terça-feira, 8 de abril de 2014

Lectio Divina - 08/04/14

TERÇA-FEIRA -08/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Números 21,4-9


Quem diz que a vida é fácil? Mais ainda, quem diz que a vida cristã é “lua-de-mel”? Quando Pedro perguntou a Jesus o que é que receberiam seus seguidores, aqueles que haviam deixado tudo por Ele, a resposta foi: “O cem por um em tudo o que haviam deixado junto com perseguições e, no final a vida eterna”. Por isso o Papa João Paulo II, em sua Carta Apostólica “Salvifici Doloris”, nos lembra que Jesus não veio nos tirar a dor, mas sim, dar-lhe sentido. Os judeus, libertados por Deus da terrível escravidão, agora se davam conta que serem livres não é fácil, e se revoltam contra seu libertador. Entretanto, Deus não se dá por vencido. Os castiga, porém, no próprio castigo lhes dá a possibilidade de salvação, a qual de novo terá que ser opção de cada um: O Senhor sempre te dirá: “Se queres...”. Não deixemos de aproveitar esta oportunidade para levantar nossos olhos para a cruz de Jesus e, movidos por seu amor, mudar nossa vida.


ORAÇÃO INICIAL 

Concede-nos Senhor, perseverar no fiel cumprimento de tua santa vontade, para que, em nossos dias, cresça em santidade e em número o povo dedicado a teu serviço. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

João 8,21-30


Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticavam por dar testemunho de si mesmo, sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante das pessoas. Jesus responde dizendo que Ele não fala a partir de si mesmo, mas sim, sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).

Na realidade, os diálogos também é expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no final do primeiro século. Refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta os ajudava a encontrar a resposta aos problemas que, naquele final de século, os judeus expunham aos cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a aprofundar sua fé em Jesus e em sua mensagem.

João 8,21-22: AONDE EU VOU, VÓS NÃO PODEIS IR. Aqui João aborda um novo assunto um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala de sua ida e diz que ali para onde Ele vai, os fariseus não podem seguir-lhe. “Eu vou e vocês me procurarão, e morrerão em vosso pecado”. Eles procuram Jesus, porém, não o encontram porque não o conhecem e o procuram com critérios equivocados. Eles vivem em pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado quer dizer viver afastado de Deus. Eles imaginavam Deus de uma determinada forma, e Deus é diferente daquilo que o imaginavam. Por isto, não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Deus. Os fariseus não entendem ao que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que vai se suicidar?”.

João 8,23-24: VÓS SOIS DE BAIXO, EU SOU DO ALTO. Os fariseus se orientam em tudo segundo os critérios deste mundo. “Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo!”. O marco de referências que orienta Jesus em tudo o que diz é o mundo do alto, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O marco de referências dos fariseus é o mundo aqui de baixo, sem abertura, fechado em seus próprios critérios. Por isto, vivem no pecado. Viver no pecado é não ter os olhos de Jesus sobre a vida. Os olhos de Jesus são totalmente abertos para Deus até o ponto que Deus está Nele em toda sua plenitude (cf.Cl 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isto, Jesus disse: “Tenho-vos dito que morrereis em vossos pecados, porque se não acreditais que “EU SOU”, morrereis em vossos pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresenta à Moisés no momento de libertar o povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco - Emanuel -.

João 8,25-26: QUEM É VOCÊ? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com os quais os fariseus olham Jesus. De novo perguntam: “Quem é você?”. Eles não entendiam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus falava com eles a partir de tudo que Ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência de sua missão. Jesus não se auto-promove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.

João 8,27-30: QUANDO LEVANTAREM O FILHO DO HOMEM, ENTÃO, SABEREIS QUE “EU SOU”. Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo o que diz e faz, é expressão do Pai. O compreenderão só depois que tiverem levantado o Filho do Homem. “Então sabereis que EU SOU”. A palavra levantar tem um duplo sentido, de levantar sobre a Cruz e de levantado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e da ressurreição revelará quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza de mostra de fé é dupla: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca lhe deixa só e, por outro lado, a total e radical obediência de Jesus ao Pai, pela qual Ele se converte em total abertura e total transparência do Pai para nós.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Quem se fecha em seus critérios e pensa saber tudo, não será nunca capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus diante de Jesus. Eu diante dos demais, como me comporto?
Jesus é radical obediência ao Pai e por isto é total revelação do Pai. Qual é a imagem de Deus que se irradia a partir de mim?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 101)
Hoje farei algo que em verdade me dê trabalho e necessite de paciência, e o farei pedindo a Deus que através disso ensine-me a ser paciente.






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