terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 04/02/14

TERÇA-FEIRA -04/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: 2Samuel 18,9-10.14.24-25.30-19,3


O homem que tem feito de Deus seu principio e fortaleza, não se alegra com a morte de seus inimigos, pois, o amor de Deus o possui e o leva a considerar as coisas a partir de um plano superior. Davi, ao saber da morte de seu filho, que o procurava para matá-lo e assim apoderar-se do trono, se entristece e, é tanto o amor que tem que preferiria ter morrido em seu lugar. Em uma sociedade que nos instrui sobre a vingança, no meio de uma grande desumanização, esta passagem nos convida a voltar nossos olhos ao amor e ao perdão. Em nossa vida, haverá sempre alguém que não está de acordo com nossas idéias e inclusive, com nossa própria vida, tampouco, faltará ocasião para que isto o leve a procurar causar-nos mal. É precisamente ai, onde se mostra com toda clareza nosso ser cristão. Não deixemos nunca que o rancor ou a opressão dos demais “endureçam” nosso coração com o sentimento de vingança. Demos corda solta ao amor e peçamos com todo nosso coração que se elevem de nós os sentimentos de perdão e de reconciliação.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor: concede-nos amar-te com todo o coração e que nosso amor se estenda, também, à todos os homens. Por Nosso Senhor. Amém!


REFLEXÃO

Marcos 5,21-43

No evangelho de hoje vamos meditar sobre os milagres de Jesus à favor de duas mulheres. O primeiro, a favor de uma mulher considerada impura por causa de uma hemorragia que já durava já fazia doze anos. O outro milagre, a favor de uma menina de doze anos, que acabava de morrer. Segundo a mentalidade da época, qualquer pessoa que tocasse o sangue ou cadáver era considerada impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isto, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação em comunidade.

O PONTO DE PARTIDA. Jesus chega na barca. A multidão se reúne ao seu redor. Jairo, o chefe da sinagoga, lhe pede por sua filha que está morrendo. Jesus vai com Ele e a multidão o acompanha, apertando-lhe por todos os lados. Este é o ponto de partida das curas que seguem: a cura da mulher e a ressurreição da menina de doze anos. 

A SITUAÇÃO DA MULHER. Doze anos de hemorragia! Por isto, vivia excluída, pois, naquele tempo, o sangue tornava a pessoa impura, e quem a tocasse ficava impuro também. Marcos informa que a mulher havia gasto todos seus haveres com os médicos. Ao invés de estar melhor, estava pior. Situação sem solução!

A ATITUDE DA MULHER. Ouviu falar de Jesus. Nasceu uma nova esperança. Disse para si mesma: “Se consigo tocar ainda que sejam só suas vestes, me salvarei”. O catecismo da época mandava dizer: “Se tocar sua roupa, ficará impuro!”!. A mulher pensa exatamente o contrário! Sinal de que as mulheres não concordavam com tudo o que as autoridades religiosas ensinavam. A mulher se pôs no meio da multidão e, de forma despercebida tocou Jesus, pois, todo mundo o apertava e o tocava. Nesse mesmo instante ela sentiu no corpo que havia sido curada.

A REAÇÃO DE JESUS E DOS DISCÍPULOS. Jesus havia se dado conta que uma força havia saído Dele e perguntou: “Quem me tocou?”. Os discípulos reagiram: “Estás vendo que as pessoas te oprimem e perguntas: “Quem me tocou?”. Aqui aparece o desencontro entre Jesus e seus discípulos. Jesus tinha uma sensibilidade que não era percebida pelos discípulos. Estes reagiram como tudo mundo e não entendem a reação de Jesus. Porém, Jesus não presta atenção e continua indagando.

A CURA PELA FÉ. A mulher percebeu que havia sido descoberta. Foi um encontro difícil e perigoso. Pois, segundo a crença da época, uma pessoa impura que, como aquela mulher, se metia no meio de uma multidão, contaminava todo mundo através do toque. E fazia com que todos se tornassem impuros diante de Deus (Lv 15,19-30). Por isto, como castigo, poderia ser apedrejada. Porém, a mulher teve a coragem de assumir o que fez. “Atemorizada e temerosa” caiu aos pés de Jesus e contou toda sua verdade. Jesus diz a palavra final: “Filha, tua fé te salvou; vá em paz e fique curada de tua enfermidade”. (A)-“Filha”, com esta palavra Jesus acolhe a mulher na nova família, na comunidade, que se formava a seu redor. (B)-Aquilo que ela “pensava” aconteceu de fato. (C)-Jesus reconhece que sem a fé daquela mulher, Ele não poderia fazer o milagre.

A NOTICIA DA MORTE DA MENINA. Neste momento o pessoal da casa de Jairo informa que a menina havia morrido. Já não precisava mais amolar Jesus. Para eles, a morte era a grande barreira. Jesus não conseguirá ir além da morte! Jesus ouve, olha para Jairo e aplica o que acabava de presenciar, saber que a fé é capaz de realizar o que a pessoa acredita. E diz: “Não temas, somente tenha fé!”. 

NA CASA DE JAIRO. Jesus só permite à três discípulos ir com Ele. Vendo o alvoroço dos que choram pela morte da menina, diz: “A menina não morreu! Está dormindo!”. As pessoas riram. A gente sabe distinguir quando uma pessoa está dormindo ou quando está morta. É o riso de Abraão e de Sara, isto é, dos que não conseguem crer que para Deus nada é impossível (Gn 17,17;18,12-14; Lc 1,37). Também para eles, a morte era uma barreira que ninguém podia superar. As palavras de Jesus têm um significado mais profundo. A situação das comunidades perseguidas do tempo de Marcos parecia uma situação de morte. Elas tinham que ouvir: “Não é morte! Vocês estão dormindo! Despertem! Jesus não dá importância ao riso e entra na habitação onde está a menina, somente Ele, os três discípulos e os pais da menina.

A RESSURREIÇÃO DA MENINA. Jesus toma a menina pela mão e diz: “Talitá kum!”. Ela se levanta. Grande alvoroço! Jesus conserva a calma e pede que lhe dêem de comer. As duas mulheres são curadas. Uma tinha doze anos, a outra fazia doze anos que tinha hemorragia e doze anos padecendo de exclusão! Aos doze anos começa a exclusão da menina, pois, começa a menstruação, começa a morrer! Jesus tem um poder maior e a ressuscita: “Levanta-te!”.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Qual é o ponto deste texto que mais gostou e o que mais lhe chamou a atenção? Por quê?
Uma mulher foi curada e reintegrada na convivência da comunidade. Uma menina foi erguida de seu leito de morte. O que é que nos ensina esta ação de Jesus para nossa vida em família e na comunidade hoje?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 22,26-27)
Hoje dedicarei alguns minutos para pedir em oração por aqueles que me desejam o que me tem feito algum mal.





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