sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Lectio Divina - 17/01/14

SEXTA-FEIRA -17/01/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1Samuel 8,4-7.10-22


De novo nos encontramos com um texto que retrata a atitude de nosso mundo moderno, de um mundo que não permite à Deus trabalhar com liberdade, de um mundo que o quer ter como Deus, mas, não como Rei e Senhor. Sobretudo, chamam atenção nesta passagem as palavras do povo: “Queremos ter um rei e ser como as demais nações”. Com isso, estão negando a escolha de Deus sobre eles. Hoje acontece algo semelhante, quando nós queremos ser cristãos, porém, ao mesmo tempo viver de acordo como vive o mundo, viver como aqueles que não conhecem e não amam o Deus revelado por Cristo. Jesus, em sua oração final ao Pai, já fazia ver à seus discípulos que eles não são do mundo, que viviam nele, porém, pertenciam ao Pai e que sua cidadania é o Céu. É, pois, necessários que nos tornem conscientes desta realidade e não busquemos imitar àqueles que não conhecem ou não amam a Deus, mas sim, que busquemos com todo nosso coração ter Deus como nosso Rei e Senhor. Deus desde sua encarnação nos mostrou que não quer viver longe de nós, mas sim, no meio de nós, quer ser o Emanuel.



ORAÇÃO INICIAL 

Mostra-te propicio Senhor, aos desejos e pedidos de teu povo, dá-nos a luz para conhecer tua vontade e a força necessária para cumpri-la. Por Nosso Senhor. Amém!



REFLEXÃO

Marcos 2,1-12

Em Mc 1,1-15, Marcos nos faz ver como devemos preparar e divulgar a Boa Nova de Deus. Em Mc 1,16-45, nos faz ver qual é o objetivo da Boa Nova, e qual é a missão da comunidade. Agora em Mc 2,1 até 3,6, aparece o efeito do anuncio da Boa Nova. Uma comunidade fiel ao evangelho vive valores que contrastam com os interesses da sociedade que a rodeia. Por isso, um dos efeitos do anuncio da Boa Nova, é o conflito com aqueles que defendem os interesses da sociedade. Marcos fala de cinco conflitos que o anuncio da Boa Nova causa a Jesus.

Nos anos 70, época que se escreve seu evangelho haviam muitos conflitos na vida das comunidades, mas, nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham de parte das autoridades romanas e dos líderes judeus. Este conjunto de cinco conflitos de Mc 2,1 a 3,6 servia como uma espécie de abecedário para orientar às comunidades, tanto de ontem como de hoje. Porque o conflito não é um incidente de percurso, mas sim, forma parte integrante do caminho.

Eis aqui o esquema dos cinco conflitos presentes no evangelho de Marcos: 1º-CONFLITO: Mc 2,1-12; 2º-CONFLITO: Mc 2,13-17; 3º-CONFLITO: Mc 2,18-22; 4º-CONFLITO: Mc 2,23-28; 5º-CONFLITO: Mc 3,1-6. ADVERSÁRIOS DE JESUS: escribas; escribas e fariseus; discípulos de João e fariseus; fariseus; fariseus e herodianos. CAUSA DO CONFLITO: Perdão dos pecados; comer com pecadores; prática do jejum; observância do sábado; cura em dia de sábado. 

A solidariedade dos amigos faz com que o paralítico obtenha o perdão dos pecados. Jesus está de volta a Carfarnaum. Reuniu muita gente diante da porta de casa. Acolhe a todos e começa a ensinar. Ensinar, falar de Deus era o que Jesus mais fazia. Chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é sua única esperança. Eles não duvidam em subir ao telhado e abrir um buraco no teto. Tinha que ser uma casa pobre, uma cabana coberta de folhas. Descem o homem e o colocam diante de Jesus. Jesus, vendo a fé dessa gente, diz ao paralítico: Teus pecados te são perdoados! Naquele tempo, o povo pensava que os defeitos físicos (paralítico) fossem um castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que essa pessoa impura se tornava incapaz de aproximar-se de Deus. Por isto, os enfermos, os pobres se sentiam rejeitados por Deus. Mas, Jesus não pensava assim! Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, declarou: “Teus pecados te são perdoados!”. Isto é: “Deus não se afasta de ti!”. Com esta afirmação, Jesus nega que a paralisia fosse um castigo devido ao pecado do homem. 

Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contraria ao catecismo da época. Não combinava com a idéia que tinham de Deus. Por isso, reagiam e acusavam Jesus dizendo: “Este engana Deus!”. Para eles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar que alguém havia sido perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudos, leigo, um simples carpinteiro, podia declarar que as pessoas estavam perdoadas e purificadas dos pecados? E havia, além disso, outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles provavelmente estariam pensando: “Se fosse verdade o que Jesus está dizendo, vamos perder todo nosso poder! E vamos perder a fonte de nossa renda”. 

Curando, Jesus demonstra que tem poder de perdoar os pecados. Jesus percebe a critica. Por isso pergunta: O que é mais fácil dizer ao paralítico: Teus pecados te são perdoados, ou levanta-te, toma tua cama e anda? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados te são perdoados”. Pois, ninguém pode comprovar se de fato o pecado foi ou não perdoado. Porém se digo: “Levanta-te e anda!”, ali todos podem comprovar se tenho ou não esse poder de curar. Por isto, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa! O homem se curou. Assim, mediante um milagre demonstrou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe em seu amor. 

A mensagem do milagre e a reação das pessoas. O paralítico se levanta, toma a cama, começa a andar e todos dizem: Nunca vimos coisa igual! Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1)-as enfermidades das pessoas não são um castigo por seus pecados. 2)-Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava impureza não era impedimento para que as pessoas se aproximassem de Deus. 3)-O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus não é o rosto severo de Deus revelado pela atitude dos doutores. 

Isto lembra o que disse um drogado que se recuperou e que agora é membro de uma comunidade em Curitiba. Disse: “Me criei na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que os filhos fossem como eles. A pessoa era obrigada a ir à Igreja sempre, todos os domingos e nas festas. E quando não ia, diziam: Deus castiga! Eu não ia por gostar, e quando cresci, pouco a pouco fui deixando. O Deus de meus pais não gostava de mim. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, se convertera em um juiz para mim, menino do campo, ameaçando-me com o castigo e com o inferno. Gostava mais do Deus de meu tio, que não pisava na igreja, porém, todos os dias, sem faltar, comprava o dobro do pão que necessitava para dar aos pobres!”.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você gosta do Deus do tio ou do Deus dos pais do ex-drogado?
Qual é o rosto de Deus que revelo aos demais através de meu comportamento?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 78,3-4)
Hoje, vou procurar a presença de Deus em minhas atividades diárias e mediante uma pequena oração, vou-lhe consagrar cada uma de minhas ações.





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