sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Lectio Divina - 15/08/14


SEXTA-FEIRA -15/08/2014


PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 16,1-15.60.63


Com este breve exemplo, o Senhor descreve, através de Ezequiel, toda da história do Povo de Deus, na qual vemos como Israel, que não teria um grande passado, pois, não vem de um reino poderoso, e que era desprezado por todos, foi acolhido por Deus. Conforme crescia, como uma jovenzinha, foi se tornando bela, porém, não tinha poder. Assim que Deus fez uma aliança com ela, mas, ao possuir poder e glória, esqueceu-se da aliança e de prostituiu, isto é, aparentou-se com todos os povos vizinhos aos que Deus havia rejeitado. E por isso, Deus a desprezou a levou para o exílio. No entanto, a eterna compaixão de Deus a reconquista e a leva de novo à “terra que mana leite e mel”, pois não se cansa de perdoar seus pecados. Esta é a história de nossa Igreja, de nós mesmos. Deus nos resgatou do pecado e da morte e nos limpou, nos encheu de graças no batismo. Fez-nos fortes diante dos demais, porém, apenas crescemos e nos esquecemos Dele, mundanizamo-nos. Imitamos os costumes dos pagãos. É triste como a história se repete, e que hoje, apesar de haver-se revestidos do Espírito Santo, tantos irmãos e renunciam a sua dignidade e se prostituem adaptando-se a este mundo; vivendo segundo os costumes pagãos que hoje se promovem em todas as partes. É certo que a misericórdia de Deus é eterna, ao esqueçamos que, para que se dê o perdão, tem que haver um arrependimento e que este, só se deu quando Israel se viu desolado e entregue nas mãos de seus inimigos, quando viveu a miséria da guerra e do desterro. Entretanto, ainda é tempo. O Senhor, através de seus profetas, nos ajuda a ter consciência de nosso abandono e regressarmos a Ele. Não percamos mais tempo.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, a quem podemos chamar Pai, aumenta em nossos corações o espírito filial, para que mereçamos alcançar a herança prometida. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Mateus 19,3-12


CONTEXTO. Até o capítulo 18, Mateus tem mostrado como os discursos de Jesus marcaram as várias fases da constituição e formação progressiva da comunidade dos discípulos em torno de seu Mestre. Em 19,1, este pequeno grupo se afasta das terras da Galiléia e chega ao território da Judéia. O chamado de Jesus, que atraiu seus discípulos, continua avançando até a escolha definitiva: a acolhida ou a rejeição da pessoa de Jesus. Esta fase tem lugar ao longo do caminho que leva à Jerusalém e ao templo, depois de chegar finalmente à cidade. Todos os encontros que Jesus efetua nestes capítulos têm lugar ao longo do percurso da Galiléia à Jerusalém.
O ENCONTRO COM OS FARISEUS. Ao passar pela Transjordânia Jesus tem o primeiro encontro com os fariseus, e o tema da discussão de Jesus com eles é motivo de reflexão para o grupo dos discípulos. A pergunta dos fariseus refere-se ao divórcio e de maneira particular coloca Jesus em apuros a respeito do amor dentro do matrimônio, que é a realidade mais sólida e estável para a comunidade judia. A intervenção dos fariseus pretende acusar o ensinamento de Jesus. Trata-se de um verdadeiro processo: Mateus o considera como “um colocar a prova”, como uma “tentação”. A pergunta é certamente crucial: “É licito para um homem repudiar a própria mulher por qualquer motivo?”. Ao leitor não escapa a distorção dos fariseus ao interpretar o texto de Dt 24,1 para colocar Jesus em aperto: “Se um homem toma uma mulher e se casa com ela, e acontece que esta mulher não agrade seus olhos, porque descobre nela algo que lhe desagrada, lhe escreverá um libelo de repúdio, o entregará em suas mãos e a despedirá de sua casa”. Ao longo dos séculos, este texto havia dado lugar a numerosas discussões: admitir o divórcio por qualquer motivo, requerer um mínimo de má conduta, ou, um verdadeiro adultério.
É DEUS O QUE UNE. Jesus responde aos fariseus citando Gn 1,17:2,24 e remetendo a questão à vontade de Deus criador. O amor que une o homem e a mulher vem de Deus, e por esta origem, une e não pode separar. Se Jesus cita GN 2,24 “O homem abandonará seu pai e sua mãe e se unirá a sua esposa e serão os dois uma só carne”, é porque quer sublinhar um principio singular e absoluto: a vontade criadora de Deus é unir o homem à mulher. Quando um homem e uma mulher se unem em matrimônio, é Deus que os une o termo “cônjuge”, vêm do verbo conjugar, isto é, a união dos dois esposos que implica trato sexual é efeito da palavra criadora de Deus. A resposta de Jesus aos fariseus alcança se cume: o matrimônio é indissolúvel em sua constituição originária. Agora prossegue com Jesus citando Ml 2,13-16: repudiar a própria mulher é romper a aliança com Deus, aliança que, segundo os profetas, os esposos a vivem, sobretudo, em sua união conjugal (Os 1-3; Is 1,21-26; Jr 2,2;3,1.6-12; Ez 16; 23; Is 54,6-10;60-62). A resposta de Jesus aparece em contradição com a lei de Moisés que concede a possibilidade de dar um certificado de divórcio. Justificando sua resposta, Jesus lembra aos fariseus: se Moisés decidiu esta possibilidade, é pela dureza de vosso coração (v.8), mas concretamente, por vossa indocilidade à Palavra de Deus. A Lei de Gn 1,26;2,24 não modificou-se jamais, porém, Moisés se viu obrigado a adaptá-la a uma atitude de indocilidade. O primeiro matrimônio não é anulado pelo adultério. A palavra de Jesus diz claramente ao homem de hoje, e de modo particular à comunidade eclesial, que não deve haver divórcios, e se, observamos que existem; na vida pastoral, os divorciados são acolhidos e para eles está sempre aberta a possibilidade de entrar no reino. A reação dos discípulos não se faz esperar: “Se esta é a condição do homem a respeito de sua mulher, não vale a pena casar-se” (v.10). A resposta de Jesus continua mantendo a indissolubilidade do matrimônio, impossível para a mentalidade humana, porém, possível para Deus. O eunuco do qual Jesus fala não é o que não pode gerar, ma sim, o que uma vez separado da própria mulher, continua vivendo na continência e permanecendo fiel ao primeiro vinculo matrimonial: é eunuco com relação a todas as demais mulheres. 



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sabemos acolher o ensinamento de Jesus no que se refere ao matrimônio com coragem sem adaptá-lo a nossas legítimas vontades e conveniências?
A passagem evangélica nos lembra que o desígnio do Pai sobre o homem e a mulher é um maravilhoso projeto de amor. Você é consciente de que o amor tem uma lei imprescindível que comporta o dom total e pleno da própria pessoa ao outro?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 51,12-13)
Revisarei se minhas atitudes e ações se amoldam ao Evangelho de Jesus que me convida a ser justo, respeitoso e solidário com todos meus irmãos.






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