quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lectio Divina - 16/04/14


QUARTA-FEIRA -16/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 50,4-9


Amanhã iniciaremos o Tríduo Pascal no qual lembraremos os mistérios que nos deram vida. Neles contemplaremos um homem que entra na mais profunda das crises pela qual alguém pode passar: abandonado, maltratado e executado da forma mais vil. Entretanto, este Homem, entra na crise com uma profunda fé e confiança no Deus que Salva; sabe que não lhe abandonará, que o sustentará e que não ficará envergonhado nem confuso e finalmente o resgatará da morte. Esta é a confiança e a fé que Deus nos oferece para toda a nossa vida, a qual não está isenta destas crises. Só quando o homem é capaz de abandonar-se por completo no Senhor é então quando pode experimentar no meio de todas as dificuldades da vida uma paz e uma alegria interior que ninguém pode explicar, e que é a promessa de que não está só e que ao final o próprio Deus o resgatará. Peçamos, pois, ao Senhor que pelos méritos gloriosos de sua paixão possamos nós adquirir esta fé e confiança para que toda nossa vida a possamos viver com paz, cheios de amor pelos demais, inclusive pelos inimigos, e que esta se transforme, como a de Jesus, e instrumento de salvação para os demais, principalmente para os membros de nossas famílias.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, que para livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, concede-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 26,14-25


Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje nos fala de novo da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus dos evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência dos três, ninguém entre eles fica para defender Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, todos fogem. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para causar desalento nos leitores e leitoras, mas sim, para indicar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos. Esta forma de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para descrever a atitude de Jesus para com as comunidades da época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos se sentiam desanimados e haviam abandonado a comunidade, perguntando-se: “Será possível voltar? Será possível que Deus nos acolha e nos perdoe?”. Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, porém, Jesus nunca romperá conosco. Seu amor é maior que nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que recebemos do evangelho durante a Semana Santa.

Mateus 26,14-16: A DECISÃO DE TRAIR JESUS. Judas toma a decisão, depois que Jesus não aceita a critica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume muito caro somente para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até aos sacerdotes e perguntou: “Quanto me darão se eu o entregar?”. Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas lembra a venda de José por seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Lembra, mesmo assim, o preço de trinta moedas que deve-se pagar pela aquisição de um escravo (Ex 21,32).

Mateus 26,17-19: A PREPARAÇÃO DA PÁSCOA. Jesus era da Galiléia. Não tinha casa em Jerusalém. Passava a noite no Monte das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa, a população de Jerusalém triplicava pela quantidade de peregrinos que vinham de todas as partes. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala grande para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que haviam chegado com Ele da Galiléia. Manda os discípulos para que se encontre com uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece outras informações e deixa que a imaginação complete as informações. Era uma pessoa conhecida de Jesus? Era um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos completou a falta de informação, porém, com pouca credibilidade.

Mateus 26,20-25: ANÚNCIO DA TRAIÇÃO DE JUDAS. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas estar fazendo as coisas em segredo, Jesus está sabendo. No entanto, confraterniza-se com o círculo de amigos do qual Judas é parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É “aquele que colocou a mão no prato comigo!”. Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão na mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato, era a máxima expressão de amizade, de intimidade e de confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser levada a cabo por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!

O que chama a atenção é a maneira em que Mateus descreve estes fatos. Entre a traição e a negação coloca a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes; a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, logo depois. Deste modo, destaca para todos nós a incrível gratuidade do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. Seu amor não depende do que os demais fazem por Ele.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sou capaz de ser como Judas de negar e trair Deus, Jesus, aos amigos e amigas?
Na Semana Santa é importante reservar algum momento para lembrar a incrível gratuidade do amor de Deus para conosco!



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 68)
Hoje meditarei quais as coisas, em minha vida diária, cooperam com que eu coloque resistência ao cumprimento da Palavra de meu Deus e verei como posso arrancá-las pela raiz.





Nenhum comentário:

Postar um comentário