quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Lectio Divina - 01/10/14

QUARTA-FEIRA -01/10/2014



PRIMEIRA LEITURA: Jó 9,1-12.14-16


Esta reflexão de Jó nos ilumina sobre a correta perspectiva de Deus com respeito ao homem: Ele é Deus e eu um simples mortal. Quantas vezes nós pensamos ser mais inteligentes, prudentes e justo que Deus? Por momentos nos esquecemos que Deus é Deus, que Ele sabe tudo, que Ele pode tudo, que Ele, como diz Paulo: “É tudo em todos”. Quando nossos projetos são diferentes aos de Deus, quantas vezes queremos fazer valer nossa vontade? E quando isto não resulta como pensávamos, não é certo que sintamos o impulso de acusar Deus de nossos próprios fracassos? E quando, ainda seguindo seus caminhos, nos encontramos com problemas, injustiças, inclusive com a própria cruz, o que pensar de Deus? Acaso Deus se equivocou? Coloquei-me neste projeto, neta situação de vida, nesta vocação para destruir-me, para me fazer mal? Diante desta conduta “irracional”, Deus te convidou para levantar os olhos para a Cruz de Cristo, a gritar para Deus: “Deus meu, Deus meu porque me abandonastes”, e a confiar totalmente nele dizendo: “Deus meu em tuas mãos entrego minha vida”. Deus nos ama, ainda que, às vezes, nos leve por caminhos inexplicáveis. 




ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus que manifestas especialmente teu poder com o perdão e a misericórdia; derrama incessantemente sobre nós tua graça, para que, desejando o que nos promete, consigamos os bens do céu. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 9,57-62


No evangelho de hoje continua o longo e duro caminho de Jesus desde a periferia da Galiléia para a capital. Ao sair da Galiléia, Jesus entra na Samaria e continua para Jerusalém. Porém nem todos o entendem. Muitos o abandonam, porque as exigências são enormes. No começo de sua atividade pastoral, na Galiléia, Jesus havia chamado três: Pedro, Tiago e João (Lc 5,8-11). Aqui também na Samaria são três as pessoas que se apresentam ou que são chamadas. Nas respostas de Jesus, emergem as condições para poder ser discípulo/a de Jesus.
Lucas 9,56-58: O primeiro dos três novos discípulos, “enquanto ia caminhando, um disse: seguirei-te aonde quer que vá”. Jesus lhe disse: “As raposas têm guaridas, e as aves do céu ninhos; porém, o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. A esta primeira pessoa que quer ser discípulo, Jesus pede que se despoje de tudo: não tem onde reclinar a cabeça, muito menos tem que buscar uma falsa segurança onde reclinar o pensamento da cabeça.
Lucas 9,59-60: O segundo dos três novos discípulos. A este disse: “Segue-me”. Ele respondeu: “deixa-me primeiro enterrar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos, tu vai anunciar o Reino de Deus”. A esta segunda pessoa chamada por Jesus, Jesus pede que deixe que “os mortos enterrem aos mortos”. Trata-se de um dito popular usado para dizer: deixa as coisas do passado. Não percas tempo com o que tenha ocorrido, olhe para frente. Depois de haver descoberto a vida nova em Jesus, o discípulo não deve perder tempo com o que ocorreu.
Lucas 9,61-62: O terceiro dos três novos discípulos. “Este disse: te seguirei Senhor, porém, deixa-me antes despedir-me dos de minha casa”. Jesus lhe disse: “Ninguém que coloca a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. A esta terceira pessoa chamada a ser discípulo, Jesus lhe pede que rompa com os laços familiares. Em outra ocasião havia dito: Aquele que ama a seu pai e a sua mãe mais que a mim, não pode ser meu discípulo (Lc 14,26; Mt 10,37). Jesus é mais exigente que o profeta Elias que deixa que Eliseu se despeça de seus pais (1Re 19,19-31). Significa também romper os laços nacionalistas de raça e da estrutura familiar patriarcal. As exigências fundamentais que Jesus apresenta como condições necessárias para aquele ou aquela que quer ser discípulo/a são três: (a)-abandonar os bens familiares, (b)-não apegar-se aos bens que tenha tido e acumulado no passado, e (c)-cortar os laços familiares. Na realidade, ninguém, ainda que queira, pode cortar os laços familiares, nem tampouco, com o que viveu no passado. O que nos é pedido é saber reintegrar tudo (bens materiais, vida pessoal e vida familiar) de forma nova ao redor do novo eixo que é Jesus e da Boa Notícia que Ele nos traz. 
Jesus, Ele mesmo, viveu e se deu conta de que o que pedia a seus seguidores. Com sua decisão de subir para Jerusalém, Jesus revela seu projeto. Seu caminho para Jerusalém, está representado como a assunção (Lc 9,51), o êxodo (Lc 9,31) ou a travessia (Lc 17,11). Uma vez em Jerusalém, Jesus realiza o êxodo, a assunção ou travessia definitiva deste mundo para o Pai (Jo 13,1). Somente uma pessoa realmente livre pode fazer, porque o êxodo supõe entregar a própria vida aos irmãos. Isto é o êxodo, esta é a travessia, a assunção, da qual, as comunidades têm que dar-se conta para que o projeto de Jesus vá adiante. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Compare cada uma destas três exigências com tua própria vida.
Quais são os problemas que emergem em tua vida como conseqüência da decisão que tenha tomado de seguir Jesus?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 139,1-2)
Hoje buscarei todas as coisas que molestam minha vida, em minha família, em minha sociedade e, no mundo e direi constantemente: “Não compreendo, Senhor, porém, confio em Ti”. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário