quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 13/02/14


QUINTA-FEIRA -13/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1Reis 11,4-13


Esta passagem nos deixa ver, por um lado, como um dos elementos mais importantes da relação com Deus é precisamente a fidelidade, pois, não basta ao Senhor em um momento de ardor espiritual, que o amamos, mas sim, manter-nos fiéis durante toda a vida. Por outro lado, nos mostra com que felicidade o coração do homem que não tem TUDO, deixa seduzir pelo pecado chegando a esquecer seu compromisso com Deus. É, pois, importante em nosso mundo materialista e pragmático ter em conta estas duas situações, pois, na cultura do “usar e jogar” é fácil modificar nossa opção de vida cristã para irmos a uma religião mais cômoda, na qual se vê projetado não só em nossa relação com Deus, mas inclusive em outras áreas da vida, como pode ser a matrimonial, na qual, vemos no olho por olho, com que facilidade os esposos esquecem as promessas feitas diante de Deus. Igualmente, esta passagem nos previne sobre a grande tentação de esquecer-nos de Deus quando as coisas em nossa vida se pintam de azul. A Sagrada Escritura nos diz que se algo se valoriza em um servidor é que seja FIEL. Mantenha-se, pois alerta, já que o prêmio oferecido por Jesus está reservado aos que se mantêm fiéis até o final.



ORAÇÃO INICIAL 

Protege Senhor, com amor minha família, defenda-a sempre, já que só em ti foi colocada sua esperança. Por nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 7,24-30


. No evangelho de hoje, veremos como Jesus atende a uma mulher estrangeira de outra raça e de outra religião, o que era proibido pela lei religiosa daquela época. Inicialmente, Jesus não queria atendê-la, porém, a mulher insistiu e conseguiu o que queria: a cura da filha.
• Jesus trata de abrir a mentalidade dos discípulos e das pessoas mais além da visão tradicional. Na multiplicação dos pães, havia insistido no compartilhar (Mc 6,30-44). Na discussão sobre o que é puro e impuro, havia declarado puros todos os alimentos (Mc 7,1-23). Agora, neste episódio da Mulher Cananéia, supera as fronteiras do território nacional e acolhe uma mulher estrangeira que não pertence ao povo e com a qual estava proibido conversar. Estas iniciativas de Jesus, nascidas de sua experiência de Deus como Pai, eram estranhas para a mentalidade das pessoas da época. Jesus ajuda as pessoas a abrir sua maneira de experimentar a Deus na vida.
• Marcos 7,24: JESUS SAI DO TERRITÓRIO. No evangelho de ontem (Mc 7,147-23) e de antes de ontem (Mc 7,1-13), Jesus havia criticado a incoerência da “Tradição dos Antigos” e havia ajudado as pessoas e aos discípulos a sair da prisão das leis da pureza. Aqui, em Mc 7,24, sai da Galiléia. Parece querer sair da prisão do território e da raça. Está no estrangeiro, e parece que não quer ser conhecido. Porém, sua fama havia chegado antes Dele. As pessoas sabem e o procuram.
• Marcos 7,25-25: A SITUAÇÃO. Uma mulher chega perto e começa a pedir pela filha enferma. Marcos diz explicitamente que era de outra raça e de outra religião. Isto é, era pagã. Ela se lança aos pés de Jesus e começa a suplicar para que cure sua filha possuída por um espírito impuro. Os pagãos não tinham problema em recorrer a Jesus. Os judeus sim que tinham problemas em conviver com os pagãos!
• Marcos 7,27: A RESPOSTA DE JESUS. Fiel às normas de sua religião, Jesus diz que não convém tirar o pão dos filhos e dá-los aos cachorros. Frase dura. A comparação é tirada da vida familiar. Até hoje, crianças e cachorros são o que mais existem nos bairros pobres. Jesus afirma uma coisa que é certa: nenhuma mãe tira o pão da boca dos filhos para dá-los aos cachorros. Neste caso, os filhos eram os judeus e os cachorros, os pagãos. Na época do AT, por causa da rivalidade entre os povos, um povo tinha o costume de chamar ao outro de “cachorro” (1Samuel 17,43). Em outros evangelhos Jesus explica o porquê de sua rejeição: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15,24). Isto é: “O Pai não quer que eu me ocupe desta mulher”.
• Marcos 7,28: A REAÇÃO DA MULHER. Ela concorda com Jesus, porém, amplia a comparação e a aplica à seu caso: “Sim, Senhor: os cachorrinhos também comem sob a mesa as migalhas das crianças”. É como dissesse: “Se sou cachorrinho, então tenho os direitos dos cachorrinhos, isto é, as migalhas me pertencem!”. Ela simplesmente tirou as conclusões da parábola que Jesus contou e, mostrou que, até na casa de Jesus, os cachorrinhos comiam as migalhas que caiam da mesa das crianças. E na “casa de Jesus”, isto é, na comunidade cristã, a multiplicação do pão para os filhos foi tão abundante que estavam sobrando doze cestos (Mc 6,42) para os “cachorros”, isto é, para ela, para os pagãos!
• Marcos 7,29-30: A REAÇÃO DE JESUS: “Pelo que disse, vá, o demônio já saiu de tua filha”. Nos outros evangelhos se explicita: “Grande é a tua fé! Que se cumpra teu desejo!” (Mt 15,28). Se Jesus atende a súplica da mulher é porque compreende que, agora, o Pai quer que Ele ouça seu pedido. Este episódio ajuda a perceber algo do mistério que envolvia a pessoa de Jesus e como Ele convivia com o Pai. Era observando as reações das pessoas e as atitudes das mesmas, que Jesus descobre a vontade do Pai nos acontecimentos da vida. A atitude da mulher abre um novo horizonte na vida de Jesus. Através dela Ele descobre que o projeto do Pai é para todos os que procuram a vida e querem libertar-se das cadeias que aprisionam sua energia. Assim, ao longo das páginas do evangelho de Marcos, existe uma abertura crescente para os demais povos. Deste modo, Marcos leva os leitores e as leitoras a abrir-se, pouco a pouco, à realidade do mundo ao redor e a superar idéias pré-concebidas que impedem a convivência pacífica entre as pessoas. Esta abertura para os pagãos aparece de forma muito clara na ordem final que Jesus dá aos discípulos, depois de sua ressurreição: “Ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). 



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você, o que é que faz concretamente, para conviver em paz com pessoas de outras igrejas cristãs? No bairro onde vive existe pessoas de outras religiões? Quais? Fala normalmente com pessoas de outras religiões?
Qual é a abertura que este texto nos pede hoje, em família e em comunidade?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 106,3-4)
Hoje procurarei os pequenos aspectos de minha vida diária e nos que parecem não importar se sou fiel ou não, para que, atento a voz de Jesus, seja eu um servo fiel inclusive nas coisas pequenas e de pouco valor.






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