terça-feira, 26 de novembro de 2013

Lectio Divina - 26/11/13


TERÇA-FEIRA -26/11/2013


PRIMEIRA LEITURA: Daniel 2,31-45


Uma das verdades que a Sagrada Escritura nos tem revelado, é que esta vida não é para sempre, mas sim, é simplesmente a ante-sala da vida definitiva que viveremos eternamente no céu. É por isso, que esta leitura nos faz ver que tudo quanto existe de belo, chegara um tempo em que será transformado, que Deus como Senhor da história vai construindo o Reino definitivo no qual Ele, como rei eterno e todo poderoso, governará. Nós sabemos que este Rei é Cristo e por isso, se queremos viver no Reino, devemos submeter toda nossa pessoa e toda nossa vida a Ele, de maneira que o Senhor tenha realmente controle dela. Aceita Jesus como Rei de tua vida e deixe que Ele transforme toda tua existência e a converta em parte do Reino que jamais termina.


ORAÇÃO INICIAL 

Mova Senhor, os corações de teus filhos, para que, correspondendo generosamente a tua graça, recebam com maior abundância a ajuda de tua bondade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 21,5-11

Neste evangelho começa o último discurso de Jesus, chamado Discurso Apocalíptico. É um longo discurso, que será o assunto dos evangelhos dos próximos dias até o final desta última semana do ano litúrgico. Para nós o Século XXI, a linguagem apocalíptica é estranha e confusa. Porém, para as pessoas pobres e perseguidas das comunidades cristãs daquele tempo era a maneira que todos entendiam e cujo objetivo principal era animar a fé e a esperança dos pobres e oprimidos. A linguagem apocalíptica é fruto do testemunho de fé destes pobres que, apesar das perseguições e apesar do viam, continuavam acreditando que Deus estava com eles e que continuava sendo o Senhor da história.

Lucas 21,5-7: INTRODUÇÃO AO DISCURSO APOCALÍPTICO. Nos dias anteriores ao Discurso Apocalíptico, Jesus havia rompido com o Templo (Lc 19,45-48), com os sacerdotes e com os anciãos (Lc 20,1-26), com os saduceus (Lc 20,27-40), com os escribas que exploravam as viúvas (Lc 20,41-47) e no final vemos no evangelho de ontem que faz elogios à viúva que deu em esmola tudo aquilo que possuía (Lc 21,1-4). Agora, no evangelho de hoje, ao ouvir como “algumas pessoas falavam do Templo, de como estava adornado de belas pedras e oferendas votivas”, Jesus responde anunciando a destruição total do Templo: “Disto que estão vendo, chegarão dias em que não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída”. Ao ouvir este comentário de Jesus, os discípulos perguntam: “Mestre, quando acontecerá isto?. E qual será o sinal de que todas estas coisas estão para ocorrer?”. Eles querem mais informações. O Discurso Apocalíptico que segue é a resposta de Jesus a esta pergunta dos discípulos sobre quando e como será a destruição do Templo. O evangelho de Marcos informa o seguinte sobre o contexto em que Jesus pronunciou este discurso. Disse que Jesus havia saído da cidade e estava sentado no Monte das Oliveiras (Mc 13,2-4). Ali, do alto do Monte, tinha uma vista majestosa do Templo. Marcos nos diz que, eram apenas quatro os discípulos que foram ouvir o último discurso. O começo de sua pregação, três anos antes, ali na Galiléia, as multidões iam atrás de Jesus para ouvir suas palavras. Agora, no último discurso, existem apenas quatro ouvintes: Pedro, Tiago, João e André (Mc 13,3). Eficiência e bom resultado nem sempre se medem pela quantidade!

Lucas 21,8: OBJETIVO DO DISCURSO: “Olhem, não vos deixeis enganar!”. Os discípulos haviam perguntado: “Mestre, quando acontecerá isso? Qual será o sinal de que todas essas coisas estão para ocorrer?”. Jesus começa sua resposta com uma advertência: “Olhem, não se deixem enganar. Porque virão muitos usurpando meu nome e dizendo: Eu Sou e tempo está próximo. Não lhes dêem ouvidos”. Na época de mudanças e de confusão sempre aparecem pessoas que querem tirar proveito da situação enganando aos demais. Isto acontece hoje e estava ocorrendo nos anos 80, época em que Lucas escreve seu evangelho. Diante dos desastres e guerras daqueles anos, diante da destruição do ano 70 e diante da destruição, da perseguição dos cristãos pelo império romano, muitos pensavam que o fim dos tempos estivesse chegando. E até havia gente que dizia: “Deus já não controla os fatos! Estamos perdidos!”. Por isso, a preocupação principal dos discursos apocalípticos é sempre a mesma: ajudar as comunidades a discernir melhor os sinais dos tempos para não deixar-se enganar pelas conversas das pessoas sobre o fim do mundo: “Olhem, não vos deixeis enganar!”. Logo vem o discurso que oferece sinais para ajudá-los no discernimento e, assim, aumentar neles a esperança. 

Lucas 21,9-11: SINAIS PARA AJUDAR A LER OS FATOS. Depois desta breve introdução, começa o discurso propriamente dito: “Quando ouvires falar de guerras e revoluções, não vos aterrorize; porque é necessário que aconteçam primeiro estas coisas, porém, o fim não é imediato”. Então lhes disse: “Se erguerá não contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, pestes e fome em diversos lugares, haverá coisas espantosas e grandes sinais do céu”. Para entender bem estas palavras, é bom lembrar o seguinte. Jesus vivia e falava no ano 33. Os leitores de Lucas viviam e ouviam estas coisas no ano 85. Agora, nos anos cinqüenta, entre o ano 33 e o ano 85, a maioria das coisas mencionadas por Jesus já haviam acontecido e todos as conheciam. Por exemplo, em várias partes do mundo havia guerras, apareciam falsos messias, surgiam enfermidades e pestes, na Ásia Menor, os terremotos eram freqüentes. Num estilo bem apocalíptico, o discurso enumera todos estes acontecimentos, um depois do outro, como sinais ou como etapas do projeto de Deus no andamento da história do Povo de Deus, desde a época de Jesus até o fim dos tempos:

1º Sinal: os falsos messias (Lc 21,8);

2º Sinal: guerras e revoluções (Lc 21,9);

3º Sinal: nação contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);

4º Sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);

5º Sinal: fome, pestes e sinais no céu (Lc 21,11);

Estes são os sinais do evangelho de hoje. O evangelho de amanhã trás um sinal a mais: a perseguição das comunidades cristãs (Lc 21,12). O evangelho de depois de amanhã, trás dois sinais a mais: a destruição de Jerusalém e o início da desintegração da criação. Assim, por meio destes sinais do Discurso Apocalíptico, as comunidades dos anos oitenta, época na qual Lucas escreve seu evangelho, podiam calcular a que altura se encontrava a execução do plano de Deus, e descobrir que a história não havia escapado das mãos de Deus. Tudo era conforme o que Jesus havia previsto e anunciado no Discurso Apocalíptico.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

O que você sentiu durante a leitura deste evangelho hoje?
Sentimento de medo ou de paz?



Você acredita que o fim do mundo está próximo? O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo?
O que é que hoje anima as pessoas para resistir e ter esperança?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 96,13)
Revisarei que áreas de minha vida se encontram, todavia, trancadas, e entregarei ao Senhor as chaves para que Ele vá ordenando minha casa.




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