terça-feira, 15 de abril de 2014

Lectio Divina - 15/04/14


TERÇA-FEIRA -15/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 49,1-6


Novamente o Senhor nos lembra que é Ele precisamente quem vence nossas batalhas, que em vão nos esforçamos, quando é o seu poder que nos dá a vitória. Deus nos acolheu e nos chamou para viver em sua plenitude, por isso, o grande erro do homem é querer ser auto-suficiente, procurar a independência de tudo e de todos, inclusive do próprio Deus. Precisamente com Deus somos mais que vencedores; para isto Jesus morreu e ressuscitou, para que tenhamos a vitória sobre nossos pecados e debilidades. Aproveitemos esta semana para intensificar nossa relação com Deus. Conheçamo-lo mais a cada dia e não só de “ouvido”, mas, como uma experiência pessoal. Preparemo-nos constantemente, intensificando nossa oração e buscando para que vitória de Deus se manifeste em nossa caridade para com os demais.



ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, concede-nos participar tão vivamente nas celebrações da paixão do Senhor, que alcancemos teu perdão. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 13,21-33.36-38


Estamos no segundo dia da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à detenção e a condenação de Jesus. Os textos nos trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, porém, não nos relatam as traições e negações dos discípulos que possibilitaram a detenção de Jesus por parte das autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.

João 13,21: O ANUNCIO DA TRAIÇÃO. Depois de haver lavado os pés dos discípulos (Jo 13,2-11) e de haver falado da obrigação que temos de lavarmos os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não era para menos. Enquanto Ele estava fazendo aquele gesto de total entrega de si mesmo, a seu lado um discípulo estava tramando como atraiçoá-lo naquela mesma noite. Jesus expressa sua comoção e diz: “Em verdade vos digo: um de vós me entregará”. Não disse: “Judas me entregará”, mas sim, “um de vós”. Alguém do circulo de amizade será o traidor.

João 13,22-25: A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS. Os discípulos se assustam. Não esperavam esta declaração tão séria de que um deles o trairia. Pedro faz um sinal à João e pergunta a Jesus quem dos doze ia cometer a traição. Sinal de que não entendia quem poderia ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles não havia chegado, a mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclina próximo de Jesus e pergunta: “Quem é?”.

João 13,26-30: JESUS INDICA JUDAS. Jesus disse: “É aquele a quem Eu der o pão que eu vou molhar”. Aquele a quem vou dar um pedaço de pão molhado. Toma um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam ter entre eles. E Jesus diz a Judas: “O que vai fazer, faça-o logo!”. Judas tinha uma bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e dar esmola aos pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anuncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: “Até meu amigo fiel no qual confiava e, que meu pão compartilhava, me trata com desprezo” (Sl 41,10, cf. Sl 55,13-15). Judas percebe que Jesus estava sabendo de tudo (cf. Jo 13,18). No entanto, não volta atrás, e se mantém na decisão de trair Jesus. É neste momento que ocorre a separação entre Judas e Jesus. João disse que Satanás entrou nele. Judas se levantou e se foi. Colocou-se ao lado do adversário (satanás). João comenta: “Era de noite”. Era a escuridão. 

João 13.31-33: COMEÇA A GLORIFICAÇÃO DE JESUS. É como se a história houvesse esperado este momento de separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando decide executar aquilo que está tramando. Neste mesmo instante se faz a luz em Jesus que declara: “Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado Nele. Se Deus foi glorificado Nele, Deus também se glorificará em si mesmo e o glorificará agora!”. O que vai acontecer daqui em diante é contagem regressiva. As grandes decisões já foram tomadas, tanto de parte de Jesus (Jo 12,27-28) como de parte de Judas, agora. Os fatos se precipitam. E Jesus avisa: “Filhos meus, pouco tempo vou estar convosco”. Falta pouco para que se realize o passo, a Páscoa. 

João 13,34-35: O NOVO MANDAMENTO. O evangelho de hoje omite estes dois versos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro. 

João 13,36-38: ANUNCIO DA NEGAÇÃO DE PEDRO. Junto com a traição de Judas, o evangelho trás também a negação de Pedro. São dois fatos que farão Jesus sofrer mais. Pedro disse que está disposto a dar à vida por Jesus lhe chama à realidade: “Quer dar tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes que tu me tenhas negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando amanhece o galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os demais galos cantam. Pedro é mais rápido na negação que o canto do galo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Judas, amigo, se torna traidor. Pedro, amigo, se torna negador. E eu?
Colocando-me na situação de Jesus: como se enfrenta a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 70)
Hoje, à hora de qualquer tentação, direi em meu interior: sou mais que vencedor em Cristo e resistirei sem cair.




Nenhum comentário:

Postar um comentário