quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lectio Divina - 14/11/13


QUINTA-FEIRA -14/11/2013

PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 7,22-8,1

Depois desta vibrante definição da Sabedoria divina, pouca coisa nós teríamos para dizer, e muito que orar para que seja uma realidade em nós. Podemos ver, como já temos meditado, como sua presença em nós nos faz pessoas que pensam e agem de modo diferente, por isso, é que continuamente insistimos em que o cristão, que pelo batismo tem sido inundado desta Sabedoria divina, deve ser e mostrar-se aos demais como uma pessoa sem duplicidade. Seus juízos, suas ações, suas palavras, em fim todo o seu ser, manifestam a presença de Deus e por isso é capaz de levar sua vida e seus assuntos de uma maneira distinta. Esta Sabedoria, por ser produto da graça, não se adquire nos livros, mas sim, no trato intimo com Deus. É por isso que nos encontramos ao longo da história com pessoas praticamente iletradas, porém, que são capazes de fundar ordens religiosas, de conduzir os povos, mas, sobretudo, de construir no meio de sua comunidade o Reino dos céus. Deus a dá com abundância à seus amigos, àqueles que convivem com Ele, que levam em conta suas decisões, que estão comprometidos com Ele para criar uma amizade sólida. Oxalá, que ao conhecer tudo o que a Sabedoria divina faz em nós, nos ajude a desejá-la com todo coração, a pedi-la e a recebê-la com alegria.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus onipotente e misericordioso afaste de nós todos os males, para que, bem disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 17,20-25

O evangelho de hoje nos traz uma discussão entre Jesus e os fariseus sobre o momento da vinda do Reino. Os evangelhos de hoje e dos próximos dias falam da chegada do final dos tempos.

Lucas 17,20-21: O Reino no meio de nós. “Havendo perguntado os fariseus quando chegaria o Reino de Deus, lhes respondeu: A vinda do Reino de Deus não se produzirá aparatosamente nem se dirá: Vejo aqui ou ali, porque, olhem o Reino de Deus já está entre vós”. Os fariseus pensavam que o Reino podia chegar somente se as pessoas chegassem a perfeita observância da Lei de Deus. Para eles, a vinda do Reino seria a recompensa de Deus ao bom comportamento das pessoas, e o messias chegaria de forma solene como um rei, recebido pelo povo. Jesus diz o contrário. A chegada do Reino não pode ser observada como se observa a chegada dos reis da terra. Para Jesus, o Reino de Deus já tinha chegado! Já está no meio de nós, independentemente de nosso esforço ou de nosso mérito. Jesus tem outro modo de ver as coisas. Tem outro olhar para ler a vida. Prefere o samaritano que vive na gratidão aos nove que pensam que merecem o bem que recebem de Deus (Lc 17,17-19).

Lucas 17,22-24: Sinais para reconhecer a vinda do Filho do Homem. “Dias viram em que desejareis ver um só dos dias do Filho do Homem, e não o vereis. E dirão: Vejo aqui, vejo ali. Não vá, nem corra atrás. Porque, como o relâmpago fulgurante que brilha de um extremo a outro do céu, assim será o Filho do Homem em seu Dia”. Nesta afirmação de Jesus existem elementos que vem da visão apocalíptica da história, muito comum nos séculos antes e depois de Jesus. A visão apocalíptica da história tem a seguinte característica. Em épocas de grande perseguição e de opressão, os pobres têm a impressão de que Deus perdeu o controle da história. Eles se sentem perdidos, sem horizonte e sem esperança de libertação. Nestes momentos de aparente ausência de Deus, a profecia assume a forma de apocalipses. Os apocalípticos, procuram iluminar a situação desesperadora com a luz da fé para ajudar as pessoas a não perder a esperança e para que sigam com coragem a caminhada. Para mostrar que Deus não perdeu o controle da história, eles descrevem as várias etapas da realização do projeto de Deus através da história. Iniciado em um determinado momento significativo no passado, este projeto de Deus avança, etapa por etapa, através da situação atual vivida pelos pobres, até a vitória final no fim da história. Deste modo, os apocalípticos situam o momento presente como uma etapa já prevista dentro do conjunto mais amplo do projeto de Deus. Em geral, a última etapa antes da chegada do final se apresenta como um momento de sofrimento e de crise, da qual muitos querem aproveitar para iludir as pessoas dizendo: “Está aqui, ou, Está ali. Não vá, nem corra atrás. Porque, como o relâmpago fulgurante que brilha de um extremo a outro do céu, assim será o Filho do Homem em seu Dia”. Com os olhos da fé que Jesus comunica, aos pobres vão poder perceber que o reino já está no meio deles (Lc 17,21), como um relâmpago, sem sombra de dúvidas. A vinda do Reino traz consigo sua própria evidencia e não depende dos prognósticos dos demais.

Lucas 17,25: Pela Cruz até a Glória. “Porem, antes terá que padecer muito e ser reprovado por esta geração”. Sempre a mesma advertência: a Cruz, escândalo para os judeus e loucura para os gregos, mas, para nós é expressão de sabedoria e de poder de Deus (1Cor 1,18-23). O caminho para a Glória passa pela cruz. A vida de Jesus é nosso Canon (medida), é a norma canônica para todos nós.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus disse: “O reino está no meio de vós!”. Você já descobriu algum sinal da presença do Reino em tua vida, na vida de tua gente ou na vida de tua comunidade?
A cruz na vida. O sofrimento. Como vê o sofrimento e o que faz com ele?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 146,6-7)
Procurarei encher-me da Sabedoria de Deus, perseverando na minha vida sacramental.






Nenhum comentário:

Postar um comentário