sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Lectio Divina - 28/11/14


SEXTA-FEIRA -28/11/2014



PRIMEIRA LEITURA: Apocalipses 20,1-4.11-21,2



João apresenta agora a dinâmica do fim dos tempos: com a morte e ressurreição de Jesus, o fim da história já começou, e se vai processando ao longo da história, até chegar à consumação final, quando a Aliança entre Deus e os homens se tornar plenamente manifesta. O fim da história é o julgamento, no qual se manifesta a vida. A morte e o mal vão ser destruídos, e os homens serão julgados conforme viveram. O trono evoca a presença do juiz. Este céu e terra desaparecem, porque tudo se renovará. O julgamento de Deus não é arbitrário: quem pronuncia a sentença é a própria vida de cada um. O livro da vida é o livro do Cordeiro; nele está o nome dos que deram o testemunho de Jesus. A morte e a morada dos mortos personificam os poderes do mal. São destruídos, porque doravante tudo será vida. O Apocalipse não considera tanto o futuro longínquo ou próximo, como se o triunfo de Cristo devesse chegar depressa e devessem cessar as atuais perseguições; considera o hoje, a luta, que durará e será sempre árdua. Na realidade presente do reino, os cristãos que sofrem compartilham a cada momento a vitória de Cristo, enquanto voluntariamente compartilham sua morte. Em nosso tempo atual as perseguições, calúnias, contestações e o silencio ferem os seguidores do Cordeiro. Mas desde já, os que são condenados falsamente sentam-se para julgar os seus verdugos. Os homens são agora julgados com base no livro da vida; vai-se agora construindo um novo céu e uma nova terra. A atual oposição e perseguição do mundo é o mais belo sinal da vitória da Igreja. A dor e a perseguição fazem sentir o reino como vivo num mundo que morre. O triunfo da Igreja perseguida não está na promessa de que tais provas cessarão (e então virá o prêmio), mas na garantia de que estes sofrimentos já são a vitória.




ORAÇÃO INICIAL 

Mova Senhor, os corações de teus filhos, para que, correspondendo generosamente a tua graça, recebam com maior abundância a ajuda de tua bondade. Por Nosso Senhor…





REFLEXÃO

Lucas 21,29-33


Hoje o evangelho nos trás as recomendações finais do Discurso Apocalíptico. Jesus insiste em dois pontos: (a)-na atenção que precisamos dar aos sinais dos tempos (Lc 21,29-31) e (b)-na esperança, que tenha seu fundamento na firmeza da palavra de Jesus, que expulsa o medo e o desânimo (Lc 21,32-33).
Lucas 21,29-31: OLHAI PARA A FIGUEIRA E PARA TODAS AS ÁRVORES. Jesus manda olhar à natureza. “Olhai para a figueira e as demais árvores. Quando brotarem, saberão que o verão estará próximo. Assim também vós, quando verem acontecer estas coisas, sabereis que o Reino está próximo”. Jesus pede para que contemplemos os fenômenos da natureza para aprender deles como ler e interpretar as coisas que estão acontecendo no mundo. Os brotos na figueira são um sinal de que o verão está chegando. Assim também aqueles sete sinais são prova de que o “Reino está próximo!”. Fazer este discernimento não é fácil. Uma pessoa só não dá conta da mensagem. É refletindo juntos em comunidade que a luz aparece. E a luz é esta: experimentar em tudo o que acontece um chamado e não fechar-se no momento presente, mas, manter o horizonte aberto e perceber em tudo uma “seta” que aponta para mais além, para o futuro. Mas, a hora exata da chegada do Reino ninguém sabe. No evangelho de Marcos, Jesus chega a dizer: “Quanto a este dia ou a esta hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai” (Mc 13,32).
Lucas 21,32-33: “EU VOS ASSEGURO QUE NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO ATÉ QUE TUDO ISTO ACONTEÇA. O CÉU E A TERRA PASSARÃO, PORÉM, MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO”. Esta palavra de Jesus evoca a profecia de Isaias que dizia: “Toda carne é erva e toda a sua graça como a flor do campo. Seca-se a erva e murcha-se a flor, quando o vento de Iahweh sopra sobre elas; seca-se a erva, murcha-se a flor, mas a palavra do nosso Deus subsiste para sempre”. (Is 40,7-8). A palavra de Jesus é a fonte de nossa esperança. O que diz acontecerá!
A VINDA DO MESSIAS E O FIM DO MUNDO. Hoje muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Alguns se baseiam em uma leitura errônea e fundamentalista do Apocalipse de João, e chegam a calcular a data exata do fim do mundo. No passado, a partir dos “mil anos” mencionados no Apocalipse (Ap 20,7), as pessoas diziam: “O ano 1000 passou, porém, o 2000 não passará!. Por isto, na medida em que se ia aproximando o ano 2000, muitos ficavam preocupados. Houve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, suicidou-se. Porém, o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim do mundo não chegou! A mesma problemática estava viva nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para terminar com a história injusta do mundo daqui de baixo e iniciar uma nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Pensavam que isto ocorreria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente estaria viva, quando Jesus aparecesse glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). E havia até pessoas que haviam deixado de trabalhar, porque pensavam que a vinda fosse coisa de poucos dias, ou, de semanas (2Ts 2,1-3;3,11). Assim pensavam. Porém, até agora, a vinda de Jesus, entretanto, não ocorreu! Como entender esta demora? Nas ruas da cidade, a pessoa vê pintada nas paredes as palavras: Jesus voltará! Vem ou não vem? E como será sua vinda? Muitas vezes a afirmação: “Jesus voltará”, é usada para colocar medo nas pessoas e obrigá-las a ir à uma determinada igreja. No Novo Testamento, o retorno de Jesus é sempre motivo de alegria e de paz. Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia. Quando virá? Entre os judeus, as opiniões eram muito variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!”. Pensavam que seu bem estar durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isto, não queriam mudar e estavam contra a pregação de Jesus que convocava as pessoas para mudar e converter-se. Os fariseus diziam: “A chegada do Reino vai depender de nosso esforço na observância da Lei!”. Os essênios diziam: “O Reino prometido chegará só quando tenhamos purificado o país e todas as impurezas”. Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus voltará!” (1Ts 4,13-18; 2Ts 2,2). Paulo responde que não era tão simples como imaginavam. E aos que haviam deixado de trabalhar dizia: “Quem não quer trabalhar, que não coma!” (2Ts 3,10). Provavelmente tratava-se de pessoas que na hora do almoço iam mendigar comida na casa do vizinho. Os cristãos opinavam que Jesus voltaria depois que o evangelho fosse anunciado ao mundo inteiro (At 1,6-11). E pensavam que quanto maior fosse o esforço de evangelizar, mais rapidamente viria o fim do mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Não voltará!” (2Pd 3,4). Outros baseando-se nas palavras de Jesus, diziam acertadamente: “Já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
Hoje acontece o mesmo. Existe gente que diz: “Como vão as coisas, estão bem tanto na Igreja como na sociedade”. Não querem mudar. Outros esperam o retorno imediato de Jesus. Outros pensam que Jesus voltará por meio de nosso trabalho e anuncio. Para nós, Jesus está em nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Porém, a plenitude não chegou, todavia. Por isto, esperamos com firme esperança a libertação total da humanidade e da natureza. (Rm 8,22-25).




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus pede que olhemos a figueira, para contemplar os fenômenos da natureza. Em minha vida aprendi alguma coisa contemplando a natureza?
Jesus disse: “O céu e a terra passarão, porém, minha palavra não passará”. Como entendo estas palavras de Jesus em minha vida. 





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 84,5-6)
Farei um parada em meu caminho para ver quanto cresci espiritualmente durante este ano litúrgico, e fixarei metas para ano que começa.




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