segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 17/02/14

SEGUNDA-FEIRA -17/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: Tiago 1,1-11

Um dos pensamentos comuns entre os irmãos é pensar que as provas, o sofrimento, e em geral, qualquer classe de inconveniência na vida, é um castigo de Deus o produto de um afastamento de Deus a respeito deles. Esta passagem do apóstolo Tiago nos esclarece que não é assim, já que estas experiências dolorosas é o elemento por meio do qual Deus “tempera” nossa fé e nosso caráter. É precisamente no meio das provas quando temos a oportunidade de provar verdadeiramente a Deus que nossa amizade não é uma amizade interessada, que somente se matem fiel nos momentos bons e agradáveis da vida, mas sim, precisamente nestes momentos difíceis, o continuamos considerando nosso amigo e nosso Senhor. São também estes momentos do qual Deus se faz presente com seu amor e misericórdia, dando-nos as graças necessárias para superá-los. É por isso, que como resultado destas ações (a de Deus e do homem), o cristão sai fortalecido em sua fé, sua esperança e sua caridade. Se vemos desta maneira as provas e dificuldades da vida, não cessaremos de dar graças a Deus pelas oportunidades que nos brinda para crescer em seu amor e madurar em nossa fé.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tem prazer em habitar nos retos e simples de coração, concede-nos viver por tua graça de tal maneira, que mereçamos ter-te sempre conosco. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 8,11-13

OS FARISEUS PEDEM UM SINAL DO CÉU. O evangelho de hoje apresenta uma discussão dos fariseus com Jesus. Como Moisés no Antigo Testamento, Jesus havia dado de comer ao povo no deserto, realizando a multiplicação dos pães (Mc 8,1-10). Sinal de que se apresentava diante do povo como um novo Moisés. Porém, os fariseus não foram capazes de perceber o significado da multiplicação dos pães. Começaram a discutir com Jesus e pedem um sinal “vindo do céu”. Não haviam entendido nada do que Jesus havia feito. “Jesus suspira profundamente”, provavelmente de desabafo e de tristeza diante de uma cegueira tão grande. E conclui “não se dará a esta geração nenhum sinal!”. Os deixou e se foi para outra margem do lago. Não serve de nada mostrar uma linda pintura a quem não quer abrir os olhos. Quem fecha os olhos não pode ver!

O PERIGO DA IDEOLOGIA DOMINANTE. Aqui se percebe claramente a “levedura de Herodes e dos fariseus” (Mc 8,15), a ideologia dominante da época, fazia as pessoas perderem a capacidade de analisar com objetividade os eventos. Essa levedura vinha de longe e afundava suas profundas raízes na vida das pessoas. Chegou a contaminar a mentalidade dos discípulos e neles se manifestava de muitas maneiras. Com a formação que Jesus lhes dava, Ele procurava lutar contra essa levedura e erradicá-la.

AQUI ALGUNS EXEMPLOS DESTA AJUDA FRATERNA DE JESUS AOS DISCÍPULOS. (a)-Mentalidade de grupo fechado. Certo dia, alguém que não era da comunidade, usou o nome de Jesus para expulsar demônios. João viu e proibiu: “Sim, o impedimos porque não é dos nossos” (Mc 9,38). João pensava ter monopólio sobre Jesus e queria proibir que outros usassem seu nome para fazer o bem. Queria uma comunidade fechada em si mesma. Era a levedura do “Povo eleito, Povo separado!”. Jesus responde: “Não o impeçais!… Quem não está contra está a nosso favor!” (Mc 9,39-40). (b)-Mentalidade de grupo que se considera superior aos outros. Uma vez, os samaritanos não quiseram acolher Jesus. A reação de alguns discípulos foi imediata: “Que um fogo do céu baixe sobre este povo!” (Lc 9,54). Pensavam que, pelo fato de estar com Jesus, todos deveriam acolhê-los. Era a levedura do “Povo eleito, Povo privilegiado!”. Jesus os repreende: “Vós não sabeis com que espírito está sendo animado!” (Lc 9,55). -(c)-Mentalidade de competição e de prestígio. Os discípulos discutiam entre eles para obter o primeiro posto (Mc 9,33-34). Era a levedura de classe e competitividade, que caracteriza a religião oficial e da sociedade do império Romano. Infiltrava-se já na pequena comunidade ao redor de Jesus. Jesus reage e manda ter a mentalidade contrária: “O primeiro seja o último” (Mc 9,35). (d)-Mentalidade de quem marginaliza o pequeno. Os discípulos afastavam as crianças. Era a levedura da mentalidade da época, segundo a qual elas não contavam e deviam ser disciplinadas pelos adultos: “Quem não recebe o Reino como uma criança, não pode entrar no Reino” (Lc 18,17).

Como no tempo de Jesus, hoje também a mentalidade neoliberal da ideologia dominante renasce e reaparece até na vida das comunidades e das famílias. A leitura orante do evangelho, feita em comunidade, pode ajudar-nos a mudar em nós a visão das coisas e aprofundar em nós a conversão da fidelidade que Jesus nos pede.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Diante da alternativa: ter fé em Jesus ou pedir um sinal do céu, os fariseus queriam um sinal do céu. Não foram capazes de acreditar em Jesus. Já ocorreu algo assim em mim? O que escolhi?
A levedura dos fariseus impedia aos discípulos e as discípulas perceberem a presença do Reino de Deus. Existe em mim algum resto desta levedura dos fariseus?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,68) 
Hoje orarei várias vezes ao longo do dia com o texto da Sabedoria 9 para pedir a Deus a sabedoria que vem Dele.






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