quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Lectio Divina - 23/10/14


QUINTA-FEIRA -23/10/2014



PRIMEIRA LEITURA:Efésios 3,2-12




Uma das orações mais belas que podemos encontrar na Sagrada Escritura é esta que Paulo dirige ao Pai, para que cada um de nós possa TER A EXPERIÊNCIA DO AMOR DE DEUS. Nesta oração, primeiro pede que possamos conhecer este amor, mas logo diz “que possam experimentar”. É que é muito distinto saber que uma pessoa me ama e sentir-me realmente amado. Isto é o que faz a diferença em um matrimônio, em uma família ou em uma amizade. Pode ser que todos saibamos que, nosso pai, nosso esposo, filhos, etc. nos amam, porém, a pergunta seria realmente me sinto amado por eles? Seu amor é de tal modo manifesto que percebo e me sinto amado? Muitos problemas de desintegração familiar têm como origem – não a falta de amor entre pais e filhos -, mas sim a falta de EXPERIÊNCIA amorosa entre eles. O mesmo acontece com Deus. Eu creio que todos os cristãos saibam que Deus nos ama, porém, realmente nos sentimos amados por Ele? Se você não se sente amado por Deus, não é porque Deus não manifeste seu amor par você, mas sim porque muitas vezes nós temos fechado a porta a este amor: não oramos, não participamos dos sacramentos com devoção, mas sim com pressa, não lemos a Escritura. Deus quer que você experimente este amor. Abra-te ao Espírito Santo que é amor de Deus e peça-lhe para ter esta experiência.



ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, te pedimos entregar-nos a ti com fidelidade e servir-te com coração sincero. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 12,49-53


Hoje o evangelho nos apresenta algumas frases soltas de Jesus. A primeira sobre o fogo sobre a terra só existe em Lucas. As outras tem frases mais ou menos paralelas em Mateus. Isto nos remete ao problema da origem da composição destes dois evangelhos que fez correr muita tinta ao longo dos últimos séculos e se resolverá plenamente só quando possamos conversar com Mateus e Lucas, depois de nossa ressurreição.
Lucas 12,49-50: JESUS VEIO TRAZER FOGO SOBRE A TERRA. “Vim arrojar um fogo sobre a terra e quanto desejaria que já estivesse preso! Com um batismo tenho que ser batizado e angustiado estou até que se cumpra!”. A imagem do fogo volta muitas vezes na Bíblia e não tem um sentido único. Pode ser imagem da devastação e do castigo e pode também ser a imagem da purificação e da iluminação (Is 1,25; Zc 13,9). Pode evocar até proteção como vemos em Isaias: Se passas no meio das chamas, não te queimarás (Is 43,2). João Batista batizava com água, porém, depois dele, Jesus batizaria por meio do fogo (Lc 3,16). Aqui, a imagem do fogo é associada a ação do Espírito Santo que desceu no dia de Pentecostes sob a imagem de línguas de fogo (At 2,2-4). As imagens e os símbolos não tem nunca um sentido obrigatório, totalmente definido, que não permita divergência. Neste caso não seria uma imagem, nem um símbolo. É típico da natureza do símbolo provocar a imaginação dos ouvintes e dos espectadores. Deixando a liberdade aos ouvintes, a imagem do fogo combinado com a imagem do batismo indica a direção na qual Jesus quer que a pessoa dirija sua imaginação. O batismo é associado com a água e é sempre expressão de um compromisso de Jesus com sua paixão: Podereis ser batizados com o batismo com o qual eu vou ser batizado? (Mc 10,38-39).
Lucas 12,51-53: JESUS VEIO TRAZER A DIVISÃO. Jesus fala sempre de paz (Mt 5,9; Mc 9,50; Lc 1,79; 10,5; 19,38; 24,36; Jo 14,27; 16,33; 20,21.26). Então, como entender a frase do evangelho de hoje que parece dizer o contrário: “Acreditais que eu estou aqui para colocar paz na terra? Não, os asseguro, mas sim a divisão”. Esta afirmação não significa que Jesus estivesse a favor da divisão. Não! Jesus não quer a divisão. O anuncio da verdade que Ele, Jesus de Nazaré, era o Messias se tornou motivo de muita divisão entre os judeus. Dentro da mesma família ou da comunidade, uns estavam a favor e outros radicalmente contra. Neste sentido a Boa Notícia de Jesus era realmente uma fonte de divisão, um “sinal de contradição” (Lc 2,34) ou como dizia Jesus: “Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”. Era o que estava ocorrendo, de fato nas famílias e nas comunidades: muitas divisões, muitas discussões, como conseqüência do anuncio da Boa Noticia entre os judeus daquela época, uns aceitando, outros negando. O mesmo vale para o anuncio da fraternidade com valor supremo da convivência humana. Nem todos concordavam com este anuncio, pois, preferiam manter seus privilégios. Por isto, não tinham medo de perseguir os que anunciavam a fraternidade e a partilha. Esta é a divisão que surgia e que está na origem da paixão e da morte de Jesus. Era o que estava acontecendo. O que pensava a pessoa. Jesus quer a união de todos na verdade (cf. Jo 17,17-23). Até hoje é assim. Muitas vezes, ali onde a Igreja se renova, o chamado da Boa Noticia se torna um “sinal de contradição” e de divisão. Pessoas que durante anos viveram acomodadas na rotina de sua vida cristã, e que já não querem ser incomodadas pelas “inovações” do Vaticano II. Incomodadas pelas mudanças, usam toda sua inteligência para encontrar argumentos em defesa de suas opiniões e para condenar as mudanças como contrárias ao que elas pensam ser a verdadeira fé.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Procurando a união, Jesus era causa de divisão. Ocorreu a você o mesmo alguma vez?
Diante das mudanças na Igreja, como você se sente?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 33,1-2)
Hoje serei muito explícito ao dizer à meus seres queridos que os amo e que são sumamente importantes para mim.






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