segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Lectio Divina - 23/12/13


SEGUNDA-FEIRA -23/12/2013


PRIMEIRA LEITURA: Malaquias 3,1-4.23-24


Este texto avisa o povo sobre a iminência da chegada do salvador, o qual seria precedido por um mensageiro que prepararia o coração de seus filhos. Sabemos que este texto refere-se de maneira eminente a João Batista, todavia, a Liturgia nos propõe ao aproximar-se da celebração da Natividade com o fim de que caímos em conta da importância de nossa participação na construção do Reino e no anuncio da Salvação. Cada um de nós deve converter-se nesse emissário de Deus que prepara os corações para que a mensagem do Evangelho chegue ao coração. Façamos nossa tradicional visita aos nossos seres queridos, a nossos amigos e vizinhos, própria do tempo da Natividade, o espaço afetivo que dispõe o coração para que esta Festa do Nascimento de nosso Salvador não seja só exterioridade, ma sim, uma ardente acolhida do Evangelho. Seja como João Batista ou Elias, o instrumento para preparar o coração de todos teus seres queridos ao amor de Deus.



ORAÇÃO INICIAL 

Apresse-se Senhor, não tardes, para que tua vinda console e fortaleça aos que esperam todo teu amor. Tu que vives e reinas...


REFLEXÃO

Lucas 1,57-66

Nos capítulos 1 e 2 de seu evangelho, Lucas descreve o anuncio e o nascimento de dois meninos, João e Jesus, que vão desempenhar um papel importante na realização do projeto de Deus. O que Deus iniciou no AT começa a realizar-se por meio deles. Por isto, nestes dois capítulos, Lucas evoca muitos fatos e pessoas do AT e chega a imitar o estilo do AT. É para sugerir que com o nascimento destes dois meninos, traça-se uma curva na história e se inicia a realização das promessas de Deus por meio de João e de Jesus e com a colaboração dos pais, Isabel e Zacarias e Maria e José.

Existe um certo paralelismo entre o anuncio e o nascimento dos dois meninos: A)-O anuncio do nascimento de João (Lc 1,5-25) e de Jesus (Lc 1,26-38). B)-As duas mães grávidas encontram-se e experimentam a presença de Deus (Lc 1,27-56). C)-O nascimento de João (Lc 1,57-58) e de Jesus (Lc 2,1-20). D)-A circuncisão na comunidade de João (Lc 1,59-66) e de Jesus (Lc 2,21-28). E)-O canto de Zacarias (Lc 1,67-79) e o canto de Simeão com a profecia de Ana (Lc 2.29-32). F)-A vida oculta de João (Lc 1,80) e de Jesus (Lc 2,39-52).

Lucas 1,57-58: O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA. “Cumpriu-se o tempo de Isabel de dar a luz e teve um filho. Seus vizinhos e parentes viram que o Senhor havia feito grande misericórdia, e se congratulavam com ela”. Como tantas mulheres do AT, Isabel era estéril: Como Deus teve piedade de Sara (Gn 16,1;17,17;18,12), de Raquel (Gn 29,31) e de Ana (1Sm 1,2.6.11) transformando a esterilidade em fecundidade, assim Ele teve piedade de Isabel, e ela concebeu um filho. Grávida, Isabel se escondeu durante cinco meses. Depois de cinco meses, as pessoas puderam comprovar em seu corpo como Deus havia sido bom com Isabel, todos se alegrarão com ela. Este ambiente comunitário em que todos participam da vida dos demais, tanto na alegria como na dor, é o ambiente em que João e Jesus nasceram, cresceram e receberam sua formação. Um ambiente assim marca a personalidade das pessoas pelo resto de sua vida. E neste ambiente comunitário é o que mais nos falta hoje.

Lucas 1,59: DAR O NOME NO OITAVO DIA. “No oitavo dia foram circuncidar o menino e queriam colocar-lhe o nome de seu pai, Zacarias”. A participação na vida da comunidade e na vida da família de Zacarias, de Isabel e João é tal que os pais e os vizinhos chegam a interferir até em escolher o nome da criança. Querem dar ao menino o nome do pai: “Zacarias!”. Zacarias quer dizer: Deus concordou. Talvez, queriam expressar a gratidão a Deus por haver concordado de Isabel e de Zacarias haverem tido um filho em sua velhice.

Lucas 1,60-63: SEU NOME SERÁ JOÃO! Porém, Isabel intervém e não permite que os parentes tomem a dianteira na questão do nome. Lembrando o anuncio do nome feito pelo anjo Zacareias (Lc 1,13), ela diz: “Não! Chamar-se-á João”. Em lugar pequeno como Ain Karem na serra da Judéia, o controle social é muito forte. E quando uma pessoa sai fora dos costumes normais do lugar, é criticada. Isabel não seguiu os costumes do lugar e escolheu um nome fora dos padrões normais. Por isto, os parentes e os vizinhos reclamaram dizendo: “Não existe ninguém em tua parentela que tenha esse nome”. Os parentes não cedem com facilidade e fazem sinais ao pai para saber dele como quer que o menino se chame. Ele pediu uma tábua e escreveu: “João é seu nome”. Todos ficaram admirados, pois, deviam haver percebido algo do mistério de Deus que envolvia o nascimento do menino. E esta percepção que a gente tem do mistério de Deus presente nos fatos tão comuns da vida, é a que Lucas quer comunicar a seus leitores e leitoras. Em sua maneira de descrever os acontecimentos, Lucas não é como o fotógrafo que só registra o que os olhos podem ver. É como aquele que usa os Raios “X” e que registra aquilo que os olhos não podem ver. Lucas lê os fatos com os Raios “X” da fé que revela o que os olhos comuns não percebem.

Lucas 1,64-66: A NOTICIA DO MENINO SE ESPALHA. “Ao mesmo tempo abriu-se sua boca e sua língua, e falava bendizendo a Deus. O temos invadiu a todos seus vizinhos, e em toda a montanha da Judéia se comentavam todas estas coisas; todos os que as ouviam as guardavam em seu coração, dizendo: Pois, o que é que será este menino? Porque, com efeito, a mão do Senhor estava com ele”. A maneira em que Lucas descrevia os fatos evoca as circunstancias do nascimento das pessoas que no AT tiveram um papel importante na realização do projeto de Deus e cuja infância já parecia marcada pelo destino privilegiado que iam ter: Moisés (Ex 2,1-10), Sansão (Jz 13,1-4 e 13,24-25), Samuel (1Sm 1,13-28 e 2,11).

Conhecendo bem o Antigo Testamento, encontraram-se muitas evocações no evangelho de Lucas. Os dois primeiros capítulos de seu Evangelho não são histórias no sentido como hoje entendemos a história. Funcionam mais como um espelho para ajudar aos leitores e leitoras a descobrir que João e Jesus haviam vindo cumprir as profecias do Antigo Testamento. Lucas quer mostrar que Deus, mediante os dois meninos, vinha responder as mais profundas aspirações do coração humano. Por um lado, Lucas mostra que o Novo realiza o que o Antigo prefigurava. Por outro lado, mostra que o novo supera o antigo e não corresponde em tudo o que o povo do Antigo Testamento imaginava e esperava. Na atitude de Isabel e de Zacarias, de Maria e de José, Lucas apresenta um modelo de como converter-se e acreditar no Novo que está chegando.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

O que é que mais chama atenção na maneira que Lucas tem de descobrir os fatos da vida?
Como leio os fatos de minha vida? Como fotografia ou como raio “x”?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 24)
Hoje propiciarei, em cada prática com meus próximos, a importância da natividade em torno do nascimento de nosso Salvador Jesus Cristo.





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