sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Lectio Divina - 19/09/14


SEXTA-FEIRA -19/09/2014



PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 15,12-20


Deus nos tem dado a presença de seu Espírito para que possamos viver esta vida com alegria, com paz e com gozo, mas também nos prometeu que “ai onde Ele está também estaremos um dia com Ele”. Esta é a esperança que alenta nossa vida: poder participar um dia, por toda a eternidade com Ele. Por isso, como dirá Paulo, para o cristão a vida é Cristo, e a morte, um lucro. Santa Teresa de Ávila, que havia entendido bem a vida que lhe esperava, dizia: “Morro porque não morro, e tão alta vida espero, que morro porque não morro”. Nossa vida na terra, fundada em Cristo e vivida no poder do Espírito, é a experiência mais fabulosa que o homem pode ter, mas ainda assim, o que Deus tem preparado para os que lhe amam: “Nem olho viu, nem ouvido ouviu”. A prova definitiva da fidelidade de Cristo a suas promessas, a temos em Maria Santíssima, a qual, sendo de natureza humana como todos nós, Deus, havendo Maria terminado o curso de sua existência na terra, foi elevada ao céu; com isso nos mostrou o que será de nossa vida se, como ela, sabemos ser fiéis e viver nossa vida em Cristo. Viva você vida na alegria do Espírito e deixa que a irmã morte, seja a porta que um dia, te conduzirá aos braços amorosos do Pai.



ORAÇÃO INICIAL 

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



REFLEXÃO

Lucas 8,1-13


O evangelho de hoje dá continuidade ao episódio de ontem que falava da atitude surpreendente de Jesus para com as mulheres, quando defendeu uma moça, conhecida na cidade como pecadora, contra as críticas de um fariseu. Agora, no começo do capítulo 8, Lucas descreve como Jesus andava pelos povoados e cidades da Galiléia e a novidade é que ele era acompanhado não só por discípulos mas também por discípulas.
Lucas 8,1: Os doze que seguem Jesus. Numa única frase Lucas descreve a situação: Jesus anda por toda a parte, pelos povoados e cidades da Galiléia, anunciando a Boa Nova do Reino de Deus e os doze estão com ele. A expressão “seguir Jesus” (cf. Mc 1,18; 15,41) indica a condição do discípulo que segue o Mestre, vinte e quatro horas por dia, procurando imitar o seu exemplo e participar do seu destino.
Lucas 8,2-3: As mulheres seguem Jesus. O surpreendente é que, ao lado dos homens, há também mulheres “junto com Jesus”. Lucas coloca os discípulos e as discípulas em pé de igualdade, pois ambos seguem Jesus. Lucas também conservou os nomes de algumas destas discípulas: Maria Madalena, nascida na cidade de Magdala. Ela tinha sido curada de sete demônios. Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes Antipas, que era governador da Galiléia. Suzana e várias outras. Delas se afirma que “servem a Jesus com seus bens”. Jesus permitia que um grupo de mulheres o “seguisse” (Lc 8,2-3; 23,49; Mc 15,41). O evangelho de Marcos, falando das mulheres no momento da morte de Jesus, informa: “Aí estavam também algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de Joset, e Salomé. Elas haviam seguido e servido a Jesus, desde quando ele estava na Galiléia. Muitas outras mulheres estavam aí, pois tinham subido com Jesus a Jerusalém” (Mc 15,40-41). Marcosdefine a atitude delas com três palavras:seguir, servir, subir até Jerusalém. Os primeiros cristãos não chegaram a elaborar uma lista destas discípulas que seguiam Jesus como fizeram com os doze discípulos. Mas pelas páginas do evangelho de Lucas aparecem os nomes de sete discípulas: Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, Suzana (Lc 8,3), Marta e Maria (Lc 10,38), Maria, mãe de Tiago (Lc 24,10) e Ana, a profetisa (Lc 2,36), de oitenta e quatro anos de idade. O número oitenta e quatro é doze vezes sete. A idade perfeita! A tradição eclesiástica posterior não valorizou este dado do discipulado das mulheres com o mesmo peso com que valorizou o seguimento de Jesus por parte dos homens. É pena.
O Evangelho de Lucas sempre foi considerado o Evangelho das mulheres. De fato, Lucas é o que traz o maior número de episódios em que se destaca o relacionamento de Jesus com as mulheres. E a novidade não está só na presença delas ao redor de Jesus, mas também e sobretudo na atitude de Jesus em relação a elas. Jesus as toca ou se deixa tocar por elas sem medo de se contaminar (Lc 7,39; 8,44-45.54). Diferente dos mestres da época, Jesus aceita mulheres como seguidoras e discípulas (Lc 8,2-3; 10,39). A força libertadora de Deus, atuante em Jesus, faz a mulher se levantar e assumir sua dignidade (Lc 13,13). Jesus é sensível ao sofrimento da viúva e se solidariza com a sua dor (Lc 7,13). O trabalho da mulher preparando alimento é visto por Jesus como sinal do Reino (Lc 13,20-21). A viúva persistente que luta por seus direitos é colocada como modelo de oração (Lc 18,1-8), e a viúva pobre que partilha seus poucos bens com os outros como modelo de entrega e doação (Lc 21,1-4). Numa época em que o testemunho das mulheres não era aceito como válido, Jesus escolhe as mulheres como testemunhas da sua morte (Lc 23,49), sepultura (Lc 23,55-56) e ressurreição (Lc 24,1-11.22-24)



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Na sua comunidade, no seu país, na sua Igreja, como é a valorização da mulher?
Compare a atitude da nossa Igreja com a atitude de Jesus.



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 16)
Hoje pensarei quais as coisas eu deixaria pendentes de fazer se hoje morresse e, procurarei regularizá-las, pois ninguém sabe nem o dia nem a hora.





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