terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lectio Divina - 12/11/13


TERÇA-FEIRA -12/11/2013

PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 2,23-3,9

O texto que hoje meditamos tem dois elementos fundamentais de reflexão unidos por uma só idéia: Deus nos criou para viver eternamente com Ele. Isto é, que nossa vida está destinada a viver com Deus no Céu que está preparado para nós. Isto aqueles que não conhecem Deus não entendem, mais ainda aqueles que não se aprofundaram no mistério de seu amor e por isso a morte é para eles a separação definitiva da vida e o final de tudo, enquanto que para nós será o início da vida plena no Céu. Por isso, o texto destaca que vale a pena todos os sofrimentos desta terra, pois, são passageiros. Paulo, em sua carta aos Romanos, diz precisamente o mesmo, pois, nos assegura que tudo o que sofremos, se o comparamos com o que vamos gozar, perde sua importância. Enquanto estamos nesta vida, seguramente conheceremos a dor, a enfermidade, a necessidade, em uma palavra, nossa miséria e pobreza. No entanto, esta, no momento da morte, tornar-se-á em fonte de alegria e gozo. É, pois, importante levantar nossos olhos para o Céu e pensar com mais freqüência em nossa morte, pois, apesar do que o mundo diga disto, para nós que acreditamos em Cristo e que buscamos com todas as nossas forças e todo nosso coração permanecer fiéis a seus ensinamentos, será o dia mais glorioso de toda nossa existência, pois, a partir do dia que nosso coração deixar de bater se iniciará a vida do céu que não terminará jamais.

ORAÇÃO INICIAL 

Deus onipotente e misericordioso afaste de nós todos os males, para que, bem disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 17,7-10

O evangelho de hoje nos apresenta uma parábola que se encontra só no evangelho de Lucas, sem paralelo nos outros evangelhos. A parábola quer ensinar que nossa vida deve caracterizar-se pela atitude de serviço. Começa com três perguntas e, no final, o próprio Jesus dá a resposta.

Lucas 17,7-9: AS TRÊS PERGUNTAS DE JESUS. Trata-se de três perguntas tiradas da vida cotidiana, para as quais os ouvintes adivinhavam a resposta. A perguntas são formuladas de tal maneira que convidam cada ouvinte que pense em sua própria experiência e, a partir de sua experiência, procure dar a resposta. A primeira pergunta: “Quem de vós tem um servo arando ou pastoreando e, quando regressa do campo, lhe diz: descanse um momento e põe-te a mesa?”. Todo mundo responderá: “Não!”. Segunda pergunta: Não lhe dirá assim: “Prepara-me algo para comer, e cinge-te para servir-me e depois que eu tenha comido e bebido comerás e beberás”? Todo mundo contestará: “Sim Claro”! Terceira pergunta: Do mesmo modo: “Acaso tem que dar graças ao servo porque fez o que mandaram”? Todo mundo contestará: “Não!”. Pela maneira que Jesus tem de fazer as perguntas, a pessoa percebe para que direção quer orientar nosso pensamento. Quer que sejamos servidores uns dos outros.

Lucas 17,10: A RESPOSTA DE JESUS. No final, o próprio Jesus tira a conclusão que já estava implícita nas perguntas: “Do mesmo modo vós, quando haveis feito tudo o que mandaram, decida: Não somos mais que uns pobres servos; só fizemos o que tínhamos que fazer”. O próprio Jesus nos dá o exemplo quando diz: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas sim para servir” (Mc 10,45). O serviço é um tema que Lucas gosta. O serviço representa a forma como os pobres do tempo de Jesus, os “anawim”, esperavam o Messias: não como um Messias rei glorioso, sumo sacerdote ou juiz, mas sim, como o Servo de Yavé, anunciado por Isaias (Is 42,1-9). A Maria, a mãe de Jesus, se lhe apresenta o anjo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra!” (Lc 1,38). Em Nazaré, Jesus se apresenta como o Servo, o descrito por Isaias (Lc 4,18-19 e Is 6,1-2). No batismo e na transfiguração, foi confirmado pelo Pai que cita as palavras dirigidas por Deus ao Servo (Lc 3,22;9,35 e Is 42,1). A seus seguidores Jesus pede “Quem quer ser o primeiro, se faça servo de todos” (Mt 20,27). Servos inúteis! É a definição do cristão. Paulo fala disto aos membros da comunidade de Corinto quando escreve: “Eu plantei, Apolo regou, porém, quem deu o crescimento foi Deus. Nem o que planta, nem o que rega é algo, mas sim Deus que dá o crescimento” (1Cor 3,6-7). Paulo e Apolo não são mais que instrumentos, “servidores”. O que vale é Deus, e só Ele! (1Cor 3,7). 

SERVIR E SER SERVIDO. Aqui, neste texto, o servo serve ao senhor, e não o senhor o servo. Porém, em outro texto de Jesus, se diz o contrário: “Felizes os servos que o senhor encontra vigiando quando chega, na verdade os digo que se cingirá, e os sentará a mesa, e se prestará a servi-los” (Lc 12,37). Neste texto o senhor serve o servo, e não o servo a seu senhor. No primeiro texto, Jesus fala do presente. No segundo texto, Jesus fala do futuro. Este contraste é outra maneira de dizer: ganha sua vida aquele que está disposto a perdê-la por amor a Jesus e ao Evangelho (Mt 10,39; 16,25). Quem serve a Deus nesta vida, será servido por Deus na vida futura. 


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como defino minha vida?
Pergunte a ti mesmo as mesmas perguntas de Jesus. Vivo como um servo inútil?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 37,18-19)
Hoje meditarei nas coisas que devo mudar para assegurar meu lugar junto ao Senhor, para que meu temor à morte se transforme em esperança de vida eterna. 




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