quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Lectio Divina - 13/11/13

QUARTA-FEIRA -13/11/2013

PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 6,1-11

Esta passagem dirigida aos governantes bem podemos aplicar a todos aqueles que têm responsabilidades, seja para seus subordinados nas empresas e oficinas, ou de maneira geral para os pais de família a quem é dado a responsabilidade pela casa e a educação dos filhos. Esta leitura deve levar-nos a meditar como estamos usando o “poder”, e dos dons que Deus nos tem dado com respeito àqueles que têm colocado sob nossos cuidados. Nós somos responsáveis por seu crescimento, não só econômico (para aqueles que têm responsabilidades como autoridade nas empresas e o governo), mas sim, por sua vida moral e religiosa. Se de maneira ordinária todos nós necessitamos da Sabedoria divina, aqueles que têm a responsabilidade de conduzir os demais, às necessitam muito mais. Se todas as decisões que tomamos com respeito à educação dos filhos (sobretudo, em sua vida moral), o governo de nossas casas, a promoção de nossos empregados, o bem da comunidade social (pelos políticos e encarregados de nossos governos) fossem feitas à luz e sob guia do Espírito Santo, o mundo verdadeiramente seria a ante-sala do paraíso. Não haveria fome, nem injustiça e todos nós viveríamos em paz e com alegria. É, pois, importante que hoje revise se tuas decisões estão sendo iluminadas pela Sabedoria de Deus, ou se segues a rota do mundo.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus onipotente e misericordioso afaste de nós todos os males, para que, bem disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 17,11-19


No evangelho de hoje Lucas nos fala como Jesus cura dez leprosos, porém um só lhe agradece. E era um samaritano! A gratidão é outro tema muito próprio de Lucas: viver com gratidão e louvar Deus por tudo aquilo que recebemos Dele. Por isto, Lucas fala muitas vezes que as pessoas ficavam admiradas e louvavam a Deus pelas coisas que Jesus fazia. O evangelho de Lucas contém vários cânticos e hinos que expressam esta experiência de gratidão e de reconhecimento (Lc 1,46-55; 1,68-79; 2.29-32).

Lucas 17,11: Jesus, caminho para Jerusalém. Lucas lembra que Jesus estava à caminho para Jerusalém, passando por Samaria para ir a Galiléia. Desde o começo da viagem até agora, Jesus vai por Samaria. Só agora está saindo da Samaria, passando pela Galiléia para poder chegar a Jerusalém. Isto significa que os importantes ensinamentos, dados nestes capítulos de 9 a 17, foram dados todos em território que não era judeu. Ouvir isto tem que ter sido motivo de muita alegria para as comunidades, vindas do paganismo. Jesus, o peregrino, continua sua viagem até Jerusalém. Continua eliminando as desigualdades que os homens têm criado. Seguia o longo e doloroso caminho da periferia até a capital, de uma religião fechada em si mesma, a uma religião aberta que sabe acolher os outros como irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai. Esta abertura se verá na acolhida dada aos dez leprosos.

Lucas 17,12-13: O grito dos leprosos. Dez leprosos se aproximam de Jesus, ficam a distancia e gritam: “Jesus, mestre, tem piedade de nós!”. O leproso era uma pessoa excluída. Era marginalizado e desprezado, sem o direito de viver com a família. Segundo a lei da pureza, os leprosos deviam ir com roupa rasgada e o cabelo solto gritando: “Impuro! Impuro!” (Lv 13,45-46). Para os leprosos, a procura de um tratamento significava o mesmo que procurar a pureza para poder ser reintegrado na comunidade. Não podiam aproximar-se dos outros (Lv 13,45-46). Se um leproso tocava em alguém lhe causava impureza e criava um impedimento para que a pessoa pudesse dirigir-se a Deus. Através deste grito, eles expressavam a fé em que Jesus podia curá-los e devolver-lhes a pureza. Obter a pureza significava sentir-se, de novo, acolhido por Deus e poder se dirigir a Ele para receber a benção prometida à Abraão. 

Lucas 17,14: A resposta de Jesus e a cura. Jesus responde: “Vá e mostre aos sacerdotes” (Cf. Mc 1,44). Era o sacerdote que devia verificar a cura e dar o atestado de pureza (Lv 14,1-32). A resposta de Jesus exigia muita fé por parte dos leprosos. Deveriam ir onde ao sacerdote como já estivesse curado, quando, na realidade, seu corpo continuava coberto de lepra. Porém, eles acreditaram na palavra de Jesus e vão ao sacerdote. E ocorre que, enquanto caminhavam, a cura se manifestava. Ficam purificados. Esta cura lembra a história da purificação de Naamã da Siria (2Re 5,9-10). O profeta Eliseu mandou o homem lavar-se no Jordão. Naamã tinha que acreditar na palavra do profeta. Jesus ordena aos dez leprosos que se apresentem aos sacerdotes. Eles tinham que acreditar na palavra de Jesus.

Lucas 17,15-16: Reação do samaritano. “Um deles, vendo-se curado, voltou glorificando a Deus em voz alta, e, prostrou o rosto na terra aos pés de Jesus, lhe dava graças; e este era um samaritano”. Por que os outros não voltaram? Por que só o samaritano? Na opinião dos judeus de Jerusalém, o samaritano não observava a lei como era devido. Entre os judeus havia a tendência em observar a lei para poder merecer ou conquistar a justiça. Pela observância, eles iam acumulando créditos diante de Deus. A gratidão e a gratuidade não faziam parte do vocabulário das pessoas que assim vivem sua relação com Deus. Talvez, seja por isto que não agradeceram o beneficio recebido. Na parábola do evangelho de ontem, Jesus havia formulado a pergunta sobre a gratidão: “Acaso têm que dar graças ao servo porque fez o que lhe mandaram? (Lc 17,9). E a resposta era: Não! O samaritano representa as pessoas que têm a consciência clara de que nós os seres humanos, não temos mérito, nem crédito diante de Deus. Tudo é graça, começando pelo dom da vida.

Lucas 17, 17-19: A observação final de Jesus. Jesus, estranha: ”Não ficaram limpos os dez? Os outros nove, onde estão? Não teriam eles que voltar e dar glória a Deus, mas sim só este estrangeiro?”. Para Jesus, agradecer aos demais pelo benefício recebido é uma maneira de gloriar a Deus pelo que recebeu. Neste ponto, os samaritanos deram lições aos judeus. Hoje são os pobres que desempenham o papel do samaritano e nos ajudam a redescobrir esta dimensão de gratidão da vida. Tudo o que recebemos tem que ser visto como um dom de Deus que vem até nós através do irmão, da irmã.

A acolhida dada aos samaritanos no evangelho de Lucas. Para Lucas, o lugar que Jesus dava aos samaritanos é o mesmo que o que as comunidades tinham que reservar aos pagãos. Jesus apresenta o samaritano como um modelo de gratidão (Lc 17,17-19) e de amor ao próximo (Lc 10,30-33). Isto devia ser muito chocante, pois, para os judeus, samaritano ou pagão, era a mesma coisa. Não podiam ter acesso aos átrios interiores do Templo de Jerusalém, nem participar do culto. Eram considerados portadores de impureza, impuros desde o berço. Para Lucas, porém, a Boa Nova de Jesus se dirige, em primeiro lugar, às pessoas e aos grupos considerados indignos de recebê-la. A salvação de Deus que chega até nós em Jesus é puro dom. Não depende dos méritos de ninguém.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

E você, costuma agradecer as pessoas? Agradece por mero costume ou por convicção? E na oração: agradece ou esquece?
Viver a gratidão é um sinal da presença do Reino no meio de nós. Como transmitir para os demais a importância de viver a gratidão e a gratuidade?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 23,1-2)
Hoje revisarei como trato às pessoas que estão sob minha responsabilidade.







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