sexta-feira, 14 de março de 2014

Lectio Divina - 14/013/14

SEXTA-FEIRA -14/03/2014


PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 18,21-28


Se algum defeito pudéssemos encontrar em Deus este seria SUA FALTA DE MEMÓRIA PARA NOSSOS PECADOS. Deus como nos diz hoje o profeta, não procura castigar-nos ou enviar-nos para a morte eterna, mas sim, ao contrário: continuamente, e desde a criação do homem, tem procurado por todos os modos que o homem o ame, o escute, o obedeça e tenha com ele a felicidade neste mundo e na vida eterna. A prova máxima deste projeto de Deus é haver-nos enviado seu próprio Filho para que por Ele tivéssemos esta vida profunda e cheia de paz. Mais ainda, conhece nossa debilidade e, como diz o salmo 103, sabe de que barro fomos feitos, por isso não nos trata como merecemos. Quando nós vamos ao sacramento da Reconciliação com um profundo arrependimento, Deus nos perdoa e jamais se lembra de nossas faltas. A Quaresma é um tempo propício para reconciliar-nos, não só com Deus e com os irmãos, mas sim, inclusive com nós mesmos; é tempo de perdoar nossos erros, de aceitar-nos como somos e propor-nos novas metas. Tenha coragem, Deus quer que tenhas vida e que tenhas em abundância.



ORAÇÃO INICIAL 

Que teu povo, Senhor, como preparação para as festas de Páscoa se entregue às penitências quaresmais, e que nossa austeridade comunitária sirva para a renovação espiritual de teus fiéis. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 5,20-26 


O texto do evangelho de hoje é parte de uma unidade maior de Mt 5,20 a Mt 5,48. Neste Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a lei de Deus. Por cinco vezes repete a frase: “Haveis ouvido que se disse aos antepassados” (Mt 5,21.27.33.38.43). Um pouco antes havia dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim para acabar, mas sim, dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17). A atitude de Jesus diante da lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Rompe com as interpretações erradas, porém, mantém firme o objetivo que a lei quer alcançar: a prática de maior justiça é o Amor.

Mateus 5,20: A JUSTIÇA MAIOR QUE A JUSTIÇA DOS FARISEUS. Este primeiro versículo da a chave geral de tudo o que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça não aparece nem uma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era “ser justo diante de Deus”. Os fariseus ensinavam: “A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos seus detalhes!”. Este ensinamento engendrava uma opressão legalista e trazia muita angustia para as pessoas, pois, era muito difícil que alguém observasse todas as normas (cf. Rm 7,21-24). Por isto, Mateus recorre as palavras de Jesus sobre a justiça, mostrando que tem que superar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim, do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: “Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas como Deus me acolhe e me perdoa, apesar de meus defeitos e pecados.

Por meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus mostrará como fazer para alcançar esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o evangelho de hoje trás o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando entregou este mandamento a Moisés.

Mateus 5,21-22: A LEI DIZ “NÃO MATARÁS!” (Ex 20,13). Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que de uma maneira ou de outra pode levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, desejo de vingança, exploração, insulto, etc.

Mateus 5,23-24: O CULTO PERFEITO QUE DEUS QUER. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a Ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam nas romarias a Jerusalém para fazer suas oferendas ao altar e pagar suas promessas, eles se lembravam sempre desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existiam. Haviam sido destruídos pelos romanos. A comunidade e a celebração comunitária, passam a ser o Templo e o Altar de Deus. 

Mateus 5,25-26: RECONCILIAR. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, haviam muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhida e compreensão. Pois, o único pecado que Deus não consegue perdoar é nossa falta de perdão para com os outros (Mt 6,14). Por isto, procure a reconciliação, antes que seja demasiado tarde.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Hoje são muitas as pessoas que gritam “Justiça”. Qual é o sentido que tem para mim a justiça evangélica?
Como me comporto diante dos que não me aceitam como sou? Como se tem comportado Jesus diante dos que não o aceitam?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 130,1-2)
Hoje repetirei constantemente: “SENHOR DÁ-ME TUA VIDA”.





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