segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Lectio Divina - 29/09/14


SEGUNDA-FEIRA -29/09/2014



PRIMEIRA LEITURA: Daniel 7,9-10.13-14


A liturgia nos sugere esta bela parte do AT na qual Daniel profetiza o que anos depois os apóstolos verão com seus próprios olhos. Quisera que centrássemos nossa reflexão não só no conteúdo da visão, que como sabemos é referente a Cristo, mas na maneira como Deus se revela a nosso coração quando oramos. É difícil aceitar que hoje em dia tenhamos tão poucos “místicos”, isto é, homens e mulheres de oração profunda, homens e mulheres que são capazes de entrar em uma relação intima e pessoal com Deus. Nosso mundo cheio de atividades e de ruídos nos tem afastado desta oração. Para muitos, orar significa rezar algumas orações enquanto se vai a toda pressa para o trabalho, enquanto se esta na fila de uma repartição pública; finalmente, dizer meio dormindo algumas jaculatórias antes de adormecer. Não esqueçamos que para orar, para poder chegar a ter uma relação íntima com Deus necessitamos de tempo. Necessitamos dedicar um tempo só para Deus. Um tempo em que, em companhia de nossa Bíblia, com os olhos fechados, possamos centrar nossa atenção em Deus. Não deixes que tuas atividades te atropelem... dê um tempo para você orar, dê um tempo para Deus.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus que manifestas especialmente teu poder com o perdão e a misericórdia; derrama incessantemente sobre nós tua graça, para que, desejando o que nos promete, consigamos os bens do céu. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

João 1,47-51


O evangelho de hoje nos apresenta o diálogo entre Jesus e Natanael, no qual aparece a frase: “Em verdade, em verdade vos digo; vereis o céu se abrir e os anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do Homem”. Esta frase ajuda a clarear algo a respeito dos arcanjos.
João 1,47-49: A CONVERSA ENTRE JESUS E NATANAEL. Foi Felipe que levou Natanael até Jesus (Jo 1,45-46). Natanael havia exclamado: “Pode sair algo bom de Nazaré?”. Natanael era de Cana, que ficava próximo de Nazaré. Jesus ao ver Natanael disse: “Ai tens um israelita de verdade, em quem não existe engano!”. E afirma que já o conhecia quando estava debaixo da figueira. Como é que Natanael podia ser um “israelita autêntico” se não aceitava Jesus como messias? Natanael “estava debaixo da figueira”. A figueira era o símbolo de Israel (cf. Mi 4,4; Zc 3,10;1Re 5,5). “Estar debaixo da figueira” era o mesmo que ser fiel ao projeto do Deus de Israel. Israelita autêntico é aquele que sabe desfazer-se de suas próprias idéias quando percebe que estas não concordam com o projeto de Deus. O israelita que não está disposto a fazer esta conversão não é nem autêntico nem honesto. Esperava um messias de acordo com os ensinamentos oficiais da época, segundo o qual o Messias viria de Belém da Judéia. O Messias não podia vir de Nazaré, da Galiléia (Jo 7,41-42.52). Por isto, Natanael resistia em aceitar Jesus como Messias. Porém, o encontro com Jesus lhe ajudou a perceber que o projeto de Deus nem sempre é como a pessoa o imagina ou deseja que fosse. Natanael reconhece seu engano, muda de idéia, aceita Jesus como Messias e confessa: “Mestre, tu és o filho de Deus, tu és o rei de Israel!”. 
A DIVERSIDADE DO CHAMADO. Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas apresentam o chamado dos primeiros discípulos de forma muito mais resumida: Jesus passa pela praia, chama Pedro e André. Logo depois, chama Tiago e João (Mc 1,16-20). O evangelho de João tem outra maneira de descrever o início da primeira comunidade que se formou ao redor de Jesus. Trás algumas histórias bem concretas. O que chama a atenção é a variedade dos chamados e dos encontros das pessoas entre si e com Jesus. Deste modo, João ensina como devemos fazer para iniciar uma comunidade. É através dos contatos e convites pessoais, até hoje! Alguns Jesus chama diretamente (Jo 1,43). A outros, indiretamente (Jo 1,41-42). Um dia, chamou dois discípulos de João Batista (Jo 1,39). No dia seguinte, chamou Felipe que, por sua vez, chamou Natanael (Jo 1,45). Nenhum chamado se repete, porque cada pessoa é diferente. As pessoas nunca esquecem os chamados e os encontros importantes que marcam sua vida. Lembra até o dia e a hora (Jo 1,39).
João 1,50-51: OS ANJOS DE DEUS SUBINDO E DESCENDO SOBRE O FILHO DO HOMEM. A confissão de Natanael está começando. Quem é fiel, verá o céu aberto e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Experimentará que Jesus é a nova aliança entre Deus e nós, seres humanos. É a realização do sonho de Jacó (Gn 28,10-22).
OS ANJOS SUBINDO E DESCENDO. Os três anjos: Gabriel, Rafael e Miguel. Gabriel explicava ao profeta Daniel o significado das visões (Dn 8,16;9,21). Foi esse mesmo anjo Gabriel que levou a mensagem de Deus a Isabel (Lc 1,19) e a Maria, a mãe de Jesus (Lc 1,26). Seu nome significa “Deus é forte”. Rafael aparece no livro de Tobias. Acompanhou Tobias, filho de Tobit e de Ana, na viagem e o protegeu de todos os perigos. Ajudou Tobias livrar Sara de um mau espírito e a curar Tobit, da cegueira. Seu nome significa “Deus cura”. Miguel ajudou o profeta Daniel em suas lutas e dificuldades (Dn 10,13.21;12,1). A carta de Judas diz que Miguel disputou com o diabo o corpo de Moisés (Jd 1,9). Foi Miguel quem venceu Satanás, derrubando do céu e arrojando-o ao inferno (Ap 12,7). Seu nome significa “Quem como Deus!”. A palavra anjo significa “mensageiro”. Trás uma mensagem de Deus. Na Bíblia, a natureza inteira pode se mensageira de Deus, revelando o amor de Deus por nós (Sl 104,4). O anjo pode ser o próprio Deus, enquanto volta seu rosto para nós e nos revela sua presença amorosa.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você já teve um encontro que marcou tua vida? Como descobriu o chamado de Deus ali?
Alguma vez se interessou como Felipe, em chamar outra pessoa para que participasse da comunidade?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 138,1-2)
Hoje iniciarei um caminho de oração e a cada dia incrementarei o tempo de oração, até que um dia possa chegar a dizer: Senhor, que bom é estar aqui!






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