quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Lectio Divina - 17/09/14

QUARTA-FEIRA -17/09/2014



PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 12,31-13,13



A imagem do corpo é usada para falar da unidade, diversidade e solidariedade que caracterizam a comunidade cristã. Esta é una, porque forma o corpo de Cristo, dado que todos receberam o mesmo batismo e o mesmo Espírito, que produzem a comunhão e igualdade fundamental. Contudo, as pessoas são diferentes entre si; cada uma com sua originalidade contribui, de maneira indispensável, para a construção e crescimento de todos; portanto, não há lugar para complexos de superioridade ou inferioridade. O cimento da vida comunitária é a solidariedade, que faz todos voltar-se para cada um, principalmente para os mais fracos e necessitados, partilhando os sofrimentos e alegrias. 13,1-13: O caminho que ultrapassa a todos os dons e ao qual todos os membros da comunidade devem aspirar é o amor. “Deus é amor” (1Jo 4,8), Jesus é o enviado do amor (Jo 3,16), e o centro do Evangelho é o mandamento do amor (Mc 12,28-34), que sintetiza toda a vontade de Deus (Rm 13,8-10). O amor é a fonte de qualquer comportamento verdadeiramente humano, pois leva a pessoa a discernir as situações e a criar gestos oportunos, capazes de responder adequadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor, não podem substituí-lo, e sem ele nada significam. O amor é a força de Deus e também a força da pessoa aliada a Deus. É a fortaleza inexpugnável que sustenta o testemunho cristão, pois “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. O amor é eterno e transcende tempo e espaço, porque é a vida do próprio Deus, da qual o cristão já participa. É maior do que a fé e a esperança, que nele estão contidas. 



ORAÇÃO INICIAL 

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



REFLEXÃO

Lucas 7,31-35


No evangelho de hoje veremos como a novidade da Boa Nova foi avançando de tal modo que as pessoas agarradas às formas antigas da fé ficavam perdidas sem entenderem mais nada da ação de Deus. Para esconder sua falta de abertura e de compreensão elas se defendiam e buscavam pretextos infantis para justificar sua atitude de não aceitação. Jesus reage com uma parábola para denunciar a incoerência dos seus adversários "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!"
Lucas 7,31: Com que vou comparar vocês? Jesus estranha a reação do povo e diz: "Com quem eu vou comparar os homens desta geração? Com quem se parecem eles?” Quando uma coisa é evidente e as pessoas, ou por ignorância ou por má vontade, não o perceber nem querem perceber, é bom encontrar uma comparação evidente que lhes revele a incoerência e a má vontade. E Jesus é mestre em encontrar comparações que falam por si. 
Lucas 7,32: Como crianças sem juiz. A comparação que Jesus encontrou é esta. Vocês se parecem com “crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: Tocamos flauta, e vocês não dançaram; cantamos música triste, e vocês não choraram”. No mundo inteiro crianças mimadas têm a mesma reação. Reclamam quando os outros não fazem e agem como elas querem. O motivo da queixa de Jesus é a maneira arbitrária como, no passado, reagiram diante de João Batista e, agora no presente, diante do próprio Jesus.
Lucas 7,33-34: A opinião deles sobre João e Jesus. “Pois veio João Batista, que não comia nem bebia, e vocês disseram: 'Ele tem um demônio!' Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vocês dizem: Ele é um comilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores!” Jesus foi discípulo de João Batista, acreditava nele e se fez batizar por ele. Foi por ocasião do batismo no Jordão, que ele teve a revelação do Pai a respeito da sua missão como Messias Servo (Mc 1,10). Ao mesmo tempo, Jesus ressalta a diferença entre ele mesmo e João. João era mais severo, mais ascético, não comia nem bebia. Ficava no deserto e ameaçava o povo com os castigos do Juízo final (Lc 3,7-9). Por isso diziam que ele tinha um demônio, era possesso. Jesus era mais acolhedor, comia e bebia como todo mundo. Andava pelos povoados e entrava nas casas do povo, acolhia cobradores de impostos e prostitutas. Por isso diziam que era comilão e beberrão. Apesar de generalizar ao falar dos “homens desta geração” (Lc 7,31), provavelmente, Jesus tem em mente a opinião das autoridades religiosas que não acreditavam em Jesus (Mc 11,29-33).
Lucas 7,35: A conclusão óbvia a que Jesus chega. E Jesus termina tirando a conclusão: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos” A falta de seriedade e de coerência aparece claramente na opinião que emitem sobre Jesus e João. A má vontade é tão evidente que não precisa de prova. Isto faz lembrar a resposta de Jó aos amigos que pretendiam ser sábios: “Oxalá vocês ficassem calados! Seria o melhor ato de sabedoria!” (Jó 13,5).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Quando emito opinião sobre os outros sou como os fariseus e escribas que opinavam sobre João e Jesus? Eles apenas expressavam seus próprios preconceitos e nada informavam sobre as pessoas que por eles eram julgados.
Você conhece grupos na igreja de hoje que mereceriam a parábola de Jesus?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 32,12-13)
Hoje praticarei, com maior afinco, aquilo no qual sei que sou especialmente bom, devido aos dons que Deus tem colocado em mim, na confiança de que eu os utilizarei para o bem comum.







Nenhum comentário:

Postar um comentário