial. Jesus renova e reorganiza as comunidades para que seja de novo uma expressão da Aliança, uma mostra do Reino de Deus. Por isto, insiste na hospitalidade, no compartilhar, na acolhida aos excluídos. Esta insistência de Jesus percebe-se nos conselhos que dava aos discípulos e discípulas quando os enviava em missão. No tempo de Jesus havia diversos outros movimentos que, igualmente Jesus, procurava apresentar uma nova maneira de viver e conviver, por exemplo, João Batista, os fariseus e outros. Eles também formavam comunidades de discípulos (Jo 1,35; Lc 11,1; At 19,3) e tinham seus missionários (Mt 23,15). Porém, como veremos havia uma grande diferença.

Lucas 10,1-3: A MISSÃO. Jesus envia os discípulos aos lugares onde Ele mesmo tem que ir. O discípulo é o porta-voz de Jesus. Não é o dono da Boa Noticia. Ele os envia de dois em dois. Isto favorece a ajuda mutua, pois, a missão não é individual, mas, comunitária. Duas pessoas representam melhor a comunidade.

Lucas 10,2-3: A CO-RESPONSABILIDADE. A primeira tarefa é “orar para que Deus envie trabalhadores”. Todo discípulo e toda discípula deve sentir-se responsável pela missão. Jesus envia seus discípulos “como cordeiros no meio de lobos”. A missão é tarefa difícil e perigosa. Pois, o sistema em que os discípulos viviam e no qual continuavam vivendo era e continuava sendo contrária a reorganização de pessoas em comunidades vivas.

Lucas 10,4-6: A HOSPITALIDADE. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas não podem levar nada, nem bolsa, nem sandálias. Porém, devem levar a paz. Isto significa que devem confiar na hospitalidade das pessoas. Pois, o discípulo que vai sem nada, levando a paz, mostra que confia nas pessoas. Pensa que vai ser recebido, e as pessoas se sentem respeitadas. Por meio desta prática o discípulo critica as leis de exclusão e resgata os valores da convivência comunitária. Não saudeis a ninguém pelo caminho, significa que não se deve perder tempo em coisas que não pertencem à missão.

Lucas 10,7: O COMPARTILHAR. Os discípulos não devem andar de casa em casa, mas sim permanecer na mesma casa. Isto é, devem conviver de forma estável, participar na vida e no trabalho das pessoas e viver do que recebem em troca, pois, o trabalhador merece seu salário. Isto significa que devem confiar no compartilhar. Assim, por meio desta nova prática, resgatam uma antiga tradição das pessoas, criticam a cultura de acumulação que marcava a política do Império Romano e anunciam um novo modelo de convivência. 

Lucas 10,8: A COMUNHÃO DA MESA. Os fariseus, quando saiam em missão, iam prevenidos. Pensavam que não podiam confiar na comida que nem sempre era ritualmente “pura”. Por isto, levava alforje e dinheiro para poder cuidar de sua própria comida. Assim, em vez de ajudar a superar as divisões, as observâncias da Lei de pureza, enfraqueciam muito mais a vivência dos valores comunitários. Os discípulos de Jesus devem comer o que as pessoas oferecem. Não podem viver separados, comendo de sua própria comida. Isto significa que devem aceitar compartilhar a mesa. No contato com as pessoas, não podem ter medo de perder a pureza legal. Agindo assim, criticavam as leis de pureza em vigor e anunciavam um novo acesso a pureza, isto é, a intimidade com Deus.

Lucas 10,9ª: A ACOLHIDA AOS EXCLUIDOS. Os discípulos devem curar enfermidades, curar os leprosos e expulsar os demônios (Mt 10,8). Isto significa que devem acolher dentro da comunidade aos que foram excluídos. Esta prática solidária critica a sociedade que exclui e aponta para saídas concretas. É o que hoje faz a pastoral dos excluídos, migrantes e marginalizados. 

Lucas 10,9b: A CHEGADA DO REINO. Se cumprirem com todas estas exigências, os discípulos podem e devem gritar aos quatro ventos: O Reino chegou! Anunciar o Reino não é em primeiro lugar ensinar verdades e doutrinas, mas sim, levar a uma nova maneira de viver e de conviver como irmãos e irmãs a partir da Boa Notícia que Jesus nos traz: que Deus é Pai e Mãe de todos nós. 



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Hospitalidade, compartilhar, comunhão ao redor da mesa, acolhida aos excluídos: são pilares que sustentam a vida comunitária. Como isto se realiza em sua comunidade?
O que é para você ser cristão, ou, cristã? Em uma entrevista na televisão, alguém respondeu ao repórter: “sou cristão, procuro viver o evangelho, porém, não participo da comunidade da Igreja”. O repórter comentou: “Assim como você se considera um bom jogador de futebol, porém, não faz parte de nenhuma equipe?”. É o seu caso?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 145,10-11)






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