terça-feira, 29 de julho de 2014

Lectio Divina - 29/07/14


TERÇA-FEIRA -29/07/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1João 4,7-16


Esta passagem é uma unidade concisa, que se concentra unicamente em afirmar que o amor de Deus gera o nosso. Os versículos estão unidos por numerosas ligações, com o todo convergindo para verdade central: se Deus nos ama, precisamos ter amor semelhante uns pelos outros. Que “Deus é amor” é agora a segunda descrição de Deus dada nessa epístola; já vimos que “Deus é luz”. Deus não é amor em sentido abstrato, mas em toda a sua atividade. Ele cria com amor, salva com amor, julga com amor. Nosso Deus é um Deus de amor. A referência ao Espírito leva-nos, por um momento, de volta ao contexto. É o Espírito que nos possibilita afirmar a verdade - que Jesus é salvador do mundo, que é o Filho de Deus. As afirmações doutrinais dessa comunidade joanina estão tomando uma forma mais definida. Para o cristão joanino, Jesus é o Cristo, vindo na carne; Jesus é o salvador, uma vítima de expiação pelos pecados do mundo; Jesus é o Filho de Deus.

ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, protetor dos que em ti esperam sem ti nada é forte nem santo. Multiplica sobre nós os sinais de tua misericórdia, para que, sob tua guia providente, de tal modo nos sirvamos dos bens passageiros que possamos aderir aos eternos. Por Nosso Senhor…



REFLEXÃO

Lucas 10,38-42

DINÂMICA DO RELATO. A condição de Jesus de mestre itinerante oferece a Marta a possibilidade de acolhê-lo em casa. A narração apresenta a atitude das duas irmãs: Maria, sentada, aos pés de Jesus, preocupada para ouvir sua palavra, Marta, preocupada para preparar os numerosos serviços, se aproxima de Jesus protestando pelo comportamento da irmã. O diálogo entre Jesus e Marta ocupa um amplo espaço da narração (vv. 40b-42): Marta começa com uma pergunta retórica: “Senhor, não te importa que minha irmã me deixe só no trabalho?”. Depois pede que Jesus intervenha e ordene a sua irmã que não abandone os trabalhos domésticos. “Diz-lhe, pois, que me ajude”. Jesus responde com tom afetuoso, expressado na repetição do nome “Marta, Marta”: lembra que ela está preocupada por “muitas coisas”, que na realidade é necessária “uma só” e conclui com uma alusão a irmã que escolheu a melhor parte, a qual não lhe será tirada. Lucas constrói seu relato sobre o contraste da personalidade diversa de Marta e Maria; a primeira, preocupada por “muitas coisas”, a segunda faz uma “coisa só”, está preocupada para ouvir o Mestre. A função deste contraste é a de realçar a atitude de Maria, dedicada à plena e total escuta do Mestre, com a qual passa a ser modelo de todo aquele que crê.
A FIGURA DE MARTA. É a que toma a iniciativa de acolher Jesus em sua casa. O dedicar-se a acolher o Mestre, se preocupa com afã das muitas coisas que tem que preparar e, diante disso, sente a tensão de ficar só. Com a angústia de tanto trabalho está ansiosa, vive uma grande tensão. Por isto, Marta se “adianta” e faz a Jesus um pedido de ajuda: por que a irmã a deixa só? Jesus lhe responde constatando o fato de que ela está preocupada e tem o coração dividido entre o desejo de oferecer à Jesus uma comida digna de sua pessoa e o desejo de dedicar-se a ouvi-lo. Portanto, Jesus não reprova o serviço de Marta, mas sim, a angústia com que faz isso. Jesus havia explicado um pouco antes, na parábola do semeador, que a semente que cai entre espinhos lembra a situação dos que ouvem a Palavra, porém, são presas das preocupações (Lc 8,14). No trabalho de Marta, Jesus não critica o valor da acolhida a sua pessoa, mas sim, alerta sobre os riscos em que se pode cair: o esforço e a angústia. Também sobre estes riscos Jesus se pronuncia: “Buscai o Reino e o demais os será acrescentado!” (Lc 12,31).
A FIGURA DE MARIA. É a que ouve a Palavra, coisa que expressa com um pretérito imperfeito, “ouvia”, indicando uma ação continua na escuta de Jesus. A atitude de Maria contrasta com o esforço e a tensão da irmã. Jesus diz que Maria havia escolhido “a melhor parte”, a escuta de sua Palavra. Das palavras de Jesus o leitor aprende que não se trata de duas partes, das quais uma é melhor que a outra, mas sim, que existe só a parta boa: escutar sua Palavra. Esta atitude não significa evadir-se do próprio trabalho, ou, responsabilidade cotidiana, só expressa a necessidade de que a escuta da Palavra preceda qualquer serviço ou atividade. 
EQUILÍBRIO ENTRE AÇÃO E CONTEMPLAÇÃO. Lucas presta particular atenção para unir escuta da Palavra e relação com o Senhor. Não de trata de dividir a jornada em um tempo dedicado a oração e outro ao serviço. O desejo de ouvir Deus não se pode suprir por outras atividades: é necessário dedicar certo tempo e espaço para buscar o Senhor. O compromisso de cultivar a escuta da Palavra nasce da atenção à Deus: tudo pode contribuir, o ambiente, o lugar, o tempo. Porém, o desejo de encontrar Deus deve nascer no próprio coração. Não existem táticas que te levem a encontrar Deus de maneira automática. Trata-se de um problema de amor: é necessário escutar Jesus, estar com Ele, então, comunica-se o dom e se inicia o amor. O equilíbrio entre escuta e serviço compromete a todos os crêem, tanto na vida familiar como na profissional e social: o que fazer para que os batizados sejam perseverantes e alcancem a maturidade da fé? Educar-se na escuta da Palavra de Deus. É este o caminho mais difícil, porém, é o mais seguro para chegar a maturidade na fé. 


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sei criar em minha vida situações e itinerários de escuta? Limito-me só a ouvir a Palavra na igreja, ou, também me esforço em buscar espaços e lugares adequados para uma escuta pessoal e profunda?
Você se limita a um consumo privado da Palavra, ou, é anunciador da mesma e luz para os demais, ou, só lâmpada que ilumina sua própria vida privada? 


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 33)
Procurarei a cada Domingo assistir com toda minha família à grande festa de nossa salvação. 




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