quarta-feira, 30 de abril de 2014

Lectio Divina - 30/04/14


QUARTA-FEIRA -30/04/2014



PRIMEIRA LEITURA: Atos 5,17-26


Quem poderá deter o anuncio da Palavra de Deus? Ninguém! Exceto nós mesmos. O episódio de hoje nos narra como Deus, inclusive, mandou um anjo tirar da prisão os apóstolos e lhes disse: “Ide pregar!”. Hoje estão faltando muitos cristãos valentes que anunciem a Palavra de Deus em suas comunidades, em suas escolas, em seus negócios, cristãos que, sem temor do “que falarão”, sejam capazes de viver de tal maneira o Evangelho em seus próprios meios, que chamem a atenção dos demais, cristãos que não tenham medo de falar abertamente de Jesus a seus amigos e conhecidos, cristãos que não tenham vergonha de ser testemunhos do Ressuscitado. Não permitamos que nossos temores detenham o anuncio da Vida, do Amor e da Paz trazido por Cristo. Lembre sempre que a única oportunidade que tem o homem de viver a vida em plenitude está em Cristo, e que seu anuncio também dependi de ti.


ORAÇÃO INICIAL 

Ao reviver novamente este ano o mistério pascal, no qual a humanidade recobra a dignidade perdida e adquire a esperança da ressurreição futura, pedimos-te Senhor de clemência, que o mistério celebrado na fé se atualize sempre no amor. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

João 3,16-21

O evangelho de João é como um tecido, feito com três fios diferentes, porém, parecidos. Os três combinam tão bem entre si que, às vezes, não dá para perceber quando é um ou outro. (a)-O primeiro fio são os fatos e as palavras de Jesus dos anos trinta, conservados pelos testemunhos oculares que guardaram as coisas que Jesus fez e ensinou. (b)-O segundo fio são os feitos da vida das comunidades. A partir de sua fé em Jesus e convencidos da presença de Jesus no meio delas, as comunidades iluminavam seu caminhar com as palavras e os gestos de Jesus. Isto tinha um impacto sobre a descrição dos fatos. Por exemplo, o conflito das comunidades com os fariseus do final do primeiro século marcou a forma de descrever os conflitos de Jesus com os fariseus. (c)-O terceiro fio são os comentários feitos pelo evangelista. Em certas passagens, é difícil perceber quando Jesus deixa de falar e quando o evangelista começa a fazer seus comentários. O texto do evangelho de hoje, por exemplo, é uma bonita e profunda reflexão do evangelista sobre a ação de Jesus. A gente quase não percebe a diferença entre as palavras de Jesus e as palavras do evangelista. De qualquer forma, tanto umas como as outras, são palavras de Deus.

João 3,16: DEUS AMOU O MUNDO. A palavra mundo é uma das palavras mais freqüentes no Evangelho de João: 78 vezes! Tem diversos significados. Em primeiro lugar, mundo pode significar a terra, o espaço habitado pelos seres humanos (Jo 11,9;21,25) ou o universo criado (Jo 17,5,24). Mundo pode significar também as pessoas que habitam esta terra, a humanidade toda (Jo 1,9; 3,16; 4,42; 6,14; 8,12). Pode significar também um grande grupo, um grupo numeroso de pessoas, no sentido da expressão “todo o mundo” (Jo 12,19;14,27). Aqui, em nosso texto, a palavra mundo tem o sentido de humanidade, de todo ser humano. Deus ama a humanidade de tal modo que chegou a entregar seu filho único. Quem aceita que Deus chega até nós em Jesus, este já passou pela morte e já tem vida eterna.

João 3,17-19: O VERDADEIRO SENTIDO DO JUIZO. A imagem de Deus que aflora destes três versículos é a de um pai cheio de ternura e não a de um juiz severo. Deus mandou seu filho não para julgar e condenar o mundo, mas sim, para que o mundo se salve por Ele. Quem acredita em Jesus e o aceita como revelação de Deus não é julgado, pois, já foi aceito por Deus. E quem não crê em Jesus, já foi julgado. Exclui-se por si mesmo. E o evangelista repete o que já havia dito no prólogo: muitas pessoas não querem aceitar Jesus, porque sua luz revela a maldade que nelas existe (cf. Jo 1,5.10-11).

João 3,20-21: PRATICAR A VERDADE. Existe em todo ser humano uma semente divina, uma marca do Criador. Jesus, como revelação do Pai, é uma resposta a este desejo mais profundo do ser humano. Quem quer ser fiel ao mais profundo de si mesmo, aceitará Jesus. É difícil encontrar uma visão ecumênica mais ampla que o que Evangelho de João expressa nestes versículos. 

COMPLETANDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA MUNDO NO QUARTO EVANGELHO. Outras vezes, a palavra mundo significa aquela parte da humanidade que se opõe à Jesus e a sua mensagem. Ali a palavra mundo toma o sentido de “adversários” ou “opositores” (Jo 7,4.7;8,23.26;9,39;12,25). Este mundo contrário à pratica libertadora de Jesus é governado pelo Adversário ou Satanás, também chamado “príncipe deste mundo” (Jo 14,30;16,11). Ele representa o império romano e, ao mesmo tempo, os líderes dos judeus que estão expulsando os seguidores de Jesus das sinagogas. Este mundo persegue e mata as comunidades, trazendo tribulações aos fiéis (Jo 16,33). Jesus as libertará, vencendo o príncipe deste mundo (Jo 12,31). Assim, mundo significa uma situação de injustiça, de opressão, que engendra ódio e perseguição contra as comunidades do Discípulo Amado. Os perseguidores são aquelas pessoas que estão no poder, os dirigentes, tanto do império como da sinagoga. Enfim, todos aqueles que praticam a injustiça usando para isto o nome de Deus (Jo 16,2). A esperança que o evangelho trás às comunidades perseguidas é que Jesus é mais forte que o mundo. Por isto diz: “NO MUNDO TEREIS TRIBULAÇÕES. MAS, CORAGEM: EU VENCI O MUNDO!” (Jo 16,33).


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Deus amou tanto o mundo que chegou a entregar seu próprio filho. Esta verdade chegou a penetrar no mais intimo do meu ser, de minha consciência? 
A realidade mais ecumênica que existe é a vida que Deus nos dá e pela qual entregou seu próprio filho. Como vivo o ecumenismo em minha vida de cada dia?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 34,2-3)





terça-feira, 29 de abril de 2014

Lectio Divina - 29/04/14

TERÇA-FEIRA -29/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Atos 4,32-37


Em uma ocasião Jesus dizia: “Quem encontra a pedra preciosa, vende tudo para poder comprá-la”. Esta é a grande realidade que viviam e que vivem os que descobrem o que significa na realidade POSSUIR O ESPÍRITO. A felicidade, a paz e o gozo que Deus presenteia ao homem não tem preço nem comparação, pela liberdade que se experimenta leva o homem a mudar sua valorização não só sobre os bens, mas sim, sobre as próprias pessoas. Para o cristão que deixa que Deus tenha verdadeiramente um espaço em seu coração, as coisas são só instrumentos para a construção do Reino e para o uso daqueles que as necessitam. Por isso, a idéia de “acumular” é totalmente contrária ao Evangelho. E é quando o amor penetra no coração do homem que se acaba a idéia do “meu” e do “teu” para dar espaço ao “NOSSO”. Se quisermos que a situação de miséria que flagela nossa sociedade termine, é necessário que nós abramos o coração à força do amor de Jesus Ressuscitado.


ORAÇÃO INICIAL 

Pedimos-te Senhor, que nos faça capazes de anunciar a vitória de Cristo ressuscitado; é, pois, nela que nos tem dado o prêmio dos dons futuros, faz com que um dia os possuamos em plenitude. Por Nosso Senhor... 


REFLEXÃO

João 3,7b-15


Quando os evangelistas lembram as palavras de Jesus, têm bem presentes os problemas das comunidades para as quais escrevem. As perguntas de Nicodemos a Jesus são um espelho das perguntas das comunidades da Ásia Menor do final do primeiro século. Por isto, as respostas de Jesus à Nicodemos são, ao mesmo tempo, respostas para os problemas daquelas comunidades. Assim os cristãos faziam a catequese naquele tempo. Muito provavelmente, o relato da conversa entre Jesus e Nicodemos era parte da catequese batismal, pois, ali se diz que as pessoas precisam renascer da água e do espírito (Jo 3,6). 

João 3,7b-8: NASCER DO ALTO, NASCER DE NOVO, NASCER DO ESPÍRITO. Em grego, a mesma palavra significa de novo e do alto. Jesus havia dito: “Quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). E acrescentou: “O que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é Espírito” (Jo 3,6). Aqui, carne significa aquilo que nasce somente de nossas idéias. O que nasce de nós tem nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! E Jesus volta a afirmar outra vez o que havia dito antes: “Tereis que nascer do alto (de novo)”. Ou seja, deveis renascer do Espírito que vem do alto. E explica que o Espírito é como o vento. Tanto em hebraico como no grego, usa-se a mesma palavra para dizer espírito e vento. Jesus diz: “O vento sopra onde quer, e ouve sua voz, porém não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é tudo o que nasce do Espírito”. O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a direção do vento, porém, não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento de move em uma ou outra direção. Assim também é o Espírito. “Ninguém é Senhor do Espírito”. 

João 3,9: PERGUNTA DE NICODEMOS: COMO PODE OCORRER ISTO? Jesus não faz nada mais que resumir o que ensinava o Antigo Testamento sobre a ação do Espírito, do vento santo, na vida do povo de Deus e, que Nicodemos como mestre e doutor, deveria saber. Mas, apesar disto, Nicodemos fica espantado antes da resposta de Jesus e deixa se passar por ignorante: “Como pode ocorrer isto?”.

João 3,10-15: RESPOSTA DE JESUS: A FÉ NASCE DO TESTEMUNHO E NÃO DO MILAGRE. Jesus dá volta à pergunta: “Tu és mestre em Israel e não sabes isto?”. Pois, para Jesus, se uma pessoa crê somente quando as coisas concordam com seus próprios argumentos e ideais, só fé, todavia, não é perfeita. Perfeita é se a fé da pessoa que crê testemunhe por Ele. Deixa de lado seus próprios argumentos e se entrega, porque acredita naquele do qual deu testemunho.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você já teve alguma experiência que te deu a sensação de nascer de novo? Como foi?
Jesus faz uma comparação da ação do vento e do Espírito. O que nos revela esta comparação da ação do Espírito de Deus em nossa vida? Já colocaste as velas do barco de tua vida segundo a direção do vento, do Espírito?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 34,19-20)
Hoje pegarei o que é meu, o que me serve como alimento, roupa ou algum outro bem, e compartilharei com um desconhecido necessitado. Especialmente prestarei atenção nessa pessoa para descobrir o rosto de Jesus nela.





segunda-feira, 28 de abril de 2014

Lectio Divina - 28/04/14


SEGUNDA-FEIRA -28/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Atos 4,23-31

Já na antiguidade dizia Orígenes: “Antes da pregação da Palavra de Deus, tudo estava em paz, enquanto não soou a trombeta, não houve luta, porém, a partir de então o reinado de Deus sofre violência”. Isto já nos havia advertido Jesus quando disse: “A mim me perseguiram, o mesmo farão com vocês”. Uma das causas pelas qual nossa cultura não vive um cristianismo mais autêntico é pelo medo, pelo temor de ser rejeitado, criticado, excluído dos grupos sociais. Os apóstolos hoje nos dão mostra de coragem, mas, de uma coragem que não lhes vêm de suas próprias forças, mas sim, de Deus. Se verdadeiramente queremos mostrar-nos como testemunhos e seguidores de Cristo necessitamos, como eles, pedir continuamente esta força do Alto. A oração tem o poder de fortalecer nossa vontade para que em todo momento possamos portar-nos, pensar e falar como autênticos cristãos. Dê um tempo para orar e convide para unir-se contigo os que vivem próximo de ti.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, a quem confiadamente podemos chamar de Pai nosso, faz crescer em nossos corações o espírito de filhos adotivos teus, para que mereçamos gozar, um dia, da herança que nos prometeu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.


REFLEXÃO

João 3,1-8

O evangelho de hoje nos trás uma parte da conversa de Jesus e Nicodemos. Nicodemos aparece várias vezes no evangelho de João (Jo,1-13; 7,50-52; 19,39). Era uma pessoa que tinha certa posição social. Tinha liderança entre os judeus e fazia parte do supremo tribunal chamado “Sinédrio”. No evangelho de João, ele representa o grupo dos judeus que eram piedosos e sinceros, mas, que não entendiam tudo o que Jesus fazia e falava. Nicodemos havia ouvido falar de sinais, das coisas maravilhosas que Jesus fazia e ficou impressionado. Ele quer conversar com Jesus para poder entender melhor. Era uma pessoa culta que pensava entender as coisas de Deus. Esperava o Messias com um livrinho da lei nas mãos para verificar se o novo anunciado por Jesus estava de acordo. Jesus faz Nicodemos perceber que a única maneira que alguém tem para poder entender as coisas de Deus é “nascer de novo!”. Hoje acontece o mesmo. Alguns são como Nicodemos: aceitam como novo só aquilo que está de acordo com suas próprias idéias. Aquilo com o que alguém não está de acordo é rejeitado como contrário à tradição. Outros se deixam surpreender pelos fatos e não tem medo de dizer: “Nasci de novo!”. 

João 3,1: UM HOMEM, CHAMADO NICODEMOS. Pouco antes do encontro de Jesus com Nicodemos, o evangelista falava da fé imperfeita de certas pessoas que se interessam só pelos milagres de Jesus (Jo 2,23-25). Nicodemos era uma destas pessoas. Tinha boa vontade, porém, sua fé era ainda imperfeita. A conversa com Jesus vai lhe ajudar a perceber que deve dar um passo a mais para poder aprofundar sua fé em Jesus e em Deus.

João 3,2: 1ª PERGUNTA DE NICODEMOS: TENSÃO ENTRE O VELHO E NOVO. Nicodemos era um fariseu, pessoa conhecida ente os judeus e com um bom raciocínio. Foi-se encontrar com Jesus à noite e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste de Deus como mestre, porque ninguém pode realizar os sinais que tu realizas se Deus não está com Ele”. Nicodemos opina sobre Jesus a partir dos argumentos que ele, Nicodemos, leva dentro de si. Isto é um passo importante, porém, não basta para conhecer Jesus. Os sinais que Jesus faz podem despertar a pessoa e interessar-lhe. Podem engendrar curiosidade, porém, não engendram a entrega, na fé. Não fazem ver o Reino de Deus presente em Jesus. Por isto é necessário dar um passo a mais. Qual é este passo?

João 3,3: RESPOSTA DE JESUS: “Tens que nascer de novo!”. Para que Nicodemos possa perceber o Reino presente em Jesus, terá que perceber o Reino presente em Jesus, terá que nascer de novo, do alto. Aquele que procura compreender Jesus só a partir de seus próprios argumentos, não consegue entendê-lo. Jesus é maior. Se Nicodemos fica só como catecismo do passado na mão, não vai poder entender Jesus. Terá que abrir toda sua mão. Terá que deixar de lado suas próprias certezas e seguranças e entregar-se totalmente. Terá que escolher entre, de um lado, guardar a segurança que vem da religião organizada com suas leis e tradições e, de outro, lançar-se na aventura do Espírito que Jesus lhe propõe.

João 3,4: 2ª PERGUNTA DE NICODEMOS: Como é possível nascer de novo?”. Nicodemos não quer dar seu braço à torcer e pergunta com uma certa ironia: Como uma pessoa pode nascer de novo sendo velha? Poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe e nascer?. Nicodemos tomou a palavra de Jesus ao pé da letra e, por isto, não entendeu nada. Ele tinha que perceber que as palavras de Jesus tinham um sentido simbólico.

João 3,5-8: RESPOSTA DE JESUS: Nascer do alto, nascer do Espírito. Jesus explica o que quer dizer nascer do alto, ou, nascer de novo e “nascer da água e do Espírito”. Aqui temos uma alusão muito clara do “batismo”. Através da conversa de Jesus com Nicodemos, o evangelista nos convida a fazer uma revisão de nosso batismo. Relata as seguintes palavras de Jesus: “O que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é Espírito”. Carne significa aquilo que nasce só de nossas idéias. O que nasce de nós tem nossa medida. Nascer do Espírito é outra coisa! O Espírito é como o vento. “O vento sopra onde quer, e ouve sua voz, porém, não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim é tudo o que nasce do Espírito”. O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Percebemos a direção do vento, por exemplo, o vento do Norte e o vento do Sul, porém, não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se move nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. “Ninguém é senhor do Espírito” (Eclo 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é o mistério, seu destino é o mistério. O barqueiro tem que saber, em primeiro lugar, o rumo do vento. Depois tem que colocar as velas, segundo esse rumo. É o que Nicodemos e todos nós devemos fazer.

UMA INDICAÇÃO PARA ENTENDER MELHOR AS PALAVRAS DE JESUS SOBRE O ESPÍRITO SANTO. A língua hebraica usa a mesma palavra para dizer vento e espírito. Como já foi dito, o vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção: vento do Norte, vento do Sul. O Espírito de Deus tem um rumo, um projeto, que já se manifestava na criação sob a forma de uma “pomba” que esvoaçava sobre o caos (Gn 1,2). Ano após ano, Ele renova a face da terra e coloca em movimento a natureza através da seqüência das estações (Sl 104,30;147,18). Este mesmo Espírito está presente na história. Faz secar o Mar Vermelho (Ex 14,21) faz passar as codornizes e as deixa cair sobre o acampamento (Nm 11,31). Está com Moisés e, a partir dele, se distribui entre os líderes das pessoas (Nm 11,24-25). Estava no líderes e os levava a realizar ações libertadoras: Otoniel (Jz 3,10), Gedeão (Jz 6,34), Jefté (Jz 11,29), Sansão (Jz 13,25;14,6.19;15,14), Saul (1Sm 11,6), e Débora, a profetisa (Jz 4,4). Esteve presente no grupo dos profetas e agia neles com força contagiosa (1Sm 10,5-6.10). Sua ação nos profetas produz inveja nos demais, porém, Moisés reage: “Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta e profetizasse!” (Nm 11,29).

Ao longo dos séculos, cresceu a esperança de que o Espírito de Deus orientasse o Messias na realização do projeto de Deus (Is 11,1-9) e descesse sobre todo o povo de Deus (Ez 36,27;39,29; Is 32,15;44,3). A grande promessa do Espírito se manifesta de muitas formas nos profetas do exílio: a visão dos ossos secos, ressuscitados pela força do Espírito de Deus (Ez 37,1-14); a efusão do Espírito de Deus sobre todo o povo (Jl 3,1-5); a visão do Messias-Servo que será ungido pelo Espírito para estabelecer o direito na terra e anunciar a Boa Nova aos pobres (Is 42,1;44,1-3;61,1-3). Eles vislumbram um futuro, em que a pessoa, cada vez de novo, renasce pela efusão do Espírito (Ez 36,26-27; Sl 51,12; cf Is 32,15-20).

O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desce sobre Jesus “como uma pomba, vinda do céu” (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despede, diz que enviará outro consolador, outro defensor, para que fique conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através de sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,22). O Espírito é como a água que brota a partir do interior das pessoas que acreditam em Jesus (Jo 7,37-39,4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: “A quem perdoai os pecados, ficam perdoados; a quem o retenhais, ficam retidos” (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26;16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus, podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito do qual nos fala Paulo: “Onde está o Espírito do Senhor, ali existe liberdade” (2Cor 3,17).


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como você reage antes das novidades que lhe apresentam? Como Nicodemos que aceita a surpresa de Deus?
Jesus compara a ação do Espírito Santo como o vento. O que nos revela esta comparação sobre a ação do Espírito de Deus em minha vida? Você passou por alguma experiência que te deu a sensação de nascer de novo?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 34,2-3) 
Hoje falarei a três pessoas a magnificência de meu Deus.





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Lectio Divina - 23/04/14


TERÇA-FEIRA -22/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Atos 2,36-41


A multidão ter dirigido sua pergunta a “Pedro e aos outros discípulos” indica que Pedro falava por eles todos, como hoje o papa muitas vezes fala pelo colégio dos bispos. A reação do discurso de Pedro faz paralelo com a resposta ao discurso de João Batista em Lc 3,10-18. As duas multidões perguntam o que deveriam fazer, à ambas é dito que se arrependam e ambas são batizadas. A promessa do Espírito Santo foi feita “a vós... e aos vossos filhos” (At 2,39). Isto é, aos judeus de todo o mundo reunidos para a festa e às gerações futuras. “A todos os que estão longe, quantos o Senhor nosso Deus chamar” anuncia a pregação aos pagãos mais tarde nos Atos. Os ouvintes devem salvar-se “desta geração transviada”. Essa frase é de passagens bíblicas sobre castigo (Dt 32,5). Lucas aplica-a à geração que rejeitou Jesus. É mencionado o número de três mil para mostrar que uma parte substancial do povo judeu acreditou no Messias, e assim continuou como o povo das promessas divinas. Somos batizados para fazer parte do povo de Deus e salvos como membros da Igreja. 


ORAÇÃO INICIAL 

Tu, Senhor, que nos salvou pelo mistério pascal, continua favorecendo com dons celestes teu povo, para que alcance a liberdade verdadeira e possa gozar da alegria do céu, que já começou a experimentar na terra. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

João 20,11-18

O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus à Maria Madalena. A morte de seu grande amigo leva Maria a perder o sentido da vida. Porém, ela continua procurando. Vai ao sepulcro para encontrar àquele que a morte havia lhe roubado. Existem momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo havia terminado. Morte, desastre, enfermidade, decepção, traição! Tantas são as coisas que podem levar a que falte a terra sob nossos pés e a jogar-nos em uma crise profunda. Mas, também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e fazer-nos descobrir que o amor é mais forte que a morte e a derrota.

O capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus à Maria Madalena, trás vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (a)-do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10)/ (b)-de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (c)-da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (d)-do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do evangelho é levar as pessoas a acreditar em Jesus e, ao crer Nele, ter vida (Jo 20,30-3).

Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena se vêem as etapas da travessia pela qual teve que passar, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, em nosso caminho para Deus e na vivência do Evangelho.

João 20,11-13: MARIA MADALENA CHORA, MAS, PROCURA. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus, até a hora de sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde havia encontrado o Amado pela última vez. Mas, viu com surpresa que o sepulcro estava vazio! Os anjos lhe perguntam: “Por que choras agora?”. Resposta: “Levaram meu Senhor e ninguém sabe onde o puseram”. Maria Madalena procurava Jesus, aquele mesmo Jesus que ela havia conhecido e com quem havia convivido durante três anos.

João 20,14-15: MARIA MADALENA CONVERSA COM JESUS SEM RECONHECER-LHE. Os discípulos de Emaus viram Jesus e não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Vê Jesus, porém, não o reconhece. Pensa que é o encarregado do horto. Como os anjos, Jesus também pergunta: “Por que choras?” E acrescenta: “A quem está procurando?”. Resposta: “Se tu o levaste, diga-me onde o colocaste, e eu o levarei”. Ela continua procurando o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente diante dela. 

João 20,16: MARIA MADALENA RECONHECE JESUS. Jesus pronuncia o nome: “Maria!”. Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, a mesma maneira de pronunciar o nome. Ela responde: “Mestre!”. Jesus havia voltado, o mesmo que havia sido morto na cruz. A primeira impressão é que a morte havia sido apenas um momento doloroso ao longo do ocorrido, porém, agora a tudo havia voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo que ela havia conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: “Ele a chama por seu nome e elas o reconhecem”. “Eu conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem!” (Jo 10,3.4.14).

João 20,17-18: MARIA MADALENA RECEBE A MISSÃO DE ANUNCIAR A RESSURREIÇÃO AOS APÓSTOLOS. De fato, é o mesmo Jesus, porém, a maneira de estar junto a Ele não é a mesma. Jesus lhe diz: “Deixa de tocar-me, que ainda não subi ao Pai”. Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que Ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e faz com que Deus fique de novo próximo de nós.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você tem tido alguma experiência que lhe tem dado a sensação de perda e de morte?
Como foi? O que é que te deu vida nova e te devolveu a esperança e a alegria de viver?
Que mudança teve lugar em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena procurava Jesus segundo certo modo e o volta a encontrar de outra forma. Como isto acontece hoje em nossa vida?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 32)





terça-feira, 22 de abril de 2014

Lectio Divina - 22/04/14


TERÇA-FEIRA -22/04/2014



PRIMEIRA LEITURA: Atos 2,36-41


A multidão ter dirigido sua pergunta a “Pedro e aos outros discípulos” indica que Pedro falava por eles todos, como hoje o papa muitas vezes fala pelo colégio dos bispos. A reação do discurso de Pedro faz paralelo com a resposta ao discurso de João Batista em Lc 3,10-18. As duas multidões perguntam o que deveriam fazer, à ambas é dito que se arrependam e ambas são batizadas. A promessa do Espírito Santo foi feita “a vós... e aos vossos filhos” (At 2,39). Isto é, aos judeus de todo o mundo reunidos para a festa e às gerações futuras. “A todos os que estão longe, quantos o Senhor nosso Deus chamar” anuncia a pregação aos pagãos mais tarde nos Atos. Os ouvintes devem salvar-se “desta geração transviada”. Essa frase é de passagens bíblicas sobre castigo (Dt 32,5). Lucas aplica-a à geração que rejeitou Jesus. É mencionado o número de três mil para mostrar que uma parte substancial do povo judeu acreditou no Messias, e assim continuou como o povo das promessas divinas. Somos batizados para fazer parte do povo de Deus e salvos como membros da Igreja. 


ORAÇÃO INICIAL 

Tu, Senhor, que nos salvou pelo mistério pascal, continua favorecendo com dons celestes teu povo, para que alcance a liberdade verdadeira e possa gozar da alegria do céu, que já começou a experimentar na terra. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 20,11-18


O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus à Maria Madalena. A morte de seu grande amigo leva Maria a perder o sentido da vida. Porém, ela continua procurando. Vai ao sepulcro para encontrar àquele que a morte havia lhe roubado. Existem momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo havia terminado. Morte, desastre, enfermidade, decepção, traição! Tantas são as coisas que podem levar a que falte a terra sob nossos pés e a jogar-nos em uma crise profunda. Mas, também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e fazer-nos descobrir que o amor é mais forte que a morte e a derrota.

O capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus à Maria Madalena, trás vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (a)-do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10)/ (b)-de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (c)-da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (d)-do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do evangelho é levar as pessoas a acreditar em Jesus e, ao crer Nele, ter vida (Jo 20,30-3).

Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena se vêem as etapas da travessia pela qual teve que passar, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, em nosso caminho para Deus e na vivência do Evangelho.

João 20,11-13: MARIA MADALENA CHORA, MAS, PROCURA. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus, até a hora de sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde havia encontrado o Amado pela última vez. Mas, viu com surpresa que o sepulcro estava vazio! Os anjos lhe perguntam: “Por que choras agora?”. Resposta: “Levaram meu Senhor e ninguém sabe onde o puseram”. Maria Madalena procurava Jesus, aquele mesmo Jesus que ela havia conhecido e com quem havia convivido durante três anos.

João 20,14-15: MARIA MADALENA CONVERSA COM JESUS SEM RECONHECER-LHE. Os discípulos de Emaus viram Jesus e não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Vê Jesus, porém, não o reconhece. Pensa que é o encarregado do horto. Como os anjos, Jesus também pergunta: “Por que choras?” E acrescenta: “A quem está procurando?”. Resposta: “Se tu o levaste, diga-me onde o colocaste, e eu o levarei”. Ela continua procurando o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente diante dela. 

João 20,16: MARIA MADALENA RECONHECE JESUS. Jesus pronuncia o nome: “Maria!”. Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, a mesma maneira de pronunciar o nome. Ela responde: “Mestre!”. Jesus havia voltado, o mesmo que havia sido morto na cruz. A primeira impressão é que a morte havia sido apenas um momento doloroso ao longo do ocorrido, porém, agora a tudo havia voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo que ela havia conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: “Ele a chama por seu nome e elas o reconhecem”. “Eu conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem!” (Jo 10,3.4.14).

João 20,17-18: MARIA MADALENA RECEBE A MISSÃO DE ANUNCIAR A RESSURREIÇÃO AOS APÓSTOLOS. De fato, é o mesmo Jesus, porém, a maneira de estar junto a Ele não é a mesma. Jesus lhe diz: “Deixa de tocar-me, que ainda não subi ao Pai”. Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que Ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e faz com que Deus fique de novo próximo de nós.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você tem tido alguma experiência que lhe tem dado a sensação de perda e de morte?
Como foi? O que é que te deu vida nova e te devolveu a esperança e a alegria de viver?
Que mudança teve lugar em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena procurava Jesus segundo certo modo e o volta a encontrar de outra forma. Como isto acontece hoje em nossa vida?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 32)





segunda-feira, 21 de abril de 2014

Lectio Divina - 21/04/14


SEGUNDA-FEIRA -21/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Atos 2,14-22.32


Pedro atua como porta-voz dos Doze, explicando o sinal que as pessoas haviam acabado dever e ouvir. Para Lucas, os eventos milagrosos, como o túmulo vazio e a cura do aleijado, precisam ser explicados. Como ele mostra, por si só, os milagres estão abertos a interpretações de crença ou descrença. Quando faz um milagre, Deus não força as pessoas a crer. É por isso que Lucas não os chama de milagres, mas de sinais – sinais do poder e da bondade de Deus que convidam à crença, mas não a forçam. Lucas acrescenta palavras às citações de Joel para mostrar com mais clareza como Pentecostes faz com que se cumpra à profecia. Mudou Joel 3,1 “depois disto” para “nos últimos dias” At 2,17. A citação de Joel mostra como os cristãos podem estar vivendo “nos últimos dias” e, contudo tem de esperar “o dia do Senhor, grande e glorioso”, o ultimo dia de julgamento. No dia do juízo, todos os que invocam o nome do Senhor, serão salvos. 


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor Deus, que por meio do batismo faz crescer tua Igreja, dando-lhe sempre novos filhos, concede a quantos têm renascido na fonte batismal viver sempre de acordo com a fé que professaram. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 28,8-15


Páscoa! O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No começo de seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus havia dito que Jesus é Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23). Agora, no final, ele comunica e amplia a mesma certeza de fé, pois, proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que estará sempre conosco, até o final dos tempos! Nas contradições da vida, esta verdade é muitas vezes contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Nova da ressurreição e mandam dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. Por um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição. Por outro, tanta gente má, que combate a ressurreição e a vida.

No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus se conta através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de um tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4). É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus! Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmaram sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”.

Mateus 28.8: A ALEGRIA DA RESSURREIÇÃO VENCE O MEDO. Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, porém, o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviou-as para que reunissem os discípulos de Jesus na Galiléia. Na Galiléia, elas poderão vê-lo novamente. Ali, onde tudo começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anuncio da vida e da ressurreição.

Mateus 28,9-10: A APARIÇÃO DE JESUS ÀS MULHERES. As mulheres saem correndo. Sentem-se habitadas por uma mescla de medo e alegria. Sentimentos próprios de quem faz uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai a seu encontro e diz: “Alegrem-se!”. Elas se prostram e adoram. É a postura de quem crê e acolhe a presença de Deus, ainda que, surpreende e supera a capacidade humana de compreensão. Agora o próprio Jesus dá a ordem de reunir os irmãos na Galiléia: “Não temais. Ide avisai aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, ali me verão!”. 

Mateus 28,11-15: A ASTÚCIA DOS INIMIGOS DA BOA NOVA. A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois de sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reunirão e deram dinheiro para os guardas. Estes tinham que apoiar a mentira de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventam algo sobre a ressurreição. Os chefes rejeitam e lutam contra a Boa Nova da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo foi uma invenção dos discípulos e discípulas de Jesus.

O SIGNIFICADO DO TESTEMUNHO DAS MULHERES. A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa. Testemunharam a morte de Jesus. No momento do enterro, ficaram sentadas diante do sepulcro, portanto, elas puderam dizer qual era o lugar onde foi colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61). Agora, no domingo de madrugada, estão de novo ali. Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o sepulcro de Jesus! A profunda experiência da morte e da ressurreição que fizeram lhes transforma a vida. Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas nas comunidades cristãs. Por isto, recebem a ordem de anunciar: “Jesus está vivo! Ressuscitou!”. 



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Qual é a experiência de ressurreição em minha vida? Existe em mim alguma força que combate a experiência de ressurreição? Qual é a minha reação? 
Hoje, qual é a missão de nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus?
De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 15) 






sexta-feira, 18 de abril de 2014

Lectio Divina - 18/04/14

SEXTA-FEIRA -18/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 52,13-53,12


O chamado quarto ou último Cântico do Servo é, merecidamente, a mais bem conhecida contribuição de Isaias para a espiritualidade judeu-cristã. Por tradição, o cristianismo vê aqui uma profecia da paixão de Jesus. A crítica histórica, entretanto, age na suposição de que a profecia fazia sentido para o povo do tempo do profeta, quaisquer que fossem os níveis de significado mais tarde encontrados nela. É inevitável que o sentido original esteja ligado a identificação do Servo. No contexto do Segundo Isaias como um todo, entretanto, o Servo deve ser identificado com Israel, embora o profeta mantenha uma visão idealizada do papel do Servo e nem toda a comunidade exilada vivesse de acordo com ela. A missão do Servo, à qual os judeus eram chamados, era aceitar o sofrimento imerecido com paciente fidelidade e, assim, servir de exemplo para as nações.



ORAÇÃO INICIAL 

Venha, Tua, consolação, delicia e alimento de nossas almas. Venha e tome tudo o que é meu, e infunde em mim somente o que é Teu. Vem, Tu que é o alimento de todo puro pensamento, círculo de toda clemência e cúmulo de toda pureza. Vêem e faça em mim tudo o que é ocasião daquilo que eu não possa fazer por ti. Vem, ó Espírito, que sempre está com o Pai e com o Esposo, e repousa sobre as esposas do Esposo. (Sta. María Magdalena de Pazzis)



REFLEXÃO

João 18,1-19,42


JESUS SENHOR DE SUA SORTE. Queria propor juntar-nos com o espírito de Maria, sob a cruz de Jesus. Ela mulher forte que percorreu todo o significado deste acontecimento da paixão e morte do Senhor, nos ajudará a ter um olhar contemplativo sobre o Crucificado (Jo 19,25-27). Encontramo-nos no capítulo 19 do Evangelho de João, que começa com a cena da flagelação e da coroação de espinhos. Pilatos apresenta Jesus aos sumos sacerdotes e aos guardas: “Jesus Nazareno, o rei dos Judeus” que gritam sua morte na cruz (Jo 19,6). Começa assim para Jesus o caminho da cruz para o Gólgota, onde será crucificado. Na narração da paixão segundo João, Jesus se revela senhor de si mesmo, controlando assim tudo o que lhe acontece. O texto joanista é cheio de frases que indicam esta realidade teológica, de Jesus que oferece sua vida. Os acontecimentos da paixão Ele os sofre ativamente e não passivamente. Trazemos aqui apenas alguns exemplos sublinhando algumas frases e palavras. O leitor pode encontrar outras:

Então Jesus, conhecendo tudo o que ia suceder se adianta e lhes pergunta: “A quem procura?”. Responderam-Lhe: “Jesus de Nazaré!”. Disse-lhes: “Eu sou!”. Judas o que lhe entregara também estava com eles. Quando lhes disse: “Eu sou” retrocederam e caíram por terra. Perguntou-lhes de novo: “A quem procuram?”. Responderam-Lhe: “Jesus o Nazareno!”. Jesus respondeu “Já lhes disse que “eu sou”, deixem os outros irem”. Assim se cumprirá o que havia dito: “dos que me foram dados, nenhum se perdeu” (Jo 18,4-9).

“ENTÃO JESUS SAIU, LEVANDO A COROA DE ESPINHOS E O MANTO DE PÚRPURA” (Jo 19,15). Disse a Pilatos: “Não terias poder nenhum sobre mim, se não te fosse dado do alto” (Jo 19,11). Também sobre a cruz Jesus toma parte ativa em sua morte, ao se deixa matar como os ladrões aos quais são quebradas as pernas (Jo 19,31-33); ao contrário entrega seu espírito (Jo 19,30). São muito importantes os detalhes apontados pelo evangelista: “Jesus então, vendo sua Mãe e ali junto dela o discípulo a quem amava, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí teu filho!. Em seguida disse ao discípulo: Eis ai tua Mãe!” (Jo 19,26-27). Estas simples palavras de Jesus têm o peso da revelação, palavras com as quais, Ele nos revela sua vontade: “eis ai teu filho”; “eis ai tua Mãe”. Palavras que nos enviam para aquelas pronunciadas por Pilatos: “Eis ai o Homem” (Jo 19,5). Aqui Jesus, a partir da cruz, seu trono, revela sua vontade e seu amor por todos nós. Ele é o cordeiro de Deus, o pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Naquele momento, na cruz Ele faz nascer a Igreja, representada por sua mãe Maria, sua irmã, Maria de Cleófas e Maria Madalena com o discípulo amado (Jo 19,25).

DISCÍPULOS AMADOS E FIÉIS. O quarto evangelho especifica que estes discípulos “estavam junto à cruz” (Jo 25-26). Um detalhe de profundo significado. Só o quarto evangelho narra estas cinco pessoas estavam junto à cruz. Os outros evangelistas não especificam. Lucas, por exemplo, narra que todos aqueles que o conheciam o seguiam de longe (Lc 23,49). Também Mateus conta que muitas mulheres seguiam de longe estes acontecimentos. Estas mulheres haviam seguido Jesus desde a Galiliéia e lhe serviam. Porém, agora o seguiam de longe (Mt 27,55-56). Marcos como Mateus, não nos dá os nomes daqueles que de longe observavam a morte de Jesus (Mc 15,40-41). Só o quarto evangelho especifica que a Mãe de Jesus com outras mulheres e o discípulo amado “estavam junto à cruz”. Estavam ali, como servos diante de seu Senhor. Estão valorosamente presentes no momento em que Jesus declara que “tudo estava consumado” (Jo 19,30). A Mãe de Jesus está presente quando a “hora havia chegado”. Àquela hora pré-anunciada nas bodas de Caná (Jo 2,1ss). O quarto evangelho havia anotado também naquele momento que “a Mãe de Jesus estava ali” (Jo 2,1). Por isto, aquele que permanece fiel ao Senhor em sua sorte é o discípulo amado. O evangelista deixa no anonimato este discípulo de modo que qualquer um de nós possa ser refletido nele que conheceu os mistérios do Senhor, apoiando sua cabeça sobre o peito de Jesus durante a última ceia.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Leia outra vez o texto do evangelho, e busque na Bíblia todos os textos citados na leitura. Tente encontrar outros textos paralelos que te ajudem a penetrar a fundo o texto da meditação.
Com teu espírito, ajudado pela leitura orante do relato de João, visite os lugares da Paixão, pare diante do Calvário para aproveitar com Maria e o discípulo amado o acontecimento da Paixão.
O que é que mais chamou tua atenção?
Qual é o sentimento que provoca em você o relato da Paixão?
O que é que significa para você o fato de que Jesus padece ativamente sua Paixão?




ORAÇÃO FINAL 

SALMO (30/31)
Oh Sabedoria Eterna! Oh Bondade Infinita! Verdade Infalível! Pesquisador dos corações, Deus Eterno! Faz-nos entender, Tu que podes, sabes e queres! Oh Amoroso Cordeiro, Cristo Crucificado, faze que se cumpra em nós o tudo que disseste!
Repita com freqüência, com calma, estas palavras de Jesus, associado a Jesus no oferecimento de si mesmo: “PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO!”.





quinta-feira, 17 de abril de 2014

Lectio Divina - 17/04/14

QUINTA-FEIRA -17/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 12,1-8.11-14



Esta composição litúrgica fornece detalhes de uma festa já antiga entre os pastores seminômades do antigo Oriente Próximo. Era uma oferenda desses pastores pela prosperidade de seus rebanhos, quando a tribo partia em busca de novas pastagens. Isto acontecia na primavera e, na verdade, em uma ocasião bastante decisiva na vida do rebanho. Era a época em que nasciam as crias das ovelhas e das cabras. As indicações da antiguidade de festa são as seguintes: nenhum sacerdote, nenhum santuário, nenhum altar. Outros detalhes se encaixam neste ambiente pastoril. O animal é assado, não cozido, pois existem pouquíssimos utensílios de cozinha. Talvez por isso explique por que os ossos não são quebrados. A hora é o anoitecer da primeira lua cheia da primavera, o que coincide com a volta dos pastores ao acampamento na noite mais clara do mês. Os pães sem fermento são os pães comuns consumidos por esses pastores, e as ervas amargas são as plantas do deserto usadas por eles como condimentos. As vestes e os trajes combinam com esse ambiente: “o cinto à cintura as sandálias aos pés e o bastão na mão...”. O rito de sangue tem propósito apotropaico, isto é, passar o sangue nos umbrais e na verga da porta das casas tem o propósito de afastar todo o perigo para os membros da tribo, em especial para os que estavam prestes a nascer.



ORAÇÃO INICIAL 

Renova meu coração, purifica meus lábios, para que fale contigo como tu queres, para que fale com os demais como tu queres, para que fale comigo mesmo, com meu mundo interior, como tu queres.



REFLEXÃO

João 13,1-15


Jesus se encontra em um simples jantar com os seus. Tem plena consciência da missão que o Pai lhe confiou: Dele depende a salvação da humanidade. Com tal conhecimento quer mostrar “aos seus”, mediante a lavagem dos pés, como se cumpre a obra salvífica do Pai e indicar com tal gesto a entrega de sua vida para a salvação do homem. É vontade de Jesus que o homem se salve e um forte desejo o guia para dar sua vida e entregar-se. É consciente de que “o Pai havia colocado tudo em suas mãos”; tal expressão deixa entrever que o Pai deixa para Jesus completa liberdade de ação.

Jesus, além disso, sabe que sua origem e a meta de seu itinerário é Deus, sabe que sua morte na cruz, expressão máxima de seu amor, é o último momento de seu caminho salvador. Sua morte é um “êxodo”: o ápice de sua vitória sobre a morte; no dar a vida, Jesus nos revela a presença de Deus como vida plena e ausente de morte. Com esta consciência de sua identidade e de sua completa liberdade Jesus se dispõe a cumprir o grande e humilde gesto do “lava pés”. Tal gesto de amor se descreve com um conjunto de verbos (oito) que convertem a cena complicada e cheia de significados. O evangelista apresentando a última ação de Jesus sobre os seus, usa esta figura retórica de muitos verbos sem repeti-los para que tal gesto permaneça impresso no coração e na mente de seus discípulos e de qualquer leitor e para que se retenha um mandamento que não deve esquecer-se. O gesto cumprido por Jesus tenta mostrar que o verdadeiro amor se traduz em ação tangível de serviço. 

Jesus se despoja de suas vestes se cinge de um avental de serviço. O despojar-se de suas vestes é uma expressão que tem a função de expressar o significado do dom da vida. Qual é o ensinamento que Jesus quer transmitir à seus discípulos com este gesto? Mostra-lhes que o amor se expressa no serviço, no dar a vida pelos demais como Ele tem feito.

No tempo de Jesus, “lavar os pés” era um gesto que expressava hospitalidade e acolhida com os hóspedes. Normalmente era feito por um escravo com os hóspedes ou por uma mulher ou filhas a seu pai. Além disso, era costume que o rito do “lava pés” fosse sempre antes de sentar-se à mesa e não durante a refeição. Esta forma de trabalhar de Jesus tenta sublinhar a singularidade de seu gesto.

E assim Jesus se põe a lavar os pés de seus discípulos. O reiterado uso do avental com o qual Jesus se cingiu mostra que a atitude de serviço é um atributo permanente da pessoa de Jesus. De fato, quando acaba a lavagem dos pés, Jesus não tira o avental. Este particular tenta mostrar que o serviço-amor não termina com a morte. Os pormenores de tantos detalhes mostram a intenção do evangelista em querer colocar de relevo a importância e a singularidade do gesto de Jesus. Lavando os pés de seus discípulos Jesus tenta mostrar-lhes seu amor, que é um todo com o do Pai. É realmente impressionante esta imagem que Jesus nos revela de Deus: não é um soberano que reside só no céu, mas sim, que se apresenta como servo da humanidade. Deste serviço divino brota para a comunidade dos que acreditam aquela liberdade que nasce do amor e que torna todos seus membros “senhores” (livres) em servidores. É como dizer que só a liberdade cria o verdadeiro amor. De agora em diante o serviço que os crentes darão ao homem terá como finalidade o de instaurar relações entre os homens na qual a igualdade e a liberdade sejam uma conseqüência da prática do serviço recíproco. 

Jesus com seu gesto tenta demonstrar que qualquer indício de domínio ou prepotência sobre o homem não está de acordo com o modo de Deus trabalhar, quem, faz o contrário, serve ao homem para atrair-lo para si. Além disso, não tem sentido as pretensões de superioridade de um homem sobre o outro, porque a comunidade fundada por Jesus não tem forma piramidal, mas sim, horizontal, na qual cada um está a serviço do outro, seguindo o exemplo de Deus e de Jesus. Em síntese, o gesto que Jesus cumpre expressa os seguintes valores: o amor para os irmãos exige uma mudança na acolhida fraterna, na hospitalidade, ou seja, serviço permanente. 

Ao terminar o “lava pés”, Jesus tenta dar a sua ação uma validade permanente para sua comunidade e ao mesmo tempo deixar nela um memorial ou mandamento que deverá regulamentar para sempre as relações fraternas. Jesus é o Senhor, não na linha do domínio, mas sim, quando comunica o amor do Pai (seu Espírito) que nos faz filhos de Deus e aptos para imitar Jesus, que livremente dá seu amor aos seus. Esta atitude interior de Jesus quis comunicar aos seus, um amor que não exclui ninguém, nem sequer Judas que o vai trair. Portanto, se os discípulos o chamam Senhor, devem imitá-lo, se o consideram Mestre devem ouvi-lo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Levantou-se da mesa: como você vive a Eucaristia? De modo sedentário ou se deixa levar pela ação de fogo do amor que recebe? 
Corre o perigo de que a Eucaristia da qual participa se perca no narcisismo contemplativo, sem levar o compromisso de solidariedade e desejos de compartilhar?



Teu compromisso pela justiça, pelos pobres, vem do costume de encontrar-se com Jesus na Eucaristia, da familiaridade com Ele? 
Você sabe reconhecer o rosto de Cristo quando pede ser servido e amado nos pobres?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 116)







quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lectio Divina - 16/04/14


QUARTA-FEIRA -16/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 50,4-9


Amanhã iniciaremos o Tríduo Pascal no qual lembraremos os mistérios que nos deram vida. Neles contemplaremos um homem que entra na mais profunda das crises pela qual alguém pode passar: abandonado, maltratado e executado da forma mais vil. Entretanto, este Homem, entra na crise com uma profunda fé e confiança no Deus que Salva; sabe que não lhe abandonará, que o sustentará e que não ficará envergonhado nem confuso e finalmente o resgatará da morte. Esta é a confiança e a fé que Deus nos oferece para toda a nossa vida, a qual não está isenta destas crises. Só quando o homem é capaz de abandonar-se por completo no Senhor é então quando pode experimentar no meio de todas as dificuldades da vida uma paz e uma alegria interior que ninguém pode explicar, e que é a promessa de que não está só e que ao final o próprio Deus o resgatará. Peçamos, pois, ao Senhor que pelos méritos gloriosos de sua paixão possamos nós adquirir esta fé e confiança para que toda nossa vida a possamos viver com paz, cheios de amor pelos demais, inclusive pelos inimigos, e que esta se transforme, como a de Jesus, e instrumento de salvação para os demais, principalmente para os membros de nossas famílias.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, que para livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, concede-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 26,14-25


Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje nos fala de novo da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus dos evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência dos três, ninguém entre eles fica para defender Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, todos fogem. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para causar desalento nos leitores e leitoras, mas sim, para indicar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos. Esta forma de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para descrever a atitude de Jesus para com as comunidades da época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos se sentiam desanimados e haviam abandonado a comunidade, perguntando-se: “Será possível voltar? Será possível que Deus nos acolha e nos perdoe?”. Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, porém, Jesus nunca romperá conosco. Seu amor é maior que nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que recebemos do evangelho durante a Semana Santa.

Mateus 26,14-16: A DECISÃO DE TRAIR JESUS. Judas toma a decisão, depois que Jesus não aceita a critica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume muito caro somente para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até aos sacerdotes e perguntou: “Quanto me darão se eu o entregar?”. Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas lembra a venda de José por seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Lembra, mesmo assim, o preço de trinta moedas que deve-se pagar pela aquisição de um escravo (Ex 21,32).

Mateus 26,17-19: A PREPARAÇÃO DA PÁSCOA. Jesus era da Galiléia. Não tinha casa em Jerusalém. Passava a noite no Monte das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa, a população de Jerusalém triplicava pela quantidade de peregrinos que vinham de todas as partes. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala grande para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que haviam chegado com Ele da Galiléia. Manda os discípulos para que se encontre com uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece outras informações e deixa que a imaginação complete as informações. Era uma pessoa conhecida de Jesus? Era um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos completou a falta de informação, porém, com pouca credibilidade.

Mateus 26,20-25: ANÚNCIO DA TRAIÇÃO DE JUDAS. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas estar fazendo as coisas em segredo, Jesus está sabendo. No entanto, confraterniza-se com o círculo de amigos do qual Judas é parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É “aquele que colocou a mão no prato comigo!”. Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão na mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato, era a máxima expressão de amizade, de intimidade e de confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser levada a cabo por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!

O que chama a atenção é a maneira em que Mateus descreve estes fatos. Entre a traição e a negação coloca a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes; a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, logo depois. Deste modo, destaca para todos nós a incrível gratuidade do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. Seu amor não depende do que os demais fazem por Ele.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sou capaz de ser como Judas de negar e trair Deus, Jesus, aos amigos e amigas?
Na Semana Santa é importante reservar algum momento para lembrar a incrível gratuidade do amor de Deus para conosco!



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 68)
Hoje meditarei quais as coisas, em minha vida diária, cooperam com que eu coloque resistência ao cumprimento da Palavra de meu Deus e verei como posso arrancá-las pela raiz.





terça-feira, 15 de abril de 2014

Lectio Divina - 15/04/14


TERÇA-FEIRA -15/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 49,1-6


Novamente o Senhor nos lembra que é Ele precisamente quem vence nossas batalhas, que em vão nos esforçamos, quando é o seu poder que nos dá a vitória. Deus nos acolheu e nos chamou para viver em sua plenitude, por isso, o grande erro do homem é querer ser auto-suficiente, procurar a independência de tudo e de todos, inclusive do próprio Deus. Precisamente com Deus somos mais que vencedores; para isto Jesus morreu e ressuscitou, para que tenhamos a vitória sobre nossos pecados e debilidades. Aproveitemos esta semana para intensificar nossa relação com Deus. Conheçamo-lo mais a cada dia e não só de “ouvido”, mas, como uma experiência pessoal. Preparemo-nos constantemente, intensificando nossa oração e buscando para que vitória de Deus se manifeste em nossa caridade para com os demais.



ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, concede-nos participar tão vivamente nas celebrações da paixão do Senhor, que alcancemos teu perdão. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 13,21-33.36-38


Estamos no segundo dia da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à detenção e a condenação de Jesus. Os textos nos trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, porém, não nos relatam as traições e negações dos discípulos que possibilitaram a detenção de Jesus por parte das autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.

João 13,21: O ANUNCIO DA TRAIÇÃO. Depois de haver lavado os pés dos discípulos (Jo 13,2-11) e de haver falado da obrigação que temos de lavarmos os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não era para menos. Enquanto Ele estava fazendo aquele gesto de total entrega de si mesmo, a seu lado um discípulo estava tramando como atraiçoá-lo naquela mesma noite. Jesus expressa sua comoção e diz: “Em verdade vos digo: um de vós me entregará”. Não disse: “Judas me entregará”, mas sim, “um de vós”. Alguém do circulo de amizade será o traidor.

João 13,22-25: A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS. Os discípulos se assustam. Não esperavam esta declaração tão séria de que um deles o trairia. Pedro faz um sinal à João e pergunta a Jesus quem dos doze ia cometer a traição. Sinal de que não entendia quem poderia ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles não havia chegado, a mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclina próximo de Jesus e pergunta: “Quem é?”.

João 13,26-30: JESUS INDICA JUDAS. Jesus disse: “É aquele a quem Eu der o pão que eu vou molhar”. Aquele a quem vou dar um pedaço de pão molhado. Toma um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam ter entre eles. E Jesus diz a Judas: “O que vai fazer, faça-o logo!”. Judas tinha uma bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e dar esmola aos pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anuncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: “Até meu amigo fiel no qual confiava e, que meu pão compartilhava, me trata com desprezo” (Sl 41,10, cf. Sl 55,13-15). Judas percebe que Jesus estava sabendo de tudo (cf. Jo 13,18). No entanto, não volta atrás, e se mantém na decisão de trair Jesus. É neste momento que ocorre a separação entre Judas e Jesus. João disse que Satanás entrou nele. Judas se levantou e se foi. Colocou-se ao lado do adversário (satanás). João comenta: “Era de noite”. Era a escuridão. 

João 13.31-33: COMEÇA A GLORIFICAÇÃO DE JESUS. É como se a história houvesse esperado este momento de separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando decide executar aquilo que está tramando. Neste mesmo instante se faz a luz em Jesus que declara: “Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado Nele. Se Deus foi glorificado Nele, Deus também se glorificará em si mesmo e o glorificará agora!”. O que vai acontecer daqui em diante é contagem regressiva. As grandes decisões já foram tomadas, tanto de parte de Jesus (Jo 12,27-28) como de parte de Judas, agora. Os fatos se precipitam. E Jesus avisa: “Filhos meus, pouco tempo vou estar convosco”. Falta pouco para que se realize o passo, a Páscoa. 

João 13,34-35: O NOVO MANDAMENTO. O evangelho de hoje omite estes dois versos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro. 

João 13,36-38: ANUNCIO DA NEGAÇÃO DE PEDRO. Junto com a traição de Judas, o evangelho trás também a negação de Pedro. São dois fatos que farão Jesus sofrer mais. Pedro disse que está disposto a dar à vida por Jesus lhe chama à realidade: “Quer dar tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes que tu me tenhas negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando amanhece o galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os demais galos cantam. Pedro é mais rápido na negação que o canto do galo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Judas, amigo, se torna traidor. Pedro, amigo, se torna negador. E eu?
Colocando-me na situação de Jesus: como se enfrenta a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 70)
Hoje, à hora de qualquer tentação, direi em meu interior: sou mais que vencedor em Cristo e resistirei sem cair.




segunda-feira, 14 de abril de 2014

Lectio Divina - 14/04/14

SEGUNDA-FEIRA -14/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 42,1-7


O profeta Isaias nos convida durante esta semana a voltar nossos olhos para o eleito de Deus, para seu Messias e Salvador. Ao ver Nele a imagem de um homem eliminado pelo pecado da humanidade, um homem que ofereceu sua vida pela salvação de todos e para cada um de nós. Para o homem de hoje, tão acostumado a ter os olhos fixos nas coisas do mundo, tão preocupado pelos problemas que o circundam, esta semana de repouso, pode ser uma boa oportunidade para que seus olhos se voltem a fixar em Jesus, naquele que nos deu a vida morrendo por cada um de nós. Certamente as coisas do mundo são importantes, porém, é ainda mais importante que nossa vida esteja centrada em Cristo, já que isto é o que faz com que todas as demais coisas tenham seu justo valor. Não deixes que esta semana seja uma semana a mais, volte teus olhos para Jesus, ore e leia sua Palavra. Oxalá possa fazer isso com toda tua família!


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso, olhe para a fragilidade de nossa natureza e levanta nossa débil esperança com a força da paixão de teu Filho. Que vive e reina contigo.


REFLEXÃO

João 12,1-11


Estamos entrando na Semana Santa, na semana da páscoa de Jesus, de sua passagem deste mundo ao Pai (Jo 13,1). A liturgia coloca diante de nós o começo do capítulo 12 do Evangelho de João, que enlaça o Livro dos Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc 13,21). No final do “Livro dos Sinais” aparece com clareza a tensão entre Jesus e as autoridades religiosas da época (Jo 10,19-31.39) e o perigo que Jesus corre. Várias vezes procuraram matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto é assim que Jesus se vê obrigado a levar uma vida clandestina, pois, podiam detê-lo a qualquer momento (Jo 10,40; 11,54).

João 12,1-2: JESUS, PERSEGUIDO PELOS JUDEUS, VAI À BETÂNIA. Seis dias antes da páscoa, Jesus via para Betânia à casa de seus amigos Marta, Maria e Lázaro. Betânia significa “Casa da Pobreza”. Ele estava sendo perseguido pela polícia (Jo 11,57). Querem matá-lo (Jo 11,50). Porém, ainda sabendo que a polícia estava atrás de Jesus, Maria, Marta e Lázaro recebem Jesus em casa e lhe oferecem comida. Acolher uma pessoa perseguida e oferecer-lhe comida era perigoso. Porém, o amor supera o medo. 

João 12,3: MARIA UNGE JESUS. Durante a refeição, Maria unge os pés de Jesus com meio litro de perfume de nardo puro (cf. 7,36-50). Era um perfume caro, muito caro, de trezentos denários. Imediatamente, seca os pés de Jesus com seus cabelos. A casa inteira ficou perfumada. Em todo este episódio, Maria não fala. Só age. O gesto cheio de simbolismo fala por si. Lavando os pés, Maria se converte em servidora. Jesus repetirá esse mesmo gesto na última ceia (Jo 13,5).

João 12,4-6: REAÇÃO DE JUDAS. Judas critica o gesto de Maria. Afirma que é um desperdício. De fato, trezentos denários era o salário de trezentos dias! Foi assim que o salário de quase um ano inteiro foi gasto de uma só vez! Judas pensa que o dinheiro deveria ter sido dado aos pobres. O evangelista comenta que Judas não tinha nenhuma preocupação pelos pobres, mas, era um ladrão. Tinha a bolsa comum e roubava dinheiro. Juízo forte que condena Judas. Não condena a inquietude pelos pobres, mas sim, a hipocrisia que usa os pobres para promover-se e enriquecer-se. Segundo seus interesses egoístas, Judas pensa só no dinheiro. Por isto, não percebe o que estava se passando no coração de Maria. Jesus conhece o coração e defende Maria.

João 12,7-8: JESUS DEFENDE A MULHER. Judas olha o gasto e critica a mulher. Jesus olha o gesto e defende a mulher: “Deixe-a. Que ela o conserve para o dia de minha sepultura!”. E depois Jesus acrescenta: “Porque pobres sempre tereis entre vós”. Qual dos dois vivia mais próximo de Jesus: Judas ou Maria? Como discípulo, Judas convivia com Jesus já fazia três anos, vinte e quatro horas por dia. Tomava parte do grupo. Maria se encontrava com Ele só uma ou duas vezes ao ano, na ocasião das festas, quando Jesus ia à Jerusalém e a visitava. Mas, a convivência sem amor não nos torna conhecidos. Impede ver. Judas era cego. Muita gente convive com Jesus e até o louva com cânticos, porém, não o conhece de verdade, nem o revela (cf. Mt 7,21). Duas afirmações de Jesus merecem um comentário detalhado: (a)-“Pobres sempre tereis”, e (b)-“Deixe-a. Que ela o conserve para o dia de minha sepultura’. 

POBRES SEMPRE TERÃO. Jesus quis dizer que não devemos preocupar-nos com os pobres, visto que vai sempre vai haver gente pobre? A pobreza é um destino imposto por Deus? Como entender esta frase? Naquele tempo, as pessoas conheciam o Antigo Testamento de memória. Bastava que Jesus citasse o começo de uma frase do AT, e a pessoas já sabiam o resto. O começo desta frase dizia: “Os pobres os tereis sempre convosco!” (Dt 15,11ª). O resto da frase que as pessoas conheciam e que Jesus quis lembrar, era esta: “Por isto, os ordeno: deves abrir tua mão a teu irmão, para aquele que é indigente e pobre de tua terra!” (Dt 15,11b). Segundo esta Lei, a comunidade deve acolher os pobres e compartilhar com eles seus bens. Porém, Judas, em vez de dizer “abre a mão em favor do pobre” e compartilhe com eles teus próprios bens, queria vender o perfume de Maria por trezentos denários e usá-los para ajudar os pobres. Jesus cita a Lei de Deus que ensinava o contrário. Quem, igual Judas, faz campanha com o dinheiro da venda dos bens dos demais, não se incomoda. Porém, aqueles que, como Jesus, insiste na obrigação de acolher os pobres e compartilhar com eles seus bens, este se incomoda e corre o perigo de ser condenado.

QUE O GUARDE PARA O DIA DE MINHA SEPULTURA. A morte na cruz era o castigo terrível e exemplar, adotado pelos romanos para castigar os subversivos que se opunham ao império. Uma pessoa condenada a morte de cruz não recebia sepultura e não podia ser ungida, pois, ficava pendurado na cruz até que os animais comessem seu cadáver, e recebia sepultura rasa de indigente. Além disso, segundo a Lei do Antigo Testamento, tinha que ser considerada como, “maldita por Deus” (Dt 21,22-23). Jesus ia ser condenado à morte e morte de cruz, conseqüência de seu compromisso com os pobres e de sua fidelidade ao Projeto do Pai. Não ia ter um enterro. Por isso, depois de morto, não ia poder ser ungido. Sabendo isto, Maria se antecipa e o unge antes de ser crucificado. Com este gesto, indica que aceitava Jesus como messias, ainda que fosse crucificado! Jesus entende o gesto da mulher e o aprova.

João 12,9-11: A MULTIDÃO E AS AUTORIDADES. Ser amigo de Jesus pode ser perigoso. Lázaro corre perigo de morte por causa da vida nova que recebeu de Jesus. Os judeus decidiram matá-lo. Lázaro vivo era a prova viva de que Jesus era o Messias. Por isto, a multidão o procurava, já que as pessoas queriam experimentar de perto a prova viva do poder de Jesus. Uma comunidade viva corre perigo de vida porque é prova viva da Boa Nova de Deus.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Maria foi maltratada por Jesus. Alguma vez você já foi maltratado? Como reagiu?
O que é que ensina o gesto de Maria? Qual o tipo de alerta que nos coloca a reação de Judas?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 26)
Hoje estarei muito atento para descobrir Jesus nas pessoas que me rodeiam, e cada vez que conseguir descobri-lo, eu demonstrarei tacitamente o muito que lhe amo.